Capítulo Catorze
Patrick Thompson:
Sam continuou me abraçando, e aos poucos, as lágrimas foram se acalmando. Sua presença e palavras eram um conforto para a minha alma ferida.
— Eu sei que é difícil, Patrick. O amor próprio é uma jornada constante, mas você é forte, e todos ao seu redor veem o quão especial você é. Não deixe que as palavras de uma pessoa desvalorizem quem você é.
Ela se afastou um pouco para olhar nos meus olhos e disse:
— Você merece mais do que um relacionamento baseado em uma noite. Você merece alguém que esteja disposto a compartilhar todos os momentos da vida, não apenas os momentos convenientes.
Balancei a cabeça concordando com suas palavras. Sam tinha o dom de me trazer de volta à realidade e me fazer enxergar além das ilusões que eu mesmo criava.
— Obrigado, Sam. Às vezes, eu preciso de alguém para me lembrar do óbvio. Eu vou superar isso.
Ela sorriu gentilmente e disse:
— Estou aqui para o que precisar, amigo. Agora, levante-se desse sofá, em breve essa casa vai encher com seu filho e sobrinhos junto do Carlos e não podem te ver nesse estado lamentável — Sam disse com um enorme sorriso. — Sei muito bem como te animar na medida do possível
— Me diga então qual seria essa medida possível que vem à sua cabeça? — Perguntei.
— O jeito mais simples que meu tio me ensinou durante boa parte da minha vida — Sam cantarolou com um sorrisos imenso — Bem, a primeira coisa que você precisa entender é que não dá para resolver todos os problemas do mundo de uma vez. Então, o truque é quebrar as coisas em partes menores e lidar com uma coisa de cada vez. — Sam começou a explicar, seu sorriso indicando que ela estava prestes a compartilhar uma sabedoria de vida.
— Meu tio costumava dizer: "Como se come um elefante? Um pedaço de cada vez." Ou seja, divida o problema grande em tarefas menores e vá resolvendo uma por uma. Isso torna tudo mais gerenciável e menos esmagador.
Isso arrancou uma risada de mim. Afinal, pelo que eu conheço dela nos últimos anos, seria algo perfeitamente comum que o seu tio iria dizer.
— Além disso, é importante ter paciência consigo mesmo. Nem tudo acontece instantaneamente. Às vezes, é preciso tempo para superar obstáculos, aprender com experiências e seguir em frente. — Ela continuou.
Eu a ouvia atentamente, absorvendo as palavras sábias de Sam.
— E, claro, nunca subestime o poder de pedir ajuda. Seja de amigos, familiares ou até mesmo de profissionais. Às vezes, compartilhar o peso do elefante faz toda a diferença.
Sam concluiu com um olhar solidário, sabendo que cada palavra era destinada a me ajudar a enfrentar os desafios da vida.
— Espero que isso ajude, Patrick. Às vezes, a sabedoria do meu tio pode ser aplicada às situações mais diversas.
Agradeci a Sam por sua perspectiva valiosa, percebendo que, mesmo diante dos momentos difíceis, havia caminhos para superar as dificuldades. Juntos, decidimos encarar os desafios da vida, um passo de cada vez.
— Seu tio certamente parece ter uma sabedoria peculiar, mas eficaz. Às vezes, um toque de humor na vida é exatamente o que precisamos para enfrentar as situações difíceis. — Comentei, ainda sorrindo.
Sam retribuiu o sorriso, e por um momento, o peso que carregávamos pareceu um pouco mais leve.
— Agora, vamos lá, Patrick! Estou aqui para te ajudar a enfrentar esses elefantes, um pedaço de cada vez. — Sam disse com determinação.
Com essa atitude positiva, começamos a traçar planos e estratégias para lidar com as questões que estavam me incomodando. Sam mostrou mais uma vez que, mesmo nos momentos difíceis, há espaço para risos, amizade e soluções práticas.
— Então, qual é o primeiro passo?
Ela sorriu, levantou do sofá e foi até a minha cozinha. Só ouvi os armários sendo abertos. Ela voltou para a sala com alguns pacotes de bolachas e um pote de sorvete.
— Primeiro passo: confort food. — Sam disse, oferecendo-me o pote de sorvete. — Vamos afogar as mágoas na gordice.
Aceitei o sorvete, e ela abriu um pacote de bolachas. Sentamo-nos no sofá, mergulhando nas guloseimas, enquanto ela mudava de assunto.
— Agora, além do plano "confort food", precisamos de uma estratégia para lidar com Arthur. — Sam sugeriu, falando com a boca cheia de bolacha.
— Não quero mais pensar nisso agora. — Falei, tomando uma colherada de sorvete.
— Patrick, encarar as situações de frente é a melhor maneira de superá-las. — Sam disse seriamente, abandonando o tom descontraído por um momento.
Suspirei, compreendendo que ela estava certa.
