Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

DIA 48 - NADA É POR ACASO

Escriba,

A praia sempre foi uma fonte de inspiração para mim.

E as vezes inspirava além da conta.

O mar também teve um ponto fundamental na minha serenidade nos dias mais tenebrosos da minha vida.

Quando contemplava o mar, podia ver minha pequenez.

Como somos pequenos e fracos.

Eu admiro a força da mulher.

Ela consegue trabalhar em três expedientes dando conta do recado, e nós homens, somente um e olhe lá.

Mas acredito que as diferenças servem para melhorar a relação.

Igual a uma engrenagem.

Se os espaços forem iguais, como as engrenagens encaixarão?

Há muita coisa entre o céu e a terra que desconhecemos, e talvez nunca saberemos, exemplo:

Por que amamos quem não nos ama?

É uma dessas perguntas sem resposta.

Pode observar, a pessoa gosta de uma, que gosta de outra, que já está interessada na terceira e por aí vai, igual a poesia de Carlos Drummond de Andrade

Outra coisa que observo é a vontade incansável do ser humano na busca pelo dinheiro.

Veja bem, não sou contra viver bem, mas é que deixamos para trás muitas coisas pelo que é material.

Perdemos, crescimento dos filhos, netos e tudo o mais para ficarmos somente a ganhar dinheiro.

Certa vez, conversando com uma mulher sobre o futuro com ela, fui questionado sobre como a veria (por que ela era casada), se deixasse o marido para ficar comigo...

Respondi:

— Se a pessoa demonstrasse o que demonstrei, falasse o que falei, provasse o que provei, não pensaria duas vezes.

Claro que nada aconteceu, nem, tivemos nada, por que ela acreditava que atrapalharia a nossa futura relação.

Mas, acredito na forma como respondi, não sou a favor que os casamentos sejam desfeitos, longe disso, o que acredito é que não podemos continuar vivendo uma mentira.

Está numa relação sem amar a outra pessoa é viver numa mentira, e nunca conseguiria viver numa conveniência, para manter as aparências.

Também não estou julgando ou criticando quem viva assim.

Recordo-me de como foi meu casamento...

Não sei se serei amado de novo como fui.

Mas ela me conheceu na faculdade, seu nome é "Lívia".

Olhos cor de mel, cabelo preto, sempre muito cheirosa e num primeiro instante lembrou a Betty Poppins, a namorada do Gato Felix.

Lívia não gostou de ser comparada, mas, eu achava a Betty linda.

Nunca imaginei que fosse sair alguma coisa dessa amizade.

Ela quando veio conversar comigo a primeira vez, eu estava usando uma aliança com o nome da minha mãe, que servia para aproximar as mulheres que gostavam de homem casado (embora fosse solteiro, sei que era dissimulado, mas, pelo sexo oposto valia tudo).

Porém ela se afastou e mesmo depois sabendo que era solteiro, continuou afastada.

Sim! Falei também que era virgem numa roda com meninas, sei, foi horrível a apelação, mas funcionou também.

E como funcionou o boca a boca...

Voltando à história...

Porém, Lívia a cada dia se afastou mais.

Todas as vezes que ela passou por mim no corredor, estava no colo de alguma garota.

Que culpa eu tinha, se minhas amigas queriam colocar-me no colo?

Ser mimado é muito bom, e numa sala de faculdade com mais de trinta pessoas, onde só havia três homens, as  possibilidades eram muitas.

Mas a grande noticia é que não voltei ao que era antes, ou à compulsão exagerada e alucinada por sexo.

Na sala, só não fiquei com Lívia e mais umas seis meninas, mas a proporção ainda era fantástica, mesmo ficando somente na sala de aula.

Havia na mesma sala, uma amiga, e ela estava noiva, chamada "Elizabeth", que sempre me pegava olhando para ela, mas era muito séria.

Não seria uma mulher para ficar, e quando digo isso, é por que tem mulheres, que por opção, desejam apenas "ficar".

Acredito que não namorei com Elizabeth por causa de um trabalho da faculdade, um trabalho de grupo.

Marcamos na casa de uma amiga em comum, chamada "Andréia".

Cheguei mais cedo na casa de Andréa, que me recebeu na porta de toalha (sabe aquela fama de "virgem"), estava para tomar banho.

Sentei no sofá e procurei uma lugar para ficar olhando.

Achei a cozinha.

