Capítulo Dezenove
Alisson Reed:
Entramos lentamente, e logo ouvimos vozes animadas vindas da cozinha. Miguel me puxou naquela direção, e ao entrarmos, deparamos com todos reunidos, inclusive Rosangela, que saboreava um pedaço de bolo. Ela acenou para nós de maneira divertida e depois bateu delicadamente no meu ombro.
Os gêmeos perceberam a chegada de Miguel e correram na nossa direção, animados. As risadas e abraços se misturaram, criando um ambiente caloroso e acolhedor.
— Ei, vocês dois! — Exclamou Rosangela, sorrindo. — Como foi o passeio?
— Foi maravilhoso! — Respondi, sorrindo. — Aliás, tem bolo para mim também?
Rosangela riu e indicou a mesa onde uma fatia estava reservada. A reunião em família continuou, cheia de risos, histórias compartilhadas e o calor reconfortante de estar entre aqueles que amamos. A alegria do nosso retorno preenchia o ambiente, criando memórias preciosas que seriam guardadas em nossos corações.
— Como foi a noite? — Eduardo perguntou, servindo um pouco de café para si mesmo. — Se divertiram?
— Foi fantástica — Manuel respondeu, pegando Adele no colo, e fiz o mesmo com Giulio.
— Então você e o tio Alison são um casal de verdade? — Adele perguntou, com curiosidade nos olhos.
Olhei para Miguel, e ambos trocamos sorrisos antes de confirmar:
— Sim, somos um casal agora. — Respondi, feliz. — Esperamos que todos estejam bem com isso.
Eduardo sorriu, parecendo contente com a notícia, enquanto as crianças continuavam curiosas, ansiosas para saber mais sobre nossa nova fase como casal. Era evidente que a família estava unida, pronta para compartilhar alegrias e celebrar o amor que continuava a crescer entre nós.
A porta da cozinha para o quintal se abvriu e luigi passou conversando no celular com alguem e percebi se tratar de Julia.
— Isso é novidade — Miguel disse. — O que a gente perdeu da noite passada para essas?
— O Luigi quis se desculpar com alguma coisa com a Julia — Mark disse, e notei que estava comendo um pedaço de torta que eu tinha feito para as crianças.
— Ei, isso é para os gêmeos — Falei.
— Trate isso como o meu pagamento por ter cuidado do filho do Miguel — Mark disse, se sentando. — Também é só um pedaço.
Adele olhou confusa.
— Mas foi o seu terceiro dessa manhã, tio Mark — Adele disse.
Mark soltou uma risada, um tanto envergonhado.
— Está bem, está bem, você pegou. — Ele piscou para Adele. — Digamos que as tortas do tio Alison são irresistíveis.
Todos riram, criando um ambiente descontraído e cheio de alegria. Enquanto compartilhávamos histórias, risadas e sabores, a sensação de família só se fortalecia, e o amor que nos unia tornava aquele momento ainda mais especial. Era reconfortante saber que tínhamos uns aos outros, celebrando a vida e os laços que nos uniam.
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Os gêmeos quiseram brincar comigo e com Stefano, que estava prestes a ir embora dali. Cada brincadeira se transformou em momentos de pura diversão, enchendo o ambiente com risadas e a energia contagiante das crianças.
Stefano se juntou à brincadeira com entusiasmo, e mesmo que fosse por pouco tempo, cada instante era precioso. O quintal tornou-se palco de risos, corridas e brincadeiras criativas.
Ao observar as crianças se divertindo, percebi como momentos simples como esses são os que mais ficam gravados em nossas memórias. A conexão entre amigos e família, alimentada por risos e alegria, tornava aquele dia ainda mais especial e inesquecível.
Então, meu telefone começou a tocar incessantemente, e ao visualizar o nome da clínica da minha irmã, eu já antecipei o motivo da chamada.
— Olá, Senhor Alisson — o médico disse do outro lado da linha.
— Olá, imagino que esteja me ligando para informar que ela está em trabalho de parto — respondi.
— Exatamente, Senhor Alisson. Sua intuição está correta. Sua irmã deu entrada na clínica há algumas horas, e o trabalho de parto está progredindo bem até agora. Estamos acompanhando de perto, e eu queria informar que você pode se dirigir à clínica agora, se desejar estar presente durante o nascimento do seu sobrinho — o médico explicou, transmitindo uma mistura de serenidade e entusiasmo em sua voz.
— Agradeço pela ligação e pelas informações, doutor. Estou mandando um amigo meu a caminho da clínica agora mesmo. Mantenha-me atualizado, por favor — eu disse, sentindo a ansiedade e a emoção se misturarem enquanto me preparava para testemunhar um dos momentos mais importantes da minha vida familiar.
Desliguei o telefone, com o coração acelerado, Tive que me arrumar o mais rápido possível. Ao passar por Miguel, ele sorriu para mim, mas seu sorriso desapareceu ao perceber minha expressão séria.
Notei que Miguel, ao sorrir para mim, rapidamente perdeu a expressão alegre ao observar meu semblante sério. Ele conhecia minha irmã tão bem quanto eu e entendia a gravidade do momento.
— Alisson, está tudo bem? — perguntou ele, demonstrando preocupação.
— Minha irmã está em trabalho de parto. Preciso correr para a clínica. Miguel, estou indo para Los Angeles nesse instante — expliquei rapidamente, compartilhando a notícia enquanto entrava no meu quarto para pegar uma mala ajustava os últimos detalhes antes de sair.
Miguel assentiu, compreendendo a urgência da situação.
— Claro, vá em frente. Quer que eu vá junto? — respondeu ele, oferecendo seu apoio.
Eu estava prestes a recusar, mas antes que pudesse, Miguel segurou minha mão com firmeza, apertando-a e oferecendo um sorriso tranquilizador.
— Você está muito nervoso para essa situação. Eu vou com você para garantir que tudo corra bem. Afinal, quero conhecer o bebezinho que vou ajudar a criar junto com o meu maravilhoso namorado — disse Miguel, expressando seu apoio de uma maneira que acalmava meus nervos e me fazia perceber a importância da presença dele naquele momento.
Agradeci, reconhecendo a gentileza e o suporte de Miguel, e juntos, partimos em direção ao aeroporto depois de explicar a situação para todos, prontos para enfrentar esse momento significativo lado a lado.
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Chegando no aeroporto, compramos as últimas passagens, e Miguel continuou a conversar comigo sobre ideias para roupinhas de bebê que ele estava considerando comprar, ou que Rosangela e Arnod expressaram interesse em adquirir para o bebê.
Enquanto aguardávamos o voo, Miguel compartilhou entusiasticamente suas sugestões e preferências, discutindo cores, estilos e até mesmo mencionando algumas lojas que ele tinha em mente. A empolgação dele era contagiante, e eu me peguei ansioso para começar a escolher as primeiras peças para o recém-nascido.
Enquanto falávamos sobre os preparativos, a tensão inicial deu lugar a uma mistura de emoções positivas. Estávamos a caminho de receber nosso sobrinho, e a jornada que se desenhava à nossa frente prometia ser cheia de momentos especiais e significativos.
O voo durou cerca de 17 horas, durante as quais Miguel e eu continuamos conversando, principalmente sob a iniciativa dele. Enquanto isso, eu estava morrendo de ansiedade por dentro, como se fosse a coisa mais louca de toda a minha vida: ser responsável por uma criança.
As palavras de Miguel eram reconfortantes, suas histórias sobre experiências com crianças e seus planos futuros para o nosso sobrinho ajudaram a acalmar meus nervos. No entanto, a ideia de tornar-me responsável por uma vida tão pequena e vulnerável ainda me parecia surreal.
Miguel percebeu minha agitação e, com carinho, lembrou-me de que não estaríamos sozinhos nessa jornada. Com a família unida e o apoio mútuo, poderíamos enfrentar qualquer desafio que viesse com a chegada do bebê.
— Você vai ser um pai incrível, Alisson. Lembre-se de que os gêmeos te amam muito, e você vai saber exatamente o que fazer. A jornada da paternidade pode parecer avassaladora agora, mas confie em mim, cada desafio valerá a pena. Estamos todos aqui para apoiar você, e tenho certeza de que a alegria e o amor que o bebê trará à nossa família serão indescritíveis. Abrace essa experiência com todo o seu coração, porque tenho certeza de que você será um pai extraordinário. — Miguel disse entrelaçando nossos dedos. — Além disso, estarei sempre ao seu lado para o que precisar.
Ele beijou minha bochecha com delicadeza, deixando-me sentir o apoio e a ternura em suas palavras. O gesto simples, mas carregado de significado, reforçou a certeza de que não estaríamos sozinhos nessa jornada emocionante. Juntos, enfrentaríamos os desafios e celebraríamos as alegrias que a paternidade nos reservava.
Essas palavras, embora simples, trouxeram algum conforto, e com o pensamento positivo de Miguel, embarcamos na segunda metade do voo, ansiosos para começar esse novo capítulo em nossas vidas.
Ele adormeceu com a cabeça no meu ombro, e eu fiquei olhando para a direção das estrelas, com o coração acelerando a cada segundo. No entanto, a minha ansiedade estava mais relacionada a como seria voltar para a cidade depois de um certo tempo.
Enquanto as estrelas pontilhavam o céu noturno, uma sensação de nostalgia e incerteza pairava no ar. Imaginar as mudanças que poderiam ter ocorrido na cidade durante minha ausência acrescentava uma camada extra de emoção ao retorno iminente. O silêncio do momento só era interrompido pelo suave respirar de Miguel, adormecido ao meu lado.
À medida que contemplava o céu estrelado, percebi que essa viagem não só marcaria o início de uma nova fase como pai, mas também representaria uma jornada de redescoberta e adaptação ao ambiente que, em algum momento, chamamos de lar. Com esses pensamentos, continuei a olhar as estrelas, perdido na introspecção enquanto o avião cortava o céu noturno em direção ao nosso destino.
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Gostaram?
Até a proxima
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