Capítulo 5: Sombras do Passado
O cenário se transforma, levando-nos de volta no tempo, para o dia 14 de agosto de 2013. A atmosfera pesada da escola secundária envolve tudo. Corredores cheios de risos e conversas, mas Laura está isolada, à margem de tudo.
Ela caminha pelos corredores com uma expressão solitária, os ombros curvados como se carregasse um peso invisível. A lembrança daquela época traz consigo um sentimento de tristeza e desolação.
Ao dobrar um corredor, ela se depara com os cinco amigos. Eles formam um grupo, rindo e conversando animadamente. Mas ao avistarem Laura, os risos se transformam em sussurros e olhares furtivos.
— Olha só quem resolveu aparecer. A solitária Laura — diz Rodrigo, com um tom de zombaria.
Os outros riem, ecoando a crueldade de suas palavras. Laura tenta manter a cabeça erguida, mas é visível a dor em seus olhos.
— O que acha, pessoal? Ela está pronta para mais um desfile de moda? — diz Carla, com sarcasmo.
Sofia e André se juntam ao coro, trocando olhares de cumplicidade, como se estivessem se divertindo à custa de Laura.
Os cinco amigos zombam de Laura, rindo e humilhando-a sem piedade. Ela se sente encurralada, sufocada pela crueldade daqueles que um dia considerou amigos.
Mais tarde, Laura se depara com uma cena de horror: suas fotos nuas foram espalhadas pela escola. O rosto dela se contorce em uma mistura de choque, tristeza e raiva. Ela se sente completamente exposta, sem ter para onde fugir.
As memórias dessa época são dolorosas, e ao revivê-las, podemos sentir o peso do passado sobre Laura. Cada momento de humilhação e exclusão é uma ferida que ainda não cicatrizou.
Laura Cavalcante é uma jovem de estatura média, com uma presença marcante e uma beleza notável. Seu cabelo é o destaque mais evidente: longo e negro como a noite, ele cai em cascata abaixo de sua cintura, conferindo-lhe um ar de mistério e elegância. Uma franjinha reta emoldura delicadamente o seu rosto, acentuando seus olhos profundos.
Seus olhos são como poços de escuridão, profundos e enigmáticos, irradiando uma intensidade que sugere uma alma cheia de profundidade e emoção. Eles contrastam de maneira impactante com a escuridão do seu cabelo, criando um visual hipnotizante.
A pele de Laura é suave e pálida, conferindo-lhe uma aura etérea. Seus traços são delicados, com maçãs do rosto levemente destacadas, dando-lhe uma aparência jovem e radiante.
Laura está em seu quarto, um lugar que deveria ser seu refúgio, mas que agora parece testemunhar sua dor mais profunda. Ela fecha a porta do banheiro e se deixa cair no chão frio. Lágrimas quentes e salgadas deslizam por seu rosto, misturando-se com a água do chuveiro que ainda está ligado.
Seu choro é um desabafo, uma mistura de tristeza e indignação. Ela se sente desamparada, como se o mundo estivesse desmoronando ao seu redor. Cada soluço é um eco da humilhação que sofreu na escola, uma ferida que parece nunca cicatrizar.
As palavras cruéis e os risos zombeteiros dos que ela considerava amigos ecoam em sua mente. Como puderam ser tão cruéis? Como puderam virar as costas para ela de forma tão brutal?
Laura relembra os dias em que confiava neles, em que acreditava que tinham uma amizade verdadeira. Agora, essas lembranças parecem ter um gosto amargo, como se o passado tivesse sido corrompido pela traição.
Ela se pergunta o que fez para merecer tamanha crueldade. Por que escolheram fazê-la se sentir tão pequena e indefesa? A dor é avassaladora, como se tivessem arrancado um pedaço de sua alma.
O som da água do chuveiro se mistura com os soluços de Laura. Ela se sente como se estivesse tentando lavar a humilhação e a dor, mas sabe que as marcas emocionais serão mais difíceis de apagar.
Finalmente, quando suas lágrimas se esgotam e ela se sente exausta, Laura se levanta do chão. Ela olha para o espelho embaçado e vê os olhos vermelhos e inchados que a encaram de volta. Há uma determinação feroz em seu olhar, uma promessa silenciosa de que ela não deixará isso a definir.
....
Carla, com a respiração acelerada e a lanterna de seu celular tremendo em suas mãos, percorre os corredores da mansão em busca de um local com sinal de celular. A sensação de estar completamente isolada naquele lugar sombrio é avassaladora, e o mistério que envolve Laura e a mansão parece crescer a cada momento.