Perguntei, da sala para o banheiro, se poderia pegar água.

Ela, gritou de lá, dizendo que iria pegar.

A verdade é que estava desconfortável com a situação e não gostava da pessoa, embora a achasse muito bonita.

Andréa foi buscar a água, ainda de toalha e Escriba, num é que a toalha caiu quando ela chegou para me dar a água.

Bem, Elizabeth chegou bem depois.

Fizemos o trabalho naquele dia.

Na outra semana, quase rolou um beijo com Elizabeth.

Estávamos olhando um para o outro dentro da sala de aula, não me lembro qual cadeira e quando aproximei para beijar, ela virou o rosto.

Beijei seu rosto.

Não insisti.

Nunca fui de insistir (Salvo as vezes que a mulher dizia "não", mas o olhar era "sim").

Ela volta a me olhar e perguntou se ela seria mais uma "Andréa".

Fiquei mudo.

Por mais que tentasse dizer a verdade seria falso e tem coisa que o destino se encarrega de sepultar mesmo.

{***}

No final do ano, uma colega da sala, iria casar e convidou toda a sala.

Como eu e Lívia éramos amigos perguntei com quem ela iria para o casamento, e ela respondeu que não iria para o casamento.

Pausa.

Acabei de lembrar, que numa ocasião, ao oferecer uma carona para Lívia, ela disse que já iria de carro com uma colega e me deu dois beijos nos cantos da boca.

Fiquei parado.

Não esperava dela uma ação daquela.

um beijo tão próximo.

Sensual.

Excitante.

Mas não criei expectativas, ela não gostava da forma largada que me vestia (Sempre procurei ter um estilo próprio de roupa. Certa vez fui com a camisa do Batman para a Igreja Assembléia de Deus, ao qual era membro, e com uma basqueteira, All Star preta, toda pintada e colorida por mim. E um "irmão", parou e perguntou: "Por que essa boca sempre está sorrindo?". Pensei: "que boca?", foi aí que me liguei que o simbolo do morcego parecia uma boca sorrindo).

Usava calça jeans desbotada, onde havia telefone e nomes de meninas que me deram nas viagens de ônibus até a faculdade.

No meu repertório de roupas, ainda usava, basqueteira, camisas pintadas à mão por mim de Super-Heróis, pretas (que não era usual) básicas ou de bandas de Rock e era muito "gaiato", "tirador de onda".

Entendes agora minha "estranheza" em ter recebido de Lívia, aqueles beijos nos cantos da boca?

Ela muito séria e não dada à brincadeiras.

Sempre bem vestida e dava fora na pessoa mesmo.

Mas, somos escolhidos e não ao contrário.

A Mulher é que escolhe o homem!

Sempre foi assim!

Tira pausa.

Então arquitetei com duas "ficantes" oficiais, podemos dizer assim.

"Valeria" e "Antônia".

No dia do casamento, um sábado, Lívia ligou dizendo que iria à festa e pediu para passar na casa dela.    

Estava vestido com uma calça de linho azul e uma camisa branca com detalhes pretos em seda japonesa (pense na surpresa delas ao me verem com roupa social).

Primeiro peguei Antônia, depois Lívia e quando fui buscar Valéria, desci do carro e nesse momento (fiquei sabendo depois por Lívia), Antônia pediu para que Lívia fosse na frente para que Valéria fosse atrás também.

Estranho não? Antônia poderia ter ido na frente, mas pede para Lívia...

Sabe aquele lance chamado destino?

Chegamos na igreja e quando olho para a entrada, vejo Elizabeth com o noivo, e o cara não gostava de mim, não sei o porquê (mentira eu sei o porquê).

Independente de não ter ficado com Elizabeth, o cara era um seboso.

Estava a enrolando, o que ficou comprovado depois... Fora que a irmã de Elizabeth queria que fossemos namorados, e sempre fazia questão de falar isso na frente do rapaz! Logo, o cara nutria uma tremenda inimizade por mim! Então deixo escapar:

Tô frito!

Lívia, se vira para mim e pergunta o porquê, então falo por alto, ela me olha com uma cara surpresa, tipo: "Elizabeth também?", mas, ela segura na minha mão e diz que não me preocupasse, fingiríamos que estávamos namorando.

Porém, quem ficou surpreso fui eu... Olhei para ela e rimos (convenhamos era estranho está namorando com Lívia e as meninas logo atrás. Não fazia muito sentido).

