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05

Karina's pov:

"Achei que seria fácil deixar tudo para trás. Mas as lembranças insistem em me trair."

Eu sei muito bem como são crises de ansiedade. Depois do acidente, tive minha cota pessoal delas. Crises como essa prendem a pessoa por inteiro e depois a libertam de tal modo que ela fica desgastada. Por isso precisei ver como Minjeong estava no banheiro. Eu precisava saber se ela estava bem, porque sei o quanto problemas emocionais podem afetar uma pessoa.

Mas os olhos de Minjeong estavam tristes, como os meus seriam se eu não disfarçasse tão bem.

Eu aperfeiçoei muito meu sorriso. É atrás dele que eu me escondo para que ninguém perceba o quanto minha vida é complicada. Em Busan, odiava quando situações como a que presenciei hoje aconteciam. Eu as odiava quase tanto quanto odeio os olhares e os comentários desnecessários.

Os olhares e os comentários são o pior de tudo.

— Até quando pretende ficar divagando, Karina? — Minho pergunta, transportando-me de volta a realidade. Estamos no seu carro, a caminho da loja dos seus pais.

Depois da minha breve conversa com Minjeong, sai da faculdade e encontrei meu amigo me esperando no estacionamento. Ele comentou algo sobre seus pais estarem ansiosos para uma visita e como resultado aqui estamos nós. Porém a única coisa que fiz desde que entrei no carro foi afundar-me no encosto, apoiar a cabeça e ficar olhando pela janela.

Acho que Minho cansou de se segurar e enfim resolveu quebrar o silêncio.

— Aconteceu alguma coisa hoje na faculdade? — Pelo tom de voz, ele não parece preocupado, mas eu sei que está.

— Presenciei uma cena de homofobia.

Sinto a adrenalina percorrer meu corpo enquanto lembro do que aconteceu. Algumas pessoas já me deixaram irritada por situações como aquela antes, mas aquela garota e seu grupinho de desocupados me deixaram furiosa.

Minho assente com a cabeça, os olhos voltados para a rua.

— Eu sei, isso é uma droga.

— Isso me lembra... Sua mãe não sabe sobre minha orientação sexual, né? — Pergunto, mesmo já sabendo a resposta.

— Não — Ele se inclina para a frente e desliga o rádio do carro. Seus movimentos são tão fluidos; é como se mesmo agora estivesse tocando piano. — Sua mãe comentou com meu pai, já que ambos são amigos de longa data e estão sempre conversando. Mas ele não disse nada a minha mãe, porque sabemos muito bem como ela vai reagir.

— Você nunca pensou em contar para seu pai?

— O problema não é meu pai — Ele murmura baixinho. — Mas minha mãe. Eu sei como ela vai reagir. Primeiro, ela não vai aceitar, e segundo, não estou pronto para a sua desaprovação.

— Sinto muito, Minho — Eu realmente sinto.

Ele estaciona o carro em frente a uma grande galeria comercial com uma fachada de madeira bem conservada e pé direito alto. Letreiros à moda antiga assinalam a presença de um café, um ateliê de costura, uma academia de dança e o local do nosso destino: A loja de instrumentos Lee's.

Quando Minho sai do carro, abro a porta do passageiro e saio. Antes que eu possa desamassar meu casaco, uma mulher — Eunbi, sua mãe — está de pé na minha frente. Me abraçando.

— Ah, Jimin! Finalmente encontrou um tempinho para fazer uma visita! — Ela me abraça enquanto meus braços permanecem colados ao meu corpo. — Estamos tão felizes por você estar aqui.

Pisco uma vez e me afasto um passo dela.

— Também estou feliz por estar aqui, Sra. Lee.

Minho se aproxima de mim e coloca a mão no meu ombro.

— Vamos lá, Karina. Vou lhe mostrar a loja.

Entrando no hall, encontro seu pai, Jongsuk, bebendo uma coisa verde, provavelmente um de seus chás requintados, enquanto coloca uma nova bateria na vitrine.

Ele herdara a loja de música bem no centro de Busan, logo depois que seus pais faleceram, mas decidiu trazê-la para Seul há alguns anos. Jongsuk é alguns anos mais velho do que minha mãe, mas parece ter a mesma idade dela. Ele é um homem que sempre usa roupas casuais, o que combina com sua personalidade animada e ousada.

— Já estava mais do que na hora de você vir nos visitar — Ele diz quando me aproximo. — Como está sendo a primeira semana de aulas no inferno?

— A faculdade realmente tem um ensino de prestígio — respondo. — Parecida com o inferno em alguns aspectos, mas com um ensino de qualidade.

Ele sorri. Seu cabelo longo e castanho está preso no alto da cabeça, formando o que ele gosta de chamar de coque samurai. O que me faz lembrar das histórias que ele contava quando eu era criança, sobre ter sido um samurai em outra vida.

— E como meu filho tem lhe tratado? Está tudo bem?

— Está sim — Digo, sorrindo. — Minho é...

— Incrível, né? — Ele olha para o balcão da loja, onde a sra. Lee e Minho estão conversando. Entendo perfeitamente por que faz isso. — Aposto que ele tem inovado nas formas de relembrar os velhos tempos todos os dias. Minho sempre gostou da sua companhia. Cheguei até a pensar que vocês dois acabariam namorando.

Sorrio.

— Bom, se daqui vinte anos ainda estivermos solteiros, talvez eu dê uma chance a ele.

— É a sua cara dizer algo assim. Mas quero que saiba que pode vir jantar com a gente quando quiser — ele oferece. — Hoje, Eunbi vai preparar alguma das suas receitas veganas.

— Minha nossa, comida vegana! — Digo, suspirando sarcasticamente. — Minha comida preferida. Eu até jantaria com vocês, mas tenho que começar meu projeto da faculdade.

O sr. Lee sorri ironicamente.

— Só pode opinar depois de provar. — Ele coloca as mãos nos bolsos. — Então, como estão as coisas com sua mãe?

— Não sei como posso te responder isso...

— Sua mãe construiu barreiras ao longo do último ano. Sei que às vezes é difícil entender, sei que ela passa muito tempo dentro da própria cabeça. Mas não se preocupe, ok? É só dar tempo ao tempo. Ela está muito orgulhosa por você focar tanto nos estudos, Jimin. Só não consegue demonstrar.

O sr. Lee senta-se no banco na frente da bateria nova e começa a tocar. Ele ilumina a loja com cores que saem naturalmente das suas baquetas.

— Olha — ele grita. — Se você quiser que eu fale com ela, posso fazer isso. Eu faria de tudo para facilitar a situação para você, Jimin. É só me avisar.

Ele continua tocando.

Quando termina de extravasar na bateria, ele sorri para mim.

— Nossa, isso sempre me faz bem... Então é isso. Se precisar de um lugar para relaxar, pode vir para cá quando quiser, ok? Nós fechamos às 19h. Mas se você quiser é só subir lá para casa. A porta fica nos fundos, ali no beco.

— Está bem. Obrigada de novo por tudo.

Ele se levanta.

— Sei que você não toca bateria, mas quer tentar?

— Acho melhor não.

— Tente — ele diz, jogando as baquetas para mim. — A música corre no nosso sangue. Toque um pouco, vamos ver se a mágica acontece.

\[...]

Eu deveria estar dormindo.

Mas estou de olhos arregalados por causa de mais um cansativo pesadelo. Eu me viro para o alarme sobre minha escrivaninha. As fortes luzes vermelhas me lembram repetidas vezes por que eu não devia estar acordada.

1:16 A.M.

Sento-me na cama e recosto-me na cabeceira. Jogo meu edredom para longe do meu corpo suado e respiro fundo. Esfrego meus braços tantas vezes, que fico surpresa por minha pele não ficar marcada.

Eu odeio a calmaria da casa. Mesmo em Busan, eu odiava esse tipo de calmaria. Odiava como todos da minha família conseguiam dormir, sonhando com algo feliz e magnífico enquanto eu passava horas sentada na cama, pensando demais em tudo.

Eu quero tanto conseguir esquecer o que aconteceu, droga!

Mas, em vez disso, fecho os olhos, respiro fundo, e me lembro.

"Ouvindo a Sonata n° 14; Bethoveen, estacionei meu carro perto do beco. Nunca tinha ido a aquela parte da cidade. O céu estava mergulhado na escuridão, o frio do inverno deixava tudo mais sombrio. Meus olhos se voltaram para o painel do carro.

23:35 P.M.

Não entendia porque Insoo, meu meio irmão, me ligara pedindo para encontrá-lo uma hora daquela em plena semana de exames acadêmicos. Mas como família era para todas as horas, ali estava eu. Infelizmente precisei esperar mais de dez minutos até vê-lo sair mancando do beco, pressionando o lado do corpo com a mão. Endireitei-me no banco e meus olhos encontraram os dele.

— Droga, Insoo — murmurei, saindo do carro e batendo a porta. Eu me aproximei, e a luz de um poste iluminava seu rosto. Seu olho esquerdo estava inchado e fechado, seu lábio inferior tinha um corte profundo; e a camisa cinza, manchada de sangue. — O que foi que aconteceu? — Perguntei em um sussurro, ajudando-o a andar até o carro.

Ele tentou sorrir, mas a única expressão que passou pelo seu corpo era a de dor.

Bati a porta do carona e corro de voltei para o banco do motorista.

— Eles me espancaram. — Insoo passou os dedos no rosto, o que só espalhou ainda mais sangue. Ele sorriu, mas sua aparência evidenciava a gravidade da situação. — Eu estava em uma festa com alguns amigos... me pegaram na saída — Ele se encolheu de dor.

— Meu Deus, Insoo — suspirei, descendo do meio-fio. — Você precisa ir para o hospital.

