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Cap 11







Diana

Me viro em direção a voz de Apollo, já que ele não estava em frente a mesa. Assim que faço, vejo-o segurar uma garrafa de vinho em sua mão e duas taças na outra, saindo da cozinha e me fazendo levantar a sobrancelha por não ter percebido ele passar por mim enquanto eu arrumava as coisas.

-Então nós podemos começar? - pergunto pra ele, que assente ao deixar as duas taças em cima da mesa e se senta, me indicando para fazer a mesma coisa e eu faço.

A mesa estava com a massa que eu preparei no centro e ao redor alguns outros aperitivos que Apollo havia feito, ele havia se sentado na minha frente, já que a mesa não é grande.

- Aceita? - ele pergunta para mim, retirando a rolha da garrafa de vinho e enchendo uma taça até a metade com o vinho tinto.

-Sim- falo e ele me estende a taça. Assim que a pego eu levo meus lábios até o líquido, provando um pouco.

- Gostou? - Apollo pergunta curioso e eu afasto a taça dos meus lábios, deixando-a na mesa e encarando ele, que também havia tomado um pouco.

- Não tenho muitas experiências com vinhos para dizer se é muito bom ou mediano- falo para ele, dando de ombros e vejo-o colocar sua taça na mesa.

-Pensei que caçadores podiam beber- ele fala e eu dou de ombros mais uma vez, me encostando na cadeira que parece ter sido feita para comportar nossas asas.

-Vinho é um pouco caro e eu queria economizar o máximo de dinheiro que eu conseguisse, então eu tomava mais cerveja com minha equipe- falo para ele e minhas memórias se vão para os dias que eu pensava que eu era feliz, mas na verdade tudo que eu vivia era falso sendo acobertado por uma grande mentira- Mas se for para dizer, eu acho que gostei- digo para ele, tentando tirar todas as minhas lembranças da minha cabeça, pois aquilo estava no passado e é impossível de se mudar.

- Entendo- ele fala e vejo pegar um dos aperitivos que havia preparado, colocando-os em seu parto e eu resolvo fazer a mesma coisa, pegando um que eu suponho ser de berinjela.

Nós não havíamos decorado toda a casa, havia algumas partes que tinham decorações simples, mas não extravagantes igual aquelas que eu havia visto em outras casas ao decorrer do caminho que fazíamos para voltar há dois dias atrás.

-Mas e você? - pergunto para ele- Você gosta apenas de vinho ou tem outras bebidas?- indago, na tentativa de estabelecer uma conversa e nós conseguirmos nos conhecer mais.

-Eu gosto de outras, mas admito que gosto bastante do vinho e ele é o meu preferido- ele fala e eu provo da berinjela conservada e admito que ela tem um gosto muito bom.

- Você trabalha? - pergunto a primeira coisa que me vem à cabeça e percebo que foi uma pergunta meio indelicada, mas eu sempre vejo ele em casa e nunca fora dela.

Apollo levanta o seu olhar para o meu e vejo suas âmbares ganharem um brilho de divertimento, provavelmente eu havia aparentado estar desconfortável com a minha própria pergunta. Vejo-o tomar mais um gole do vinho que contém em sua taça e ele fica com ela na sua mão, rodando o liquido que ainda havia nela.

- Eu sou um investidor, eu vivo da economia e da bolsa- ele fala e eu levanto a sobrancelha, ainda sem ter entendido- Quando os meus pais se foram, eles deixaram uma quantia considerável para mim, já que eles eram médicos e tratavam apenas de Melis. Eu peguei esse dinheiro que eles deixaram e comecei a investir em algumas empresas que hoje em dia estão em um patamar muito bom da sociedade, além das clínicas que eles criaram e eu acabei herdando- conclui dando de ombros e eu arregalo os olhos, ele aparenta ter mais dinheiro do que aparece ou prefere não esbanjar tanto.

- E seus pais se foram tem pouco tempo? - pergunto para ele e os movimentos que fazia com a taça são cessados e vejo seus âmbares endurecerem.

- Não é um assunto agradável para hoje, quem sabe outro dia eu te conto? - ele pergunta e percebo que está dando brechas para eu mudar de assunto e que esse ainda não era bom ser comentado.

-Está bem- falo e termino de comer um pouco da berinjela, colocando outro aperitivo que eu não sabia o nome, mas possuía um gosto bom- Quantos anos você tem? - pergunto e suspiro fundo, nem mesmo o básico eu poderia dizer que sei sobre ele.

