ᅠᅠᅠㅤㅤ ・003・ᅠ𝑱𝒖𝒔𝒕 𝒍𝒊𝒌𝒆 𝒕𝒉𝒆 𝒎𝒂𝒕𝒄𝒉 𝒚𝒐𝒖 𝒔𝒕𝒓𝒊𝒌𝒆
ੈ✩‧₊˚ 𝑨𝑺𝑺𝑰𝑴 𝑪𝑶𝑴𝑶 𝑶
𝑭𝑶́𝑺𝑭𝑶𝑹𝑶 𝑸𝑼𝑬 𝑽𝑶𝑪𝑬̂ 𝑹𝑰𝑺𝑪𝑨 *ੈ✩‧₊˚
🔸✧.* Capítulo três. 🔸✧.*
HELENA GIRAVA O anel em seu dedo de forma nervosa, ela estava em frente ao IECET, novamente. Seu estômago embrulhava e sua cabeça girava.
—— Lena, caramba! você está correndo assim por causa do trote? — Heitor riu, assim que se colocou ao lado da irmã mais nova, depois de a alcançar. —— Não se preocupe, você é minha irmãzinha, os caras não vão mexer com você. Toma!
Heitor estende a bolsa a frente de Helena, que a pega no automático. O Heitor de seu pesadelo era o mesmo que ela se lembrava da infância e adolescência. A saudade de seu irmão queimava em seu peito e doía como se ela estivesse se afogando.
—— Sabe, gostei de ver você enfrentando a mamãe. — Heitor beija sua testa e sai com um sorriso zombeteiro nos lábios. —— Te vejo no trote.
Heitor sorri na direção de uma garota de cabelos cacheados que conversava animada com duas outras garotas. A menina ao notar, bufa e puxa as amigas para dentro da escola. Helena pisca para afastar as lágrimas que embaçavam sua visão. Ela queria acordar e voltar logo para seu apartamento, onde Heitor, o IECET e tudo ao seu redor não passavam de lembranças guardadas em sua mente.
—— Helena. — ela escuta alguém a chamar. —— Me diz que você também está presa nesse sonho e que eu não estou maluca?
Helena se vira, dando de cara com Anita, ou pelo menos, com a sua versão mais jovem.
—— Uau, não lembrava do seu visual ser assim na escola. Gostei.
—— Anita, que merda toda é essa? — Helena esbraveja.
—— Você acha que é algum tipo de alucinação coletiva? Talvez a champanhe do casamento estava batizada? — Anita pergunta.
Helena balançou a cabeça, ainda nervosa, girando o anel em seu dedo de forma compulsiva.
—— Eu não sei, Anita. Nada disso faz sentido. Mas olha para nós! Estamos de volta a escola, como se todos esses anos não tivessem passado... Como se tudo o que vivemos depois disso simplesmente... desaparecesse. Estamos em coma? — Helena parece desesperada e Anita ri.
Helena olhou em volta, tentando processar tudo o que estava vendo. O sol brilhava intensamente sobre o pátio do IECET, as vozes dos estudantes enchendo o ar com uma familiaridade inquietante. Era exatamente como ela se lembrava. Os mesmos muros, os mesmos rostos. Tudo parecia saído diretamente das suas memórias. E agora, ali estava ela, com 15 anos de novo, com a roupa mais ousada que jamais teria coragem de usar naquela época, ao lado de Anita, igualmente perdida.
—— Você acha que isso é um sonho? — perguntou Helena.
—— Só pode ser! — respondeu Anita, com uma risada incrédula. — Eu quero dizer, como mais explicar isso? Eu tomei champanhe, você provavelmente também, e agora estamos aqui, vivendo esse pesadelo juntas.
Helena não conseguia decidir se estava aliviada ou mais preocupada. Se isso era realmente um sonho, deveria ser mais fácil, certo? Elas podiam simplesmente acordar a qualquer momento. Mas tudo parecia tão real. O toque frio do anel em seu dedo, o cheiro do perfume barato misturado ao suor dos adolescentes, a textura áspera do tecido da sua roupa contra a pele. Isso era muito mais do que um sonho.
