Capítulo Vinte e Seis
Miguel Martins:
Olhei ainda surpreso para o meu pai; ele estava me contando sobre o namoro dele com o Dener, e eu me senti até tonto com a quantidade de informações que recebi de uma vez.Ele explicou os detalhes do relacionamento, desde como se conheceram até os planos para o futuro. Fiquei absorvendo as informações, tentando processar a notícia inesperada. Ao mesmo tempo, percebi a felicidade estampada no rosto dele, o que me trouxe um misto de emoções. Era reconfortante ver meu pai tão contente, mas a surpresa inicial ainda pairava sobre mim.
Conversamos por um bom tempo, compartilhando risos e reflexões sobre a vida. A revelação, que inicialmente me deixara atordoado, começou a se transformar em aceitação e compreensão. Percebi que a felicidade do meu pai era o mais importante, e eu estava disposto a apoiá-lo em sua jornada de amor com o Dener.
À medida que a conversa avançava, comecei a enxergar o relacionamento dos dois sob uma nova luz. O carinho e a cumplicidade que compartilhavam eram evidentes, e isso me fez perceber que, no final das contas, o amor verdadeiro transcende qualquer expectativa ou preconceito. Fiquei grato por poder compartilhar esse momento especial com meu pai, fortalecendo ainda mais nosso vínculo familiar.
Alison me olhou com divertimento, assim como Rosangela. Quando chegamos em casa, meu pai já foi mostrar os presentes que comprou para os netos, deixando a gente na cozinha em silêncio. Rosangela veio até mim e se sentou com calma.
— Eu sei que deveria ter contado para você, mas quis que ele visse até onde ele queria ir com essa relação dele — Rosangela disse, estalando a língua.
Percebi um tom de arrependimento na voz de Rosangela enquanto ela falava. Ela continuou, tentando explicar suas razões com sinceridade.
— Não queria te preocupar antes do tempo, meu bem. Achei que seria melhor deixar seu pai seguir o próprio ritmo, sem interferências. Mas agora que você sabe, podemos conversar abertamente sobre isso. Como você está se sentindo? — indagou ela, com um olhar preocupado.
Senti uma mistura de emoções, desde surpresa até compreensão. Era evidente que Rosangela se importava com a nossa relação e estava disposta a esclarecer as coisas. Não poderia ser totalmente sincero com meu pai sobre o que penso sobre isso.
— Ainda é um pouco estranho ver meu pai namorando, mas reconheço que ele está completamente feliz com esse relacionamento com o Dener. A felicidade dele é o que mais importa para mim, e estou disposto a apoiá-lo em tudo que foi necessário, mesmo que leve um tempo para eu me acostumar totalmente com a ideia do Dener ser o namorado do meu pai. — Falei e estremeci com o pensamento.
Rosangela assentiu compreensiva, e continuamos a conversa, abrindo espaço para compartilhar nossas perspectivas e fortalecer a compreensão mútua.
— Sabia que você seria desse jeito, e isso me deixa orgulhosa — disse Rosangela com compaixão.
Alison me olhou em silêncio.
— Se quiser, posso acabar com esse idiota se ele fizer alguma coisa — ele disse, e isso me arrancou uma risada sincera.
A oferta de proteção de Alison trouxe leveza ao momento, revelando seu instinto protetor e a disposição de estar ao meu lado, o que me fez sentir grato por ter pessoas preocupadas com o meu bem-estar.
Beijei os lábios dele com delicadeza e olhei em seus olhos, que brilharam completamente felizes da vida. Isso fez com que me sentisse ainda mais apaixonado por esse homem, a ponto de mal conseguir conter minha emoção.
— Agradeço por ser o melhor amor da minha vida — Falei e ele sorriu amplamente.
— Como sempre digo, te amo imensamente, com todo meu coração, e quero fazer de tudo para trazer sua felicidade — respondeu Alisson, beijando meus lábios novamente com um selinho demorado. — Eu te amo demais.
O gesto carinhoso de Alisson aqueceu meu coração, reafirmando o amor que compartilhávamos. Eu sorri, sentindo-me afortunado por ter alguém tão dedicado ao meu lado.
— Eu também te amo, Alisson. Mais do que palavras podem expressar — murmurei, perdendo-me por um momento na intensidade do nosso carinho. — Estou feliz por termos um ao outro, enfrentando juntos as alegrias e desafios que a vida nos reserva.
Rosangela tossiu, chamando nossa atenção, e se levantou do lugar.
— Agora só falta isso, querendo se beijar na minha frente — disse, revirando os olhos. — Mas vou admitir que ambos são fofos demais para mim.
Ela se virou, e logo ouvimos os gêmeos correndo em nossa direção. Atrás deles, estava Pietro com Elsie nos braços. Assim que ela me viu, estendeu os bracinhos, mas, ao notar os olhos de Alisson, mudou sua direção, indo em direção a ele.
Elsie, com seus pequenos braços, envolveu Alisson em um abraço adorável. Ele sorriu carinhosamente para a pequena, retribuindo o gesto com ternura.
A atmosfera familiar estava repleta de calor e alegria, com as crianças trazendo uma energia contagiante. Rosangela, apesar de sua teatral desaprovação, não conseguia esconder o contentamento diante do reencontro entre Elsie e Alisson.
— Parece que minha filhinha estava com saudades, não é mesmo? — brincou Alisson, olhando para mim com um brilho divertido nos olhos.