-Vinte e três e farei vinte e quatro em maio- responde e bebe o resto do vinho que havia em sua taça, enchendo mais um pouco e colocando-a sobre a mesa- Mas e você Diana? Eu só te conheço pelo tempo de um ano, não sei como você era antes de virar um Caid- fala e eu mordo o interior da minha bochecha, vendo-o cruzar os seus braços e ficar em uma posição confortável, esperando minha resposta.

- O que você quer saber? - pergunto para ele, pois não estou disposta a falar sobre algumas coisas do meu passado, assim como ele não está disposto a falar do seu.

- Quantos anos você tem? - pergunta e eu dou um meio sorriso de lado, pois ele também havia percebido que somos dois estranhos sentados em uma mesa comemorando o Natal, na tentativa de pôr nossas diferenças de lado.

-Vinte e um, irei fazer vinte e dois em outubro- respondo a ele e suspiro fundo, mais um motivo para odiar meu aniversário, sendo o mês que eu fui transformada há um ano atrás.

- E o que você fazia quando era uma caçadora? Qual era sua função? - pergunta levantando a sobrancelha e eu mais uma vez mordo o canto da minha bochecha e levo minha unha até o meu polegar.

- Eu era líder de um grupo, nós éramos novatos, não tínhamos nem um ano de formação, mas éramos bem reconhecidos pelos caçadores. O nosso grupo era de extermínio, enquanto há caçadores que são designados para missões sozinhos, há outros que são designados como grupos, mas aí o nível de dificuldade é maior- respondo a ele e percebo que essas eram algumas informações que não deviam ser espalhadas, mas agora não faz mais diferença, não sou uma caçadora e eles fizeram questão de me provar isso.

- E você era da Legião dos Dez? - pergunta e eu levanto a sobrancelha.

A Legião dos Dez é algo criado pelos caçadores, sendo que alguns eram selecionados para estarem dentro dessa organização. A maioria que estava lá possuía habilidades notáveis, mas não fazia muito sentido, pois eles escolhiam aqueles que possuíam melhores habilidades, mas há muitos que possuem e eles escolheram apenas dez, sem contar que diziam haver algo de diferente no nosso aspecto. Alguns boatos corriam pelos caçadores que nós éramos caçadores que foram abençoados por Richard com poder sagrado para matar os Monstros, outros diziam que éramos falha e poderíamos vir a virar Monstros futuramente, talvez à segunda ideia não estivesse tão errada assim.

- Dez caçadores escolhidos sem nenhum motivo aparente, mas parecem mostrar menos do que possuem- Apollo conclui consigo mesmo e eu me obrigo a abrir um sorriso sarcástico em sua direção.

- Dez falhas - complemento, me lembrando de todos os caçadores que estão nessa nomeação, sendo que um deles eu não cheguei a conhecer.

- Seriam mesmo falhas? Ou talvez aqueles que trariam paz para os dois mundos? - me afronta com suas perguntas e eu franzo a sobrancelha, sentindo minhas asas ficarem rígidas.

- Como você sabe sobre a Legião dos Dez? - confronto ele, na esperança de conseguir alguma informação.

- A Organização Melidiana tem conhecimento dessas coisas, mas os integrantes não espalharam essa informação para os Melis, pois sabem que essa Legião ainda não apresentou nenhuma ameaça e que parece estar agindo de maneira diferente do normal, por isso estão esperando, para não tomarem conclusões precipitadas- ele fala e eu levanto minhas sobrancelhas com o que ele havia me dito.

-E como você sabe disso? - pergunto para ele e vejo um sorriso de lado no seu rosto, pegando a taça de vinho e bebendo um pouco do líquido.

- Eu faço parte da próxima Organização Melidiano- responde com simplicidade e eu cruzo minhas pernas.

- O que você quer dizer com isso? - pergunto sem esconder a minha curiosidade, enquanto vejo-o colocar a taça sobre a mesa.

- Os integrantes da Organização estão velhos, com o passar do tempo eles precisam escolher aqueles que irão continuar com o legado, eu sou um deles e por isso tenho essa informação sobre a Legião- me explica, indo até a massa que eu havia feito e partindo um pedaço, colocando um em meu prato e outro no dele.

Desencosto-me da cadeira e pego meus talheres para provar a massa que eu escolhi fazer, lasanha. Levo um pequeno pedaço a minha boca e suspiro satisfeita ao perceber que eu havia acertado na dosagem de queijo e molho.

