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𓏲 . METANOIA . .៹♡
CAPÍTULO SEIS
─── PLANO EM AÇÃO
7 DE JUNHO DE 1994
OS EVENTOS DA noite anterior causaram um rebuliço entre todos os alunos de Hogwarts.
Embora a grande maioria deles tenha demonstrado medo e, de certa forma, surpresa, os primeiros a começar as provocações foram os da casa das cobras. Draco, Crabbe e Goyle estavam assustando os mais novos no castelo, com seus capuzes e fingindo estar segurando seus pés, e quando as crianças se assustavam, então o trio pulava sobre eles, rosnando e fazendo caretas. Tudo isso diante do olhar ausente de Maia, que, junto com Blaise, era a única que não tinha rido daquelas piadas.
Maia gostava muito do professor Lupin. Ela acreditava que ele era o melhor professor que ela teve durante esses três longos anos, e a ideia dele sair para sempre não era muito atraente para ela. Ele foi o único que incentivou os alunos de tal forma que assistir às aulas, mais do que uma obrigação, acabou sendo uma fuga da realidade. Eles eram sempre divertidos, interessantes, e Lupin não lhes passava muito dever de casa.
Ela sabia que sempre se lembraria daquela aula em particular. Eles dividiram um turno com os grifinórios, e havia uma atmosfera tensa para o jogo que seria disputado em breve. Todos eles se alinharam, girando entre Sonserina e Grifinória. Os alunos à frente dela gritaram Ridikkulus para afugentar seus bichos-papões. Ela podia sentir os nervos ao seu redor; ninguém queria que eles vissem seu maior medo, embora alguns deles fossem realmente estúpidos. Outros, como Morte ou Voldemort, fizeram os alunos olharem com os olhos arregalados, imaginando como aquelas figuras poderiam ser tão realistas.
Quando chegou a vez de Maia, as crianças atrás dela estavam espiando para ver qual era o maior medo da famosa Malfoy. Aqueles que já tinham feito seu próprio bicho-papão desaparecer também giravam em torno de Lupin e Maia. O professor franziu a testa quando a porta do pequeno armário não se abriu. A loira olhou para ele por alguns segundos, imaginando, esperando que o professor lhe dissesse o que fazer a seguir.
Então começaram os murmúrios. Cada um deles teve que enfrentar um bicho-papão, mais ou menos horripilante, mas houve uma mudança de figura por sua vez. Enquanto isso, Maia ainda esperava por algo que a assustasse profundamente. Draco tinha seu próprio bicho-papão, até Crabbe e Goyle, que pareciam duros como pedra.
Lupin chutou o armário algumas vezes, e já que nenhuma criatura ainda apareceu, ele sorriu um pequeno sorriso.
— Parece que está quebrado. Vou consertar para você usar em outra aula, ok? Vamos continuar.
O coração de Remus Lupin afundou um pouco quando viu o rosto triste de Maia. Ele queria encorajá-la e dizer-lhe que isso poderia significar algo bom, que ela não tinha medo de nada e que ela poderia se considerar uma garota muito corajosa. Mas o que Lupin não sabia era que a Malfoy não queria ser corajosa, ela queria ser como todo mundo, mesmo que isso significasse ter um medo profundo de alguma coisa.
Maia lembrou que Lupin continuou aquela aula como se nada tivesse acontecido, mas seu humor mudou completamente. Ela sentiu olhares na nuca, quase como se estivessem sussurrando sobre ela, mas decidiu não dar mais importância. Poderia ter quebrado apenas quando era a vez dela, certo?
A Malfoy se levantou da mesa da Sonserina sob o olhar atento de alguns de seus companheiros. Draco e seus companheiros ainda estavam fazendo suas coisas, então eles nem perceberam que a jovem loira havia deixado o Salão Principal.
Ela sabia muito bem para onde queria ir e o que deveria estar fazendo, porque durante todo o jantar ela só olhou para a cadeira vazia do professor Lupin. Ela chegou a sua sala, e sua porta estava escancarada, então ela assistiu a cena até que o jovem professor a notou.
— Merlin, você me assustou. — Lupin colocou a mão no peito e sorriu levemente. — Você deveria estar jantando, o que você está fazendo aqui?
— Você está indo.
Remus estalou a língua e suspirou. Então ele se sentou.
— Eu preciso, senhorita Malfoy. Não é mais seguro para todos vocês. Eu poderia machucá-los, e nunca me perdoaria.
— Eu não me importaria, realmente. — Maia disse e Lupin riu. — Eu prefiro que você esteja aqui com todas as consequências do que você indo embora. Você é um bom professor.
— Estou lisonjeado, senhorita Malfoy, mas infelizmente não depende de você. Dumbledore e McGonagall garantiram que eu entendi a mensagem. Os pais não vão me querer aqui depois de tudo, e eu entendo. É hora de eu ir para casa.
Maia engoliu em seco e olhou para o chão. Ela se sentiu terrível porque o maior segredo de seu professor favorito tinha vindo à tona e havia pessoas, como seu irmão, tirando sarro disso.
— Lamento que sua privacidade tenha sido invadida assim. Você fez tanto por nós, e a forma como lhe pagamos é olhando para você como se fosse uma fera. — Remus inclinou a cabeça. — Eu não acho que você seja. Eu acho que você é muito melhor do que qualquer outro humano normal. — Maia se aproximou do professor, sem se importar se a porta ainda estava aberta ou não, e sentou-se ao lado dele, em sua cama, e sussurrou. — Eu também tenho um grande segredo. E como conheço o seu, acho justo se eu lhe contar o meu.
Remus sorriu largamente. — E o que seria?
— Eu gosto de garotas.
Lupin a princípio ficou surpreso, porque esperava tolices, mas lá estava ela, confessando a ele seu maior segredo.
— Tudo bem, Maia. Você tem quatorze anos, é bom que você se conheça tão bem. Estou orgulhoso de você.
HOJE
Na semana passada, os irmãos Malfoy e Eden tinham sido praticamente inseparáveis. Era difícil não vê-los andando juntos pelos corredores, com Draco colocando o braço em volta dos ombros da irmã enquanto Eden andava alguns metros à frente deles, fingindo estar incomodado com a solidão, mas virando-se rindo quando conseguia arrancar um sorriso dos Malfoy. Outras vezes eles giravam em torno da mesa da Sonserina no Salão Principal, com o tabuleiro de xadrez mágico diante deles, e enquanto Eden e Draco duelavam pela milésima vez, Maia observava, com a mão apoiada no queixo, e dizia o que cada um tinha que fazer para derrotar o outro.
Como Draco havia previsto naquela noite - que agora parecia tão distante - começou a nevar em Hogwarts. No entanto, apenas alguns poderiam apreciá-lo, por mais que parecesse tão básico. Os Carrows tinham sido rígidos com suas regras: ninguém, a menos que autorizassem, poderia deixar o castelo, nem mesmo no jardim ou no Lago Negro para respirar um pouco. Maia lamentou ver os rostos dos jovens, mas não conseguiu evitar usar esse privilégio em seu benefício.
Eles aproveitaram aquele tempo frio para dar uma volta por Hogsmeade, comprar alguns doces - eles praticamente tiveram que implorar para entrar na loja – e tomar uma bebida quente. O Três Vassouras permaneceu fechado indefinidamente, então eles tiveram que bater na porta da Pousada Cabeça de Javali, mas ninguém decidiu abri-los, então eles voltaram para o castelo com os bolsos cheios, mas com o estômago vazio.
Foram momentos como este que deixaram Maia verdadeiramente feliz. A menina não sabia se já havia se ficado plenamente feliz, vivia de momentos e lembranças que a faziam sorrir, mas ficava se perguntando se isso era ser feliz. Ela olhou para o irmão, com os cantos dos lábios levantados e os olhos brilhando, e Éden, ao seu lado, balançando os cabelos da garota e mostrando a língua, e então percebeu que a única coisa que poderia fazê-la feliz eram eles.
Precisamente por isso, em momentos como este, ela sabia que tinha que continuar sua missão não importa o que acontecesse, sem medo de ser descoberta ou pior, assassinada.
Naquela noite estavam todos de bom humor. O trio, junto com Blaise, Pansy e Daphne, estavam jantando animadamente na mesa da Sonserina. Maia poderia até jurar que viu Blaise sorrir, o que acontecia muito raramente. As outras duas garotas iniciaram uma conversa imediatamente, garantindo que umas férias de Natal incríveis as aguardassem. Eles iriam juntos, com os pais do Greengrass, esquiar na França, e quem sabe, Pansy acrescentou, eles poderiam conhecer alguns garotos franceses e decidirem não voltar.
— E você? O que você vai fazer? — Daphne perguntou, com um garfo na boca.
