Capítulo Um
Vinícius Miller:
5 anos depois:
Sinto alguém puxar minha coberta e me viro, puxando-a de volta para me cobrir novamente. Isso acontece porque na noite passada ocorreu uma considerável frente fria, o que torna o ato de se manter aquecido essencial para uma noite tranquila e confortável. Compreendendo a necessidade de enfrentar as baixas temperaturas, ajusto-me sob a coberta, buscando resgatar o calor perdido. O ambiente ao redor parece mais gélido do que o habitual, e o ato de puxar a coberta torna-se um ritual reconfortante para enfrentar os efeitos da frente fria que persistem na memória da noite anterior.
— Papai! — Ouço uma voz infantil me chamar e, subitamente, sinto um puxão mais forte na coberta, seguido pelo som de algo caindo. Rapidamente, pulo da cama, me sento e me dirijo à coberta caída no chão. Ao chegar lá, encontro meu filho sentado no chão, segurando uma carrinha com expressão confusa. Levanto-me da cama e me abaixo à sua frente, prontamente envolvido pela cena inusitada.
— Tudo bem, meu amorzinho? — perguntei, e ele, como faz todas as manhãs, passou a mão no meu rosto.
— Hora de acordar! — Axel disse com um sorriso imenso. — Bom dia, papai!
— Bom dia, amor! — respondi enquanto o pegava do chão. — Vamos dar um banho em você, meu sujinho mais fofo.
— Banho, eba! — Axel gritou, e só com o grito dele terminei de acordar.
A voz do meu filho é poderosa demais.
Pego ele no colo e vou para o banheiro, dando um banho nele e outro em mim para despertar de vez.
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Então, acho que é aqui que conto o que aconteceu nos últimos cinco anos da minha humilde vida. Comecei na faculdade de moda, graças ao Charles, pai do Carlos, e ao amigo deles, Bill Johnson, dono de um restaurante onde Patrick, Luis e Lúcia trabalham.
Voltando à explicação, graças a eles, comecei a trabalhar para a estilista incrivelmente famosa Sofia Rodriguez. No início, não foi fácil, entre faculdade e gravidez, mas com esforço, Sofia passou a acreditar em meu potencial. Sempre me chamava para colaborar em suas criações e participar de desfiles.
Quando meu filho nasceu, algo mudou em mim para melhor, e aí entendi por que dizem que ter um filho é a melhor coisa do mundo. Após me formar, estabilizei minha vida financeira e pessoal, comprando a casa ao lado da do Carlos.
Agora, sobre meus amigos Carlos Griffin e Patrick Thompson, eles ainda moram juntos, ajudando com as tarefas domésticas e os filhos. Carlos trabalha no hospital da família Griffin, sendo pediatra e cuidando de sua filha Verônica, que é uma pequena versão maluquinha do pai.
Quanto a Patrick, formou-se e começou a trabalhar no restaurante do senhor Johnson. Guarda a sete chaves o fato de ser pai de Max Thompson, concebido em uma única noite em um clube. Sobre a aparência do pai de Max, Patrick é reservado e às vezes reage mal a perguntas.
Sobre meus "pais", nunca tive notícias deles. Meu "pai" foi processado pela família Wesley, que doou o esperma para eu ter meu filho. Não quero ter notícias deles, apenas desejo que estejam longe de mim e do meu precioso filho.
Soube que até alguns esquemas dele foram descobertos, mas não quis entrar em muitos detalhes. Prefiro esquecer meu passado naquela casa e focar exclusivamente no futuro, dedicando-me integralmente ao cuidado do meu filho.
Comprei a casa ao lado da do Carlos para criar um ambiente seguro e acolhedor para o meu pequeno. Cada dia é uma oportunidade de construir memórias positivas, deixando para trás as sombras do passado. A amizade com Carlos, Patrick e outros tornou-se um suporte valioso, criando uma rede de apoio que fortalece nossa jornada.
Na minha carreira com Sofia Rodriguez, conquistei espaço e confiança, superando desafios iniciais. O mundo da moda me abraçou, e a realização profissional se mistura com a alegria de ver meu filho crescer.
Carlos, o amigo fiel, equilibra seu papel no hospital e como pai da agitada Verônica. Já Patrick, com seu segredo guardado a sete chaves, enfrenta os desafios de ser pai e manter o restaurante de Bill Johnson.
Apesar do passado conturbado envolvendo minha origem, decidi focar no presente e futuro, construindo uma nova história repleta de amor e cuidado para o meu doce filhinho.
*******************
Saio dos meus pensamentos ao sentir um pouco de água bater no meu rosto, acompanhada da risada animada de Axel.
— Filho, por que jogou água no rostinho do papai? — Perguntei, fingindo-me de bravo, e isso arrancou mais risadas dele.
