Ana ✨

Quando Matheus terminou de comer, subiu as escadas e eu olhei pro Ret, que colocava mais comida no prato.

Ana: Por que você muda tanto? Até sua forma de agir com o Théo você muda na frente de terceiros.- Comentei.- Te incomoda as outras pessoas te verem como um homem normal, com sentimentos?

Ret: O que eu te falei? Minha vida não tem nada haver com a tua, não me faz perder a cabeça.- Sentou na mesa.

Ana: Você me irrita, precisamos de uma boa relação Filipe e não é por mim.- Me levantei.- Dá tchau ao seu pai filho, já vamos.

Ret: Não vai, porra.- Olhei pra ele, colocando prato na pia.- Deixa o menino aqui comigo porra, só isso! Mal tô podendo ir pro asfalto, a hora que eu for vou ser preso, eu quero tá com ele de alguma forma.

Ana: Então começa a me tratar bem, educadamente pelo menos.- Pedi.- Não dá, juro! Se for pra tu me tratar com ignorância e grosseria, eu não vou mover um dedo pra trazer ele.

Ret: Não tira graça com isso que eu tiro o menino de tu agora, tu me entendeu? - Me aproximei dele, vendo ele me encarar.

Ana: Não abre a boca pra falar isso, eu sou capaz de te deixar no inferno se você ousar encostar no meu filho.- Falei apertando a minha mão.

Ret: Tu sabe bem que ele não é só teu filho.

Ana: Você não entende Ret, ele é a única e mais importante pessoa na minha vida.- Falei sentindo minha voz fraquejar.- Se você pensa em tirar ele de mim, me mata antes disso, porque o Théo é a única coisa que eu tenho na minha vida.

Ret virou a cara e eu voltei, pegando o Théo no colo e caminhando pra fora dali, peguei minha bolsa e quando estava a abrir as portas, escutei fogos de artifício e dei um passo pra trás, escutando alguém correndo.

Ret: Nem pensa em sair daqui.- Segurou minha mão me puxando pra trás e o Théo começou a chorar com o susto.

Mt: Por cima.- Falou descendo as escadas com um fuzil nas mãos.

Coloquei a mão no rosto do Théo que choramingava e Matheus falou algo pro Ret, bem baixinho e saiu correndo. Começou uns tiros que davam pra escutar muito bem, Filipe ficou andando com um rádio nas mãos e eu me sentei com o Théo no sofá.

Tava apenas querendo sair dali e muito arrependida por ter vindo aqui, após muito tempo, ainda se escutava tiros e agora alguns gritos por perto. Ret pediu pra eu subir e eu fui com o Théo que tava cochilando e choramingando ao mesmo tempo, ele me trancou em um quarto e saiu, deixando tudo em silêncio.