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Cap 9





Diana

Termino de fazer o suco de limão e coloco-o em uma jarra, assim indo em direção à mesa, mas antes retiro as torradas da torradeira, colocando-as sobre o prato. Ao me aproximar retiro duas das torradas que fiz e deixo-as em outro prato, que seria o de Apollo, entretanto ele provavelmente não acordou, por causa dos machucados ainda expostos em seu corpo.

Sento-me e logo começo a comer minhas torradas, enquanto reparo na floresta com todas as folhas no chão, mas pela primeira vez sendo iluminada pela luz do Sol, que não está sendo coberto pelas pesadas nuvens cinzas que ficaram rodando a cidade desde que eu cheguei a esta casa.

Minha mente vagueia para a discussão que tive com Apollo na noite passado. Nós dois estávamos mais uma vez errados, ele por ter dito aquelas coisas e eu por ter perdido a paciência sendo que era naquela hora que eu devia ter. Talvez pelo fato de eu ter sido uma caçadora eu sempre estou preparada para rebater automaticamente as pessoas, não importa como elas tenham pensado em dizer ou agir.

Respiro fundo e coloco um pouco de suco no meu copo, agora levando aos meus lábios e faço uma careta, pois ele estava mais amargo do que normalmente é, provavelmente eu havia usado muito mais limão do que água.

-Devia ter usado o açúcar- ouço a voz de Apollo e me viro no mesmo instante, encontrando-o apoiado no batente da porta.

Arregalo os olhos quando reparo suas asas expostas e percebo que ele não havia dado o trabalho de trocar de roupa, pois ainda estava com as mesmas calças, sendo que apenas sua camisa se encontrava diferente, já que a outra havia sido rasgada. Vejo que sua mão está pressionando o braço machucado e ele ainda respirava com um pouco de dificuldade pelo movimento de seu tórax, mas parecia bem melhor do que a última vez que eu o vi.

-Eu não ponho açúcar nas coisas- digo simplesmente e resolvo não respondê-lo de forma grossa, não precisamos ficar com brigas infantis.

-Devia pôr em algumas, elas ficam realmente melhores- ele me diz e vejo-o andar até a mesa e se sentar em uma cadeira oposta da minha, ficando de frente para mim e eu não consigo deixar de olhar mais uma vez suas asas.

-Você está se sentindo bem? - pergunto para ele e desvio meu olhar para minha torrada que estava pela metade.

Levo-a até minha boca e dou mais algumas mordidas, terminando com a primeira e assim pegando mais um pouco de manteiga, começando a passar na minha segunda. Durante esses gestos eu levanto o meu olhar, vendo que ele continuava me encarando, sem tirar os âmbares de mim, observando cada gesto que faço.

- Algum problema? - pergunto desconfortável e vejo-o tirar seu olhar das minhas mãos e guiar até meu rosto, provavelmente encarando o fundo dos meus olhos, assim como eu faço com os dele.

- Obrigado por ontem- ele diz curto, me fazendo levantar a sobrancelha pelo seu agradecimento.

- Você precisava de ajuda e cuidados, eu apenas dei o que você precisava- digo da mesma maneira e fecho os meus olhos ao perceber que essa não seria uma resposta para o momento, sendo ela muito grossa.

Ouço ele se mexer na cadeira e suspirar fundo, me fazendo abrir os olhos, mas não o encaro. Levo minha torrada até a minha boca e dou duas mordidas, em seguida levo minha mão livre até o copo de suco e bebo um pouco do conteúdo. Suspiro fundo e coloco o copo de volta na mesa, mais uma vez sentindo o gosto azedo na minha boca, com certeza eu havia usado mais limões do que o necessário.

Vejo Apollo se movimentar e logo suas mãos vão até a jarra junto ao copo que eu havia posto para ele. Vejo-o encher de suco até a metade e em seguida colocar um pouco de açúcar, misturando e logo estendendo em minha direção, me fazendo levantar a sobrancelha pelo gesto repentino dele.

-Prove, tenho certeza que irá gostar- ele fala e eu o encaro desconfiada, mas resolvo pegar o copo de sua mão.

Levo o recipiente perto do meu nariz e analiso um pouco o cheiro, vendo que não havia mudado em nada, por isso meus olhos se fixam na cor que também não havia se alterado.

-Vamos Diana, não tem nenhum veneno aí- ele diz, mostrando estar um pouco impaciente com a minha demora. Eu por outro lado levanto o meu olhar para o dele.