- E agora está tentando adquirir informações comigo? - pergunto comendo mais um pedaço, olhando diretamente para seus âmbares.

- Sempre é bom ter informações, mas esse não era o intuito, apenas estava curioso- ele fala e eu reviro os olhos, abrindo um sorriso sarcástico para ele.

-E quem são os integrantes da nova Organização? - pergunto e vejo-o parar de partir um pedaço da lasanha e me encarar, sendo que agora quem levanta a sobrancelha é ele.

- Tentando adquirir informações? -pergunta e eu dou de ombros.

-Apenas curiosidade- rebato com sua mesma resposta a minha pergunta, vendo ele abrir um sorriso de lado e voltar a fazer o que estava fazendo.

- Temos quatro integrantes até agora, sendo que ainda faltam mais dois- responde e leva um pedaço a sua boca- Eu, Mérida DunBroch, Fillipe Raimon e Peter Pan- diz os nomes dos integrantes e eu arregalo os olhos quando ele profere os dois últimos.

Fillipe Raimon foi aquele com quem eu deixei a Bela, no final de tudo, após a nossa fuga da sede dos caçadores. Já Peter Pan é aquele que todos os caçadores pensam ser um dos Monstros mais perigosos que existem, sendo que a maluca da Ally foi atrás dele, na intenção de matá-lo e provavelmente agora está morta.

- Nomes familiares? - Apollo pergunta e eu assinto, terminando de comer a lasanha e encosto-me à cadeira.

-Você não faz ideia- falo meio pensativa, olhando para o relógio que fica em cima de um dos móveis da sala, vendo que já era 23:30, sendo que faltava apenas trinta minutos para o dia vinte e cinco chegar.

- Está um pouco frio- ele fala se levantando e eu franzo a sobrancelha, mas concordo com ele que nesta noite a temperatura abaixou mais do que o normal- Você se importa se eu acender a lareira?- pergunta para mim, se dirigindo até onde a lareira estava e no entorno dela havia algumas meias que pusemos para podermos colocar os presentes.

-Não- respondo para ele e me levanto, indo até onde ele estava e me sento um pouco afastada dele, mas no tapete felpudo, assim podendo ficar perto da lareira e do fogo.

- Eu não sei se você sabe, mas a maioria dos americanos comemoram o Natal amanhã, eles fazem isso para que o suposto Papai Noel venha e entregue os presentes, assim as crianças acordam no outro dia com presentes já no pé da árvore- ele fala, mas eu estranho o motivo dele estar falando isso.

-Por que não estamos comemorando amanhã? - pergunto para ele após ver que consegue acender a lareira com facilidade

- Minha tataravó e meu tataravô tiveram que vir para cá com a minha bisavó, eles estavam fugindo da primeira guerra e a América parecia ser um bom lugar para ficarem. A Europa também comemorava o Natal do dia vinte e quatro para o dia vinte e cinco, então acabou que virou tradição de família e aqui estamos nós- ele fala, se encostando em uma parte da poltrona e ajeitando-se no tapete felpudo.

- Você gostava bastante da sua família certo? - pergunto a ele que assente levemente com a cabeça, mantendo os seus olhos focados no fogo, sendo refletido pelos âmbares.

- Eles eram o meu bem mais precioso, comemorávamos o Natal todos juntos, já que Dintrias possuem a vida estendida. Até que as coisas desandaram e apenas eu comemorava o Natal- ele fala e percebo que havia um sorriso triste em seus lábios, enquanto sua mente provavelmente vagueava pelas suas lembranças.

- Você passa o Natal sozinho desde então? - pergunto meio incrédula pela coragem que ele tem, de ficar remoendo situações tristes durante todos os anos.

-Esse é o primeiro Natal que eu passo com alguém já tem muito tempo- diz ao se virar para mim e eu percebo seus âmbares mais escuros do que antes, devido à iluminação da lareira.

O silêncio se instaura sobre nós, enquanto apenas o som da madeira pegando fogo ecoa no local. A sala começa a se tornar mais convidativa a cada momento em que ela vai se esquentando, agora me permitindo não ficar encolhida igual há minutos atrás.

Ouço o badalar do relógio, marcando assim meia-noite e com isso o início do dia vinte e cinco. Vejo os olhos de Apollo encararem o relógio até sua décima segunda badalada e ao terminar ele levanta seu braço, pegando a meia onde estava o seu presente e provavelmente o meu, estendendo assim a meia que eu havia posto o presente dele.

-Parece que o Natal chegou- Apollo fala quebrando o silêncio e eu abro um pequeno sorriso assentindo.

- Eu não sabia bem o que comprar para você- digo enquanto pego a meia e retiro o pequeno embrulho dentro dela, arrumando-o um pouco para assim estender para ele- Como nos conhecemos há pouco tempo eu não pude comprar algo que você precisasse ou gostasse, então comprei algo simples e que você pode ou não usar- concluo e estendo o presente que ele pega em poucos segundos e encara o embrulho durante um tempo.

- Acho que eu devia dizer a mesma coisa, mas quando eu vi isso eu achei que combinaria com você de alguma forma, espero que o meu tiro no escuro tenha dado certo- ele diz, retirando da meia uma pequena caixinha marrom, me estendendo ela e assim eu pego-a.

Ouço-o abrir o embrulho e não me dou o trabalho de encará-lo, abrindo delicadamente a caixinha marrom e arregalo os olhos quando vejo o que eu havia recebido. Levanto o meu olhar no mesmo instante para Apollo e vejo que ele me encarava da mesma maneira, com os olhos arregalados e o olhar de surpresa estampado.

- Isso só pode ser pegadinha- falo com ele, pegando o colar e mostrando para ele.

- Acho que não- Apollo diz e levanta o chaveiro que eu havia comprado para ele, encarando tanto ele como o meu colar ao mesmo tempo.

Eu havia comprado um chaveiro com um pingente de lua minguante que eu havia visto na vitrine de uma loja muito simpática, eu já havia olhado em todas as lojas e não consegui encontrar nada, mas quando vi o chaveiro eu acabei desistindo de outras ideias e comprei sem pensar duas vezes. O que eu não esperava era ganhar um colar com o pingente de lua crescente, sendo ela o oposto da lua minguante.

-De tantas coisas que nós podíamos comprar-me interrompo e nego levemente com a cabeça, logo abrindo um sorriso por estar achando graça da situação.

- Nós conseguimos comprar coisas parecidas e completamente opostas- ele completa minha frase e vejo que ele possui um sorriso no rosto igual ao meu.

-Feliz Natal Apollo- digo simpática e ele assente com a cabeça.

-Feliz Natal Diana, espero que tenha gostado do presente-ele fala ainda com o sorriso no rosto.

- Eu diria que foi falta de criatividade, além do mais, olha o meu presente- brinco com ele e vejo me estender sua mão, me fazendo levantar a sobrancelha, mas ponho o colar na sua mão.

Ele pega o chaveiro dele e logo aproxima os dois pingentes, formando assim uma lua completa, me fazendo arregalar os olhos pela coincidência.

- Devo dizer que somos muito criativos na verdade-ele diz de maneira divertida ao me contrariar, me devolvendo o colar, que eu pego e abro-o, colocando assim no meu pescoço.

-É muita coincidência para um dia só- falo ainda encarando o chaveiro de lua minguante, enquanto ele também parecia analisá-lo.

Suspiro um pouco cansada, mas ainda com um sorriso no rosto. Assim desvio o meu olhar do chaveiro e levo-o para além da sala, indo diretamente para a floresta no mesmo instante que o meu sorriso morrer ao ver a figura daquele homem do lado de fora, me encarando com um sorriso em seus lábios, igual quando eu quase matei aquela garotinha.

-Diana!- ouço a voz de Apollo um pouco alterada e eu pisco meus olhos algumas vezes, sentindo suas mãos no meu rosto, enquanto seus olhos me encaravam confusos e preocupados.

-A-Apollo- tento falar e levo minha mão direita até o seu pulso, segurando-o com força.

- Olha para mim- manda e percebo que ele também tenta manter a calma, provavelmente entendendo o que eu havia visto- Ele não consegue entrar aqui e não consegue te machucar, ele usou um espectro que veio aqui apenas te atormentar- me explica e eu respiro fundo algumas vezes, sentindo suas mãos começarem se afrouxar e ele solta o meu rosto, mas eu não me atrevo a soltar o pulso dele.

Ele se afasta um pouco, mas não o suficiente para que eu soltasse o seu pulso e agora a sala que antes era confortável e acolhedora havia se tornado fria.

-Eu sei que o que eu fiz foi errado- começo e abaixo minha cabeça, respirando fundo e tentando controlar minhas lágrimas- Mas eu não aguento mais ele me atormentando, eu não consigo mais suportar essas asas e ainda sou obrigada a ter pesadelos junto com uma sede de sangue que não para. Não é possível que nem um dia mais feliz ele venha estragar tudo- desabafo e sinto uma lágrima descer pelo meu rosto, mas não permito que ela continue, limpando-a no mesmo instante.