Ao olhar para as fotografias que adornam as paredes, Carla percebe algo perturbador: em todas elas, aparece apenas Laura. Não há sinal da suposta irmã gêmea. Uma sensação de inquietude se instala em seu peito. Será que Clara havia mentido sobre a sua existência como irmã gêmea de Laura?
Determinada a obter respostas, Carla continua sua busca, a lanterna de seu celular iluminando os corredores escuros. Cada passo ecoa no silêncio opressivo da mansão, criando uma sensação de solidão e desconforto.
De repente, uma figura surge diante dela. Uma serviçal, vestida de maneira impecável, olhos baixos e expressão séria. O susto é instantâneo, e Carla dá um passo para trás, o coração batendo descompassado.
— Desculpe assustá-la, senhorita. Eu apenas estava verificando se precisava de alguma coisa — diz a serviçal, com voz calma e polida.
Carla sente um misto de alívio e desconfiança. A aparição da serviçal a pegou de surpresa, mas ela decide aproveitar a oportunidade para obter informações.
— Eu preciso de ajuda para encontrar um local com sinal de celular. Preciso entrar em contato com o mundo exterior — diz Carla, sua voz firme apesar da inquietação que a envolve.
A serviçal concorda com um aceno de cabeça e oferece sua ajuda para guiá-la até um local com melhor recepção de sinal.
A partir desse momento, não vemos mais a Carla.
....
O silêncio na sala de jantar era quase palpável, interrompido apenas pelo eco distante de seus passos ao explorar a mansão. O grupo começou a sentir a ausência de Carla de forma aguda. Ela havia partido com determinação, mas agora não retornava.
Lucas foi o primeiro a notar, uma ruga de preocupação se formando em sua testa. Ele olhou para os outros, buscando sinais de inquietação.
— Cadê a Carla? Ela já está demorando demais — disse Lucas, sua voz carregada de preocupação.
Sofia, Rodrigo e André trocaram olhares nervosos, compartilhando a mesma apreensão. A ausência de Carla era estranha, e a atmosfera pesada da mansão parecia se intensificar.
— Devíamos tê-la acompanhado. Não deveríamos ter a deixado ir sozinha — disse Sofia, sua voz carregada de remorso.
A inquietação se transformou em culpa à medida que a realidade se instalava. Eles estavam todos juntos nessa situação desconhecida, e agora uma deles estava desaparecida.
— Isso não está certo. Carla não teria desaparecido assim sem motivo. Algo está acontecendo aqui — disse Rodrigo, sua voz firme, mas também carregada de inquietação.
André assentiu, concordando com a afirmação. A sensação de que algo muito maior estava em jogo começava a se infiltrar em suas mentes.
— Precisamos encontrá-la. Não podemos deixá-la sozinha por mais tempo — afirmou André, determinado.
O grupo se pôs em movimento, abandonando a sala de jantar em busca de Carla. Cada passo ecoava nos corredores sombrios, criando uma sensação de urgência crescente.
À medida que o grupo avançava pelos corredores sombrios, a inquietação crescia. A ausência de Carla e o mistério que envolvia a mansão os deixavam cada vez mais tensos. Pensamentos sombrios começaram a se formar em suas mentes, e a dúvida começou a surgir.
— Isso não pode ser coincidência. Carla está desaparecida e toda essa situação estranha começou quando chegamos aqui — disse Rodrigo, sua voz carregada de desconfiança.
Sofia assentiu, seus olhos varrendo os corredores em busca de qualquer sinal de Carla.
— Pode ser que ela esteja por trás disso tudo. Talvez seja uma espécie de vingança por tudo o que aconteceu no passado — sugeriu ela, com uma expressão sombria.
A ideia de que Carla poderia estar manipulando a situação não parecia tão absurda quanto poderia parecer. A tensão entre eles e a atmosfera opressiva na mansão tornavam difícil confiar plenamente uns nos outros.
Lucas, embora relutante, também começou a considerar essa possibilidade.
— Não podemos descartar essa hipótese. Pode ser que Carla tenha um motivo para nos fazer passar por tudo isso — disse ele, sua voz pesada de incerteza.
André, por sua vez, estava menos propenso a acreditar nisso.
— Conhecemos a Carla. Ela não seria capaz de algo assim. Há algo mais acontecendo aqui, algo que não entendemos completamente — defendeu André, ainda hesitante em culpar a amiga.
A dúvida e a desconfiança começaram a se infiltrar no grupo, criando uma divisão entre eles. A incerteza sobre quem ou o que estava por trás dos eventos estranhos na mansão os deixava à beira do desespero.
Enquanto continuavam a busca por Carla, a sensação de que estavam sendo observados crescia. Cada som na mansão parecia carregar um segredo, e a sombra do passado os envolvia de forma opressiva.
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