Nicolas estava preparando algo de comer.

Passavam das sete da noite e ele havia tido um longo dia.

Enquanto preparava o então jantar, Nicolas ouve um ruído parecendo vir de fora da sua casa.

Olhou através da janela da cozinha, que dava dentro do lago.

De repente, alguém bateu a sua porta.

__ socorro!

Nicolas correu até a sala é olhou através do vidros da janela ao lado da porta.

Era uma mulher batendo a sua porta.

Nicolas abre a porta.

Ela tinha o semblante apavorado e o rosto coberto de sangue.

__ me ajude...

A mulher caiu sobre os braços dele que com dificuldade, fechou a porta e a carregou até o sofá da sala.

Ele a deitou sobre o sofá calmamente.

Chegou o pulso e a respiração.

A mulher então abriu os olhos e ao olhar aqueles olhos Nicolas mergulhou no mais intenso profundo azul que já Virá.

Ela gemeu.

__ você está bem?

Nicolas pensou que a sua pergunta não fazia nenhum sentido. Aquela mulher não estava nada bem.

__ eu.. Eu nao sei...

__ esta segura agora.  O que aconteceu? Está ferida.

Ela colocou a mão sobre a cabeca. Não se lembrava de nada.

__ eu não lembro... Havia dois homens e..  eu senti apenas um golpe e quando acordei corri até encontrar esta casa.

Ela tentou levantar, porém Nicolas a impediu.

__ fique deitada. Vou cuidar de seu ferimento.

Nicolas caminhou até o banheiro, buscando a caixa de primeiros socorros que havia guardada para eventuais emergências

Ele se aproximou dela que apenas o fitava.

Aquele homem parecia apenas querer ajuda-la.

Nicolas limpava o ferimento que ela tinha na cabeça.

Ela gemeu, pois incomodava um pouco.

__ não foi tão profundo, há um pequeno corte.

__ você é médico?

__ não, mas fiz curso de primeiros socorros.

__ obrigada.

De repente um silêncio e ela imaginou que ele diria para ela ir embora.

__ por favor me deixe ficar. 

Nicolas olhou para aquela moça. Ele não sabia nada sobre ela, do nada ela apenas surgirá em sua porta.

__ eu não tenho para onde ir e eu.. eu não me lembro de nada.

__ de nada mesmo? De onde vem ou de seu nome?

__ de nada em absoluto.

__ parece preocupante. Precisa de um médico.

__  eu estou bem.

__ não poderia estar bem, se não se lembra de nada.  Sua roupa esta coberta de sangue.

Nicolas a observava atentamente e sentiu um calafrio percorrer seu corpo quando notou aquelas curvas.

Parecia bem jovem aquela moça.

__ eu só preciso descansar um pouco. Me deixe ficar aqui com você. Por favor.

Um misto de ternura e medo invadiu todo o seu ser. Como poderia negar a tão doce pedido?

__ pode ficar esta noite. Vou encontrar alguma roupa para você. Posso lavar a sua.

__  obrigado.

Minutos depois, e notando que seu jantar havia queimado, Nicolas buscou uma roupa para ela.

__ pode tomar um banho se preferir, tem toalhas limpas no banheiro e água quente.

Ela consentiu.

__  o banheiro fica a sua direita no fim do corredor.

Ela caminhou até o banho.

O banheiro era bem masculino. Ele deveria viver sozinho naquela casa.

Ela pensara.

Ela se deliciou sobre a ducha, de olhos fechados, imaginando o que iria fazer de sua vida.

O que Nicolas iria fazer com uma mulher em sua casa? Vivendo sozinho já fazia algum tempo, após um divórcio complicado?

Ouviu um barulho de algo se quebrando e levantou-se apressado.

__ moça?

Ela saiu do banheiro enrolada apenas em uma toalha.

Por um momento Nicolas apenas a olhava.

__ tudo bem?

Finalmente perguntou.

__ desculpe, acho que quebrei um de seus perfumes.

Ele sentia o aroma de um de seus perfumes.

__ não tem importância.

__ as minhas roupas estão muito sujas de sangue.

Ela comentou e ele olhou para o ferimento que ela tinha na cabeça.

Se aproximou e ela se recolheu.

__ tudo bem.

Ela consentiu.

Nicolas tocou na ferida e percebeu que não foi profundo.

__ cuidarei disto, em um momento trago uma roupa para você.

__ agradecida.

Nicolas volta ao seu quarto e não fazia ideia de que roupa daria a ela.

Buscou uma de suas camisetas.

Era a única coisa que poderia servir na moça.

Ele caminhou até o banheiro e bateu a porta.

Ela abriu imediatamente.

__ eu só tenho isto. _ mostrou a ela uma blusa que serviria como um vestido naquele corpo frágil e pequeno que ela possuía.

__ tudo bem esta muito melhor que minhas roupas sujas.

Ela pegou a roupa das mãos dele.

__ vou preparar alguma coisa para você.

__ não tenho como agradecer.

Nicolas caminhou até a cozinha onde não fazia ideia do que preparar.

Resolveu preparar uma macarronada.

Enquanto isso, ela estava na sala sentada ao sofa.

Nicolas havia terminado o preparo e foi chama-la para jantar.

__ esta pronto.

Ela o fitava por vários momentos enquanto faminta se deliciava com a refeição

Nicolas a fitou.

Não tinha ideia do que iria acontecer se a mantivesse em sua casa.

Quem era Ela? Dizia não ter memória  e fazia sentido, Pois baterá a sua porta com um ferimento na cabeça.

__ estava delicioso.

Ele a ouviu dizer enquanto terminava de comer.

__ pode se servir de mais se quiser.

__ estou satisfeita.

Ela continuou sentada esperando ele terminar.

Nicolas terminou e pediu permissão ao sair da mesa.

__ eu posso lavar sua louça.

__ tudo bem, eu mesmo faço isso.

Ela se sentia pouco a vontade tão próxima de Nicolas.

Ele também era um estranho e não lembrava o que lhe havia ocorrido.

__ vou preparar sua cama para que passe a noite.

Passar a noite... Ela pensou.

Não tinha para onde ir e nem sabia onde estava.

Só tinha a Nicolas a quem Confiar.

Ela aguardou olhando pelo enorme vidro da frente da casa que mostrava todo esplendor do lago e sua natureza ao redor.

Nicolas ficou algum momento apenas observando aquela mulher.

__ gosta do lago?

Ela o ouviu perguntar por trás de si.

__  é lindo.

__ sim e relaxante.

Silêncio.

Então ele diz:

__ seu quarto esta pronto, quando quiser dormir. Tenha uma boa noite.

Rezando para ela apenas responder boa noite ele virou-se.

__ Nicolas.

Ele voltou-se.

__ me deixe ficar mais uns dias. Por favor.

Nicolas se comovia, porém seria um risco muito grande... Um envolvimento emocional poderia ocorrer e ele não queria isso, não aquele momento de sua vida e muito menos com uma desconhecida e tão jovem...

__ Eu... Moça, Olha eu gostaria muito de ajudar..

Ela implorou. __  eu suplico. Eu não tenho para onde ir e eu posso ajudar no que for preciso, por favor só te peço mais uns dias, talvez minha memória volte e eu saiba para onde ir.

Nicolas pensou que isso seria fácil, era somente levá-la a uma delegacia mais próxima e deixar isso para a polícia, porém poderia ser envolver demais e ele não fazia ideia do que se tratava.

Pensou em deixar ela em sua casa mais uns dias como ela pedira e em seguida convence-la de ir a delegacia.

__ tudo bem.

Ele a viu correr até ele e sentiu as mãos dela em seu corpo em um abraço.

Sem jeito ele apenas a afastou.

__ não precisa fazer isso.

__ fiquei feliz que me permitiu ficar uns dias mais. Me sinto protegida aqui.

Nicolas não disse nada.  Ele apenas se retira com um único pensamento.

Quem corria perigo, era ele.

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