- Não precisa ser assim Diana, você sabe disso. Bardon está fazendo isso apenas para ver desse jeito que você está agora- Apollo fala e eu aperto um pouco mais seu pulso, apenas para ter certeza de que ele está ao meu lado.

- Mas é tão difícil Apollo- falo e levanto meu olhar para o dele- É tão difícil levantar todo dia e continuar, sabendo que reações como essa podem acontecer a qualquer hora- explico para ele e vejo seus olhos ficarem um pouco perdidos.

Não deu para contar os segundos, mas sei que em pouco tempo eu estava sendo envolvida cuidadosamente pelos seus braços, em um abraço forte e confortante.

- Eu sei que é difícil e eu te garanto que você não é a única a se sentir assim, mas acredite em mim quando eu digo que é para você continuar se levantando, se levantando todos os dias. Eu não posso te dizer que o tempo pode curar, mas se você agir, aí sim eu te garanto que irá curar- ele fala baixinho e eu não respondo, sentindo algumas lágrimas descerem mais uma vez pelo meu rosto.

- Você só sabe dizer isso- falo baixinho e levo minha mão até sua camisa, enterrando o meu rosto em seu peitoral e deixando que mais lágrimas escorressem.

- É porque eu nunca tive alguém que pudesse me dizer- ele fala baixinho, mas resolvo na contestar contra ele e continuando entre seus braços.

(...)

-Bardon foi um cientista Meli fracassado- ouço a voz de Apollo enquanto termino de secar os pratos.

É a primeira vez que ele me dirige a palavra depois do acontecimento a horas atrás. Ele ficou do meu lado até eu conseguir me acalmar um pouco e nós dois de maneira silenciosa decidimos arrumar as coisas, para assim podermos dormir, havia sido uma longa noite.

-Ele estudava algumas células de diferentes Melis, para ver qual era a compatibilidade entre elas. O objetivo dele era unir várias células no seu próprio corpo e assim atingir um nível muito alto de poder. Entretanto ele não teve êxito em suas pesquisas e começou a falhar consecutivamente, chegando a ter que ser hospitalizado várias vezes e até mesmo atendido pelos meus pais- fala, me fazendo encará-lo, mas ele ainda estava concentrado em limpar os pratos, deixando-os no escorredor para que eu os secasse- Por conta disso ele pensou em fazer diferente, começou a pesquisar em vários livros antigos algumas magias e mesclou várias delas, formando uma que pudesse transformar outras pessoas. A magia que te transformou- explica, terminando de enxaguar o último prato e me estendendo.

O pego e logo passo o pano por ele, deixando-o seco e assim me dirijo até o armário onde os partos estavam guardados, colocando o último e fechando a porta. Olho ao redor e percebo que tudo já estava limpo, por isso coloco o pano de prato para lavar e em seguida volto a encarar Apollo, esperando que continuasse.

- Ele não estava satisfeito em não conseguir o poder para si, por isso começou a testar a magia que adquiriu em pessoas, na tentativa falha de conseguir achar a célula que poderia lhe dar essa quantia de poder que tanto almejava- diz e vejo uma pequena risada de desgosto- Começou a tentar transformar humanos em Melis- começa e eu arregalo os olhos com o que ele profere- Tentava dia e noite, matando várias vidas e sem nenhum sucesso. Um ano se passou e quando ele viu que nunca alcançaria esse poder ele desistiu, ou a maioria pensava isso. Só que a verdade é que Bardon se aliou a alguns humanos que possuem conhecimento sobre nós, ele começou a fazer experimentos com vários Melis de espécies diversificadas, mas a que mais atraia ele eram os Dintrias junto à capacidade de se tornar um Caid. Bardon viu nessa espécie a chave para o que procurava, ele fez vários experimentos com diferentes pessoas dessa espécie, até que finalmente achou o que faltava para poder transformar humanos em abominações- Apollo fala e vejo um sorriso triste sorrir em seus lábios, enquanto ele encarava seus dedos- Claro que não deu certo, os humanos não eram compatíveis com células de Melis, os renmagis que eles possuíam eram muito fracos para suportarem a carga que Bardon depositou neles. Até que um dia uma caçadora com uma quantidade boa de renmagis cruzou o caminho dele e mais uma vez ele tentou, só que diferente das outras vezes, a caçadora conseguiu sobreviver a transformação e aqui estamos- conclui, levantando seu olhar para o meu e me permitindo visualizar seus âmbares.

Encaro-o do mesmo modo, processando o que ele havia me contando, enquanto sinto as batidas do meu coração se tornarem mais rápidas a partir do momento que eu ia ligando as peças.

-Eu sou um experimento em observação- falo comigo mesma e vejo Apollo continuar me encarando, sem demonstrar reação- Por isso ele não me mata, por isso que ele apenas me atormenta e não me mata. Ele quer ver como o brinquedinho dele se porta diante das situações- digo piscando meus olhos várias vezes, tentando assimilar tudo.

Levo minha mão até meus olhos e passo ela por eles, tentando de alguma forma me concentrar, mas sem nenhum sucesso devido a tudo que aconteceu. Olho para Apollo mais uma vez e vejo seus braços cruzados, enquanto me encarava, provavelmente respeitando o meu espaço.

- Qual é o objetivo principal dele? - pergunto e vejo Apollo trocar o peso da sua perna direita para sua perna esquerda.

- Fazer você atingir o auge da escuridão e desenvolver a magia negra que poder ser coletada por ele- diz e eu suspiro fundo, me encostando na bancada e levando meu polegar até minha boca, mordendo algumas pelinhas soltas.

- Se eu fizesse o oposto ele não alcançaria o objetivo dele certo? - pergunto a Apollo, que meneia em concordância, mas com a testa franzida.

- Ele não conseguiria alcançar aquilo que está tanto almejando- fala e eu suspiro frustrada por só ter duas opções.

-Então ou eu sou o brinquedinho que vai trazer sucesso no objetivo dele ou eu posso contrariar tudo o que ele pretende e nesse meio tempo pensar em uma maneira de matá-lo- falo, passando a mão pelos meus cabelos e mordo levemente o interior da minha bochecha.

- Parece que teve uma ideia- Apollo diz e levanta a sobrancelha, já eu levo meus olhos em direção aos dele e abro um pequeno sorriso.

-Vamos dizer que ainda não foi totalmente formatada, mas parece que eu encontrei um motivo para aceitar sua ajuda desde as minhas asas, até a minha mente- falo, apontando para a minha cabeça, vendo em seguida um pequeno sorriso nos lábios de Apollo.

-Eu ficarei grato de te ajudar na sua ideia- Apollo diz ao se desencostar da bancada que estava apoiado e eu suspiro fundo, olhando levemente para trás e observando minhas asas.

-Eu espero que ajude- falo, voltando o meu olhar para ele e vendo-o andar em direção à sala, mas para entre a divisória e se vira para me encarar.

- Vá dormir, você precisa recuperar suas forças- ele diz e eu assinto, me virando e pegando um copo no armário acima de mim.

-Só irei beber um pouco de água, mas pode ir- falo, indo até a pia e abrindo a torneira, deixando a água começar a enchê-lo.

- Boa noite Diana- ouço ele falar e suspiro fundo, me virando e vendo ele ir se dirigindo para a direita.

-Boa noite Apollo- falo e no mesmo instante fecho a torneira, virando em seguida o copo de uma vez só na pia, sendo que ele não estava muito cheio.

Deixo o copo no escorredor e olho mais uma vez para onde Apollo havia se dirigido, assim me certifico que ele já havia subido. Por isso eu vou a passos leves em direção à escada que me levaria em direção ao porão.

Assim que chego nele eu acendo a luz, encarando mais uma vez as grandes e majestosas asas pintadas na parede, mas que ainda falta algo para estar completa. Vou em direção as minhas tintas e deixo o preto, cinza e branco de lado, pegando o amarelo junto do laranja, abrindo os potes e colocando um pouco das cores na paleta.

Com traços leves e detalhados eu fico mais de quatro horas pintando, até que finalmente consigo me dar por satisfeita, ao ver o par de âmbares preenchendo o centro das asas.

Fadinhasss, aqui estou como eu havia prometido.

Quem me acompanha sabe que todos os anos eu posto um cap no dia do meu aniversário e esse ano não seria diferente.

Espero que estejam gostando e espero que compreendam a minha ausência e demora para escrever esse livro, não é por querer ;-;

Apollo e Diana são muito fofos né? Agora a situação vai melhorar para eles ;3, mas não por tempo ilimitado hihihi

Se gostaram da uma estrelinha e comentem para eu ver o que vocês estão achando.

Bjs Mary e até a próxima ;3

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