|última vez|
•pov rosa•
R: o que você tá fazendo?
G: nada
R: quer sair?
G: tenho que checar a minha agenda
R: 🙄
G: aqui diz que posso fazer oq vc quiser 😏
R: chego aí em 15
Troco de blusa e jaqueta. Tomo banho de perfume e subo na minha moto. Meu coração palpita ansioso em vê-la, o recomeço foi uma excelente ideia, nós deixamos alguns assuntos de lado e curtimos a companhia da outra. Ainda não consegui perdoá-la completamente, mas estou no processo.
Parei minha moto em frente ao seu prédio. Cumprimentei o porteiro, ele acha que sou super alegre e me chamo Stephanie, mal sabe ele que é tudo atuação.
- Boa noite José.
- Boa noite Stephanie, indo ver a senhorita Linetti?
Assenti e entrei no elevador. Pressionei o último andar, o coração saindo pela boca. Nós conversamos todos os dias pelo celular e nos ignoramos no trabalho, é saudável para o nosso recomeço que ninguém saiba que voltamos. Não preciso namorar com três intrometidos. O elevador abriu, sai apressada. Seu apartamento é o último. Antes que eu pudesse tocar a campainha, ela abriu a porta.
Ela sorriu, eu sorri também. Meus olhos escanearam seu corpo, sua blusa azul marinho e sua saia coladas. Meu deus essa mulher é perfeita. Gina me puxou para dentro, não hesitei, não contei sobre a reserva de última hora no restaurante, apenas me deixei ser levada. Ela me empurrou no sofá e sentou no meu colo. Sua boca atacou a minha, o beijo quente e intenso. Ela me beijava como se tivesse medo de me perder, eu a beijava para provar que não vou a lugar algum.
Suas mãos desceram pela minha jaqueta, tirando-a.
- Gina...
Ela não me deixou afastar.
- Gina. - consegui me soltar, sem fôlego.
- Desculpa, eu estava com saudades.
- Eu percebi.
Ela bateu no meu braço.
- Eu também estava - ela sorriu. - Fiz reserva em um restaurante antes de vir para cá.
- O italiano?
Assenti.
- Vamos comer, depois a gente volta pra cá e você come de novo.
Eu ri.
- Você é muito mente poluída.
Lembrei de Giselle e como tínhamos essa piada interna. Gina percebeu a minha mudança súbita de comportamento.
- Tudo bem?
Balancei a cabeça negativamente.
- Você não se lembra?
Ela negou.
- Do quê?
- A piada do mente poluída.
Ela torceu a boca.
- Foi com Giselle.
- Você é ela - falei estressada.
- Posso te perguntar uma coisa?
Assenti.
- Você gostava dela?
Senti meu estômago revirar.
- Giselle?
Ela assentiu lentamente, prestando atenção na minha reação.
- Eu gostei por um curto período - confessei. - Era bom conversar com alguém que não fosse o psicopata do meu ex. Ela me fez sentir... - pausei tentando achar a palavra correta. - especial.
Gina não respondeu. Seu silêncio me incomodou.
- Eu parei de conversar com ela por sua causa - falei.
- Por que seria injusto com ela?
Ela me olhou, os olhos marejados.
- Não é justo Gina. Foi você quem a criou e agora...
- Agora?
Respirei fundo.
- Quem nós estamos tentando enganar? Nós não damos certo, não depois de tantas mentiras.
Ela assentiu.
- Não podemos tentar de novo?
- E se der tudo errado? - perguntei.
- Nós tentaremos novamente até dar certo - ela suspirou. - Eu falei sério sobre querer tem um futuro com você. Quero casar, ter filhos, viajar o mundo todo.
Eu sorri imaginando.
- Eu amaria.
- Vamos tentar de novo, por favor.
Eu beijei sua mão.
- Não quero te destruir, nem que você me destrua de novo - toquei em seu rosto. - Quero o melhor para você.
- Você...
- Não - eu a interrompi. - O melhor é você estar feliz. Esse relacionamento só está nos destruindo, amar deveria ser fácil, não impossível.
- Eu te amo, Rose.
Beijei sua testa. Ela me puxou e colou nossos lábios, um selinho demorado, nosso último beijo.
- Eu te amo - disse colando sua testa na minha.
Senti suas lágrimas escorrerem pela minha bochecha, mas não me afastei. Fiquei parada sentindo o seu calor até o meu pescoço doer. Me afastei, seus olhos encontraram os meus, vi dor e arrependimento. Meu coração terminou de se partir.
- Eu te amo. - repeti.
Peguei em sua mão pela última vez e a beijei.
- Isso é definitivo, não?
Assenti. Ela chorava em silêncio, os olhos vermelhos e inchados.
- Vou sentir sua falta.
♤♡◇♧
Eu não havia entendido naquele dia, mas aquela era a última vez que eu a veria.
- Rosa.
Ajudei Jake a esvaziar as gavetas de sua mesa.
- Você está bem?
- Vou ficar.
Ele me abraçou, eu quis batê-lo mas me contive, eu precisava disso. Depois que Gina foi para Los Angeles a vida parece cinza. Nada faz sentido. Eu mando mensagens para o número de Giselle, sabendo que ela nunca responderá.
R: sinto sua falta.
R: queria conseguir te perdoar.
R: eu te amo tanto.
O celular da hello kitty apitava em minha frente, eu fazia questão de carregá-lo todos os dias, caso ela decidisse mandar algum arquivo.
Autora: o próximo será o último :(
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro