Miguel Martins:

Duas semanas depois....

Não consigo acreditar que finalmente o dia do meu casamento chegou, e sinto—me muito nervoso e ansioso, experimentando esses dois sentimentos ao mesmo tempo.

Essas duas emoções só aumentaram em mim ao longo das semanas, à medida que o dia se aproximava. E não apenas eu, mas todos em casa também sentiam a tensão, especialmente meu pai e Rosangela, que passaram horas discutindo sobre as roupas que cada um de nós usaria.

Era sempre uma surpresa o fato de que Rosangela e eu tínhamos muitos contatos e habilidade com arranjos florais. Muitos profissionais haviam se oferecido para decorar o terreno ao redor da cabana, onde ocorreria a recepção, e também a tenda onde a cerimônia seria realizada. Ana e sua equipe inspecionaram toda a estrutura. Agora, tudo havia sido transformado para ficar mais belo do que já era, surpreendendo até mesmo a mim. O local estava pronto e brilhava com a luz suave das madeiras antigas.

O caminho pelo qual eu iria passar foi decorado com grandes vasos de madeira que sustentavam arranjos de taboa, solidagos e lírios.

— Pai — chamou Pietro, batendo na porta do quarto e entrando quando o convidei. — Como você está se sentindo?

Virei-me para ele, agradecendo que ele começara a me chamar de pai desde aquele dia, e a relação só melhorou após conseguir transferi-lo de escola, elevando sua autoestima.

— Estou muito ansioso! — falei, levantando-me depois de te visto a roupa uma última vez que estava em cima da cama. — Em poucas horas, irei me casar! Cadê seus irmãos?

— Com o Erick, Arnold, Thomas e a Rhonda — disse Pietro. — E vim te ajudar com as coisas. Também estou nervoso para conhecer o resto da nossa família; os filhos do seu irmão estão adorando a Elsie e o Julio, além dos gêmeos por video-chamada.

Isso mesmo, todos de Los Angeles vieram para o meu casamento, e acho que entendo o meu nervosismo. Há uma semana atrás, meu pai disse para o Edu sobre a relação dele com o Dener Robinson.

Não sei como foi a reação do Edu e o que ele sentiu após conversar sozinho com o Dener. Só vou saber disso hoje, pois Edu e Dener não disseram nada para o meu pai sobre como foi a conversa entre eles. Isso me deixa um pouco nervoso, mesmo que só tenhamos conversado o básico um com o outro. Hoje meu irmão vem, e vou perguntar a ele como está se sentindo. Sei que será demorado, pois as crianças não puderam vir, ficaram doentes e com febre, e os novos irmãos vão ficar com o Oliver e o Zayn em Los Angeles.

— Acho que preciso relaxar um pouquinho — falei. — Vou tomar um banho para relaxar.

— Vai lá, vou ver se o pessoal já chegou e conversar um pouco com eles — disse Pietro. — Até daqui a pouquinho, pai

Então, ele saiu do quarto, e eu fiquei sozinho. Fui tomar um banho, pois em breve seria o meu casamento.

Entrei no banheiro e comecei a me despir, pois em breve alguém viria para arrumar meu cabelo e maquiagem.

No box, antes de ligar o chuveiro, coloquei uma touca de banho e iniciei o processo de lavar-me. Enquanto me banhava, os pensamentos mais felizes sobre o dia de hoje invadiram minha mente, e imaginei como será incrível para mim e para o resto da minha família.

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Tomei banho, me enxuguei com a toalha, e fui vestir meu terno branco. Quando terminei de colocar a roupa, no exato momento em que a porta se abriu, entrou Arnold. A roupa dele para o casamento destacava a barriga de gravidez.

— Preparado para arrumar esse cabelo! — Arnold disse. —Fui escolhido para cuidar desses seus fios loiros!

— Vamos então — falei. — Trouxe as suas coisas?

— Claro que trouxe, não posso ficar sem essa belezinhas para esse dia — respondeu Arnold, levantando uma maleta roxa. — Vamos te arrumar

Arnold começou a arrumar meu cabelo com habilidade e cuidado, enquanto conversávamos sobre o grande dia que estava por vir.

— Estou tão animado para celebrar esse momento especial com você, amigo! — disse Arnold, sorrindo enquanto trabalhava nos meus cabelos.

— Eu também estou, Arnold. Logo será o seu e ainda com um filho a caminho — respondi, olhando para sua barriga com carinho.

Enquanto Arnold finalizava o penteado, pude sentir a ansiedade e a emoção aumentando. Estávamos prestes a criar mais memórias incríveis para a nossa família.