Draco olhou para sua irmã, e ela retornou seu olhar, seus olhos escurecendo.
— Ainda não sabemos. Com tudo o que está acontecendo, não sei se nosso pai... — Draco parou, e então limpou a garganta. — Ele pode querer ficar aqui este ano.
Os outros ficaram em silêncio e seus sorrisos gradualmente desapareceram.
— Desculpe, pessoal. Eu não queria. — Daphne se desculpou, fazendo beicinho.
Maia pegou torta de maçã para se manter ocupada. Seu apetite às vezes desaparecia, mas ela não podia deixá-los saber que estava preocupada. Logo, ela e seu irmão retornariam à Mansão Malfoy, e ela se desesperava por não saber o destino que os aguardava ali. Ela não queria acordar uma manhã e verificar se Voldemort ainda estava de pé em sua sala, esperando os dois irmãos tomarem café da manhã.
Aos poucos, o diálogo recomeçou. Tinha sido um pouco tenso no começo, mas o charme natural de Eden ajudou a levantar os ânimos. Acontece que Pansy estava mais do que feliz com as aulas de Estudo dos Trouxas de Amycus, contando tudo o que ela sempre acreditou. Blaise, por outro lado, discordava das aulas de Artes das Trevas, pois, como Daphne acrescentou, eles preferiam aprender novos feitiços a duelar ou torturar pessoas muito mais fracas do que eles.
Maia apoiou o cotovelo na mesa e empurrou o prato agora vazio. Ela olhou ao redor e ficou um pouco desapontado ao ver que eles eram o único grupo que falava com sorrisos em seus rostos. Isso não era Hogwarts; sempre havia uma agitação, crianças correndo, risos ao fundo, professores sentados à mesa, conversando entre si. E, no entanto, agora não havia nada disso. Ela olhou desinteressadamente por cima do ombro de seu irmão, que estava sentado à sua frente, mas novamente imerso na conversa. Pelo menos ele não está sozinho, ela pensou.
Ela odiaria pensar que seu irmão se sentia sozinho, assim como ela se odiou quando Draco confessou suas preocupações sobre sua situação. Ela amava seu irmão mais do que sua própria vida, e tudo o que ela queria era vê-lo bem. Ela poderia estar sozinha, vazia e desapontada com sua vida, mas não permitiria que isso acontecesse com Draco.
Uma cabeça ruiva chamou sua atenção. Ginny Weasley estava sozinha na mesa, seus braços cruzados sobre a mesa e olhando para ela. Maia decidiu segurar o olhar dela, mesmo não sabendo por que estava olhando para ela, se já havia deixado claro o que pensava dela dias atrás. Não havia sentido em lidar com a Grifinória; ela nunca seria capaz de deixar o passado para trás e perceber que não era como as outras.
De repente, algo atingiu seu rosto e ela instintivamente fechou os olhos. Ao abri-los viu que a menina ria baixinho, e Maia pensou que era a primeira vez que a via rir. Ela era indubitavelmente atraente, com seu cabelo ruivo desgrenhado, seus olhos penetrantes e sua ânsia de proteger os outros ao invés de si mesma. Maia pensou que talvez elas não fossem tão diferentes. Ela lançou-lhe um olhar furtivo novamente antes de olhar para Eden.
— Você está zoando. — Maia olhou para ele e esfregou a testa, bem onde a cereja a atingiu.
— O que você está olhando? — o menino sussurrou e se virou.
Maia seguiu seu olhar até o do garoto, e viu a Weasley olhar de volta para sua mesa. Ela se sentiu sobrecarregada quando os dois sonserinos olharam para ela, então ela desviou o olhar para sua comida. Eden se virou para olhar para Maia e balançou a cabeça enquanto revirava os olhos.
Maia não conseguia explicar a sensação, mas lhe dava certa satisfação ver como a grifinória a procurava. Além disso, agora que ela sabia que estava olhando para ela, começou a se sentir observada, mas lisonjeada.
★
A Malfoy não registrou as noites em que passou sem dormir, mas essa era mais uma. Ao redor dela, Pansy e Daphne dormiam pacificamente. Elas voltaram para o quarto muito mais tarde do que ela, mas fecharam os olhos imediatamente enquanto ela ainda estava acordada, embora disfarçada. Ela suspirou profundamente e se levantou.
2h42 da manhã. O momento perfeito para realizar seu plano.
Ela não conseguia tirar da cabeça o que Ginny e companhia estavam procurando no escritório do diretor. Ela não conseguiu obter respostas do trio, mas esperava descobrir por si mesma, não importa o que custasse. Ela sabia que estava correndo muito risco - pode até não haver nada útil lá - mas o fato de o trio ter arriscado suas vidas para fazê-lo, fez valer a pena tentar descobrir o que eles estavam procurando.
Ela vestiu roupas confortáveis, sabendo que em uma emergência teria que correr. Ela prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e amarrou os cadarços dos sapatos, tentando não fazer barulho. Felizmente, suas colegas de quarto dormiam profundamente, então elas também não ouviram como ela fechou a porta.
Ela foi na ponta dos pés até um dos quartos dos meninos. Ela enfiou a cabeça para dentro e olhou para os três meninos dormindo. Draco estava com o cobertor até o pescoço, então a única coisa que se destacava na cama era seu cabelo prateado. Aproximou-se da cama de Éden, que dormia pacificamente, as feições dele relaxadas e o cabelo desgrenhado.
— Éden... — ela sussurrou. Ela tentou movê-lo, mas ele reclamou um pouco e tentou se virar. No entanto, Maia agarrou seu braço e não o deixou. — Está na hora.
Ouvir essas palavras despertou o menino. Ele esfregou os olhos distraidamente e se levantou. Ele se preparou para se vestir, mas olhou para Maia com o cenho franzido. — Sair.
— O quê? Não. Eu tenho que me certificar de que você não vá para a cama novamente. — Maia respondeu indiferente. — Não é nada que eu nunca tenha visto antes.
— Idiota. — Eden murmurou enquanto colocava as calças.
Saíram da sala momentos depois, tentando, mais uma vez, não fazer barulho. Houve um silêncio completo na Sala Comunal, exatamente como eles esperavam - e como eles esperavam que fosse no resto da escola.
— Lembre-me o plano novamente, por favor. Eu sinto que ainda estou sonhando. — falou Éden, esfregando os olhos.
— É melhor você estar acordado. Eu entro, você fica do lado de fora e olha para fora. Eu encontro alguma coisa, eu pego e vamos embora. Eu não encontro nada, nós vamos embora. Eles nos pegam, estamos mortos. Está claro? — Maia franziu a testa quando percebeu que soava como seu pai. Mesmo assim, Eden assentiu.
— Não se preocupe, hein? Eles estão dormindo. Eles acham que ninguém vai ter coragem de vagar pelo castelo à noite, muito menos entrar no antigo escritório de Dumbledore. Todo mundo sabe o que eles fizeram.
Maia assentiu e engoliu imperceptivelmente. Merlin sabia o que poderia ter acontecido se ela não tivesse aparecido de repente. Eles chegaram ao último andar pouco depois, depois de observar cada canto e certificar-se de que todos os corredores daquele andar estavam vazios.
— Não há mais senha. Duvido que eles sejam espertos o suficiente para lembrar de coisas como sorvete de limão. — Éden riu um pouco, querendo que Maia se sentisse um pouco menos preocupada.
No entanto, isso não funcionou. Maia era uma pessoa que se importava muito com as coisas que importavam para ela, e até que ficasse claro que podia fazer uma coisa, ela não fazia. Ela se preocupava com cada detalhe e elaborou um plano perfeito para que ninguém pudesse interrompê-la. Éden sabia que Maia nunca desistiria de tentar proteger a vida de seu irmão e, embora isso parecesse extremamente imprudente, também a honrava e a enchia de coragem.
— Então, para ser claro. Estamos procurando por algo importante, certo? Um objeto de Hogwarts - Corvinal, Lufa-Lufa ou Sonserina. Ou o diadema, o medalhão ou a taça. Eu fiz algumas pesquisas para descobrir o que estávamos procurando e olhe, eu os desenhei para você. — Eden tirou um pedaço de papel do bolso, meio amassado, mas quando o entregou a Maia, abriu a boca.
— Estes são realmente bons. Eu não sabia que você podia desenhar tão bem.
Eden olhou para ela, duvidoso. — Há coisas sobre mim que você não sabe.
Mas Maia nem estava prestando atenção nele agora. Ela estava olhando atentamente para o desenho. Ela então guardou o papel no bolso e subiu.
