Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

07

Karina's pov:

"Tem algo de sobrenatural nessa melodia, algo capaz de fazer minha situação parecer menos dramática."

Será que Minjeong ainda está irritada comigo? Não foi minha intenção deixá-la assim, mas tampouco podia ignorar a forma como ela ficou depois do seu encontro com aquele grupinho de alunos desocupados.

Kim Minjeong, uma garota que eu não entendo por que me intriga tanto. Isolada emocionalmente do mundo, mas que de vez em quando abre um sorrisinho que me dá a impressão de que não quer mais estar tão sozinha.

Durante a aula de prática instrumental, minha turma vai até a sala do Professor Jeon com os instrumentos. Fico um pouco surpresa ao ver Minjeong na sua mesa. Por algum motivo, pensei que ela talvez tivesse trocado de turma e se mudado para outra cidade para ficar longe de mim.

Sento ao lado dela e pego o questionário da última vez.

— Desculpe... — ela diz, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e virando-se para mim. — Me desculpe por ter dito aquele dia que você era uma intrometida. Eu estava cansada e magoada.

— Tudo bem, Minjeong, mas acho que sou eu que preciso me desculpar.

Ela discorda.

— Tem muitas coisas acontecendo na minha vida ultimamente, Jimin — ela diz, apoiando as mãos sobre a mesa. — É como se eu ainda fosse eu, mas... diferente.

— As vezes ser diferente é algo bom.

— Não sei se posso concordar com isso — diz com a voz trêmula embora tente controlá-la. — Enfim, a gente tem que preencher essa folha hoje.

Não sou contra à ideia. Sinceramente, eu estou feliz só por ela estar falando comigo. Começamos a conversar e vou descobrindo muitas coisas sobre ela e a família. Sua mãe é médica, o pai é promotor de justiça. Seu tipo preferido de música é a clássica, mas ela também gosta de corssovers modernos. Conto a ela que minha mãe é musicista, meu pai diretor musical. Que já fiz outras visitas a Seul, mas está estadia será mais demorada. Além da música também sou bem interessada por literatura.

— Porque você se mudou para Seul? — Ela pergunta.

Respiro fundo, pensativa. A verdade é que minha mudança está totalmente ligada ao acidente que mudou minha vida e a de várias outras pessoas. Mas esse não é um assunto do qual goste muito de conversar.

Permaneço em silêncio, olhando para minhas mãos. Vendo que não respondo, Minjeong diz:

— Desculpa... você não precisa me responder.

— Tudo bem. — Digo, passando a mão nos cabelos. — As coisas ficaram um pouco difíceis em Busan depois que sofri um acidente. Cheguei a cogitar permanecer na cidade por mais tempo por conta da faculdade, mas no fim decidi que o melhor era respirar novos ares.

— Esse acidente... parece ter sido grave.

— Pois é...

Eu não quero mesmo entrar em detalhes sobre isso. Minjeong parece perceber que eu quero mudar de assunto, porque segue para a próxima pergunta.

— Muito bem — ela diz, olhando para a folha. — Habilidades especiais?

— Sou profissional no piano e no violino. Precisa de maior habilidade do que essa? — Respondo.

Ela dá uma risadinha e coloca o lápis na mesa.

— Não vou escrever isso.

Ergo a sobrancelha e pergunto por que não.

— Porque nunca vi você tocando nenhuma música. Quem me garante que você tem mesmo talento? As vezes boatos são apenas boatos.

Sorrio.

— Eu realmente sou boa.

— Duvido.

Isso me parece um desafio. Pego meu violino no estojo, vou até o Professor Jeon e pergunto se eu posso fazer uma apresentação. Ele concorda, deixando que eu toque uma música. Paro na frente da turma, afinando meu violino.

Minjeong me encara como se eu fosse louca, mas ela costuma me olhar assim normalmente.

Fecho os olhos e começo a tocar Passion in His Playing; Jascha Heifetz.  Me apoio na mesa organizada do Professor Jeon enquanto deslizo o arco de um lado para o outro no ritmo da música. Meus dedos se movem suavemente sobre o pescoço do violino, sem me esquecer de nenhuma corda. Quando abro os olhos e encaro Minjeong, ela sorri e se inclina um pouco para a frente em sua mesa.

Me afasto da mesa e começo a me mover pela sala, sorrindo para garotas aleatórias, que sorriem e desviam o olhar. Então simplesmente me entrego, sentindo como se eu estivesse no palco diante de uma plateia de verdade, tocando violino.

Sinto que todos na sala me olham, mas só um par de olhos castanhos importa. Na parte final da música, paro na frente de Minjeong e toco os últimos acordes vendo o sorrisinho em seus lábios.

Depois que termino, a última aula do dia acaba, e todos pegam suas coisas. Alguns alunos se aproximam e dizem que eu fui realmente bem, mas não dou muita importância ao que eles acham.

Na verdade, eu quero saber o que Minjeong acha.

Ela pega sua caneta e escreve "profissional no violino" nas minhas habilidades especiais.

Somos as últimas a sair da sala, e percorremos o corredor em silêncio. Ela segura alguns livros contra o peito e, do lado de fora, à espera do ônibus, ela encara a calçada.

— Aquilo foi muito bom, Jimin — ela sussurra. — Você é excelente no violino e, por incrível que pareça, os boatos não eram apenas boatos.

Sorrio.

— É um dos talentos que eu tenho.

— Então, posso deduzir que Jascha Heifetz é o seu preferido?

— A resposta é sim. Heifetz toca como se estivesse lutando pela própria vida, como se fosse deixar de existir se não fosse pela peça que está executando. As cordas gritam e berram e comemoram e riem, tudo ao mesmo tempo.

Minjeong fica em silêncio e sorri. Imagino que esteja rindo de si mesma, pois eu não disse nada engraçado.

— E qual seria o seu preferido? — Pergunto.

— Talvez você ache um pouco previsível — Ela diz. — Mas eu adoro os trabalhos de Ludwig van Bethoveen. Uma boa palavra para descrever suas obras seria liberdade. A liberdade individual em todos os aspectos da vida.

Sorrio. É realmente perceptível a admiração em seus olhos quando ela fala isso.

— Já que estamos falando nesse assunto — digo. — Ainda não sei do que você é capaz no piano. Também quero ter certeza de que a fama que te precede é verdadeira.

Minjeong inclina cabeça para o lado e sorri. Um olhar divertido toma conta de seu rosto. Gosto desse olhar. A verdade é que estou descobrindo gostar de todos os seus olhares.

— Vou pensar no seu caso. — Ela diz.

— Bom, espero que pense com carinho.

\[...]

Quando chego em casa, vou direto para o meu quarto. Jogo a mochila no chão e guardo o estojo do violino, então meu celular começa a tocar. Eu sei que é minha mãe. Quando atendo, ela parece mais tranquila do que da última vez em que nos falamos.

— Como estão as coisas? — Pergunta, provavelmente tomando um dos seus chás requintados. É um gosto que ela e o sr. Lee compartilham.

— Tudo bem — respondo, deitando na cama.

— Tem certeza de que está tudo bem? Você pode conversar comigo, Jimin.

— Ainda estou me habituando com a cidade.

— Sei que já conversamos sobre isso, mas por que você precisou tanto se mudar? — Ela pergunta, parecendo um tanto incomodada.

— Eu preciso tentar, mãe. Só isso. Preciso tentar recomeçar longe de tudo isso.

Eu quero aprender a lidar com minhas lembranças. Quero tentar começar de novo. O problema é que eu reconheço que as coisas não são tão simples assim, portanto recomeçar não vai ser fácil. Eu não estou com medo de me esforçar para que isso de alguma forma dê certo, mas sei que preciso de um pouco de tempo.

Não será da noite para o dia, mas deve acontecer.

Além disso, minha mãe ainda está assimilando o que lhe contei, e eu sei que, no momento, ela está lidando com as próprias questões pessoais. Foi por causa dessas mesmas questões que eu quis sair de perto dela e vir para a casa da minha tia.

Mesmo que eu sinta sua falta, ainda não estou pronta para voltar para perto dela.

Ela suspira ao telefone, tentando aceitar a ideia de que não vou voltar para casa.

— Falei com Joohyun faz pouco tempo. Depois de uma boa conversa, ela finalmente me disse porque achava importante você passar um tempo longe de Busan.

— Bom, acho que ela me entende.

