Capítulo Quatro
Vinícius Miller:
Essa é a segunda vez que me sinto tão feliz com algo, e a primeira foi quando Axel nasceu e o segurei em meus braços.
— Sério? — Angel perguntou. - Que bom! Parabéns, vocês dois merecem!
Sorri para ele, e o celular dele começou a vibrar. Quando o tirou do bolso, seus olhos se arregalaram.
— O que foi? — Bianca perguntou. — Ryder está mandando mensagem para você, falando merda de novo!
— Vou até ignorar — Angel disse.
— Dessa vez não vai, ele vai ouvir um monte aquele pedaço de bosta — Bianca disse com os olhos brilhando intensamente. — Quem ele pensa que é para tratara uma pessoa como seu proprio capaço
Enquanto discutimos isso, uma risada soou atrás de nós. Olhei para trás, e lá estava Calvin, que já se sentava ao lado de Angel, olhando incrédulo para o celular dele.
Agora estou me perguntando de onde Calvin surgiu, e por que sinto que ele estava nos espionando há um bom tempo.
— Ele também recebeu minha mensagem. — Calvin disse, olhando para Angel. — Conversei com meu pai por mensagem, e ele me deixou contratar três pessoas! Então, escolhi a Bianca, que vai desenhar as roupas do meu pai e do meu irmão Bobby. Vinícius vai desenhar as minhas e do meu outro irmão Alberto, e o Angel vai desenhar as roupas do motorista do meu pai! Foi um acordo bem feito, não acham? Sofia me enviou um dos seus desenhos, e meu pai adorou, assim como eu.
— Não acredito nisso! —Ouvimos um grito de ódio e reconheci que se tratava do demônio do Ryder. — Prefere o meu meio-irmão e esses dois idiotas ao invés de mim!
Ryder se levantou da mesa em que estava reunido com as cobras dos seus amigos, e reconheci no meio deles o senhor e senhora Viana. Fechei a cara ao perceber que o cheiro de gente ruim destruiu o meu apetite.
A felicidade que estava se foi de vez.
— Senhor Viana — Calvin falou despreocupado e simplesmente analisando as proprias unhas. — Quem você pensa que é para gritar comigo ou tentar diminuir publicamente outras pessoas?
— Alguém que tem mais talento que você! — Ryder respondeu trircando os dentes de raiva, apontando o dedo para Calvin, que ignorou. — Escolher um idiota como o Angel, que não tem dom para nada, e ainda diz que quer trabalhar com moda, mesmo fazendo desenhos horríveis! E ainda dois pobretões, que, igual ao meu irmão, não tem talento nenhum! Afinal, eu sou de sangue puro e tenho um nome renomado!
Vi que Bianca se segurava para não voar na garganta desse cara escroto. Ninguém no restaurante falava nada, apenas observavam nossa mesa com uma certa curiosidade no rosto.
— E o que tem isso? — Calvin perguntou, seus olhos se fixaram em Ryder com um certo desinteresse, iso me fez morder o lábio para não rir. — Vi a sua roupa, e era uma cópia de outra que o seu próprio pai criou anos atrás! Vinícius e Bianca foram originais com as roupas dele e do seu irmão. Tenho sim, como Sofia me mostrou os desenhos dele, já que ele arruma algumas roupas para os desfiles em que ela participa!
Angel abaixou a cabeça envergonhado.
— Você que está se humilhando, correndo atrás de uma vaga que não foi feita para ser sua desde o início. — Calvin continuou. — Pois para trabalhar para a minha família, você precisa ter caráter. Devo dizer que isso, senhor, você não tem e nunca terá.
Para completar o show dos Vianas, o pai retardado e a sua mulher vieram em nossa direção, com sorrisinhos discretos.
— Mas existe um pequeno problema, meu filho mais novo não pode trabalhar para o senhor. — A senhora Viana falou. — Ele está proibido de trabalhar para quem não seja da minha família, já que ninguém o quer.
— Infelizmente, é verdade, enquanto ele morar em nossa casa — O senhor Viana falou. — Ele obedece a essa única regra.
Olhei para Angel, e o mesmo tinha a cabeça abaixada, os pais praticamente o humilhavam. Bianca bateu a mão na mesa e levantou.
— Vocês não se importam nada com o que o Angel quer. — Bianca falou irritada e ficando de pé. — Só querem saber de humilhá-lo constantemente! Não importa como ele se sente?
— Quem você pensa que é? — A senhora Viana perguntou. — Como ousa me dizer como criar o idiota do meu filho.
— Sou alguém que se importa com ele. — Bianca respondeu cortando as palavras da outra. - Não uma mulher de merda nojenta, que se sente bem quando está humilhando o próprio filho.
Quando percebi, Angel bateu a mão na mesa, e ali vi uma determinação.
— Já chega, Bianca. — Angel disse. — Se, para conseguir realizar meu sonho, tenho que me afastar da minha família, assim eu faço.
— O que quer dizer? — Senhor Viana perguntou completamente confuso.
