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𓏲 . METANOIA . .៹♡
CAPÍTULO DEZESSEIS
─── O ATAQUE À TOCA
18 DE AGOSTO DE 1994
— DÊ UMA OLHADA! Viktor Krum está ali! — Draco exclamou e apontou o dedo para a esquerda para que Maia pudesse observá-lo.
A garota revirou os olhos. — Você vai parar de beijar a bunda de Krum, Draco? Ele é superestimado! Os irlandeses vão ganhar.
— O quê? Não! Estou torcendo pelos búlgaros.
A loira revirou os olhos novamente quando chegaram aos seus lugares. Seu pai tinha conseguido assentos no Ministério, então não pôde escolhê-los. Ela ergueu uma sobrancelha quando viu que uma família de ruivos e, claro, Harry Potter, estavam começando a se estabelecer ao lado dela. Draco fez um som de desgosto, mas lutou para não dizer nada desagradável, já que o ministro chegaria em breve e Lucius havia expressamente proibido o comportamento infantil.
Maia encostou-se no parapeito para ter uma visão melhor do panorama. À sua frente estendia-se o campo de Quadribol, e a suave brisa de verão fazia seu cabelo deslizar da mesma forma que as bandeiras de ambos os times. Draco apoiou a Bulgária, então ele vestiu uma roupa de acordo com suas cores - vermelho e preto - e até pintou o rosto. Maia havia decidido ir com roupas mais confortáveis, mas as cores dos irlandeses refletiam em suas bochechas.
Membros da equipe irlandesa entraram em campo, passeando pelas arquibancadas, erguendo os punhos e gritando aplausos. Seu bichinho tomou forma no centro do campo, e Maia aplaudiu, fazendo um círculo com as mãos e colocando-o na boca. Ela sentiu olhares olhando para onde ela estava.
— Você apoia os irlandeses? — um dos gêmeos Weasley perguntou, uma sobrancelha levantada para o drama.
— O time inglês de Quadribol é uma merda, então eu tive que me juntar ao inimigo.
— Uau, George, você ouviu isso? Palavras duras vindas de uma Malfoy.
Maia revirou os olhos pela milésima vez naquele dia, percebendo descuidadamente que os gêmeos estavam com um lençol no colo.
— Você joga? — perguntou Maia.
— É uma maneira antiética de conseguir dinheiro, mas ainda é legal. Você está interessada?
Os dois ruivos estenderam a folha de cola e Maia assistiu a todas as apostas. Ela enfiou a mão no bolso e tirou dez galeões. Os Weasleys arregalaram os olhos.
— Aposto dez galeões que a vitória irlandesa.
— Ginny e eu apostamos o mesmo. — começou um dos gêmeos - honestamente, Maia nem sabia seus nomes. — Se você quiser ganhar o prêmio inteiro, você deve adicionar uma peculiaridade à sua aposta ou, caso contrário, todos nós compartilharemos um total de ... 14 galeões.
Maia espiou por cima do parapeito para ver para quem o ruivo estava apontando. Seu dedo apontou para uma garota baixinha, um tanto magricela, com olhos grandes e um olhar infantil. A partida ainda não havia começado, então Maia olhou para o campo e para os jogadores – os da Bulgária já haviam entrado em campo, a julgar pela reação do irmão alguns lugares adiante.
— Bem... Aposto que a Irlanda ganha, mas Krum pega o pomo.
Os gêmeos riram alto, como se a aposta de Maia tivesse sido estúpida. — Ah, ela não estava brincando, Fred. Isso nunca aconteceu, Malfoy, e hoje não será a primeira vez. No entanto, não seremos nós que tiraremos o prazer de apostar.
Maia secretamente entregou os galeões para eles, tentando não deixar o pai ver a troca de palavras com os traidores do sangue.
O jogo começou e Maia comemorou cada gol na Irlanda. Ao lado dela, Fred e Jorge - ela finalmente aprendera seus nomes - pulavam de alegria toda vez que algum artilheiro irlandês pegava a goles pelos aros. No entanto, ninguém comemorou tão alto quanto Maia quando o apanhador búlgaro pegou o pomo de ouro.
Maia pegou o saco onde estavam guardadas as moedas, abriu-o e sorriu. — Eu te disse. No entanto, você pode ficar com o dinheiro e comprar um belo uniforme da Sonserina para quando ganharmos a Copa de Quadribol este ano.
HOJE
A chuva caía pesadamente em Ottery St. Catchpole, onde ela havia aparecido.
A sensação de queimação na garganta e no estômago, além da sensação de tontura, voltou para ela, como toda vez que aparatava. Não demorou muito para ela absorver, então ela rapidamente puxou a carta agora ilegível do bolso. Sim, esse era o endereço correto.
Ela correu para a porta da casa. Era um edifício fraco e de formato estranho, muitos andares que pareciam estar se acumulando entre eles. Havia luz na janela do primeiro andar, então ela bateu com força na porta. Logo surgiram sussurros e ela ouviu passos que tentavam ser furtivos, mas falhavam.
A respiração ficou presa em sua garganta quando Remus Lupin abriu a porta. Ele franziu a testa - provavelmente imaginando o que diabos Maia Malfoy estava fazendo aparecendo na Toca, a residência dos Weasley. No entanto, a urgência nos olhos do Malfoy não fez com que o ex-professor abaixasse a varinha do peito dela. Com isso, a garota levantou as mãos em rendição.
Atrás dele se amontoavam mais quatro figuras, das quais ele reconheceu os pais de Ginny, e ela mesma, cujos olhos se arregalaram ao vê-la ali, dias depois do Natal, e completamente encharcada.
— Deixe-a entrar, está chovendo! — Gina gritou.
Remus a parou quando ela viu o ruivo tentando se aproximar dela. — Como sabemos quem ela realmente é? — então o lobisomem se dirigiu a jovem sonserina. — Qual é o seu bicho-papão?
— A última vez que você me viu, eu não tinha bicho-papão.
O homem baixou a varinha e respirou, um pouco mais aliviado. Ele apertou seu ombro e a deixou entrar, fechando a porta atrás dela. — O que você está fazendo aqui? O que você precisa?
— Eles estão vindo. Vocês tem que sair o mais rápido possível, eles virão para cá. — Maia falou rapidamente, como se sua respiração estivesse curta. — Eles estão enviando Comensais da Morte e outros ladrões para capturar trouxas e traidores do sangue, e mencionaram especificamente seu nome. Vocês tem que sair daqui.
Os cinco moradores daquela época na Toca se entreolharam, preocupados. Lupin achou difícil acreditar que Maia havia se desviado do caminho de sua família para confessar isso, mas os olhos suplicantes de Maia o levaram a acreditar no contrário. No entanto, a sensação de que isso poderia ser uma armadilha queimava dentro dele.
Ao lado dele, uma mulher que Maia não conhecia falou. — Você tem certeza disso? Como sabemos que isso não é uma armadilha?
Maia ergueu os braços em exasperação. Ela estava começando a se cansar de ninguém acreditar nela. Ela se aproximou de Gina com urgência. — Se eles não fugirem, o problema é deles. Mas você tem que ir. Por favor. — a ruiva nunca tinha visto a sonserina dessa forma. Seu coração se agitou: ela acreditou nela.
— Ela está dizendo a verdade. Além disso, qual é a pior coisa que pode acontecer? Saiam daqui e vão para um lugar seguro, ou fiquem aqui e sejam pegos.
Houve um barulho no jardim. Então vozes. Vozes que se tornaram gritos e risos. O sangue de Maia gelou em suas veias quando ela reconheceu o de sua tia Bellatrix. Os Comensais da Morte estavam lá, e eles sabiam que haviam pessoas em casa.