Minha mãe fica em silêncio por tanto tempo que acho que ignorou o que eu disse, como costuma fazer quando as coisas ficam delicadas demais. Então, ela declara, com a voz baixa e suave.

— Eu ainda preferia que você tivesse permanecido em Busan, Jimin. Mas seu bem estar vem sempre em primeiro lugar, então vou tentar aceitar essa sua decisão de morar em Seul.

Mantenho a expressão neutra, mas fico surpresa por ela ter dito isso.

— Bom, obrigada por tentar entender.

Ela torna a ficar em silêncio. Levanto-me da cama.

— Mãe?

— Seu pai esteve aqui ontem.

Sorrio, porque é a única coisa que consigo fazer.

Meus pais são separados há alguns anos. Mas isso não causou nenhuma crise familiar nem nada semelhante. Acho que eles apenas entraram em um consenso de que já não eram felizes juntos e resolveram a situação como dois adultos civilizados.

Tampouco essa separação afetou em alguma coisa meu relacionamento com meu pai. Nós nunca fomos muito próximos, mas ele sempre esteve presente nos momentos importantes da minha vida. Então posso considerar que temos uma relação paternal saudável. Mesmo que as vezes, eu ainda tenha a necessidade egoísta de querer saber mais sobre ele. De querer entender porque sempre foi tão distante...

— O que ele queria? — Pergunto.

— Saber como você estava. — Ela responde. — Atualizei ele sobre todas as questões relacionadas a sua mudança. E também deixei claro que deveria ligar para você.

— Certo.

Minha mãe sabe que não costumo falar muito sobre o meu pai, então muda de assunto.

— Você já encontrou um bom especialista? Sabe que ainda precisa fazer acompanhando por mais alguns meses.

Sorrio ao ouvir isso. Sabia que ela iria perguntar. Se eu estivesse em Busan, ela cuidaria das minhas questões médicas pessoalmente.

— Ainda não, mas vou resolver isso — digo, mas ela ainda parece insegura. Não estou irritada, pois entendo que só está preocupada com minha saúde. Por mais que nossa relação tenha ficado abalada recentemente, isso não mudou em nada seu instinto materno.

— Faça isso. Preciso desligar agora, mas se acontecer qualquer coisa me ligue, tá bom?

— Está bem — Digo, desligando o celular e o jogando em cima da cama.

Meu coração começa a bater mais rápido conforme as lembranças fazem menção de inundar minha mente. Fecho meus olhos, sentindo minha respiração ficar cada vez mais forte.

Eu definitivamente não posso voltar para Busan. Não vou conseguir viver comigo mesma se não tentar superar o que aconteceu de alguma forma...

Saío do quarto meia hora depois, com o violino em mãos. Joohyun ainda não chegou, então tenho tempo para ir até o Yongsan Park. Eu adoro o cheiro do bosque, a calmaria da natureza. Em Busan, toda vez que eu estava com a cabeça muito cheia, minha mãe falava para eu ir andar descalço no parque ambiental, sentir a grama com os dedos dos pés e simplesmente respirar.

Tem algo de sobrenatural na natureza, algo capaz de fazer os problemas parecerem menos importantes, minha situação parecer menos dramática.

Embrenho-me por entre as árvores do parque e observo as gigantescas árvores que se erguem sobre o maravilhoso gramado verde. É o auge da estação de florecer das flores, facilmente a época mais bonita para estar em Seul. Tiro o violino do estojo. A música me ajudará a passar por esse momento. Minha mãe sempre dizia que as cordas do violino trazem a tona os sentimentos do violinista que as tocam. Sentimentos de dor, de sofrimento, de alegria, de paixão.

Começo a tocar baixinho.

O arco desliza sobre as cordas inertes, e os sons do meu melhor amigo se espalham pelas árvores adormecidas, alcançando o bosque que descansa. O plano era tocar até parar de me preocupar com tudo o que deixei para trás, em Busan. Eu queria tocar até esquecer minhas lembranças. Eu queria tocar até o acidente ser apenas um fator aleatório, e não uma sentença de morte.

Mas não consigo fazer nada disso. Às 2h da manhã eu ainda estou acordada em minha cama, preocupada com tudo a minha volta, minhas lembranças ainda estão longe de serem superadas, e o acidente continua sendo o momento mais perturbador na história da minha vida.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro