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você me dá motivos pra esquecer?

— E de Cabernet, você gosta?

Foi a primeira coisa que Mathias disse quando Agatha abriu a porta de seu apartamento. A morena abriu um sorriso ladino, bonito demais para não chamar a atenção. Numa expressão irônica ela torceu os lábios, pegando a garrafa de vinho da mão do mais velho e se virando para dentro do ape, convidando de maneira indireta.

Barreto abriu um sorriso leve antes de entrar. O lugar era lindo, decoração minimalista mas chique, cobertura na Barra da Tijuca, é, a mulher era poderosa.

Mas o que realmente atraía os olhos azuis do barman era a forma lasciva que as curvas da empresária balançavam conforme ela andava. Vestindo um robe de seda num dourado que destacava o tom quente e moreno de sua pele, Barreto teve certeza que ele era um cara de sorte.

— Sua casa é linda. — Ele disse, ainda a assistindo ir até a cozinha. — E você tá maravilhosa.

Agatha levantou o olhar, sorrindo enquanto pegava duas taças de vidro.

— Não pensei que viesse. — Disse repentina, enquanto depositava a bebida nas taças.

Mathias franziu a testa confuso, e cruzou os braços, se encostando num pilar no canto da sala de estar.

— E porque eu não viria?

Ela deu de ombros, lubrificando os lábios antes de tomar a taça com as mãos e ir em direção ao sofá, o chamando para se sentar ao lado dela.

— Não me pareceu muito animado com a ideia na sexta. — Um riso irônico saiu de seus lábios — Parecia mais interessado em outra coisa... ou pessoa.

Barreto arqueou a sobrancelha, mas logo percebeu. Sorriu desacreditado, parecia até piada.

— Não me diz que você tá falando da Luiza.

Agatha desviou o olhar, e o mais velho balançou a cabeça em negação, até gostando daquele ciúme bobo — mesmo que absurdo. Em passos lentos ele foi até o sofá, e sentou ao lado da morena, pegando uma das taças e bebericando do vinho tinto que trouxera.

— A Luiza é uma criança, Agatha.

Ela soltou uma risada, e jogando a cabeça para trás com uma pitada de escárnio ela lubrificou os lábios antes de falar:

— Criança? Vestida daquela forma? — Ela arqueou a sobrancelha, voltando o olhar castanho e infame para o mais velho — Praticamente jogando os peitos na sua cara? Por Deus Mathias, não pode ser tão ingênuo assim.

Ela bebeu do álcool, balançando em negação e sentindo o olhar oceano bradar sobre si. Na verdade, nem Barreto sabia as palavras certas para usar, afinal, Agatha não estava errada. Ele sabia que não.

— Vamos ficar falando disso a noite toda? — Pousou a mão áspera sobre a coxa fina e descoberta da morena, acariciando a pele avelã.

A empresária finalmente o olhou, com uma das sobrancelhas arqueadas e segurando um sorriso espontâneo.

E deixando a taça de vinho ainda completa sobre a mesa de centro, ela se aproximou mais, podendo sentir o aroma amadeirado e frio do Barreto. Sentiu o áspero da barba recém-feita dele com a ponta dos dedos, e puxou o queixo do mesmo de maneira maliciosa para si.

— Depende — ela sussurrou, os lábios a poucos centímetros do dele — Você me dá motivos pra esquecer?

Ele não esperou por uma segunda oferta. Mathias apertou a nuca da morena, puxando e finalmente sentindo os lábios molhados dela contra os seus. Deixou a língua varrer cada centímetro da boca dela, o sabor do tinto deixando tudo mais gostoso.

Afundou uma das mãos na curva da cintura dela, puxando seu corpo para si, e sentindo o tesão lhe invadir cada vez mais, Mathias afastou seus lábios, a respiração ofegante dela o fazendo sorrir sacana.

— Vou te dar muitos motivos — ele disse, a voz rouca a atiçando, a morena o puxou para si novamente.

Naquela noite de sábado, Mathias fodeu Agatha com tanta brutalidade, que imaginou que ela pediria arrego. Não sabia que porra tinha acontecido, o tanto de tesão que ele estava guardando era absurdo, parecia que não transava há dez anos. Apesar de ela ter toda a pose de mulher fodona (o que ela realmente ela), mas a morena parecia gostar de algo mais íntimo e romântico, talvez.

Barreto pegaria seu ritmo, contanto que ela tivesse um orgasmo, ele estava satisfeito.

Seus olhos azuis encaravam a vidraçaria da porta que dava acesso à varanda da cobertura. A respiração quente da empresária batia contra seu pescoço, e abraçada nele, ela dormia tranquila. Num silêncio sereno, Barreto se obrigava a viver alí, a sentir a mulher que estava abraçada em si, a mulher que ele acabara de transar com, e não numa garota com idade pra ser sua filha.

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