O horror nos seis pares de olhos ficou evidente quando um clarão de luz vermelha se refletiu nas vidraças da janela, e o feitiço atingiu totalmente um dos pisos da casa. O prédio começou a tremer quando ouviram mais maldições ricocheteando nele. Maia xingou alto.
— Porra. Eles não podem me ver aqui. Vocês tem que ir agora!
Não foi preciso mais palavras para que todos pegassem o necessário - as varinhas - e saíssem pela porta dos fundos da casa. Quando todos saíram, eles começaram a correr pelo país, aproveitando o tempo que os Comensais da Morte estavam perdendo para destruir a Toca. Os três Weasleys não tiveram tempo de se entristecerem ao ver sua casa reduzida a cinzas, mas estavam mais preocupados que nenhum feitiço os alcançasse.
A chuva continuava a cair pesadamente, e isso era tanto uma vantagem quanto uma desvantagem. A vantagem era que os Comensais da Morte levariam mais tempo para ver como eles fugiram; a desvantagem era que eles não viam de onde os inimigos vinham. E eles estavam mais perto do que pensavam. Bem, vendo o último andar do prédio cair, Bellatrix gritou: — Eles estão fugindo!
Maia usava roupas trouxas e cabelos alisados, então as chances de sua tia reconhecê-la eram baixas. No entanto, ela não podia correr o risco. Ela se defendia toda vez que alguém lançava um feitiço sobre eles. Ela percebeu, apavorada, que eles estavam se separando. Não havia sinal de Lupin e Gina, que pareciam ter sido os mais rápidos a chegar à frente do grupo.
Ela correu em ziguezague na chuva, mas suas pernas estavam começando a cansar. À sua direita, Molly Weasley estava se defendendo de um entorpecimento - Maia achou que o Comensal da Morte tinha sido muito mole - e ela enfeitiçou alguém, porque eles caíram com um baque alto.
Um relâmpago verde roçou o cabelo molhado de Maia, que engoliu. Sem olhar para trás - eles poderiam facilmente reconhecer seu rosto - ela começou a lançar feitiços, esperando que ela fizesse uma queda. As vozes familiares se juntaram novamente; à frente estavam Lupin e a mulher de cabelos escuros que ela não conhecia.
— Onde está Gina? — Molly gritou, aterrorizada.
— Gina! — Lupin levantou a voz. — Nós temos que ir ou eles vão nos alcançar!
Maia correu para a direita quando viu um dos Comensais da Morte sair de seu caminho. Ela sentiu que seu coração estava prestes a pular, ela não podia suportar a ideia de que algo pudesse acontecer com a garota, ela simplesmente não podia. Seu sangue queimou como fogo na própria imagem. — Não! — Ela ouviu atrás dela, mas ignorou a voz de Lupin.
Ela não poderia se importar menos naquele momento que eles pudessem reconhecê-la. Ela descobriu o cabelo ruivo de Gina em uma poça, aparentemente procurando sua varinha enquanto o homem olhava para ela. Maia soltou o ar pelas narinas, furiosa. Não era um Comensal da Morte, era Greyback. Ele estava de costas para ela, então ela aproveitou a oportunidade para mirar e expulsá-lo pelo ar com um reducto não verbal.
A Weasley pegou sua varinha e pegou a mão de Maia para começar a correr em direção aos adultos. Maia lançou algum feitiço de volta, ciente de que eles ainda estavam sendo perseguidos, e esperava que ninguém a tivesse reconhecido, ou tudo iria para o inferno.
Maia fez contato com a mão de Lupin, e eles rapidamente desaparataram dali, a Toca pegando fogo atrás deles.
A mesma sensação de que tudo estava girando apoderou-se de suas entranhas. Ela teve que se apoiar em uma parede para evitar cair. Ela fechou os olhos. Quando ela os abriu, a tontura havia parado, mas agora ela tinha uma nova preocupação em sua mente: onde ela estava?