- Você disse isso da última vez- digo para ele, lembrando-me da última vez que ele me ofereceu bebida e eu acabei ficando paralisada.

Um sorriso discreto surge nos lábios dele, que junta suas mãos e apoia os cotovelos em cima da mesa, para em seguida apoiar o queixo, me observando agora.

- Dessa vez eu prometo que não tem nada, apenas açúcar- ele diz e eu olho mais uma vez para o braço machucado em que ele estava apoiando, sendo que havia melhorado muito desde a última vez que eu vi, apenas pelo inchaço ter diminuído.

-Está bem! - digo revirando os olhos e levo meus lábios até o líquido, dando alguns goles e assim sentindo um gosto mais doce, me fazendo querer dar mais goles.

Esvazio o copo rapidamente e sinto meu rosto corar pela minha ação, me fazendo desviar o olhar e colocar a minha mão à frente do meu rosto, fingindo estar limpando alguma coisa, apenas para não ficar tão à mostra.

-Gostou? - ele pergunta e eu o encaro de relance, sem tirar minha mão do meu rosto.

-É aceitável- falo contragosto, mas eu realmente havia gostado, só não queria dar o gostinho de satisfação para ele.

Retiro minha mão e logo termino de comer minha segunda torrada, terminando de tomar o suco amargo que da próxima vez possuirá açúcar.

-Desculpa- ele diz baixinho e eu levanto a sobrancelha mais uma vez, encarando ele que suspira fundo e agora não possui mais o pequeno sorriso em seu rosto- Eu não devia ter dito aquelas coisas para você ontem, você só estava me ajudando e eu acabei me expressando mal- ele fala sinceramente comigo e vejo que se sente desconfortável nesta situação.

-Eu também te peço desculpas, eu também estava errada por ter brigado com você, mesmo você tendo feito aquilo. Na verdade, acho que podemos nos considerar quites- digo tentando amenizar o clima e vejo-o assentir levemente com a cabeça.

-Podemos dizer isso então. Tentarei não falar mais esse tipo de coisa, eu sei que está sendo difícil para você, mas temos que tentar nos ajudar- ele fala e eu assinto em concordância com suas palavras.

-Acho que temos que ser um pouco mais tolerantes, inclusive eu- falo sinceramente para ele- Além do mais, não vou ficar sendo sarcástica toda hora e desejar "educadamente" uma boa noite para você- falo brincando, devido as duas vezes que eu briguei com ele de noite terem terminado da mesma forma.

Vejo Apollo rir sutilmente e eu me permito entreabrir meus lábios em um pequeno sorriso, mas ainda não confortável o suficiente perto dele. Ele se ajeita mais uma vez na cadeira e faz uma leve careta de dor, logo estendendo o seu braço não machucado e minha direção.

-Acho que podemos tentar nos tolerar e nos ajudar- ele diz sincero e eu estendo também o meu braço, apertando a sua mão em confirmação.

-Acho que podemos conseguir alcançar nossos objetivos- digo de modo sutil e mostrando que eu sei que ele possui um interesse por trás de me ajudar.

Depois do aperto de mãos nós voltamos a nossa posição inicial e eu pego meu copo, enchendo-o até a metade com suco de limão e em seguida colocando um pouco de açúcar, saciando um pouco do gosto diferente.

-Eu te perguntei ontem- ele inicia, tentando criar uma conversa, mas consigo perceber que tanto ele como eu estamos desconfortáveis e ainda não acostumados com a situação- Mas eu não me lembro bem da resposta, esteve pintando ontem à noite? - pergunta, mordendo o segundo pedaço da sua torrada.

- Sim. Você tinha me perguntado isso, mas por causa da febre não deve ter raciocinado direito na hora- falo dando de ombros e termino de tomar meu suco, colocando o copo sobre a mesa.

-Entendi- ele diz e assim a conversa se encerra, sem nenhum dos dois lados conseguirem se pronunciar direito, demorará um pouco até que consigamos manter uma conversa.

Levanto-me da mesa e percebo que o olhar dele recai sobre mim, me fazendo encará-lo, mas não fixamente para suas âmbares. Pego meu parto e meu copo, levando-os até a pia e deixando-os lá.

-Irei à floresta, você sabe- falo com ele que assente sem precisar de mais explicações- Depois vou tomar um banho pra poder tirar a sujeira da tinta que não deu tempo ontem, se precisar de alguma coisa. Mais tarde eu olho como está o seu curativo e se precisa de trocar- falo para ele, andando em direção a porta de vidro que dá para a floresta.

-Eu não sou um bebê Diana, eu sei me cuidar- ele fala e eu suspiro fundo, vai ser muito difícil conviver com ele.

- Você também disse isso da última vez e quase não estava conseguindo andar- profiro e não espero a resposta, saindo pelo gramado e andando em direção à floresta.

(...)

Termino de por minha calça de moletom e agora pego minha blusa de frio, que possui dois rasgos nas suas costas, assim permitindo que minhas asas passem. Suspiro fundo olhando para minhas penas, sendo que algumas ainda se encontravam sujas de tinta, pois eu não havia conseguido tirar elas e mesmo tentando doía muito, me fazendo lembrar daqueles dias que eu gostaria de esquecer.

Ao terminar de pôr o par de meias nos meus pés eu me dirijo para fora do quarto, andando pelo corredor e avistando a escada, descendo os degraus cuidadosamente e indo em direção à sala, onde encontro Apollo sentado em uma das poltronas, lendo um livro com capa preta e detalhes dourados.

Vejo-o desprender a atenção do livro e seus olhos vão para a minha direção. Seus olhos percorrem todo o meu estado, mas eu não me abalo, continuando meus movimentos e assim me sento na outra poltrona de frente para ele, observando-o da mesma maneira. Seu rosto estava ganhando um pouco de cor, mas eu conseguia ver que o seu braço machucado não aguentava fazer nenhum esforço, tanto que estava de repouso no braço da poltrona.

- Você devia cuidar melhor delas- ele fala simplesmente e não tira os olhos das minhas asas.

Levo meu dedo indicador até minha boca e mordo a ponta dele levemente, machucando-o um pouco e retirando algumas pelinhas soltas, abrindo novas feridas.

- Você devia parar de querer dar opinião nessas coisas- respondo no mesmo tom para ele e vejo em sua face que ele percebe que não devia ter dito aquelas palavras.

-Desculpa- ele fala e fecha o livro que estava em sua mão, colocando-o em cima da pequena mesa à sua frente- É que eu não tenho muito o costume de conviver com uma mesma pessoa durante muito tempo- ele diz meio desconfortável e eu suspiro fundo, retirando meu dedo indicador de perto da minha boca.

- Eu por outro lado sempre tenho uma resposta grosseira, por ter vivido em um meio que ou você perde ou você sobrevive- digo e vejo-o guiar seus olhos até os meus, me fazendo ver a compreensão expressada nos âmbares.

Um silêncio se instaura mais uma vez entre nós dois e eu desvio um pouco o meu olhar, reparando em um dos quadros que havia na casa, olhando as cores diversificadas que o pintor usou. Reparo também que o quadro não estava totalmente preenchido, me fazendo ter uma leve impressão que o pintor não conseguiu terminar a pintura dele.

-Eu posso? - ouço a pergunta de Apollo e me viro para olhar para ele, vendo que apontava para as asas que estavam atrás de mim, um pouco sujas devido ao uso de tintas da pintura de ontem.

-Não- digo seriamente e ele levanta a sobrancelha pela minha resposta- Irá doer e eu dispenso sentir essa dor mais uma vez- falo sincera e ouço ele suspirar fundo, se levantando e dando a volta na poltrona, se dirigindo a cozinha.

Ouço o barulho de água na cozinha e franzo a sobrancelha, sem entender direito o que ele estava fazendo. Minha distração vai para o livro que ele estava lendo e eu estendo minha mão para pegá-lo, me fazendo perceber que não era em si um livro de palavras e sim de gravuras.

Vou passando uma por uma, vendo que são vários símbolos diferentes e do lado mostrando o significado, vejo que há alguns com significados religiosos e outros como filosofia de vida.

- Isso era de uma Meli que eu conheci há alguns anos- ele fala e eu me viro, vendo que ele estava com uma bacia de água quente em suas mãos enquanto no braço machucado ele carregava um pano, o que provavelmente não pesava tanto- Ela tinha vários livros ilustrados e com poucas palavras, parece que gostava muito disso e como nós dois éramos crianças ela me deu esse quando nos despedimos- diz e vejo seus olhos se perderem um pouco enquanto falava, mas voltou rapidamente e logo me estendeu a bacia de água quente, que eu pego ainda estranhando.

- Para que é isso? - pergunto e ouço ele arrastar uma mesa para o lado dele, sendo que estava atrás de mim.

- Existem outros jeitos de tirar a tinta sem te machucar- ele fala pegando a bacia das minhas mãos e colocando-a sobre a mesa que estava ao seu lado.

