Página #4
10 de janeiro
Com bocas porcas falamos falsamente sobre hipocrisia. Um par mãos porcas se corrompe.
Atos sujos que rendem palavras podres.
Por que tão egoísta? Tão rude?
Por que não o próprio EU antes do resto?
Fala de hierarquia, mas que direito tem uma pessoa de dizer a outra quem ela é? Não importa o status, no fim seremos, todos pó; e antes do início, éramos nada.
Não quero saber o que há para além da vida, sei somente que não terei paz enquanto a minha durar.
Guarde seus ensinamentos para quando puder provar suas palavras, até lá desperdiçarei as minhas justamente.
É irritação, uma raiva reprimida. Sei bem qual é a solução, mas o problema já faz parte do meu caráter, o que restará de mim sem meus problemas? O que sou eu sem você?
Continue, permaneça sendo a raiz da minha existência lúgubre e miserável. Procure em mim erros, tragédias e desesperanças, nem precisa ir tão fundo, esfregue em meu rosto a podridão dos atos e palavras que não me lembro ter manifestado.
Diga para mim que meu "bom dia" soa ameaçador, que meu abraço machuca, minha presença pesa, meus passos rasgam seu chão... diga-me isso, ou não diga nada. Me ignore como se eu nunca tivesse existido.
Já nem dói. Não é uma dor. É uma característica intrínseca minha ter uma voz carregada de calúnia e ódio mastigando meus ouvidos e dilacerando minha mente.
Se nunca fui capaz de sentir, agora sou também incapaz de pensar.
Talvez agora eu seja realmente livre.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro