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Ret 💸

Observei a cara da Ana pegando aquele copo da mão do Matheus, eu tava ligado que ele tava aprontando alguma.

Mas a Ana é de maior, já tá bem grandinha e esse papo de não aceitar nada de ninguém em baile, ela deve saber. Até porque se ela diz que tem nojo do moleque uma hora e na outra, tá aceitando bebida, o errado não é só ele.

Zv: Aí Ret, tem uma morena querendo desenrolar contigo. Mina no asfalto, quase não pisa aqui e faz tudo no sigilo.- Bateu no meu ombro e eu olhei pra ele.

Ret: Mina do asfalto é tudo emocionada, tu tá ligado né.- Ele negou, segurando meu pescoço e guiando na direção da menina.

Parecia que o baile tava parado só pra ela, ela descendo no chão junto com as amigas e rindo, toda animadinha. Mas na mão tinha bem bebida, era só um pirulito e uma garrafa de água.

Ret: Manda pro quarto.- Ele riu, descendo as escadas de novo.

Observei ele chegando nela e falando no ouvido, ela tirou o pirulito da boca e me olhou sorrindo, saiu sem nem avisar as amigas e eu esperei ela subir, parando do meu lado e apoiando na barreira, igual como eu estava.

Ret: Pro quarto, não pra perto de mim pô.- Falei sem olhar pra ela.

- Não posso demorar muito.- Virei pra ela vendo ela tirando o pirulito da boca e passando a língua.

Encarei ela serinho e ela riu, dando as costas e indo pro quarto, guiei atrás dela e entrei, vendo ela tirando o pedaço de pano, que era a blusa.

Sem muita enrolação, ela ajoelhou e pagou um daqueles, deu o nome pra mim! Pegou a camisinha e foi só sequência, transa alucinada mermo, papo de repetir duas vezes, até ela dizer que ia embora.

Não falou nome, vulgo, número e nem nada, só me deu um beijo e saiu correndo ajeitando a blusa.

Neguei com a cabeça e nem procurei ir atrás, quando sai do quarto vi que tava amanhecendo já. Peguei um verdinho acendendo no bico e desci pegando minha moto e indo pra casa.

Quando eu cheguei, fui direto pras escadas, quando tava passando, vi a porta do quarto do Matheus aberta e estranhei, dia de baile ele nunca deixava em branco, sempre transava com as negas.

Quando entrei, vi a Ana deitada encolhida na cama, tava de roupa ainda mas eu estranhei. Cheguei perto dela e coloquei a mão no pescoço, apertei um pouco vendo ela se engasgar o que foi o suficiente pra ela acordar tossindo e me batendo.

Ana: Qual teu problema? - Falou quase sem voz, tossindo.

Ret: Fez o teatro todo pra transar com ele no final? - Ela parou, me olhando e ficou assim por um bom tempo.

Encarei ela serinho e após uns cinco minutos, ela começou a chorar e eu nem entendi pô, papo reto! Cruzei os braços vendo ela colocar a mão na cabeça e fiquei calado.

Ana: Por que você fez isso comigo? - Olhou pra mim e eu olhei pra trás.

Ret: Tá falando comigo mermo ou tá delirando? - Ela passou a mão no rosto.

Ana: Foi você que mandou ele me dar aquele copo, porque você sabia que eu não confio nele, você ajudou ele a fazer isso.- Falou soluçando.

Ret: Qual foi dessa papo, maluca? Porra de copo, caralho.

Ana: Eu lembro de quase tudo, Ret.- Colocou a mão na cabeça.- Depois do copo, eu comecei a ficar muito animada e Matheus me trouxe pra cá. Eu chupei ele, mas depois disso eu não lembro de nada.

Ret: Tu transou com ele, simples.- Dei os ombros.

Ana: Não Filipe, eu nunca faria isso.- Gritou e eu encarei ela bolado.- O que tinha naquele copo que tu mandou ele me entregar?

Ret: Minha pica! Eu mandei ninguém te entregar porra de copo não, fudida.- Falei sem paciência.

Ana: Ret, eu te juro. Matheus olhou pra mim e falou que foi tu que tinha mandado ele me entregar o copo, ele me drogou e me trouxe pra cá, eu não sei se ele transou comigo.- Falou limpando o rosto.- Ele abusou de mim, Filipe.

Ret: Tu acabou de dizer que não lembra.- Cruzei os braços.

Ana: Mas eu lembro de chupar ele, depois disso eu não lembro de mais nada. De qualquer jeito, ele me drogou e iria, ou me estuprou.- Falou certa e eu ajeitei minha postura.

Ret: Tu tem certeza do que tu tá falando, Ana? - Me levantei.

Ana: Ele pode não ter me tocado de outras maneiras, mas ele me drogou e me fez chupar ele.- Falou certa e eu senti sinceridade.

Ret: Porra e tu não pensa não, caralho? Tu vai tomar um bagulho que o cara que tu tem raiva da te oferecendo, é tipo ir almoçar na casa do inimigo porque ele diz que quer paz.- Apontei.

Ana: Mas ele usou seu nome e eu confio em você.- Levantou.- Além, ele bebeu do copo também. E apesar disso tudo, a culpa não é minha.

Ret: Corpo do Matheus já é acostumado com todo tipo de droga. Negócio de confiar em mim, se eu quero te dar algum bagulho em vou na tua frente e entrego nas tuas mãos, mandada.- Falei saindo do quarto.

Matheus já tinha vacilado muito com todo mundo até comigo. Mas ele sempre soube que estupro não é brincadeira pra ninguém, eu tava querendo tirar a história toda a limpo, porque era foda acreditar que ele seria escroto a esse ponto.

Eu tava cansadão, mente girando e cabeça explodindo, Ana me seguiu calada e eu olhei pra ela, ela pediu pra eu mandar alguém levar ela e eu neguei, tava sem paciência até pra ela, então mandei ela tomar um banho e tomei o meu.

Ela tava toda mole e choramingando, dei uma blusa a ela, tranquei a porta e deixei o quarto todo escuro, me joguei na cama e ela deitou do meu lado, se encolhendo debaixo das cobertas.

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