Viro o meu tronco e encaro-o, vendo que estava colocando o pano dentro da bacia e eu levanto a sobrancelha para ele, que faz a mesma coisa comigo.

- Eu posso? - ele pergunta e eu suspiro fundo, me virando para frente e encarando o livro que estava sobre o meu colo.

-Se doer, eu não me responsabilizo nos danos que você irá levar- digo seriamente a ele e não me dou o trabalho de ver ele provavelmente assentindo em concordância.

Continuo mexendo no livro e reparo nos símbolos, vendo que todos eles são muito bem detalhados, tanto no tom de tinta certo que foi usado como os pequenos desenhos que sem eles a figura não seria a mesma.

Arregalo os olhos quando sinto a mão de Apollo encostar levemente na ponta das minhas asas, me fazendo lembrar daqueles malditos caçadores, que arrancaram penas de mim, que me obrigaram a contar quantas penas eles arrancavam e se eu não contasse, eles reiniciavam.

-Para! - grito exaltada e sinto ele se afastar no mesmo instante, me fazendo levar minhas mãos até minha cabeça e eu me inclino para frente, enquanto minhas asas me rodeiam, como se de alguma forma isso pudesse me proteger.

Sinto o meu corpo todo travado e cheio de medo, enquanto meus olhos continuam perdidos naquelas memórias, fazendo com que eu sinta mais uma vez a falta de ar. Isso não acontecia quando eu estava naquele lugar, provavelmente porque Bela tinha alguma coisa mística com ela, o que me fazia me sentir normal e menos perturbada do que agora.

-Diana- ouço a voz de Apollo e eu nego com a cabeça, levando minhas mãos até meus ouvidos, em uma tentativa falha de não escutar sua voz- Me ouça Diana- ele diz e sinto seu braço se aproximar de mim, me fazendo encolher ainda mais.

-Pare, por favor- peço baixinho e no meu subconsciente eu consigo ouvir todos aqueles gritos novamente.

Ouço-o suspirar fundo, mas não levanto minha cabeça em nenhum momento, encarando apenas o livro que estava no meu colo enquanto eu mantinha o meu corpo um pouco inclinado para frente. Tento controlar minha respiração e respirar fundo várias vezes, para assim conseguir me acalmar um pouco, eu estava tendo aquilo que muitos humanos chamam de ataque de pânico.

O tempo passa um pouco e logo eu já estava um pouco mais controlada, respirando com um pouco mais de facilidade e assim eu retiro minhas mãos dos meus ouvidos, levantando a minha cabeça e afastando minhas asas. A primeira coisa que vejo é Apollo sentado em cima da pequena mesa, me encarando um pouco e consigo ver uma leve preocupação no seu olhar.

-Eu estou bem-digo respirando fundo mais uma vez e logo repito o processo, vendo que suas âmbares percorrem por todo o meu corpo e assim parando nos dedos da minha mão.

-Diana voc-ele se interrompe quando eu fecho os meus olhos, não queria ouvir o que ele tinha a dizer, eu não preciso de mais pessoas sentindo pena de mim, já basta eu comigo mesma.

- Sabe- começo e suspiro fundo, pensando se eu deveria falar com ele ou não- Quando eu me transformei nisso eu fui levada para a base dos caçadores e mantida em cativeiro, presa e sem poder enxergar a luz do dia por uns três ou quatro meses. Lá eu perdi total noção de tempo e de espaço, era um lugar muito pequeno e sem vida- digo suspirando fundo e levo minha unha até uma das peles soltas do meu dedão, começando a puxar levemente- Eles tocavam em minhas asas a todo o momento, arrancando penas apenas para ouvirem meus gritos e verem minhas lágrimas, algumas vezes por diversão e outras por vingança. Me obrigavam a contar quantas penas tiravam e se eu não contasse eles reiniciavam, tirando o dobro, apenas por não ter cumprido aquilo que eles me mandaram- admito e sinto meu cérebro voltar aquelas lembranças temerosas que eu guardava apenas para mim, não porque eu não contava para ninguém e sim porque eu não tinha para quem contar.

- Eu não irei arrancar suas penas- Apollo fala e eu vejo seus olhos vidrados em mim, enquanto eu ainda mexia um pouco em minhas mãos, só que agora com a respiração um pouco mais controlada.

- Eu sei que não, é só que- me interrompo, ao me perder nas minhas próprias palavras e assim desvio o meu olhar para o além da floresta.

-É difícil confiar em alguém sendo que passou a vida inteira sem poder confiar nas pessoas ao seu redor- Apollo diz, completando a minha lógica de raciocínio e eu assinto, respirando fundo e colocando meus cotovelos sobre minhas coxas e apoiando-os.

Tento me concentrar mais um pouco, para assim conseguir tirar todas aquelas memórias insuportáveis. Eu não estava mais com os caçadores, eu não estou mais dentro daquela cela escura, ouvindo aqueles gritos. Eu estava livre, mas não livre o suficiente graças a essas asas.

-Uma vez arrancaram algumas penas das minhas asas- começa e eu levo o meu olhar para os seus, vendo que suas pupilas não dilataram em nenhum momento, ele estava dizendo a verdade- Eu entrei em desespero, a dor era insuportável e eu não queria ficar acordado. Eu pensava que se dormisse eu não teria que enfrentar mais esses problemas, naquela época o meu desejo era poder ter um sono eterno- fala, dando um sorriso tristonho de lado- Até que a garotinha, dona desse livro, ela me ajudou- ele fala, apontando para o livro que estava em meu colo.

Saio da minha posição para poder ter o livro em minhas mãos. Observo que na capa, com uma escrita bem fraquinha, está escrito o nome de Apollo, junto com alguns corações em volta.

-Ela conversava comigo, apenas isso. Ela ficava falando sobre os sonhos dela, os lugares que queria conhecer e as pessoas que desejaria encontrar. Eu acabei me abrindo para ela, eu havia dito que não aguentava mais aquele lugar, que eu havia sido amaldiçoado por ter nascido com essas asas, que a culpa de tudo aquilo eram delas- fala, pegando o livro da minha mão e abrindo um leve sorriso ainda tristonho, passando a mão pela capa e no nome dele- Ela foi a única pessoa que eu pude confiar naquele lugar, não porque eu queria confiar nela, mas porque eu precisava, se não eu não sobreviveria. Mesmo sendo criança ela me ajudou a tratar das minhas asas, cuidou delas e eu retribui o favor, ajudando-a no que precisava. Éramos duas crianças buscando meios para sobreviverem. Eu tive que confiar cegamente nela e ela teve que confiar cegamente em mim- ele diz, piscando algumas vezes, como se desse modo estivesse voltando à realidade que ele havia fugido há poucos segundos.

Vejo que ele ainda encara a capa do livro com um sorriso nostálgico, mas eu não me atrevo perguntar o que havia acontecido com a garotinha, ou o que havia levado os dois a se encontrarem e quem havia arrancado as penas das asas de Apollo. Se ele não falou é porque não quer compartilhar isso comigo e eu respeito isso.

Abaixo minha cabeça de modo pensativo enquanto olho para minhas mãos que estão depositadas sobre o meu colo. Penso um pouco sobre o que eu devia falar com ele. Eu estou começando a confiar em Apollo e eu percebo que ele também está se esforçando para confiar em mim, mesmo que nós sejamos totalmente opostos precisamos nos ajudar.

-Você pode me ajudar? - pergunto meio hesitante, pois eu quase nunca uso esse tipo de frase, por ser orgulhosa demais.

Vejo as âmbares se direcionarem a mim e percebo que ele entendeu exatamente o que eu quis dizer. Apollo assente levemente e me estende mais uma vez o livro, que eu pego sem hesitar e logo o vejo se levantar. Ele dá alguns passos para dar a volta pela poltrona e em poucos segundos ouço o barulho de água e provavelmente um pano sendo escorrido.

- Eu não irei te machucar- ele fala e sinto suas mãos encostarem-se à ponta da minha asa direita, me fazendo sentir um arrepio e no mesmo instante eu fecho meus olhos.

Concentro na minha respiração enquanto sinto-o passar o pano de maneira delicada, tomando cuidado para não puxar nem uma pena sequer.

-Eu sei que não irá- falo por fim e continuo sentindo-o passar a mão pelas minhas asas, tomando todo o cuidado possível.

Adivinha quem sumiu, mas não morreu?
A autora :3

Oiiii fadinhas, devo me desculpar com vocês ;-; eu sei que estou demorando EU SEI. Mas é sério, eu não to sabendo administrar tempo, EM mata que é uma beleza kkkkk, mas eu vou tentar postar mais vezes porque é bem chato mesmo.
Hoje ainda eu acho que tem cap

Agradeço a quem continua aqui e não desistiu da história e quem desistiu, eu entendo e não julgo, mas espero que possam ler futuramente, pois eu to dando minha vida pros cap ficarem bons :3

Se gostaram do cap votem e comentem pra eu saber o que estão achando.

Bjs Mary e até a próxima ;3

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