— Pronto! — exclamou Arnold, admirando seu trabalho no espelho. —Você está pronto para arrasar no seu casamento, Miguel

Agradeci a ele, sentindo-me grato por ter Arnold ao meu lado neste momento importante. Juntos, saímos do quarto, prontos para compartilhar a alegria desse dia especial com nossos entes queridos.

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Levou alguns instantes, e devo admitir que Arnold sabe arrumar um cabelo. Ele adicionou mais volume aos fios e arrumou as bagunças. Com tudo pronto, descemos para o andar de baixo, e Arnold informou que o pessoal já estava em seus devidos lugares, me esperando.

— Que noivo lindo! — comentou Marcos. —Só fiquei triste pelos meninos não poderem vir e tive que deixá-los em casa com meu pai! Matthew queria muito vir, e Lúcio também, até os gêmeos, mesmo que não falem!—

— Claro, são bebês recém-nascidos! — respondi, e ouvi Arnold rir. —Já devem ter se conhecido!

— Sim! — confirmou Marcos e olhou para Edu, que observava a sala. Vi meu pai e Dener ali, ambos parecendo um pouco sem graça. —Edu, não vai falar nada para o Miguel?—

Edu não respondeu, e Marcos deu um peteleco na nuca dele, que se virou para Marcos e para mim meio sem jeito.

— Está muito bonito — disse Edu, mas seus olhos pareciam querer ir até a sala. — Está arrasando, como todos devem estar no próprio casamento!—

— Mas nem foi assim no seu, eu soube! — comentei, e meu irmão me olhou horrorizado. — Só foi por uma boa causa, é claro!

— Foi mesmo, para me ajudar com a adoção do Lúcio e ainda mostrar que você tem dono — disse Marcos. — Agora, que tal começarmos esse casamento?

—Vamos,— falei com um sorriso, vendo todos saírem. Cada um me deu um beijo na bochecha, e eu segurei a mão do Edu.

— Como foi a conversa de vocês?

— Foi um pouco tensa, mas vamos tentar nos entender com o tempo, e acho que podemos fazer isso pelo papai,— disse Edu e sorriu. — Mas não se preocupe com isso, hoje é o seu dia especial.

Ele saiu, e alguns segundos depois, meu pai abriu a porta e entrou, estendendo-me o braço.

— Pronto para se casar?

— Pronto para dar a mão do seu filho?

Ele sorriu enquanto eu pegava seu braço, e a porta se abriu para revelar o caminho.

— Estou mais que pronto, pois sei que esta felicidade está com a pessoa que vou entregar — meu pai disse baixinho.

Quando passamos pela porta da cabana, a música começou a tocar, e vi que era Stefano tocando violino. À nossa frente, os gêmeos surgiram, começando a caminhar e jogando flores pelos lados.

Olhei para frente, e no altar estava Alison com um terno preto. Surpreendi-me ao ver Edson, o pai da Alice, que iria parabenizar a nossa união.

Nos aproximamos do altar, e as crianças foram para o lado onde Rosangela estava com Júlio. Alison estendeu a mão, e meu pai passou a minha para a dele.

— Cuide dele! — disse meu pai, dirigindo-se apenas a Alison, e eu ouvi.

— Sempre, vou cuidar! — respondeu Alison.

O cenário ao redor parecia mágico, com a música suave de Stefano, as crianças espalhando flores, e a presença calorosa de amigos e familiares. Alison segurava minha mão com firmeza enquanto caminhávamos até o altar.

Ao chegarmos lá, Edson, o pai da Alice, sorriu calorosamente para nós. Senti uma onda de gratidão por tê-lo ali, abençoando nossa união.

— Estamos reunidos aqui hoje para celebrar o amor e a união de dois corações — começou Edson, dirigindo-se a todos os presentes. — Miguel e Alison escolheram compartilhar suas vidas, seus sonhos e seus amores. Este é um momento de alegria e celebração.—

Durante a cerimônia, Alison e eu trocamos votos sinceros e olhares cheios de amor. As palavras de Edson ecoaram como um tributo ao compromisso e à felicidade que estávamos prestes a construir juntos.

Ao final, as palavras de meu pai para Alison, "Cuide dele!", ecoaram em meu coração, reforçando o apoio e a confiança que depositavam em nossa jornada.

— Podem trazer as alianças — virei-me e, dando pequenos passos, lá estava Elsie, segurando uma almofada delicada contendo duas alianças. Ela avançou lentamente em nossa direção, com Dener ajudando-a. Alison e eu recebemos as alianças, selando o gesto com beijos nas bochechas dela. Dener a pegou no colo, e eles foram se sentar ao lado do meu pai. O momento já estava repleto de emoções. — Pode fazerem seus votos — anunciou Edson.

Alison se virou para mim, seus olhos refletindo uma mistura de amor, nervosismo e alegria. Cada palavra que ele pronunciou era como uma melodia, uma promessa que ecoava nos corações de todos presentes.