— A partir de hoje, não sou mais um Viana — Angel falou desafiador. — Vou aceitar o emprego que o senhor Jones me deu. Cansei dessas humilhações que sofri por toda a minha vida.
— Então é isso que você vai fazer? — A senhora Viana disse. - Prefere conseguir as coisas sem nosso sobrenome.
— Esse sobrenome não é meu mesmo — Angel falou. — Pelo que sei, meu sobrenome é Monteiro. O nome que o meu pai me deu quando nasci.
— Um nome de um qualquer! — O senhor Viana disse, mas parecia distante. — Eu dei tudo a você desde a sua infância.
— Humilhação que você mais me dava na infância. — Angel retrucou. — Posso nunca ter conhecido meu pai biológico, que fugiu com o amante dele, mas prefiro não ter um pai a ter um cara que me humilha junto do filho e da minha própria mãe!
— Pois bem, já que é assim! — Senhora Viana falou. - Quero que suma da minha casa hoje!
— Pode deixar! — Angel falou. — Nunca mais irão me ver.
— Quero ver onde você vai ficar. — Ryder disse superior. — Não tem nenhum amigo na cidade.
— Ele pode ficar na minha casa. — Falei. — Afinal, ele é um amigo verdadeiro.
— Se eu fosse vocês. — Calvin falou sorrindo friamente. — Iria embora, já que não tem mais nada a resolver com o Angel. E imagino que ninguém deseja a companhia de vocês já que o gerente acabou de chamar os seguranças.
Os três escrotos ficaram nos encarando, até que se viraram e foram embora com os seguranças logos atrás deles, e Angel se permitiu cair no sentou novamente.
— Isso foi intenso. — Bianca disse e olhou com compaixão na direção de Angel. — Mas foi o certo, Angel. Você não merece sofrer tanto com as humilhações daquelas pessoas escrotas e mortas por dentro.
Angel assentiu e se virou para mim.
— Vini, sobre ficar na sua casa... — Ele começou, e sorri na sua direção.
— Sem problemas, pode ficar. — Falei. — É uma casa bem grande, e já que vamos trabalhar na mesma casa, pode ser legal ter um colega de quarto. O Axel vai adorar ter você por perto.
Calvin me olhou estranho.
— O Axel gosta de tudo que envolve diversão, ele só tem cinco anos então vai até onde está algo que o deixe alegre — Angel disse.
— Mesmo assim ele vai adorar ter a sua companhia — Falei, senti os olhares intensos do Calvin e me virei para sua direção. — Está tudo bem?
Ele balançou a cabeça e sorriu.
— Então os três vão aceitar o emprego? — Calvin perguntou.
— Sim. — Bianca falou, e concordei. — Mark vai surtar quando contar para ele, igual ele sempre fez. Minha mãe nem se fala, e o meu irmão vai comemorar comigo.
Com a decisão tomada, seguimos nossa conversa sobre o trabalho e as mudanças que isso traria para as nossas vidas. Angel estava visivelmente aliviado por se libertar do peso da família Viana, enquanto eu e Bianca estávamos animados com as novas oportunidades que se apresentavam.
— E então, quando começamos? — perguntou Bianca.
— Acho que seria bom começarmos assim que possível, certo? — sugeri.
— Concordo. Precisamos dar o nosso melhor para impressionar e garantir que a parceria com a família Jones seja um sucesso. — afirmou Angel disse.
— Não é para tanto — Calvin disse divertido. — Podem ir até a minha casa amanhã e pegar os detalhes.
**************
O resto do almoço voou e, quando percebi, tínhamos que voltar. Calvin falou que Sofia iria ajudar com o contrato e que amanhã mandaria o endereço da casa dele.
Saímos do restaurante de volta ao ateliê e já encontramos Sofia, que começou a falar do contrato com os Jones e que vamos assinar amanhã. Além disso, soubemos que Ryder demitiu Angel de assistente dele. Então ela falou para ele ficar ajudando eu e Bianca até dar o horário de irmos embora. Ele só deu de ombros, assim como eu e Bianca.
Outra coisa, quando contamos a novidade do contrato para nossos familiares, todos nos parabenizaram. Até o irmão da Bianca falou que iríamos conseguir. Agradecemos pelas felicitações e voltamos ao nosso trabalho. Na hora de ir embora, Bianca ofereceu uma carona, aceitamos, passamos na antiga casa do Angel, pegamos suas roupas e vimos sua família que fingiu que meu amigo não existia.
Bianca nos levou para minha casa, e depois fui arrumar as coisas e mostrar o quarto para Angel. Então, deu a hora de uma mãe de uma colega das crianças deixá-los em casa. Eles chegaram e cumprimentaram Angel, depois só ficaram brincando.
Patrick chegou logo depois e levou Max e Verônica para casa, apresentou-se para Angel, e ficamos conversando. Após todos tomarem banho, fiz um pouco de comida, comemos e depois ficamos assistindo até chegar a hora de ir dormir e nos preparar para amanhã de manhã.
E por algum motivo, sentia que algo iria acontecer comigo amanhã.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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