— Ok, o que sugere então? — Perguntei, preparando-me para enfrentar os desafios que estavam por vir.
Sam pensou por um momento, ainda saboreando sua bolacha.
— Bem, primeiro, você precisa confrontar Arthur sobre o que ele disse. Dizer a ele como se sente e, se possível, entender as razões dele. Às vezes, a comunicação aberta pode resolver mal-entendidos. — Sam sugeriu, dando uma mordida na bolacha. — Não estou dizendo para falar que você se apaixonou à primeira vista por ele ou esperou todos esses anos para que voltasse para formar uma família feliz.
— Sério, quem em sã consciência diz uma coisa dessas? Me enganei por uma loucura momentânea não quer dizer que vou fazer papel de maluco — Falei. — Iria fazer com que o mesmo fugisse de mim, dizendo para chamar a polícia.
— Por isso estou dizendo para ser com cautela e dizer só a primeira parte que se sentiu magoado com as coisas que ele disse, não para se declarar de todo coração seria como dar um tiro no próprio pé — Sam disse, mordendo uma bolacha. — Seria algo incrivelmente idiota da sua parte que seria uma loucura fazer você dizer que tem sentimentos por alguem que conversou só por alguns segundos e foi para cama. — Pegou um pouco do sorvrte. — Só pessoas desesperadas por amor e sexo fazem uma coisa dessas.
Me cutucou e fez com que eu mostrasse a língua em sua direção.
Às vezes, fico feliz por ter mais de uma pessoa para confiar meus medos. Quero dizer, eu tenho o Carlos e o Vinicius, que são minha família, mas geralmente ambos são aqueles que deixam seus pensamentos se mostrarem demais, até quando gostam de alguém ou sentem desgosto. Eles levam as coisas muito na calma. Esse não é o meu caso; se alguém provocar, vai levar com tudo na cara, independentemente de quem for. Desde a época que transei com Arthur, já tive muitos caras, mas sempre encontravam um jeito de me criticar ou dizer como cuidar do meu filho. No final, terminava com eles com uma expressão de raiva, nariz sangrando e, em seguida, levando um chute no saco.
— Deveria ficar elogiado por essa comparação de não ser um desesperado maluco por sexo? — falei, e ela concordou com um aceno de cabeça. Peguei uma bolacha e joguei em cima dela, que soltou uma risada. — E se não resolver?
— Então, você seguirá em frente. Concentre-se em você mesmo, no seu filho, nos seus amigos. Não deixe que as ações de outras pessoas determinem sua felicidade. — Sam aconselhou. — Depois pense no romance, lembre-se que tem muitos peixes no mar. Mas tente não socar ninguém quando ele disser a primeira crítica para sua humilde pessoas.
Abracei a ideia, mas sabia que seguir em frente seria mais fácil dizer do que fazer.
— Vou tentar. — Falei, divertido. — Mas tem pessoas que pedem para levar um soco no meio da cara, lembra do meu último namorado?
— Aquele que trabalhava como palhaço e ainda era folgado demais, ele te levou no primeiro encontro em um circo — Sam disse puxando na memória. — Você deu um chute e um soco nele quando ele disse que o Max era estranho demais perto das outras crianças.
— Viu, ele pediu para levar — Respondi. — Só para constar, ele não trabalhava como palhaço, ele tinha fascinação por palhaços.
Sam caiu na gargalhada.
— Me diz o que você viu nele? Para aceitar essa loucura — Sam falou, abraçando a própria barriga.
— Eu estava desesperado por atenção naquela época. — Falei, revirando os olhos. — E ele parecia interessado o suficiente. Mas, claro, era um desastre esperando para acontecer.
Samara riu e balançou a cabeça.
— E agora, como está a sua seleção para homens? — Ela perguntou, curiosa.
— Agora eu aprendi a ser mais seletivo. — Respondi, sorrindo. — Pelo menos, acho que aprendi.
— É, parece que ainda temos um caminho a percorrer nesse quesito. — Samara comentou, apontando para o céu com a bolacha. — O importante é que você aprenda a se amar primeiro. Isso faz toda a diferença.
Balancei a cabeça concordando, refletindo sobre suas palavras. Samara sempre tinha uma sabedoria peculiar que, de alguma forma, conseguia me acalmar.
— Vamos, termine essa bolacha e me conta mais sobre o que aconteceu hoje. — Ela sugeriu, mudando de assunto. — Talvez a gente possa pensar em alguma estratégia juntos.
Terminamos nossos lanches improvisados, e Sam ficou mais um tempo me consolando e oferecendo palavras de incentivo. A presença dela trouxe algum conforto, e agradeci por ter uma amiga tão leal ao meu lado.
Quando Sam foi embora, fiquei refletindo sobre a conversa. Havia desafios pela frente, mas também sabia que tinha apoio ao meu redor. Resolvi enfrentar as situações de cabeça erguida, começando pelo confronto com Arthur.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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