07 | os dois
TALVEZ POR SEU pau estar tão duro, isso tenha dificultado um pouco os pensamentos de Zoro.
Estava desnorteado, a respiração ofegante e os lábios sendo pressionados com força.
O corpo da mais nova era quente, como brasas de verão. Porém, a única coisa que ele pensava era que não queria ficar longe daquela calor. Iria se queimar se fosse preciso. Era como precisar daquilo, mais do que tudo.
Um certo tipo de urgência que nunca teve antes em sua vida.
Como precisar tanto do toque de alguém, Roronoa estava enlouquecendo. Não estava acostumado com esse tipo de coisa. Normalmente não olhava para mulheres daquela forma, mas isso estava sendo impossível de controlar por conta de Akira. Ela tinha um tipo de poder diferente sobre ele.
Suas mãos buscaram automaticamente o fecho do vestido da garota, pronto para o puxar para baixo. Não se importava do local onde estavam, nada passava por sua cabeça além do fato de que precisava gozar. Foi então que Akira começou a distribuir beijos molhados por todo o torso de seu pescoço, causando o maior arrepio que Zoro já sentiu na vida. Ele mal conseguia guardar os próprios resmungos para si, conforme ela o beijava. A mais nova deslizou a língua sobre a pele quente de Roronoa, mordiscando seu pescoço, deixando um pequeno chupão ali. Quando estava para voltar a beijá-lo novamente, sentiu algo estranho acertar seu corpo. Os olhos escuros transbordando luxuria de Zoro se tornaram poucos confusos, como se pudesse começar a processar o que estava acontecendo. Isso o assustou um pouco, não havia percebido a maneira como tinha deixado as coisas saírem tanto de controle daquela forma.
— Ei... — sua voz soou completamente embargada de prazer, sendo tomados pelos olhos da garota.
Akira se aproximou selando os lábios nos dele mais uma vez, porém no segundo seguinte antes de aprofundar o beijo se afastou —, tão rápida que deixou o mais velho nervoso pela forma como seu pau estava tão duro e desesperado. O gosto do bile acertou a língua da garota, a fazendo se curvar para a frente, vomitando todo o álcool que tinha ingerido no decorrer da noite.
Por estarem tão próximos, o vomito acertou o caçador.
Primeiro que Zoro começou a raciocinar direito e percebeu a forma agressiva como agarrou Akira a poucos minutos atrás, balançando seu corpo e prendendo na parede — o que consecutivamente resultou em toda aquela bagunça.
— Merda, Akira. — praguejou.
Não havia pego muito de sua roupa, mas ainda assim tinha respingando. A garota fechou os olhos após tal coisa, tonta e fraca. No automático Zoro levou as duas mãos até as bochechas dela, na tentativa de a acordar. Mas, a única coisa que conseguiu notar foi a maneira como seus lábios estavam roxos e inchados de tanto que tinha o beijado. Ele não conseguiu conter o pequeno sorriso em seus lábios.
De fato, Akira desmaiou por conta do cansaço e o tanto de álcool ingerido. No dia seguinte agradeceria mentalmente a Zoro por ter a carregado todo o caminho da mansão, até encontrar um dos quartos de hóspedes que Kaya tinha disponibilizado para eles. Para falar a verdade era para estar dividindo aquele quarto com Ussop e Luffy, porém nenhum deles estavam ali e Zoro não conseguia encontrar o quarto onde Nami supostamente estaria — e seria melhor para Akira dormir ali. Sendo bem sincero, Roronoa não era muito bom em coordenadas, se perdia com frequência e sempre se esquecia do caminho que vinha e para onde deveria ir. Mas, por estar com a garota desacordada em seus braços, achou que não seria uma boa ideia tentar a sorte em outros quartos, então a deixou ali.
— Ei...
A voz de Akira soou embargada, os olhos ainda fechados, exprimidos conforme falava. As bochechas vermelhas, assim como a ponta de seu nariz. O homem de cabelos esverdeados havia acabado de a colocar na cama. Se agachou ao lado dela, esperando o que tinha para dizer.
— Não diz para o Zoro... — murmurou, se aconchegando mais no travesseiro — mas, eu... — fungou o nariz — gosto muito dele.