Sorrimos, desfrutando do momento descontraído em família. Rosangela, mesmo fazendo um teatro de desaprovação, não conseguia esconder a felicidade estampada em seu rosto. Era reconfortante perceber que, apesar das mudanças e novidades, a essência da nossa família continuava unida e cheia de amor.
— Você está certo, Alisson. Parece que ela já escolheu seu favorito — comentei, rindo enquanto observava a interação encantadora entre eles.
— Ela sabe o que é bom — Alisson disse divertido, e Elsie sorriu.
— Fofa — Adele disse subindo no meu colo, e Giulio fez o mesmo.
— Papai, ela quase tomou todo o leite dela — Giulio disse.
— Isso mesmo, ela dormiu quase até agora e acordou, e o Pietro veio trazer ela para o tio Alisson — Adele disse.
— Ela estava o tempo todo no quarto para que ela não ficasse sozinha — Pietro explicou, e isso me fez rir, aumentando ainda mais a atmosfera descontraída e amorosa que envolvia nossa família naquele momento. — Mas tive ajuda da Adele e do Giulio.
— Verdade — Adele disse com um sorriso imenso. — A gente ajudou a cuidar da Elsie.
— Ela fez muita sujeira na fralda — Giulio disse.
— Pietro, você é um irmão tão cuidadoso! — comentei, agradecendo ao meu filho mais velho. — Ainda mais dos meus bebês que cuidam da irmãzinha. — beijei os cabelos dos gêmeos que riram divertidos. — As coisinhas mais fofas do meu mundo todinho.
— Claro, eu tinha que garantir que a princesa Elsie estivesse confortável e bem cuidada — respondeu Pietro com um sorriso.
Rosangela se aproximou, abraçando a pequena Elsie com carinho. A expressão dela estava entre a brincadeira e a ternura.
— Vocês dois são uns bobos apaixonados. Mas confesso que é bom ver tanta felicidade por aqui — disse ela, dando um beijo na testa de Elsie.
— Não podemos negar, a felicidade está contagiante. E temos você para agradecer por tudo isso, Rosangela — afirmou Alisson, olhando para ela com gratidão.
— Ah, chega de sentimentalismo! Vamos aproveitar o tempo juntos, afinal, é isso que realmente importa. E eu quero mais mimos dessas crianças lindas — disse Rosangela, fazendo todos rirem.
Assim, entre risadas, abraços e brincadeiras, nossa família desfrutou de um momento especial, consolidando os laços que nos uniam e fortalecendo o amor que nos guiava
O ambiente estava impregnado de amor e aceitação, e eu me senti grato por compartilhar esses momentos especiais com as pessoas que mais significavam para mim.
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Fiquei ocupado organizando algumas coisas. Afinal, precisava comemorar o retorno das memórias do meu pai e devia agradecer imensamente a Rosangela por ter muitos contatos gastronômicos, além de mim mesmo, para preparar as coisas em poucas horas.
A preparação para a celebração tornou-se uma forma de expressar a gratidão e a alegria que sentíamos pelo retorno das memórias de meu pai. A colaboração entre todos para tornar o momento especial refletia o apoio e a união da família em meio às diferentes situações que enfrentávamos.
Mark veio me ver segundos mais tarde, e notei como ele estava cansado. Ele se jogou na poltrona.
— Não sei como minha mãe conseguiu aturar meu irmão nesse novo jeito que ele está — Mark disse. — Ele está mais reclamão do que o normal, desgostando de tudo que faço para ele.
Senti a preocupação na voz de Mark e me aproximei, sentando-me ao seu lado.
— Deve ser difícil para ele também, Mark. Mas no caso da sua mãe, ele não é louco de reclamar sobre nada do que ele está passando — comentei, expressando compreensão.
Mark suspirou, concordando.
— Você tem razão. Talvez eu devesse tentar ter um pouco mais de compaixão com ele. — Mark disse. — Mas não vou prometer nada.
Soltei uma risada.
— Ele não pode ser tão ruim assim — falei.
— Está sendo um enorme idiota — Mark disse. — Sabe, ainda mais com a minha mãe dizendo para ele conversar com a Julia e ver todos os exames dela sobre as consultas da gravidez. Isso está irritando tanto que ele reclama até quando liga para a julia ou ela vem visitar. Já ouvi ele discutir com o irmão dela com tanta sagacidade que até cansou só de ouvir e tirei o telefone das mãos do Eric.
— Realmente o Eric é um idiota — Falei.
— Um grande idiota. Ele acha que está certo em agir assim com a Julia, sendo uma pessoa tão amorosa, e que grande parte do que aconteceu com ele é culpa dele — Mark desabafou. Antes que eu pudesse responder, a porta do escritório abriu e meu pai colocou a cabeça para dentro.
— Sabe que não precisa comemorar o retorno das minhas memórias — meu pai disse. — Acabei de ver as coisas chegando e as crianças me contaram.
— Mas isso é um motivo para comemorar — falei, levantando. — Agora, vamos te arrumar que vai ser uma enorme comemoração. Mandei até uma mensagem para alguém ser seu acompanhante.
Antes que ele respondesse, vi os gêmeos puxando Dener para a nossa direção. Meu pai sorriu timidamente, e isso me deixou um pouco mais feliz. O clima de celebração começava a tomar conta do ambiente, e a presença de todos, mesmo diante dos desafios familiares, era um sinal de união e amor.
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