— Miguel — começou ele, sua voz embargada pela emoção. — Desde o momento em que nos conhecemos, soube que minha vida estava prestes a mudar para sempre. Seu amor iluminou cada canto escuro, trouxe calor aos dias frios e tornou todos os momentos especiais. Prometo ser seu companheiro, seu amigo e seu amante. Juntos, enfrentaremos desafios, celebraremos conquistas e construiremos uma vida cheia de amor e cumplicidade. Com você, encontrei minha casa e meu coração. Eu te amo.

Cada palavra de Alison ressoou profundamente, tocando os corações de todos ali presentes. Era como se o universo se curvasse diante da beleza e da verdade desse compromisso.

Minhas mãos tremiam levemente ao segurar as alianças enquanto Alison fazia seus votos, e meu coração estava cheio de emoção. Quando chegou a minha vez, virei-me para ele, sentindo um nó na garganta.

— Alison — comecei, olhando nos olhos dele, que brilhavam com intensidade. — Desde o momento em que cruzamos nossos caminhos, percebi que havia encontrado algo extraordinário. Seu amor transformou minha vida de maneiras que nunca imaginei serem possíveis. Você é a luz que ilumina meus dias e a força que me impulsiona. Prometo ser seu apoio nos momentos difíceis, seu parceiro nos momentos alegres, e acima de tudo, seu amor eterno. Com você, descobri o significado mais profundo do amor, e é um privilégio compartilhar minha vida contigo. Eu te amo.

Ao finalizar meus votos, trocamos olhares cheios de promessas e carinho. O silêncio tomou conta do local por um breve momento antes de Edson, com um sorriso, declarar:

— Com a troca desses votos sinceros, eu os declaro casados.

Um aplauso caloroso ecoou ao nosso redor enquanto Alison e eu nos beijamos, selando não apenas nosso compromisso, mas também o início de uma jornada repleta de amor e felicidade. O casamento não era apenas um ato formal, mas uma celebração da conexão profunda que compartilhávamos, abençoada pela presença amorosa daqueles que mais significavam para nós.

A cerimônia terminou, e a atmosfera se transformou em uma alegre celebração. Saímos do altar, sendo recebidos por aplausos e sorrisos, e nos dirigimos para o local da festa, que estava decorado com luzes suaves e flores coloridas.

A pista de dança estava pronta, e a música começou a pulsar, convidando todos para se juntarem a nós. Amigos e familiares se misturavam, compartilhando risos e histórias enquanto desfrutavam de deliciosos aperitivos e bebidas.

No centro da pista, Alison e eu iniciamos nossa primeira dança como marido e marido. A música era suave, e nossos passos eram guiados pela alegria e pela emoção do momento. Enquanto rodávamos pela pista, podíamos sentir o amor ao nosso redor, emanando de cada rosto sorridente.

— Você já imaginou isso? — perguntou Alison.

— Está casado e com filhos! — falei, colocando a cabeça em seu ombro. — Não, imaginava! Mas fico feliz que isso tenha acontecido e que tenha me casado com você e tenhamos os gêmeos, Elsie e o Pietro!"

— Eu também, não mudaria nada! — disse Alison. — Só quero tê-los ao meu lado!

Levantei a cabeça, e ele me beijou. O gesto carregava todo o amor e a gratidão que sentíamos por tudo o que construímos juntos. No calor do momento, percebi que, apesar de qualquer desafio, nossa jornada foi abençoada com momentos inesquecíveis e uma família amorosa.

E ali, sob o céu estrelado, continuamos a dançar na pista da vida, com o coração cheio de gratidão e o compromisso de enfrentar o futuro juntos, lado a lado.

As crianças, que agora eram o centro das atenções, juntaram-se a nós na dança, espalhando ainda mais alegria e diversão. A atmosfera era contagiante, e a pista de dança se encheu com pessoas de todas as idades, celebrando conosco essa ocasião especial.

Ao redor, mesas decoradas com detalhes cuidadosamente escolhidos abrigavam amigos e familiares, que brindavam à nossa felicidade. A comida era deliciosa, e o aroma das iguarias enchia o ar, despertando o apetite de todos.

A festa foi além das expectativas, marcada por risos, lágrimas de alegria e uma energia vibrante. O casamento não era apenas uma união entre dois corações, mas um elo que fortalecia os laços de uma família e de uma comunidade que compartilhava o amor e a aceitação.

À medida que a noite chegava ao fim, rodeados pela calorosa presença daqueles que amávamos, Alison e eu refletíamos sobre o dia extraordinário que havíamos vivido. Um dia que seria lembrado não apenas por nós, mas por todos que compartilharam conosco esse momento mágico de celebração, união e amor.

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