71
Ana ✨
A primeira pergunta do dia que já me causou dor de cabeça foi, "cadê o papai?"
O meu humor péssimo, ficou tri-péssimo com essa pergunta, mas como eu não tinha o direito de descontar tudo no Théo, respondi que teve que ir para casa e que logo menos iríamos lá.
E foi assim que aconteceu, de tardezinha quando eu tinha terminado de arrumar a casa junto com a Paola, a serviçal, eu peguei o Théo e bati no morro.
- O chefe tá em casa não, tá trabalhando na biqueira.- Olhei pra ele.
Ana: E por que você não me levou diretamente pra lá? - Apontei.
- Tu falou que queria ir pra casa do chefe, patroa.- Falou o óbvio e eu acabei rindo.
Ana: Desculpa, mas me leva até o Ret, por favor.- Ele balançou a cabeça e ligou o carro, subindo aqueles caminhos pequenos.
- Mas e aí, patroa. Tu vai chegar quando aqui no morro? - Falou prestando atenção no caminho.
Ana: Acho que nem tão cedo.- Dei os ombros.- Obrigada.
Théo: Valeu...- Falou no meu colo e o menino riu.
Ana: Só aprende coisa feia com teu pai.- Falei descendo do carro com ele.
Ele sorriu largamente e os meninos que estavam por ali, olharam pra mim e pro Théo de maneira estranha. Um olhou pro outro e eu segurei a mão do Théo, me aproximando.
Ana: Boa tarde..- Sorri fraco, morta de vergonha e a maioria respondeu.- Ret tá fazendo alguma coisa que eu não deveria saber?
- Coe, que eu saiba não.- Respondeu um por todos, já que os outros se calaram.- Tu não é só a mãe do filho dele? Tem nada ver.
Ana: Obrigada.- Empurrei a porta e coloquei a cabeça pra dentro.
Filipe tava sentado numa cadeira e na frente dele, um menina morena que se afastou um pouco quando eu entrei.
Théo: Papai...- Falou correndo e eu permaneci quieta.
Filipe também me olhava sem reação nenhuma, já a menina tinha um sorriso nos lábios.
- Quando precisar, eu volto.- Falou dando as costas e passou por mim rindo, ela fechou a porta e eu me sentei no sofá.
Estava sem reação ainda, acho que não tinha muito o que falar ou fazer, eu não tava conseguindo pensar direito.
Ana: Por que? - Minha voz saiu totalmente fraca, me fazendo colocar a mão na bochecha, sem coragem de olhar pra ele.
Ret: Não, eu... não tava comendo ela.- Falou colocando Théo em seu colo.- Não.
Ana: Como assim? - Falei sentindo minha cabeça girar e me joguei encostando a cabeça no sofá.
Ret: Eu não tava comendo a menina, porra.- Falou se levantando.- Ela queria, peguei ela no dia do baile que o Mt vacilou contigo e ela veio me procurar, mas não rolou.
Ana: Por que eu não consigo ver a sinceridade nos teus olhos? - Falei olhando pra ele que me encarou, sentando do meu lado.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro