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Capítulo Vinte e Cinco

Vinícius Miller:

— Aonde vamos? — Verônica perguntou do assento dela, ansiosa como os primos.

— Que tal o parque de diversões da cidade? Faz tempo que não vamos lá. — Carlos sugeriu, olhando pelo retrovisor para nós.

— Eu amo parques! — Max falou eufórico. — Não é, papai?

— Sim, querido. — Patrick respondeu, virando-se no banco de trás com um sorriso no rosto.

Não parecia que, alguns minutos atrás, uma bomba havia sido jogada no colo dele, muito menos que ele a ignorou.

— Papai — Axel chamou, e eu olhei para ele. — O tio Calvin vai vir? Ele poderia ficar com a gente.

Um silêncio tomou conta do carro, e senti os olhares de Angel, Patrick e Carlos sobre mim quando paramos no sinal vermelho.

— Não, ele não vai poder vir, está muito ocupado. — Respondi, e meu filho fez um beicinho. — Axel, você se apegou bastante ao Calvin.

— Papai, mas o tio Calvin é incrível e muito bonito — Axel disse. — Por que você não casa com o tio Calvin para ele morar com a gente?

Engasguei com essas palavras, fazendo com que Patrick, Angel e Carlos rissem.

— Axel... — Comecei, mas ele me olhou com os olhos brilhantes.

— Papai, ele seria a melhor pessoa para você — Axel disse com alegria.

— Seria bom ter mais um adulto para ficar de olho nas crianças — Carlos comentou quando o carro voltou a andar.

— Eu... — Patrick e Angel me cutucaram nas costelas.

— Faça isso de uma vez — os três disseram juntos.

— Pode chamar, tio Vini — meus sobrinhos insistiram.

Meu filho me olhou com olhos ainda mais brilhantes, esperando minha reação. Suspirei derrotado e peguei o celular do bolso.

— Vou mandar uma mensagem para ver se o Calvin pode vir. — Falei, e meu filho comemorou.

Procurei o contato do Calvin e mandei uma mensagem perguntando se ele poderia ir ao parque de diversões da cidade. Para minha surpresa, ele respondeu na mesma hora, dizendo que viria junto com o Jonathan.

Era estranho pensar na possibilidade de sairmos juntos, mas lembrei que ele havia dito que tentaria conquistar meu coração. Senti minhas bochechas começarem a esquentar e empurrei esse pensamento para longe.

— Ele disse que irá nos encontrar no parque — Falei, e meu filho comemorou novamente. — Axel, como está aprendendo a me manipular tão facilmente e ainda levando seus primos pelo mesmo caminho?

Axel me olhou inocentemente, como se não soubesse do que eu estava falando. Lancei aquele olhar que todo pai conhece bem.

— Se você contar quem te ensinou a agir assim, vai poder comer tudo o que quiser com seus primos e eu vou comprar a pelúcia que você quiser na loja do parque. — Falei, e os olhos do meu filho brilharam ainda mais.

— Foi o tio Carlos — Axel disse, apontando para o tio. Olhei para Carlos com um pouco de raiva.

— Papai disse para fazermos isso e conseguirmos tudo que quisermos de você e do tio Patrick, e de alguns outros adultos, principalmente do vovô — Verônica acrescentou, fazendo Angel prender o riso. — Ele diz que podemos convencer qualquer pessoa, igual o tio Fred faz.

Como o Fred sempre diz, ninguém escapa da psicologia reversa do Fred Dawson.

Olhei para Carlos, que fingiu ignorar a situação.

— Muito interessante saber que foi ele quem disse para fazer isso. — Falei, estreitando os olhos. — Terei uma longa conversa com você, senhor Carlos.

— Alguém quer ouvir uma música? — Carlos perguntou, mudando a estação do carro para uma de música pop.

— Eu quero! — Max respondeu, batendo palmas.

— Essa música é ótima! — Verônica acrescentou, começando a cantar junto com a melodia.

— Esta é a minha parte favorita! — Axel exclamou, balançando a cabeça no ritmo da música.

— Patrick, você sempre foi bom em cantar, por que não nos mostra seus talentos? — Angel provocou, com um sorriso travesso.

— Ah, por favor, não me faça passar vergonha na frente das crianças — Patrick respondeu, rindo, mas logo começou a cantar junto, arrancando risadas e aplausos de todos.

— Parece que temos um show particular aqui! — Carlos brincou, aumentando o volume do rádio.

Inclinei-me no assento, observando a felicidade no rosto de todos. Sentia uma mistura de emoções, especialmente ao pensar na mensagem de Calvin.

— Papai, canta também! — Axel pediu, me puxando de volta à realidade.

— Eu? Não sei se sou tão bom quanto o Patrick — respondi, rindo.

— Vamos, tio Vini! — Max insistiu, com os olhos brilhando de entusiasmo.

— Tudo bem, tudo bem. — Suspirei, rendido. — Mas não esperem muito de mim.

Comecei a cantar junto com a música, e logo todos estavam rindo e cantando, transformando a viagem em um momento mágico e cheio de alegria.

— Essa foi a melhor viagem de carro de todas! — Verônica declarou, ainda rindo.

— E nem chegamos ao parque ainda! — Carlos acrescentou, sorrindo pelo retrovisor.

Quando chegamos ao parque de diversões, a empolgação das crianças era contagiante. Desci do carro, ainda com a música ecoando na minha cabeça, e vi Calvin e Jonathan à distância, acenando para nós.

— Olha quem está ali! — Patrick disse, apontando para Calvin.

— Tio Calvin! — Axel gritou, correndo na direção dele. Calvin se abaixou para pegar Axel nos braços, e os dois riram juntos. Jonathan se aproximou lentamente.

— Quem é esse garoto? — Jonathan perguntou, olhando para Axel.

— Esse é o meu filho, Axel — falei. — Axel, este é o Jonathan. Filho do calvin

— Você é o filho do tio Calvin? — Axel perguntou, abraçando o pescoço de Calvin. — O tio Calvin é muito bonito e você também.

— Fico lisonjeado — Calvin disse, rindo.

— Tio Calvin, por que você não namora o meu papai? — Axel disse, e Calvin me olhou, fazendo minhas bochechas esquentarem.

Jonathan olhou de Calvin para Axel e depois para mim.

— Vocês se... — Jonathan começou, mas Calvin o interrompeu.

— Somos apenas amigos — Calvin disse em um tom alto, fazendo Axel olhar para ele com certa confusão. Peguei meu filho do colo dele, e Axel soltou uma risadinha. Patrick pegou Max no colo, e Carlos fez o mesmo com Verônica.

Meus amigos deram algumas risadinhas.

Calvin e Jonathan seguiram em silêncio até a entrada do parque de diversões.

— Achou que o tio Calvin gostava de você, papai? — Axel disse. — Por que ele disse isso?

— Pois ele deve ser igual ao seu pai — Patrick disse, sorrindo para mim. — Uma pessoa muito confusa com as coisas que quer da vida.

— Não diga isso, Patrick — retruquei, tentando manter a calma. — Calvin e eu somos apenas amigos, nada mais.

— Papai, você está corando! — Axel apontou, rindo.

— É, parece que temos um caso de amor não correspondido aqui — Carlos brincou, dando uma piscadela.

— Vamos mudar de assunto, por favor? — pedi, sentindo o calor subir ao meu rosto.

— Claro, claro. Vamos nos divertir no parque! — Calvin disse, tentando aliviar a tensão. — Quem está pronto para a montanha-russa?

— Eu! — Axel, Max e Verônica gritaram em uníssono.

— Então vamos! — Jonathan incentivou, começando a caminhar em direção à entrada.

A atmosfera logo mudou quando todos começaram a falar animadamente sobre os brinquedos que queriam experimentar. A energia contagiante das crianças nos envolveu, e aos poucos me permiti relaxar e aproveitar o momento.

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Assim que entramos no parque, as crianças já queriam ir em vários brinquedos diferentes. Fiquei impressionado ao ver que cada uma tinha uma preferência distinta, o que acabou nos separando: Carlos foi com Verônica, Patrick com Angel e Max, e, como obra do destino, eu fiquei com Calvin, Axel e Jonathan. Enquanto caminhávamos pelo parque, notei algumas senhoras nos encarando e cochichando entre si.