Ela cambaleou um pouco quando alguém lhe deu um tapa nas costas. — Você está bem? Você está pálida. — era a mulher que acompanhava Remus, mas agora ela tinha cabelo rosa. No entanto, Maia não comentou o assunto.
— Esta é a minha cor de pele normal. — Maia sorriu fracamente, respirando fundo. — Espere. Eu conheço você. — a sonserina disse assim que distinguiu aqueles olhos castanhos e as feições marcadas. Ela se parecia muito com Andrômeda. — Você é a filha de Andrômeda Bl- Tonks.
A garota sorriu. — Sim, sou eu. Vejo que ambos herdamos os genes Black. Eu não conheci sua mãe, mas a minha ainda tem algumas fotos, e ver você foi como ver Narcisa quando ela era jovem. Reconheci você instantaneamente.
Maia olhou para baixo, sorrindo um pouco, e sua boca tomou a forma de um 'O' quando notou a barriga da prima - Merlin, que estranho era chamá-la assim, um caroço incipiente se formou em seu estômago. — Você... Você está grávida?
Tonks colocou a mão na barriga e sorriu. — Remus e eu seremos pais em alguns meses. — a boca de Maia se abriu ainda mais. Lupin!? — Todos ficam surpresos quando eu digo isso!
— Desculpe, é só que eu não tenho Lupin como um pai típico. — as duas garotas riram quando Remus deu um gemido profundo. — Você já tem um nome?
— É um menino. — Tonks sorriu orgulhosamente. — Seu nome será Ted. Como o meu-
— Pai. — Maia terminou para ela. Tonks assentiu com um pequeno sorriso. — Teddy. Eu gosto.
— Vamos, vamos para a cozinha. Estamos em Grimmauld Place, a antiga casa dos Blacks - mas os pais de Sirius e Regulus, não nossas mães. Atualmente é usado como uma casa segura para a Ordem da Fênix. Aqui estamos seguros, há uma quantidade inimaginável de feitiços protegendo esta casa. Eles nunca podem nos alcançar.
Na cozinha, Arthur e Remus estavam sentados ao redor da mesa, curando alguns arranhões e tomando o chá que Molly havia servido. Com um pequeno sorriso, a matriarca Weasley colocou uma xícara de chá na frente dela e a forçou a sentar como os outros.
— Beba algo quente, você deve estar congelando. — Maia deu-lhe um olhar gentil. — O que você fez esta noite foi muito corajoso. Quero me desculpar por não ter acreditado em sua palavra antes. Quem sabe o que teria acontecido se tivéssemos sido nós contra todos eles.
— Eu tinha que fazer isso. Eu não podia ficar quieta enquanto algo poderia ter... Acontecido. — Ela mordeu a língua quando Gina estava prestes a sair de sua boca.
— Por que você fez isso, Maia? — desta vez foi Lupin quem interveio. — Quero dizer, sua família está muito envolvida nos assuntos do Lorde das Trevas. Honestamente, vendo o caminho de seu irmão por Hogwarts, pensei que você seguiria seus passos.
— Eu mudei de ideia. — a loira disse simplesmente. — Eu vi e sofri coisas horríveis, professor Lupin. Coisas que você nunca poderia imaginar. Eu nunca compartilhei totalmente a ideologia da minha família, mesmo depois de tentar por muito tempo. Afinal, os pais querem o melhor para seus filhos, certo? Pensei que meus pais estavam certos, e que tudo diferente de nós era escória. Mas havia algo dentro de mim que não me deixava entender essa ideia. Afinal, a bruxa mais inteligente da nossa geração é nascida trouxa, certo? — Maia sorriu um pequeno sorriso, mas seu gesto rapidamente se tornou sombrio. — Charity Burbage.
— A professora de Estudos dos Trouxas? — Ginny perguntou atrás deles, alarmando seus pais, que, pela cara deles, a teriam mandado para cima.