Dizer que ela estava nervosa era um eufemismo. Ela sabia que tanto ela quanto Eden se arriscavam muito ao realizar aquele plano, mas embora Éden pudesse traí-la e fugir assim que visse uma figura aparecer na esquina, ela estava agora cega e surda, guiada apenas pelas palavras de Éden. Se o plano desse errado e eles descobrissem o que ela estava fazendo, ela poderia estar morta.
O escritório de Dumbledore não mudou muito. Ainda havia prateleiras cheias de livros, os retratos dos antigos diretores que, por sorte, dormiam. Sua mesa estava intacta, mas agora com documentos de Carrow ou Merlin sabe o quê. A lua iluminava seu rosto pela janela, e ela aproveitou a pouca luz que era fornecida para vasculhar gavetas e armários abertos. Ela só tropeçou em registros de alunos, cada ano mais velhos que o anterior, mas sem sorte com objetos estranhos.
Ela olhou ao redor e pensou onde Dumbledore poderia esconder algo valioso. Ela passou as mãos pelo rosto, tentando não perder a calma. Ela entrou na pequena sala longe do escritório, mas descobriu apenas o suporte onde Fawkes, a fênix de Dumbledore, sempre se prostrava. Agora estava vazio.
Depois de alguns minutos ela já havia aberto todas as gavetas que havia encontrado, havia até algumas que ela teve que conjurar para abri-las, mas ou estavam vazias ou não continham nada de relevante. Ela começou a perder a paciência.
Ela não podia acreditar que o trio de amigos tinham arriscado tanto por nada. Ela se sentiu zangada com eles por terem desperdiçado seu tempo, mas mais consigo mesma por ter sido enganada por isso. De mãos vazias, ela desceu as escadas em espiral, tomando cuidado para não fazer barulho ou atrair a atenção de ninguém.
Éden estava encostado na parede, bem em frente ao escritório do diretor. Ele estava com os braços cruzados e a cabeça baixa, como se não estivesse prestando atenção agora. Maia se permitiu encará-lo.
— Que porra você está fazendo? — Maia sussurrou entre gritos.
— O quê? Ninguém está aqui, certo? — Éden murmurou. Então ele deu de ombros. — Isso foi o que eu pensei. O que você encontrou?
— Nada! — Maia levantou a voz dessa vez. Ela percebeu seu erro e o abaixou. — Procurei em todos os lugares. Não há nada lá, Éden.
O menino xingou baixinho e quase lançou a lanterna em sua mão.
— Então é melhor irmos. Vamos procurar novamente em outro lugar, ok? — ele tentou acalmá-la, acariciando seu braço. — Você acha que há algo aqui?
Maia suspirou e olhou para ele. — Pensei que sim, mas agora não tenho mais certeza. A única coisa que tenho certeza é que não há nada em seus quartos. Ele não é tão estúpido por ter mantido algo realmente valioso para ele na frente de alguém, não. O Carrows não tem isso, não faz sentido. Eu não acho que ele confia neles o suficiente para dar a eles algo tão poderoso. Deve ser onde ninguém nunca procurou antes, ou nas mãos de alguém que ele confia profundamente.
— Ou ambos. — Eden disse. — Você disse que há pelo menos três deles que podemos encontrar. A cobra está sempre com ele. Então, os outros três têm que ser espalhados. Ele não pode ter colocado todos no mesmo lugar. Então, eles têm que ser onde ninguém olhou e seguro nas mãos de alguém que nunca o trairia.
Atingiu Maia como um caminhão.
— Oh meu Deus. É Bellatrix. Ela nunca demonstrou uma grande admiração. Ela deve estar guardando alguma coisa. — Maia colocou a mão na testa, como se estivesse cansada. — Eu não sei como eu não percebi antes.
— Bem, você tem que descobrir. Você acha que é na casa dela?
— Não, ela mora conosco agora e nunca deixaria esse objeto desprotegido.
Éden deu de ombros. — Então você vai ter que perguntar a ela.
— Você está louco? Ela nunca pode saber que eu perguntei algo assim. Além disso, não é como se ela fosse me dizer.
— Tem que haver alguém que saiba. Você sabe, no caso de alguma coisa acontecer com ela.
Foi a segunda vez consecutiva que a percepção veio.
— Minha mãe. Ela tem que saber.
Eden olhou para ela como se ela fosse louca. — Você acha que Narcissa vai te contar? 'Vai perguntar assim: 'Então, mãe, você sabe por acaso onde Bellatrix mantém uma horcrux?' Sim, não é grande coisa.
Maia sorriu sombriamente.
— Ela vai. Ela me deve uma.
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