— Esses quatro são uma família linda — uma das senhoras comentou. — Reconheço isso de longe, uma família de verdade.

Olhei para Calvin, que me devolveu um sorriso.

— Até que daríamos uma bela família — Calvin sussurrou para mim. — Já tenho dois filhos praticamente, só falta namorar você e depois o pedido de casamento.

Olhei para ele incrédulo, sem acreditar na sua ousadia.

— Folgado — falei, sentindo minhas bochechas esquentarem e o coração acelerar.

Calvin riu, e Jonathan, percebendo a troca, olhou para nós com curiosidade.

— Vamos logo para a montanha-russa! — Axel puxou minha mão, animado.

Seguimos em direção ao brinquedo, e enquanto esperávamos na fila, Calvin continuou brincando com Axel, fazendo-o rir constantemente. Jonathan observava tudo com um sorriso tranquilo, parecendo se divertir tanto quanto nós.

Quando finalmente embarcamos na montanha-russa, o entusiasmo de Axel era contagiante. Gritos de excitação e risos preencheram o ar à medida que subíamos e descíamos as inclinações rápidas. No final da volta, todos estávamos ofegantes, mas felizes.

— Isso foi incrível! — Axel exclamou, com um sorriso radiante.

— Concordo, foi muito divertido — Jonathan acrescentou, ainda sorrindo.

— Vamos para o próximo brinquedo! — Calvin sugeriu, pegando na mão de Axel e começando a caminhar.

Enquanto seguíamos para o próximo destino, percebi que, apesar das complicações e sentimentos confusos, momentos como esse faziam tudo valer a pena. A felicidade de Axel e a camaradagem entre nós quatro criavam um sentimento de unidade que eu não podia negar.

— Vamos logo — Jonathan falou, chamando nossa atenção e se virando, colocando as mãos na cintura. — Quero jogar esses jogos.

Balancei a cabeça e, sem dizer nada, Calvin pegou na minha mão, apertando-a levemente. Seguimos atrás do Jonathan em silêncio, sentindo a conexão e a emoção do momento.

Chegamos na área dos jogos e imediatamente Axel correu em direção aos estandes de tiro ao alvo. Seus olhos brilhavam de entusiasmo, e Jonathan sorriu ao ver a empolgação do menino.

— Vamos ver quem consegue ganhar o maior prêmio! — Jonathan desafiou, pegando uma arma de brinquedo.

— Eu vou ganhar! — Axel exclamou, pegando uma arma também, enquanto Calvin e eu observávamos.

— Boa sorte, campeões — Calvin disse, rindo. — Vou ficar aqui torcendo por vocês.

Enquanto Axel e Jonathan jogavam, Calvin e eu ficamos lado a lado, assistindo. A interação entre eles era divertida e cheia de risos, e eu não pude deixar de sentir uma sensação de paz e contentamento.

— Você está bem? — Calvin perguntou suavemente, ainda segurando minha mão.

— Estou — respondi, sorrindo para ele. — Apenas apreciando o momento.

— É bom ver você assim — Calvin disse, apertando minha mão mais uma vez. — Relaxado e feliz.

Assistimos enquanto Axel acertava um alvo e ganhava um prêmio, seu sorriso iluminando seu rosto. Jonathan o parabenizou e entregou o brinquedo de pelúcia que ele havia ganhado.

— Ganhei, papai! — Axel correu em minha direção, mostrando o prêmio.

— Estou muito orgulhoso de você, campeão — disse, abraçando-o.

— Vamos tentar mais alguns jogos? — Calvin sugeriu, olhando para Axel.

— Sim! Vamos lá! — Axel respondeu, puxando-nos para o próximo estande.

Enquanto caminhávamos, senti que, apesar de todas as complicações, momentos como esse tornavam tudo mais simples e belo. A presença de Calvin, Jonathan e Axel ao meu lado fazia com que cada minuto valesse a pena.

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Gostaram?

Até a próxima 😘




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