—— Então, o que fazemos agora? — Helena perguntou, tentando manter a calma enquanto o medo começava a apertar seu peito.
—— Eu diria que aproveitamos, mas considerando que estamos de volta ao inferno que é a adolescência, talvez a gente só... sobreviva? — Anita deu de ombros, tentando manter um tom leve, mas a preocupação em sua voz era evidente.
Mesmo que fosse apenas um sonho, a ideia de reviver aquele período da sua vida era aterrorizante. As expectativas sufocantes, as inseguranças, a pressão de ser perfeita... Tudo o que ela tinha lutado tanto para superar, de repente estava de volta, como uma onda gigante prestes a engolir.
—— Você lembra como era sobreviver aqui, não é? — Helena olhou para Anita, tentando encontrar algum consolo na companhia da amiga.
—— Como esquecer? — Anita respondeu. — Mas, talvez dessa vez, a gente possa fazer diferente. Vai que é isso que o nosso subconsciente quer? Que a gente tenha uma segunda chance para corrigir as coisas?
Helena ficou em silêncio. Se esse sonho bizarro realmente era uma segunda chance, o que ela faria com ela? Ela se lembrou da dor que sentiu ao ver Heitor novamente, do alívio misturado com angústia. Se havia algo que ela queria fazer diferente, era estar ao lado de seu irmão dessa vez. Mas como?
—— Não sei se estou pronta para passar por isso de novo, — admitiu Helena, sua voz tremendo um pouco.
—— Talvez não estejamos, — respondeu Anita, colocando a mão no ombro de Helena. — Mas estamos juntas, e, se for um sonho, uma hora a gente acorda. Se não for... — Ela fez uma pausa, sorrindo de forma reconfortante. — Bem, então vamos ferrar com tudo e fazer do nosso jeito.
Helena riu, ainda que sem muita convicção. Ela olhou para a entrada do IECET, onde os estudantes estavam se reunindo, prontos para começar mais um dia. Mesmo que tudo isso fosse uma ilusão, havia uma parte dela que sentia que, desta vez, ela não deixaria o passado controlá-la. Se estava destinada a reviver essa época ela viveria do jeito que sempre quis.
—— Então, estamos nisso juntas? — Helena perguntou, estendendo a mão para Anita.
—— Sempre. — Anita respondeu, apertando a mão de Helena com firmeza.
—— Prima, que bom que a gente te achou. — Uma voz chamou a atenção das duas garotas. Que olharam ao mesmo tempo para os outros dois recém chegados.
—— Carol, Henrique? como vocês estão fofos. — Anita apertou as bochechas dos dois, que a olharam com caretas de confusão.
—— Oi, Helena não é? — A prima de Anita pergunta. —— Irmã do Heitor, ele é aquele amigo do Eduardo, que eu falei para você prima, lembra? — Carol se vira para Anita, suas sobrancelhas se erguem em desprezo ao escutar o nome de Eduardo.
Ela se lembra da confusão que Anita causou com o marido de sua prima, no casamento de Luiza, minutos antes dela derrubar champanhe em seu vestido. Helena havia se esquecido que seu irmão era amigo dos garotos problema na escola, de Eduardo em específico.
—— O que a gente vai fazer em? — Henrique chama a atenção para si. — A gente pode se esconder no armazém.
—— Não, eles vão revistar. Eu vou sair de lá arrastada direto para a rodinha do trote. — Anita balança os ombros como se fosse para espantar as memórias daquele dia. Os amigos de Anita a olham esquisito.
—— A gente pode ir para a biblioteca. — Anita diz.
Helena e Henrique se entreolharam. A ideia de se esconder na biblioteca parecia a melhor opção, especialmente considerando que o trote estava ficando cada vez mais intenso. Helena se lembrava vagamente de como aquela primeira semana de aula havia sido um pesadelo, e a última coisa que ela queria era repetir essa experiência humilhante.
—— Acho melhor não, eu vou ficar escondida ali naquele cantinho, boa sorte gente. — Carol diz e se vira.
—— Biblioteca, então. — Helena concordou, já começando a andar na direção do prédio. — Se tiver algum lugar em que eles não vão pensar em procurar, é lá.
Anita concordou, parecendo mais aliviada com a ideia de escapar. Eles seguiram juntos pelo corredor até a entrada da biblioteca. O espaço estava quase vazio, exceto por um ou dois alunos concentrados em seus estudos, ou se pegando atrás das estantes, ignorando o caos lá fora. Helena soltou um suspiro de alívio ao entrar, sentindo a calma do lugar envolvê-la.
—— Nunca pensei que estaria tão feliz em ver uma biblioteca. — murmurou Anita, ainda se recuperando da corrida até ali.
—— Se não fosse por esse pesadelo de trote, eu até concordaria com você. — Helena respondeu, olhando ao redor. O lugar estava exatamente como ela se lembrava, com fileiras e fileiras de livros, e aquele cheiro característico de papel envelhecido.
Eles se dirigiram ao fundo da biblioteca, onde havia menos chances de serem encontrados. Estavam prestes a se sentar quando ouviram passos ecoando pelo corredor. Helena prendeu a respiração, esperando o pior, mas quando se virou, viu um rosto familiar se aproximando. Era o irmão de Fabrício, se ela não se enganava.
—— Oie, quem que é você mesmo? — Anita pergunta para o recém chegado que estava no computador.
—— E se ele for veterano? — Henrique sussurra para Anita.
—— O seu namô tá com medo do trote? — ele pergunta.
—— Nossa, não, ele é zero meu namô. — Anita responde e aquilo doeu até mesmo em Helena.
—— Pode ficar tranquilo, obviamente eu não vou zoar ninguém.
—— Mas fala aí, você tá se escondendo do trote também? — Henrique pergunta.
—— Não, para vocês é um dia, para mim é o ano inteiro, até mesmo meu irmão Fabrício me zoa, então eu já estou acostumado.
—— Ah, o irmãzinho do Fabrício, gente seu irmão é um idiota. — Anita diz e Helena segura a risada ao seu lado.
—— Sim! Vocês conhecem ele?
—— Quem não conhece o Fabrício? — Helena anda até onde ele estava, olhando para o seu computador, Anita e Henrique a seguem.
—— Gente eu amava essa comunidade. — Anita diz ao ver a tela no computador antigo.
—— Até que aqui não é tão ruim, tem Cd dos beattles que a gente pode pegar de graça.
—— E internet, que o que eu uso para as coisas importantes da vida. Tipo falar com o meu namorado.
—— Gente, você deu match com um boy bom? #QuemMeDera.
—— Você usa Tinder Anita? Que decadência. — Helena zomba.
—— Que?
—— Nada, esquece. — Helena ri, ainda bisbilhotando a biblioteca.
—— Vocês namoram de boa aqui, em Inperatriz?
—— Não, ele é um perfil fake.
—— Pera, você não conhece a pessoa que você namora? Cara, já pensou que ele pode ser um Serial Killer.
—— Já né. Eu escrevi uma webserie sobre isso.
Loucos de amor que chama, já tem 1200 membros na comunidade.
—— Nossa, acho que ninguém nem via meu Floguinho. — Anita diz.
O som de notificação chegando chama atenção deles.
—— Aí ele é perfeito, ele escreveu "Helena" do My Chemical Romance para mim.
—— Eu amo essa música. — Helena diz ainda olhando pela janela.
—— Quem diria. — Anita ri.
—— Ele transcreveu uma música inteira para você? Isso é amor cara. — Henrique se levanta.
—— Gente, acho que a gente já pode ir, tudo tranquilo lá embaixo. — Helena chama a atenção para si.
ੈ✩‧🔸₊˚ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar. Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay.
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