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Capítulo Trinta e Dois

Alison Reed:

Quando chegamos à casa do sítio, estacionei o carro e descemos. Quando abri a porta de casa, já ouvi algumas risadas vindo da sala.

Passei pelo batente vendo Erick com Júlio no colo, que segurava a madeira, e Adele e Giulio encarando, admirados, o bebê mais novo.Perto estavam Rosangela, Mark e Eduardo rindo da cena, com Elsie se aproximando para ficar perto do tio. Ela abraçou o tio, olhou admirada para o priminho, beijou a cabecinha dele e depois pediu para o avô pegá—lo, enquanto ria divertida.

— Que cena mais fofa — disse Miguel ao passar por mim. — Até meus filhos amam meu sobrinho.

Elsie fez a festa quando o viu e foi engatinhando e meio em pé na direção de Miguel que a pegou no colo enquanto beija sua testa e bochechas gordinhas e a mesma riu divertida ainda mais e isso fez me derrete pela fofura da minha filha e do meu namorado.

— Claro que amam — afirmou Rosangela. — É o meu neto acaba sendo muito glamouroso.

— Mãe! — repreendeu Mark. — Se controla

Rosangela lançou um olhar de desaprovação para Mark.

— Não repreenda sua mãe — insistiu Rosangela. — Não sei como a Bianca aguenta você que é um abusado com pessoas que sempre são fantásticas. Eu que sou sua mãe, não estou aguentando!

— Rosangela, se controla — pediu Eduardo.

— Até você, Eduardo — reclamou Rosangela fazendo drama. — Me sinto traída por ser glamourosa e ninguém notar

Olhei para ele e sorri ao perceber que ele realmente ficou feliz ao ver essa implicância, entendendo que eles têm um relacionamento como uma grande família.

— Vocês se controlem — repreendeu Miguel. — Tem crianças na sala!

Miguel se aproximou lentamente das crianças com Elsie nos braços e as beijou nas bochechas. Elas só riam da palhaçada do pai, então Miguel parou.

— Já pro banho, vocês dois — ordenou Miguel. — E sem reclamar! — Passou Elsie para mim, pegando os gêmeos nos braços, e foi para o andar de cima com eles. Os gêmeos fizeram uma carinha triste, pois não queriam ficar longe do Júlio, que acabou de terminar a mamadeira. Erick tirou a chupeta dele e devolveu.

Olhei para o lado e percebi Pietro ali, meio escondido e tímido, apenas observando. Eu sabia que esse era o jeito dele, mas, afinal, aquelas pessoas eram a família dele, e com a família não podíamos ser tão tímidos. Decidi que precisava conversar com ele.

Chamei-o para um canto afastado dos outros, e ele veio, parecendo temeroso, abaixando a cabeça. Passei Elsie para Mark que estava toda contente.

— Pietro, olha pra mim! — pedi calmamente. — Não vou brigar com você, só quero fazer uma pergunta!

Lentamente, ele levantou a cabeça e me encarou.

— Por que está tão isolado do pessoal? — perguntei. — Já venho reparando nisso faz tempo. Sua timidez eu consigo entender, mas se afastar da família é preocupante. Alguma coisa aconteceu?

Pietro me encarou intensamente.

— Na escola, todos sabem que eu era de um orfanato e ficam me zoando por isso. Dizem que, se eu me comportar mal, o Miguel vai me mandar de volta, pois devo ficar sozinho para sempre, sem nenhuma família — Pietro disse. — Segundo meus colegas de classe, não tenho nada a oferecer a nenhuma família que me adotou até o momento!

Isso me faz ver como os adolescentes hoje em dia são realmente maldosos, pois é possível perceber que Pietro não tem uma autoestima muito boa depois do que as antigas famílias adotivas fizeram com ele, dizendo que não tem nada a oferecer a ninguém.

Coloquei minha mão em seu ombro e fiz com que ele olhasse nos meus olhos.

— Sei que é difícil ouvir essas coisas! — falei. — Ouvi bastante isso da minha irmã Vânia quando eu era mais novo. Doía muito ouvir isso, e realmente, ela vivia falando. Conforme fomos crescendo, dizia que eu era um imprestável sem país e que ninguém iria me querer ao seu lado — Parei de falar para que ele pudesse absorver minhas palavras. — Mas sabe o que eu fazia? Ignorava essas palavras e só deixava ela falar sozinha. Afinal, eu não precisava provar nada a ninguém, só a mim mesmo e às pessoas que eu realmente me importo, mostrando que sou bem capaz de fazer algo e me dar o meu próprio valor!

— Você acha que devo fazer isso? — Pietro perguntou.

— Sim, eu acho! — respondi. — Dê o seu valor a si mesmo e se alguém falar mal, ignore todos eles e só os deixe falar! E tem uma coisa que vai ajudar bastante: converse com essa família que te ama demais e se preocupa. Vá até alguém daqui, abra seu coração e garanto que todos irão ouvir!

Pietro analisou minhas palavras, e me surpreendi quando ele me abraçou.