— O Lorde das Trevas a trouxe para minha casa no verão antes de entrar no sétimo ano. Eles começaram a perseguir todos aqueles que pensavam diferente da pureza do sangue, os traidores e os filhos dos trouxas. Então eles começaram com o principal promotor da igualdade entre bruxos e trouxas: Charity Burbage, professor de Estudos dos Trouxas em Hogwarts. Ele nos fez sentar enquanto ele a torturava. Ela estava soluçando e pedindo ajuda. Ela se dirigiu ao meu irmão, e depois a mim. Nós não estávamos estudando a matéria dela, mas ter meu sobrenome tem algumas vantagens: todo mundo sabe quem você é. Ele a fez levitar em nossa mesa, de bruços. Ela ainda estava chorando. Ela olhou para mim uma última vez, abriu a boca, e de repente avada kedavra. A matou. Eu fui a última coisa que ela viu, e ainda não consigo tirar essa imagem da minha cabeça.
A cozinha estava completamente silenciosa. Os olhos de Maia olhavam para um ponto fixo mas sem realmente observar nada. Ela ainda se lembrava de seu olhar; pedindo, implorando por ajuda. Voldemort terminou sua vida a sangue frio, de uma forma que ela mesma não poderia ter pensado. Então ele forçou sua cobra a comer o cadáver dela. Ela se lembrou de como Draco segurou sua mão por baixo da mesa, e como ela respondeu com a mesma força. Naquela noite nenhum dos dois dormiu.
— Com licença. — Maia disse, e se levantou da cadeira. Ela estava em um lugar novo, não sabia para onde poderia ir, mas precisava sair dali e se livrar daqueles olhares de pena. Ela parou quando uma voz abafada saiu de uma pintura.
— Traidores! Sua lama- oh! — Maia havia descoberto a pintura e se viu cara a cara com uma mulher de pálpebras caídas e profundos olhos negros. — Uma Malfoy-Black! Que alegria! Você merece esta casa, você é puro, não como aqueles...
— Ah, cale a boca, sim? — e ela puxou a cortina novamente.
Ela subiu as escadas, curiosa, e tentou ser cuidadosa quando o segundo degrau rangeu sob seus pés. Na frente dela havia três quartos com as portas fechadas e um longo corredor. Ela tentou abrir todas as portas, mas nenhuma cedeu, então ela abriu a porta no final do corredor, que estava entreaberta.
Era mais velho do que ela esperava. Havia poeira por toda parte, como se não fosse usada há muito tempo. Livros e pergaminhos estavam espalhados sobre a mesa, e as prateleiras estavam cheias de livros com tomos cheios de sujeira. Algo na parede chamou sua atenção. Parecia uma tapeçaria, mas também estava um pouco suja.
Ela o limpou com a manga de sua jaqueta, sem se importar se estava manchado ou não. Ela soprou e tossiu um pouco quando a poeira entrou em suas narinas. Ela ergueu as sobrancelhas sobre a tapeçaria: era a famosa árvore genealógica dos Black. Ela se guiou entre todas as pessoas pelo dedo, tentando decifrar os nomes de todos, relacionando-os com as fotos que haviam sido atribuídas a cada um.
Ela reconheceu facilmente Bellatrix, ligada por um vínculo matrimonial a Lestrange, sem descendência. Ao lado dela, um borrão preto, e ela podia ler Andrômeda Black. Sua prole também foi apagada, como seu marido. Depois foi a vez de Narcissa. Seu desenho era de anos atrás, e ela reconheceu as semelhanças que tinha com sua mãe. Uma flecha saiu de sua união com Lucius, e culminou em mais dois desenhos: Maia e Draco Malfoy. Ela engasgou quando se viu na tapeçaria. Foi uma obra-prima.
— Você se encontrou? — Maia pulou, assustada. — Eu não queria te assustar.
— Estou bem aqui. Há mais um buraco ao lado de Bellatrix. Era de Sirius Black, certo?
Gina assentiu. — Ele era o padrinho de Harry. Quando estávamos no Ministério, Bellatrix o assassinou. Ele não está mais na tapeçaria porque quando ele entrou em Hogwarts ele foi classificado na Grifinória, e sua família o deserdou. Ele se isolou totalmente dos Blacks, e se juntou à Ordem da Fênix assim que pôde, demonstrando lealdade a tudo o que tinha que odiar. Você se parece um pouco com ele.
— Muito atencioso de sua parte, já que você acabou de me dizer que minha tia o assassinou.
Gina bateu levemente no braço dela. — Você sabe o que quero dizer. Sirius era um bom homem. Incompreendido ao longo de sua vida, ele não tentou ser algo que não era. Ele lutou pelo que realmente acreditava.
— Tire uma foto do meu nome na tapeçaria porque não vai durar muito. Temos que nos apressar e encontrar as horcruxes restantes.
— Restante?
— Alguns dias atrás, seu irmão destruiu o medalhão da Sonserina com a espada da Grifinória. Ele sabe disso, então temos que nos apressar e encontrar e destruir o resto. Ele está fraco, mas não podemos dar a ele tempo para se recuperar e recuperar o poder.
A ruiva franziu a testa, confusa. — Como você sabe disso?
— Quando Potter abre a boca, todos vocês acreditam nele sem questionar nada. Se eu fizer isso, estou louca?
— Tudo bem, então. Eu acredito em você.
Elas ficaram em silêncio por alguns momentos, mas a mão de Ginny alcançou a de Maia mesmo no escuro. A Malfoy entrelaçou os dedos.
— Obrigada pelo que aconteceu antes. Você sempre aparece bem a tempo de nos salvar.
— Você não tem nada para se preocupar. Eu farei o meu melhor para ter certeza que nada aconteça enquanto eu estiver lá.
— Eu acho que você é uma boa pessoa, Malfoy.
Maia bufou. — Você tem uma opinião tendenciosa, Weasley. — ela fechou a porta com um chute suave e olhou para Gina. — Eu tenho que sair logo. Se eles perceberem que eu fui, tudo será um caos.
— Você não pode ficar conosco? Você é maior de idade, você pode se juntar à Ordem, nada vai acontecer com você, você estará protegida.
— Eu não posso ir agora, Gina. Eu tenho tarefas para cuidar, e se eu desaparecer agora vou jogar todos os meus esforços no lixo. Eu tenho que aguentar mais um pouco. — Maia afastou uma mecha de cabelo do rosto de Gina. — Há algo que eu tenho que te dizer.
— Oh, essas palavras e esse rosto. Você não está terminando comigo, está?
Maia ergueu uma sobrancelha. — Há algo para terminar? — ela sorriu quando Gina bateu nela novamente. — Na verdade, é o oposto. Você vê, no dia de Natal nós jantamos, todas as famílias juntas - você sabe, as famílias de sangue puro da Sonserina - e ficamos bêbados. Daphne - eu não sei se você a conhece pessoalmente estava muito bêbada e, bem, ela me beijou.
O rosto de Gina caiu. — Você...
— Não, não! Ela estava muito bêbada e provavelmente não se lembra, mas eu me lembro do que senti, e definitivamente não é metade do que sinto quando você faz isso. O que estou tentando te dizer é que percebi que eu não preciso de ninguém além de você. Eu nunca esperei sentir isso por você, mas isso não significa que eu me arrependa, Gina. Eu não sei se algum dia sairemos desta guerra, e as circunstâncias não são os melhores, mas eu gostaria de estar com você. Não sei se é o que você quer, nem o que você quer especificamente, mas...
Gina a beijou apaixonadamente. Maia soltou um suspiro relaxado ao sentir seus lábios nos da ruiva. Este era o sentimento.
— Eu precisava disso. — Maia sussurrou contra seus lábios quando elas se separaram. — Eu estou ficando louca por você, Gina.
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