Mas, a ideia foi dela.

Quando entramos na igreja cada um foi para um lado.

O casamento foi seguindo sem surpresas, porém, novamente, o destino se encarregou de fazer suas presepadas.

"Flávia", uma amiga em comum entre Lívia e eu, e que não gostava das meninas, chegou para mim e disse:

Lívia está gostando de você.

Quando olhei para Lívia, por ironia ela estava sorrindo para mim, mas, por alguma frivolidade, besteira do momento e não porque estivesse afim de mim, ela não estava.

Lívia, havia me contando que estava interessada num cara da turma de química e que eles estavam ainda conversando.

Flávia fez a mesma coisa com Lívia, e ela ao me ver rindo, deduziu o que desejou o destino.

Ela desceu da escada e começamos a conversar.

Falamos muito.

Rimos muito.

Coisas que numa festa não era normal.

Valéria com ciúmes, chega e diz que vai embora com "Felícia". Para surpresa dela e minha, digo "ok. Vai mesmo!", e aí, vejo, a cara dela com ódio.

Ela se vira bruscamente e sai, aí pensei: "Ainda tô com Lívia e Antônia".

Continuamos conversando e no final, quando fomos embora, me organizo para deixar Lívia e por último Antônia.

Foi, aí que veio mais uma surpresa, Lívia se vira e diz :

— Deixa Antônia primeiro. — Olhei para Lívia desconfiado, mas fiz o que foi pedido... Primeiro Antônia, que não entendeu nada!

Quando cheguei na casa de Lívia, o irmão dela estava na varanda a esperando, ela saiu do carro rápido e entrou em casa.

Eu, que havia programado para não dormir só, estava largado às duas horas da manhã!

Então voltei para casa de Antônia, com a cara mais cínica e gastei todo o meu vocabulário de A a Z pelo interfone para subir.

E todo repertório "cascatez" para começa a beijar.

Era umas 4h30 da manhã.

Na segunda feira, encontrei com Lívia no elevador e a chamei pro cinema.

Ela disse que iria pensar.

Não a culpo.

A minha fama não era das melhores.

Nessa mesma segunda feira marcamos para ir no cinema na quarta.

Descemos no elevador.

Como já disse, era "tirador de onda".

O elevador da faculdade lotado "solto uma bufa". E que "bufa". Olhei para Lívia e demais pessoas no elevador e disse:

— Que absurdo e falta de educação. Dentro do elevador e lotado!

Ria por dentro.

Descemos todos no térreo sufocados.

Na quarta feira fui buscar Lívia na casa de uma amiga para irmos ao cinema assistir o filme "Acima de Qualquer Suspeita".

Cheguei com uma camisa verde musgo bordada à mão e uma calça jeans desbotada e com uma basqueteira Nike branca.

Lívia estava com uma saia preta e uma blusa branca com listras verdes.

Assistimos o filme todo.

Foi um marco na minha vida, fui para o cinema com uma garota e assistir um filme, (que já "assistira" outras duas vezes, com Antônia e Valéria), realmente foi um avanço.

No final do filme começamos a conversar sobre "nossa situação".

O filme começou de novo.

Estávamos começando a conversar para ter um namoro sério, num cinema vazio, com mais de 100 lugares para escolher e um cara sentou ao lado da gente.

Vejo que ele ficou escutando a nossa conversa.

O rapaz estava com um saco de pipoca e com os ouvidos atentos.

Olhei para Lívia e digo:

— Nunca namorei antes! — Ela não entendeu nada... para minha certeza o rapaz para de comer a pipoca. Ri por dentro. Lívia continua a me olhar sem entender nada.

E tem mais outra coisa que você precisa saber... Você tem que me pedir em namoro para minha mãe!

O saco de pipoca do cara quase caiu no chão. Ele se virou bruscamente para me ver e dou uma gargalhada dentro do cinema, entregando que eu sabia da sua curiosidade.

A partir daí começamos a namorar.

Doze de Dezembro. Não lembro o ano...estranho? Não sei.

Consigo lembrar disso tudo, menos do ano... Sei que foram vinte e cinco anos de casados.

Lembro que passamos muita coisa juntos.

Nos amamos muito.

Passamos por momentos complicados.

Dificuldades financeiras.

Falta de comida.

Mas sempre conseguíamos passar por esses períodos unidos. Nos amando.

Porém chegou um tempo em que as dificuldades não se tornaram mais um fator para agregar, unir, mas de separação.

Acredito, falando da minha parte, fui negligente.

Acomodei em sempre achar que as situações entrariam no eixo, que o amor superaria tudo, mas tolo engano.

Como o amor poderia superar, se não estava sendo mais alimentado?

Como superar o que eu não queria que fosse superado?

As vezes pensamos que é fácil tomarmos uma decisão para separação.

Talvez tenha sido para algumas pessoas...

No meu caso foi difícil, muito difícil.

Primeiro que não casei para separar. Nunca me imaginei separado e começando tudo de novo.

Mas aconteceu.

Não quero justificar as minhas ações como um propósito divino, mas, acredito que nada acontece sem sua permissão.

Talvez ao sair desse lugar, voltemos a ficar juntos ou talvez não.

Não quero criar expectativas, até por que as vezes, acredito que se o futuro está escrito a vida é uma merda.

Sei que temos três filhos.

Sei que fomos muito felizes.

Sei que temos mais coisas boas para contar do que tristezas.

Não sei se o amor pode voltar, isso realmente não sei.

Por isso que o futuro se abre com tantas possibilidades.

Acredito que "nada é por acaso". 

Lembro que nossa música foi: Unchained Melody. A música do filme "Ghost: do outro lado da vida".

Estou rindo por que ao sairmos desse filme, no cinema, duas meninas na nossa frente falaram:

—"Agora entendo por que é : Gosto do outro lado da vida!"

Ri muito!

Seu prato preferido: Brigadeiro.

Sua cor predileta: azul.

Meu primeiro presente para ela foi um outdoor.

Seu primeiro presente foi um perfume que ainda gosto de usar e uma camisa azul marinho.

O presente que não gostei foi um cinto!

Nunca a traí.

Nunca fui traído.

Fiz uma música para ela e cantei tocando o violão.

Fiz poesias e textos.

Devo também ter esquecido alguma coisa que lembrarei depois.

Mas, me pergunto:

O amor não era para superar tudo isso? Não tenho resposta.

Recentemente recordei que trabalhava num escritório de advocacia.

E de fato, essa é minha profissão.

Advogado.

Comecei a lembrar dos vários processos que estive envolvido.

A minha área é a fiscal e tributária. Certa vez fui fazer umas revisões contratuais numa dessas filiais.

Ainda Solteiro.

Estou me lembrando da frase "Nada é por acaso".

[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]

As vezes nos pegamos gostando sem querer.

Nunca pensei que fosse possível.

Mas acontece.

O amor chega sem avisar, e da mesma forma acaba se não regarmos e fizermos depósitos diários de carinho.

Nessa época sempre imaginei que o amor fosse chegando e veria as coisas acontecerem, igual a ir sendo avisado.

Mas, nesse caso, contrariou os fatos e as estrelas.

Particularmente, lembro que comigo (e só vou falar da minha perspectiva, por que não posso e nem tenho como falar da perspectiva dela e não seria legal), começou com um simples abraço de Natal.

Estávamos nos despedindo e o abraço demorou mais que devia, e ao juntarmos os corpos, passou uma eletricidade pela gente.

Foi algo muito legal.

Mas ela era casada (estou falando "era", porque não sei como se encontra essa pessoa agora) e conheci seu esposo.

Porém com o passar dos meses e com o trabalho se perpetuando, olhares foram sendo trocados, informações, frases carinhosas que não era dirigida a mais ninguém foram sendo ditas e sentidas.

Até que me peguei mandando rosas com um chocolate.

Era uma marca que deixei como sendo a nossa, aquela, que a fez sorrir quando ganhou pela primeira vez.

E essa marca fazia-me lembrar do seu sorriso.

Mas o agravante, era além de ser casada era fiel.

E a porra do coração parece que não entende essa linguagem.

As coisas poderiam ter sido mais fáceis pra mim se não tivesse gostado.

Fora, também, as minhas questões éticas.

Mas a verdade é que começamos a nos corresponder timidamente.

Hora ela me dizia que não queria dar esperanças, outra hora se irritava quando me afastava, mas como pensava que era casado se afastou de novo e quando soube que não era, me disse :

O final não será assim e nada é por acaso.