— Obrigado por me ouvir! — murmurou Pietro.

— Sempre estarei aqui para ouvir você e ajudar! — falei, me afastando dele e bagunçando seus cabelos. — Afinal, sou sua família, e é para isso que a família está aqui: para ouvir, dar carinho, amor e sempre estar lá por você, sendo o apoio que precisa em tudo!

Ele sorriu, e voltamos para a sala, onde começamos a conversar com o pessoal. Pietro contou tudo para eles, e reparei que Rosangela ficou estressada com esses adolescentes, mas todos ouviram Pietro até o fim.

Enquanto conversávamos na sala, meus pensamentos ainda estavam voltados para Pietro. Eu me sentia contente por ter compartilhado minha experiência com ele e oferecido apoio. Observar sua coragem ao abrir seu coração para a família me deixou satisfeito.

Ao mesmo tempo, refleti sobre como as palavras têm o poder de moldar a percepção que temos de nós mesmos. Compartilhar minha própria história de superação com Pietro era minha maneira de mostrar que somos capazes de resistir às críticas e construir nosso próprio valor, independentemente do que os outros dizem.

Percebi que, como parte da família, era meu papel oferecer suporte emocional e incentivo a todos. Família não é apenas sobre laços sanguíneos, mas também sobre compartilhar experiências, apoiar uns aos outros e crescer juntos.

Enquanto as conversas continuavam na sala, meu coração se aqueceu ao ver a reação positiva de todos. Pietro, antes tímido e isolado, começou a se integrar mais, aceitando o carinho e o apoio da família. Rosangela, apesar do estresse inicial, demonstrou compreensão e solidariedade. Era um lembrete de como a empatia e o diálogo aberto podem fortalecer os laços familiares.

Eu sabia que o caminho de Pietro para a autoaceitação seria gradual, mas agora ele tinha uma rede de apoio disposta a ajudar. Isso reforçou a importância de sermos sensíveis às lutas dos outros e oferecer nosso apoio incondicional. Afinal, naquela casa cheia de risadas e afeto, éramos mais do que parentes; éramos uma verdadeira família.

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Miguel Martins:

Após dar banho nos gêmeos, fui tomar o meu, que durou alguns minutos. Quando saí, me enxuguei, coloquei uma roupa confortável e saí do quarto. Levei um susto ao ver Alison ali, segurando a caixinha marrom que continha as alianças.

A calça que ele havia colocado estava jogada no chão, e os gêmeos não estavam mais no quarto.

— Onde estão os gêmeos? — perguntei.

— Na sala, com o resto da família. Ambos desceram, dizendo que encontraram uma caixinha muito bonita no bolso da sua calça!

Por que não a coloquei em um local alto, para esses dois não pegarem!

— Então, você planejou me pedir em casamento — disse Alison.

— Sim, eu quero passar o resto das nossas vidas ao lado um do outro! — falei. — Quero que você esteja ao meu lado, pois eu te amo e quero que seja a mãe dos meus filhos!

Alison se aproximou e da jaqueta que ele usava retirou uma caixinha vermelha.

— Não consigo acreditar que tivemos a mesma ideia! — Alison disse e entregou a caixinha marrom. — Ambos compramos alianças!

Ele abriu a dele e me revelou as alianças. Ao abrir a minha, fiquei surpreso; eram iguais às quatro.

— Quer fazer o pedido primeiro? — perguntou Alison.

— Sim! — falei e me ajoelhei à sua frente. — Alison, você sabe o quanto eu te amo e o quanto quero ter você ao meu lado. Por isso, faço essas perguntas que poderão mudar não só as nossas vidas, mas também a da minha família! — Suspirei. — Alison Reed, você aceita se tornar meu marido?

— Sim! — Alison disse e estendeu a mão para mim. — Mais do que tudo! Agora é a minha vez!

Coloquei a aliança, beijei-a e transmiti meu amor por Alison através desse beijo na aliança.

— Minha vez! — Alison disse, ajoelhando-se à minha frente. Ele me impediu de levantar, olhando-me nos olhos, e ali vi todo o seu amor por mim.

— Miguel, você é a pessoa mais incrível para mim. Não consigo medir em palavras o que sinto por você! — Alison disse. — Desde que te conheci, senti uma felicidade imensa ao estar ao seu lado, vendo sua alegria com sua família e amigos. Você é verdadeiramente uma pessoa maravilhosa para todos ao seu redor! — Ele fez uma pausa e pegou em minha mão. — Adoraria compartilhar minha vida com você, acordar todos os dias ao seu lado e ser o pai dos seus filhos. Por isso, te pergunto! — Ele suspirou novamente. — Aceitaria se tornar meu marido?

Não resisti e o beijei, e ele correspondeu, transmitindo todo o seu amor para mim. Separei nossos lábios e olhei para seus olhos.

— Claro que eu aceito! — falei, e ele pegou minha mão, colocando a aliança em meu dedo. — Tudo o que você propor, vou aceitar!

Ele me beijou, e nunca irei desistir de seus beijos.

— Eu te amo! — falamos juntos.

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