— Pois é divertido - Axel me responde com sua inocência. - Desculpa, eu!
Como pode ser a coisa mais fofa do mundo inteiro, sorri em sua direção, com a coisa mais fofa do mundo, o meu lindo bebezinho.
— Papai vai desculpar — Falei, beijando a ponta do seu narizinho. — Agora, vamos terminar esse banho para ficar a coisinha mais cheirosa do mundo todinho.
Então, fui lavando ele e os cabelos, e em alguns minutos, tudo estava pronto. O tirei de dentro da banheira e o enxuguei com sua toalha do Batman. Levei para meu quarto e abri uma gaveta do meu guarda-roupa onde guardo as roupas dele.
Ele tem o quarto dele, mas é mais rápido fazer isso.
Peguei um macacão jeans e uma camiseta azul-clara e vesti ele. Peguei o controle da televisão do meu quarto e o fiz ficar sentado na minha cama assistindo a um desenho.
— Fica aqui, papai vai tomar um banho rapidinho e já volta — Falei, e ele assentiu como o bom menino que ele é.
— Pode deixar! — Axel me respondeu.
Peguei uma roupa no guarda-roupa e voltei para o banheiro, tirei meu pijama e entrei na banheira, começando a tomar meu doce banho, onde lavaria as partes malcheirosas, lavaria o cabelo e ainda ficaria super cheiroso.
Você deve estar se perguntando por que quero ficar muito cheiroso? Bem, uma semana atrás, Sofia avisou a todos do ateliê Rodrigues que hoje uma pessoa muito importante iria lá e escolheria a dedo um funcionário para desenhar as roupas dele.
Então, imagina a comoção para isso! Ser escolhido para desenhar para alguém importante seria muito bom para tal funcionário e daria um empurrãozinho em sua carreira! E esse será eu!
Após o meu banho, me enxuguei com a toalha e coloquei a roupa, que era uma calça jeans que estava na moda e uma camiseta que combinasse. Saindo do banheiro, vi meu filho no mesmo lugar, pegou o celular em cima da cômoda ao lado dos óculos e chamei Axel para ir tomar café da manhã. Descemos para o andar de baixo.
Quando chegamos na cozinha, resolvi fazer torrada e ovos mexidos, e assim fiz. Quando pronto, servi para Axel e fui comendo e servindo ele.
Vi meu celular vibrar, era uma mensagem de Carlos perguntando se quero uma carona para o trabalho. Ele sempre leva Axel e de vez em quando aproveito a carona. Respondo dizendo que vou querer e, quando terminamos o nosso café, fui escovar os dentes, os do meu filhote, verifiquei se o material dele estava certo e se a lancheira estava completa. Peguei meu caderno de desenhos e a bolsa, e com tudo pronto, saímos.
Saímos de casa no momento em que Carlos, Patrick, Verônica e Max também saíram. Trancamos as portas e fomos até a minivan.
— Bom dia! — Falei junto com Axel, e todos responderam felizes.
Patrick e Carlos estavam com calças jeans e camisetas neutras, Max com short jeans e camiseta dos Minions, e Verônica com uma calça moletom e aquelas blusas de capuz.
Patrick colocou Max no carro e depois Verônica. Sentei ao lado do meu bebê, o coloquei no assento de segurança e ajustei o cinto. Patrick fez o mesmo com as outras crianças, entrou no carro no banco do passageiro, e Carlos ligou, saindo da frente das nossas casas.
— Que alegria toda é essa? — Patrick perguntou se virando para mim.
— Ansiedade, para aquilo que te contei — Falei.
— Você vai conseguir, Vinícius — Carlos falou, de olho na estrada. — Você é o melhor estilista que conhecemos!
— Sou o único — Respondi. — Mas eu sei que vocês querem me deixar calmo, pois talvez nem consiga esse contrato com essa pessoa importantíssima igual a minha chefe fala que é.
— Vini, você é muito talentoso, não ouse se diminuir ou seus próprios talentos! — Patrick falou. — Quem fez o vestido de casamento da Daiane, que todos elogiaram?
— Eu — Falei. — Mas... — Carlos me cortou desta vez.
— Quem desenha os modelos do vestido da Verônica em todos os aniversários dela? — Carlos perguntou. — Quem desenha as fantasias do aniversário do Max? Quem faz uma nova roupa para o próprio filho todas as vezes que ele precisa?
— Foi o tio Vinícius! — Verônica e Max falaram juntos.
— O papai! — Axel respondeu. — Ele é muito bom no estilo!
— Viu, até as crianças falaram que você é um incrível estilista! — Patrick falou. — Sei que vai conseguir o contrato! Confie no seu talento! Confie em si-mesmo!
Não falei nada; só sabia que tenho que confiar no meu talento para criar roupas.
Vou conseguir aquele contrato!
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