Respondi que não havia sido eu que havia me afastado, mas entendia a situação dela e como se encontrava:

casada!

Também não poderia negar o que houve entre agente, mesmo sem ter tido nenhum contato físico.

[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]

Disse que esperaria ela definir sua vida, ela disse que não daria esperança.

Falei novamente que a esperaria e a escutei dizer que não era justo para mim.

E de fato ela estava certa, não seria justo.

Apesar, que, ela era mulher que valia à pena esperar, mas a sugestão seria aguardar ela se separar, não sabendo quando.

Há muitos complicadores.

Falava-me quando o assunto aparecia e, na moral, nunca soube, só imaginava quais seriam.

Fomos nos comunicando mais.

Ela com olhares eu com o verbo.

Sempre fui de verbalizar.

E num dia nos sentamos para conversar sobre a relação... Ela afirmara que gostava de mim, e era o mínimo que poderia dizer.

Por outro lado mostrei a foto deles que estava em cima da mesa do escritório dela e perguntei o que ela via? Dois amigos ou amantes? Ela se sentiu alfinetada.

Por que as fotos falam.

Uma imagem vale mais que mil palavras.

Ela com certeza não gostou muito, mas disse que esse lado sincero da minha parte era positivo.

Foi quando ela me perguntou o que faria no lugar dela? Realmente é muito complicado uma resposta dessa se você não tem as melhores das intenções, mas quando você sabe o quer, você responde sua certeza.

E falei que se eu tivesse alguém que me amasse igual a amava, alguém que tivesse demonstrado tudo o que já havia demonstrado à ela, eu viveria com essa pessoa.

Ainda a disse, que ela era mulher para se casar e não para brincar.

E de fato era.

Mas não havia como transpor suas convicções, por que ela acreditava que em algum momento eu iria emitir um julgamento ou poderia pensar que ela faria o mesmo comigo.

Porém, isso seria uma coisa que nunca julgaria ou falaria, e a disse isso.

Mas ela sai marejando os olhos da sala de reunião.

Certo momento a disse que não poderíamos negar nossa essência.

E parei para pensar senão estava sendo canalha... Por que estava amando uma mulher casada, que, se não fosse comprometida, teríamos tudo pra uma vida juntos (Falo por mim).

E quando comento isso, ela me responde:

Mas o que você diz sentir, não é amor? Então você não está sendo canalha, continue.

Verdade.

A estava amando.

Mesmo sem contato nenhum.

Sem esperança.

Sem tempo definido.

Mas, na verdade, me sentia um canalha.

Naquela noite, cheguei no hotel, subir no elevador e fui dormir... Uma amiga que muitos anos não falávamos, mandou um texto por e-mail, agradecendo tudo que havia feito por ela, todos os conselhos e ela começou assim:

"Todo mundo enxerga quem você é assim que te ver..."

Para mim foi um balsamo.

Porém, pensei, vou morrer! Estou sem falar com Marta há anos e ela passa um E-mail dizendo tudo isso.

O que é que faço?

Pego todas as cartas e poesias que havia escrito para Suzy e as entrego, pensando que iria morrer no outro dia.

Depois fiquei meio sem jeito, por que meus sentimentos estavam cravados e espelhados nas folhas, e temia pela segurança dela.

Certa vez, disse que havia comprado algo e como faria para entregar no escritório? ela, por não me conhecer, pediu para ser criativo.

Acho que se arrependeu.

Não sei.

O presente seguiu.

Porém para ela receber a encomenda foi deixado um mini mapa do "tesouro"pelo local.

Um escritório de advocacia tem vários livros, e deixei o mapa, que ela seguiu até encontrar o pacote.

Foi quando ela mudou.

Eu escrevi no presente:

"Para mais criatividade, só depende de você!"

Algo assim.

E ela se afastou.

Depois, como, já escrevi antes, cobrou por eu ter me afastado muito.

E gerou toda a conversa já escrita.

Porém numa segunda vez rolou uma "DR"ou como dizem hoje: discutir a relação.

Por que fiz a seguinte pergunta:

— Hoje, qual a possibilidade de envolvimento? Suzy respondeu:

— Zero e sem previsão pra futuro.

Fiquei com raiva, não pelo zero, mas pela segunda parte e quando passo na frente da sala dela, ela está conversando com uma colega e olha arrependida.

Mas foi sincera, era o que havia pedido.

Logo, em seguida, encontro com uns colegas de trabalho e marcamos uma "pelada", ela acha, que "pelada"era o código para mulher e no outro dia me chama:

Marcos, podemos falar sobre o processo do cliente da pasta L12315?

Sem entender fui, e ao chegar ela me pergunta:

Por duas vezes você fez a mesma pergunta: Quando vamos ficar juntos... Quer ficar sozinho? livre?

Claro que não queria!

Porém, precisava saber o que a prendia tanto!

Só assim, para poder fazer um julgamento de tempo razoável, o justo.

Recordo que disse algumas coisas referente "quando estamos amando", e ela seria a última pessoa que não podia nunca duvidar dos meus sentimentos.

Por que tudo que havia para ser dito ou demonstrado foi oferecido à ela.

Tudo, parece ser uma palavra forte, mas no nosso caso não.

Foram cartas, poemas, flores, a parte intangível de procurar saber se a pessoa está bem, com saúde etc.

Até por que se tivesse que escolher uma situação mais fácil, com certeza teria escolhido.

Mas, o que me prendia era o fato de ama-la, não era só pelo sexo, porque sexo pode ser comprado ou se conseguir com facilidade.

E como disse, não houve nenhum envolvimento físico.

Mas o sentimento foi crescendo Falando por mim, e cresceu muito.

Ficava preocupado em seu marido pegar alguma das cartas, por que por mais que ela dissesse que eram coisas dela, mas se as guardava é por que nutria algum sentimento.

E não acredito que um homem seja tão tolerante, por mais que acredite na esposa, mas fica a dúvida!

Em determinado momento compro um presente para o filho maior, e ela me diz que dirá para ele que fora eu que havia dado.

Pergunto se tinha certeza.

Ela me diz que estava cansada de simular as ligações (como havia dito, numa relação normal, seria comum a pessoa ligar para saber se chegou bem, como a família estava, os filhos) e terminou que ela dizendo:

— Viva a vida.

Não vou entrar no mérito dessa frase, mas, fiquei irritado.

Porém, olhando bem, hoje não sei como analisar, até por que foi a terceira vez que ela havia dito em duas semanas.

No momento achei injusto a frase.

Numa certa manhã ela estava incrivelmente nervosa.

Paramos para conversar no corredor da empresa. Ela despejou tudo. Falou das frustrações em não poder fazer um doutorado, no tempo que faltava até para fazer as unhas, que passava o dia todo no escritório e a noite ainda cuidava dos filhos e da casa.

Chegou na ponta da língua: "E que porra faz o seu esposo?".

Por que posso está errado, mas, quando amamos uma pessoa, procuramos fazer com que essa pessoa cresça, se desenvolva.

Não consigo imaginar um homem ou uma mulher que se amam e um dos dois não procura o bem estar do outro.

Mas não iria tecer um comentário nefasto daquele.

Então a ouvi.

A escutei bater as gavetas dos móveis, o telefone.

Liguei para a sala dela e sugeri que procurasse uma massagista profissional, eu cobriria o tempo dela, mas, para minha surpresa, ela disse que não havia como deixar a sala. Eu me perguntei:

Como uma pessoa pode viver assim?

A minha vida é assim!".

Ela ainda respondeu que a prioridade eram os filhos.

Mas em nenhum momento disse que não seria. Mas, independente de ser com quem quer que fosse, ela teria que ter um tempo pra ela.

Temos que nos amar.

O sucesso está na felicidade.

Quando pergunto se ela está na linha, escuto dizer que sim, mas estava fazendo uma consulta no computador.

A minha vontade era gritar:"Cacete!Qualquer hora dessas você vai morrer e tudo fica!" mas, serio, o que adiantaria?

Nada.

Apenas nos exporia e eu é que poderia ter uma taque de raiva.

Mando uma mensagem de amor fonada. E quando chego a tarde, de uma audiência, a ligo e perguntei:

Como você está? Melhor?

E ela me responde várias coisas, é quando digo:

Amo você!.

Ela não escuta.

Continua explosiva.

Você escutou o que disse? Sobre como estava? Eu disse que amo você!

Ela fica muda.

Continuo dizendo o quanto a amo e como ela é importante para mim, acho que a deixei mais calma, digo ainda que quando pensasse em explodir, olhasse para o céu, por que haveria alguém que a amava muito. E de uma forma que ela não teria noção ou ideia... E que nunca poderia dizer que nunca foi amada.