Ele sentou-se mais ereto e seu único olho aberto me encarou.

— Eu sei, Jimin. Mas não tenho outra pessoa de confiança com quem contar. — Ele começou a chorar. — Eu não podia simplesmente ligar para os meus pais, eles não sabem que sou gay. Como eu explicaria isso? Mas eu realmente pensei que os caras fossem me matar, Jimin. Eu pensei que dessa vez...

— Cale a boca! — Gritei, apavorada com a possibilidade de meu irmão morrer. Fui assombrada por um arrepio e um medo sobrenatural do desconhecido. — Você não vai morrer, Insoo. Apenas cale essa boca.

Ele chorava e gemia de dor, desesperado.

— Eu sinto muito... não queria arrastar você para isso.

Olhei para ele e respirei fundo. Minha mão parou em suas costas.

— Está tudo bem. Vai ficar tudo bem — sussurrei.

Eu estava mentindo para ele, e para mim mesma. Algo dentro de mim dizia que aquela noite não terminaria de forma positiva. No entanto, eu não conseguia parar de dizer aquilo, e não conseguia parar de pensar naquilo."

Levanto-me e saio do quarto. Não dá para ficar ali dentro no momento. Não quando meu cérebro está decidido a atacar meu coração. Lembranças são mesmo assustadoras, a maneira como podem acabar com a gente com nossos próprios pensamentos.

Passando pela sala, fico surpresa ao ver que Joohyun ainda está acordada. Ela está sentada no sofá, analisando uma pilha de papéis. Paro na porta e a cumprimento.

— Oi — digo, sorrindo um pouco. Ela olha para cima, parecendo igualmente surpresa em me ver acordada.

— Primeira semana de aulas e você já está sofrendo de insônia? — Minha tia brinca, colocando os papéis sobre a mesinha de centro e indicando para que me sente ao seu lado.

— Estou — murmuro, aceitando seu convite.

Minha tia se ajeita no sofá, puxando uma perna sob o corpo para ficar de frente para mim. Há apenas um abajur aceso na sala, e a luz acaba por realçar o seu olhar. Joohyun sempre teve olhos intensos, mas, pela primeira vez na vida, sinto como se eles pudessem ver através da minha alma. Meu coração se aperta um pouco.

— Certo — ela diz. — Vamos pular essa parte e você pode me contar o que realmente está te incomodando.

Respiro fundo, mas não há como se preparar para isso.

— Estou bem.

Ela franze a testa e passa a mão nos cabelos. As vezes não sei o que pensar sobre o fato de Joohyun saber exatamente como me sinto. Quer dizer, por um lado fico feliz por ela me conhecer tão bem. Por outro... não tenho como esconder nada dela.

— Eu já sei sobre seus problemas para dormir, Jimin. — Ela diz, gentilmente. — Não precisa guardar tudo só para você, está bem?

Inclino-me para frente e enterro o rosto entre as mãos.

— Eu sei, mas não gosto de conversar sobre isso... — O tremor em minha voz é percebido por minha tia, e ela passa o braço por meus ombros, me puxando mais perto para um abraço acolhedor.

— Você sabe que eu não vou te forçar a nada — Ela põe a mão na minha cabeça, mergulhando os dedos em meus cabelos. — Mas é impossível não notar como isso te desestabiliza emocionalmente.

— E para resolver isso, você sugere...

— Que tal um banho relaxante. — Ela diz isso com tanta naturalidade que é impossível não rir. — Um pouco de óleo de eucalipto, alecrim e amêndoas doces em um banho faria maravilhas. No armário do banheiro tenho frascos de diferentes tipos de flores que podem fazer você relaxar durante o banho. Cada um está marcado com suas propriedades de cura.

Meu queixo cai e estreito os olhos.

— Tem certeza de que você está no ramo profissional certo?

Joohyun ri e dá de ombros.

— Conhecimento nunca é demais. E só para constar, fiz um curso sobre aromaterapia, então posso prescrever alguns óleos essenciais para ajudar a te relaxar.

— Não sei bem se estou interessada — murmuro.

— Tudo bem... Que tal... — Ela faz uma pausa, um sorriso gentil é perceptível em seus rosto. — Voltar para a sua terapia? Algumas horas por semana, talvez isso te ajude a lidar com o que aconteceu.

— Estou sem disposição para isso — Salto do meu lugar, sorrindo. — Acho que vou aceitar a oferta do banho.

— Você não vai se arrepender.

— Tenho certeza que não — Comento enquanto caminho em direção ao corredor.

— E Jimin? — Minha tia diz. Olho o rosto dela, vendo sua expressão torna-se mais terna. — Quando você quiser conversar, estou aqui, ok?

Assinto com a cabeça.

— Agora vá aproveitar seu banho antes que eu faça você mudar de opinião sobre a terapia.

Sorrio. Minha tia me faz sentir menos sozinha.

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