Um pequeno sorriso amarelo começou a dançar pelos lábios de Roronoa, estampando as próprias covinhas em suas bochechas.
— É mesmo?
Ele apoiou o cotovelo do braço direito no próprio joelho, se mantendo firme ali naquela pose. Akira balançou a cabeça, ainda com os olhos fechados, elevando os lábios.
— Eu queria que ele gostasse de mim. — embargou a própria fala — Não conta para ele.
Aquilo atingiu o caçador mais do que o esperado, afinal, até então por conta da maneira como ela agia com ele —, achava que não suportava sua presença. Tentou se convencer que pessoas bebadas falam bobagens e aquela era uma delas, mas Zoro não conseguia conter a maneira como o burburinho em seu estômago ficou extremamente alto.
— Tudo bem. — apoiou a mão sobre a testa dela, em uma forma de carinho estranha — Eu não conto.
Mas, dentro de Zoro a única coisa que ele queria fazer era sair contando para todas as pessoas daquela casa que Akira tinha falado que gostava dele... Tanto que aquilo mexeu com ele.
{...}
Zoro encontrou o closet com facilidade, conseguindo trocar de roupa e colocar as que combinavam perfeitamente consigo. Porém, isso tudo levou quase meia hora, afinal, eram muitas roupas. Então, quando saiu com êxito e roupas limpas — tentou voltar para o quarto onde Akira estava, pois começou a sentir um mal pressentimento sobre aquele lugar.
Todos os corredores pareciam iguais, sem contar nas portas idênticas conforme ele virava.
Com todo o pequeno acontecimento, ele não havia parado para pensar no que de fato tinha ocorrido. Havia beijado Akira e quase transado com ela.
— Onde eu tava com a cabeça.
Resmungou consigo mesmo, fechando os olhos por alguns segundos. Afinal, ela estava bêbada... ele quase transou com ela bêbada. Isso não era algo de se fazer. Zoro tinha critérios, apesar de bastante coisa. Por isso, começou a se sentir culpado. Então, era desse jeito que o tesão conseguia mudar alguém. Cegava todos seus critérios e moral, apenas com um único intuito.
Por estar prestando atenção nas suas costas, Zoro não viu o que estava a sua frente. Esbarrou de uma vez contra algo.
— E aí, Zoro.
A voz de Luffy se alastrou pelas lacunas das paredes dos corredores. O mais velho tratou de o segurar, rápido.
— Shh, cala a boca. — olhou por cima dos ombros, para se certificar que não havia ninguém ali.
Luffy olhou confuso para o companheiro, mas o seguiu mesmo assim.
— Sempre leva essas espadas com você? — apontou para elas.
O espadachim sempre andava apoiando uma das mãos na katana branca, como se aquilo desse um equilíbrio melhor.
— Pra onde eu vou, a Wade Ichimonji vai também.
Alguns segundos se instalaram no ar. O moreno se virou totalmente o homem de cabelo esverdeado, erguendo as sobrancelhas com o comentário.
— Isso é mentira. — elevou os lábios — Mais cedo não estava com elas.
O mais velho agradeceu a Deus pelas luzes não estarem acessas, pois sentiu a maneira que as próprias bochechas começaram a queimar com tal comentário. Só tinha tido um certo momento que não estava com as katanas naquela noite.
— E para onde estava indo? No quarto das meninas? — continuou Luffy, acompanhando seus passos com tranquilidade.
Zoro limpou a garganta, mantendo os passos firmes.
— Tava procurando bebida. — mentiu. — Esse lugar é um labirinto. E você?
Luffy sorriu, antes de responder.
— Forrar meu bucho.
— Ah, tá.
— Vamos embora. — bateu no ombro dele — Segue meu nariz até a cozinha.
Rapidamente os dois trilharam os corredores da Mansão de Kaya até a cozinha, foi tão rápido que o caçador ficou impressionado com a forma que Luffy conseguia rastrear comida com tanta facilidade.
— Não consegue dormir também? — perguntou o chapéu de palha ao ver Usopp sentando na cozinha — Não queimei teu filme com a Kaya, né? É que as vezes eu me empolgo.
— Ah, relaxa. Valeu a pena. — balbuciou — E aquele olhar na cara do Klahador? Eu achei que aquela jaca dele fosse explodir.
Os dois riram com o comentário de Usopp, enquanto Zoro andava pela cozinha em busca de álcool. Precisava espairecer e parar de ficar relembrando a sensação que foi ter o corpo de Akira colado ao seu.
— Aí, tudo que você disse é verdade? — indagou Usopp —O palhaço e o cara da mão de machado?
Luffy pegou uma das frutas que estava em cima da mesa, mordendo.
— Uhum. Cada palavra. Quer dizer, — se sentou na cadeira — não tão empolgante quanto suas aventuras.
Zoro encontrou uma garrafa de vinho. Tratou de abrir em segundos, começando a beber do gargalo.
— E o One Piece... Você vai mesmo atrás dele?
O espadachim se encostou no batente, observando os dois e a longa conversa que se iniciava. Tinha algo em Usopp que fazia Zoro gostar dele, algo no fundo de seus olhos que apenas pessoas sonhadoras tinham... um tipo de esperança que não morria, nunca.
— Vou. E eu vou encontrar ele, pode apostar.
A animação de Luffy era muito grande. Zoro se sentou na mesa, com a garrafa entre os dedos.
— Eu queria poder fazer isso. — balbuciou Usopp — Mas, não dá. A Kaya precisa de mim.
— O que? — perguntou Zoro — Ela é a sua namorada?
— Quê?
Luffy, que estava com a boca cheia de frutas, se virou para o companheiro.
— Você pediu a Akira em namoro, Zoro?
— Ahm? Por quê? Não.
Usopp ergueu as sobrancelhas, levando a atenção totalmente para o espadachim.
— Achei que estavam namorando depois do que aconteceu no corredor. — enfiou a mão dentro da bacia, pegando outra fruta.
— O que aconteceu no corredor? — perguntou Usopp curioso.
— A Akira tava grudada na parede e o Zoro...
— Nada!
Ambos falaram ao mesmo tempo, porém a do caçador soou mais alto pois era capaz de sentir a pitada de desespero em sua voz. Na tentativa de mudar a direção do diálogo, ele falou a primeira coisa que veio à mente —, bebendo mais alguns gole do vinho.
— Fala aí para a gente mais sobre a Kaya.
Se alguém prestasse atenção perfeitamente em Zoro, veria o quão patético ele estava sendo. Era quase como sentir o desespero acertar cada parte de seu átomo e se encontrar totalmente sem saída.
Então, uma pequena conversa sobre como Usopp e Kaya se conheceram se iniciou ali na cozinha. Os três beberam mais do que gostariam e depois de muito álcool ingerido que começou a fazer efeito no caçador.
— E ela é super inteligente. — Usopp divagava — E ela tem a melhor risada. Mas... sei lá. Você não acha que ela... que ela gosta de mim, né?
Zoro que havia terminado de beber a garrafa de vinho, se virou para Usopp.
— Tá perguntando pro cara errado. — grunhiu.
Afinal, Zoro nunca havia namorado em toda a vida. Ninguém nunca tinha falado para ele que gostava dele, até a poucas horas atrás quando Akira fez tal coisa. Todo o cérebro dele estava em sinal de alerta.
— Tá, mas se você fosse a Kaya, você ia gostar de mim? — perguntou mais uma vez.
— Eu já gosto de você.
Luffy sorriu com a boca cheia de comida.
— Ah, tá, mas é que não foi isso que eu... Ah, deixa para lá.
Usopp pegou o estilingue do próprio bolso, colocando a pequena pedrinha ali e mirando do outro lado da cozinha. Acertando em cheio seu alvo. O barulho ecoou pelo ambiente como se fosse bastante estridente, se os meninos não estivesse pouco bêbados aquilo teria os incomodado.
— O que estão fazendo aqui?
A voz grogue já bastante conhecida por dois dos indivíduos ali, chamou a atenção de todos que estavam na cozinha.
Akira estava parada no vão de entrada. Os cabelos soltos pelos ombros, totalmente amassados por conta do cochilo que tinha tirado. Já não estava usando o vestido vermelho de mais cedo e sim suas próprias roupas, calça jeans, regata branca e botas surradas. Zoro se lembra de pensar rapidamente como que ela tinha conseguido trocar de roupa na horrível situação que estava anteriormente.
Apesar de ter ingerido uma garrafa toda de vinho, Zoro ainda queria mais. Não era muito fácil ficar bêbado, por isso ficou extremamente feliz ao ouvir a poucos segundos atrás antes da garota aparecer que tinha uma adega na mansão.
— Akira! — a voz estridente de Luffy a saldou — Você tá melhor, depois do Zoro te jogar na parede?
— Hein...?
A menina franziu o cenho, pouco confusa. Afinal, os próprios pensamentos e os acontecimentos ainda estavam embaralhados. Ela olhou na direção do caçador, que havia revirado os olhos com tal comentário inútil do companheiro.
— Vou procurar a adega. — murmurou Roronoa, cansado — Você vem comigo.
Akira que estava parada no batente da cozinha, foi pega de surpresa quando o espadachim disse tal coisa. Olhou de relance para o amigo que estava na mesa, antes de seguir o homem de cabelo esverdeado.
Apesar da mansão ser extremamente grande, era incrível a capacidade que Zoro tinha de encontrar a adega da casa. Tentou não pensar que era por conta de seu olfato apurado para bebidas, apenas seguiu o instinto.
— O que foi com você, cabeça de algas? — balbuciou Akira, descendo os degraus com paciência e cuidado.
Parecia que a cada passo que dava, um soco era dado em sua nuca e que se alastrava por sua cabeça.
— Por quê você levantou? — perguntou Zoro, sem nem sequer olhar para ela — Idiota, se não sabe beber então não bebi.
As palavras dele a acertaram em cheio. Não que Akira se importasse com comentários rudes daquele tipo, afinal, já estava meio que acostumada. O fato era que quando acordou sentiu o gosto de outro tipo de álcool em sua boca e ela não tinha ingerido aquilo, sabia disso. Tinha apenas uma pessoa em toda a mesa naquele jantar que bebeu aquele tipo de bebida e tinha sido Zoro.
Então, seus pensamentos estavam confusos. Achava que tinha tido apenas um sonho erótico com o espadachim e que tudo aquilo passaria em breve, quando saíssem dali. Porém, a forma como ele estava a tratando começou a fazer com que a garota pensasse que talvez não tivesse sido um sonho assim.
— Se você é tão bom assim... — começou ela de uma maneira prepotente — então, pode me ensinar.
Por estar a um passo na frente dela, quando Zoro parou os movimentos — Akira bateu com o corpo contra as costas do mais velho.
— Aí.
Ela levou a mão até a própria testa, erguendo os olhos para ele.
— Não vou ensinar nada para você.
Zoro cuspiu as palavras, antes de começar a andar novamente. A deixando para trás.
— Qual foi, Percy Jackson. O que eu te fiz, hein? — resmungou ela, acelerando os passos para o alcançar — Prefiro que me chama de lady, querida até princesa invés de idiota.
— Eu nunca vou te chamar assim. — rosnou Zoro, baixinho.
Quando chegaram na adega, Akira ultrapassou o caçador em passos rápidos. Querendo chamar sua atenção, andando de costas para a adega e de frente para ele.
— Zoro, eu queria te perguntar uma coisa...
Se ela tivesse prestado a atenção por alguns segundos no rosto dele, notaria a forma como a maçã de suas bochechas ganharem uma cor mais clara. Quase um corado bem avermelhado. Mas, Akira não prestou atenção, pois sua frase foi interrompida quando tropeçou em alguma coisa no chão.
Assim que olhou para baixo, sentiu o ar faltar em seus próprios pulmões. Era um corpo. Mas, especificamente de Merry.
— Ele... — as palavras morreram.
Roronoa, que olhava para o corpo, levou apenas quatro segundos para raciocinar rápido.
— Fica atrás de mim.
Ordenou, ríspido. Levando a mão esquerda até a mão livre de Akira, entrelaçando seus dedos nos dela e a puxando para atrás de si. Um gesto simples e singelo, que sem perceber havia acabado de definir o destino de ambos.
Um laço que não pode ser desfeito.
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