No final, chego a conclusão, através de uma coisa que ela me diz, quando ficou mais calma... Ela me diz que se já quisesse já teria se separado do marido, que já teria tomado a decisão, era livre para fazer.

Apenas, antes de desligar disse que não havia amado, não somente ela... Mas também sua alma.

E desliguei.

Nos cruzamos pelos corredores, mas não a olhei no rosto dela.

Em determinado momento ela me chamou de maravilhoso, outras vezes de gênio, ao pensarmos juntos numa solução, mas a verdade é que nada sei.

E apenas escrevo essa recordação que não sei se é fruto da minha imaginação ou para entender que "Nada é por acaso".

Hoje deixei de tentar entender.

A expectativa em alguns casos não é boa.

Conversamos antes de pegar o avião, e Suzy fez uma pergunta:

O que deu em você nos últimos dois dias? Porque me ignorou?

A outra pergunta foi

O fato de não ter falado comigo te fez deixar de gostar ou de pensar em mim?

Foram perguntas legítimas por sinal.

Para as primeiras perguntas a resposta foi minha imbecilidade.

Pedi desculpas.

Errei.

Ponto.

E não posso me julgar ou ser julgado por um momento.

Ela ainda alfinetou:

Você sempre pareceu uma pessoa resolvida.

E nos alfinetes empatamos.

Na sexta feira deixo o coração falar, durante o início da semana calo o coração.

Falando em doido me lembrei da piada que tem dois doidos no banheiro e um diz pro outro:"

Doido, te dou R$100,00 para você subir nesse chuveiro pela água. —Ao que responde o outro: Eu num "sô"doido não, doido... imaginou se quando estiver chegando lá em cima, você desliga a água?

Não sei qual dos dois fui... Mas é de dar um nó mesmo.

A vida é bom por isso.

Rimos das nossas desgraças.

Li certa vez que isso é um sinal de normalidade.

Menos mau.

Para segunda pergunta a resposta foi:

— Não!

Sabe o que gosto também nas mulheres, elas não complicam as idéias.

São assertivas.

Mas continuando... Estávamos tendo uma segunda DR, e realmente como parar uma relação sem os dois conversarem?

Realmente sem sentido.

Novamente ela estava correta.

Mas o que faz sentido na vida?

O fato é que hoje, ficar com uma pessoa pelo sexo é complicado.

Não vou voltar a ter à vida que tive.

Chega o momento que fica sem sentido.   

Fora que, como já falei, não seria honesto está com uma pessoa pensando em outra.

Sei que fiz muito isso e sem nenhum pudor (e hoje  continuo pensando assim).

E sei que se, Suzy não sentisse nada, ela não teria puxado a conversa.

Na verdade nem teríamos conversado nada sobre assunto algum em momento algum.

Mas a minha pergunta chegou:

Sigo minha vida ou espero?

Ela rodopiou.

Colocou a mão na boca, uns dois segundos me disse;

— Siga.

Nos abraçamos e nos despedimos.

No avião fiquei ruminando com a grande verdade que sempre me acompanhou e foi onde gerou algum conforto,

"São as mulheres que nos escolhem!"

E ela não me escolheu.

Sofri com a decisão dela? Sim! Lógico que sim!

Dessas duas histórias me lembrei desse poesia:

"O Amor...

Ele chega assim, sem avisar, sem pedir licença, sem consentimento... chega devagar, ou surpreendendo, chega com força,com emoção. Chega confuso e complicado e ao mesmo tempo simples e sincero.É seguro e inseguro, é espontâneo, é inédito, é novo.
Trás com ele alegria, vontade, prazer... acompanhado de medo e insegurança. Te faz suspirar, te faz ficar horas pensando, te faz ver a vida diferente e mais colorida, te faz sonhar, imaginar tudo mais bonito.Pode ser correspondido, escondido, omitido...pode ser declarado, expressado, vivido.
Pode ser de amigo,fraternal, amante, familiar, ou simplesmente alguém ao qual vocêpouco conhece.Pode ser egoísta ou solidário. Ele pode sertudo...Mas não se escolhe, não se pede, não se tem quando quer, não se compra, não se engana...
simplesmente ele chega e acontece, sem hora nem lugar... ele apenas te encontra..."
                          Bárbara Salvador

ML

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro