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CHAPTER XIV: We Built This House On Memories

| L A N A |
13 de agosto de 2017

SEGUIMOS PARA O SEGUNDO ANDAR, gerando uma sinfonia aguda e desafinada que era reproduzida pelos degraus da velha escada de madeira cinzenta. Enquanto subia, observava as imagens na parede à minha direita — dezenas de fotografias em várias fases da vida de meus antigos colegas. A maioria eram fotos de três, quatro ou até cinco juntos, mas nas fotos onde se encontravam os sete, havia uma mulher entre eles. Era alta e elegante, com cabelos negros e olhos azuis penetrantes. Senhorita Dot... Há quanto tempo não vejo esse rosto? As peças do quebra-cabeças pareciam estar quase todas em seus devidos lugares.

Quando estávamos prestes a chegar no segundo piso, uma foto em especial me chamou atenção. A data, um pouco embaçada pela poeira no vidro do porta-retrato, ainda era visível no canto inferior da imagem: "31/10/2008". A senhorita Dot jazia sentada em um banco de parque com meus antigos colegas ao seu redor — todos vestiam roupas pretas. Lembrei-me da estranha frase de Megan: "Hoje é sexta, vista algo preto". Aposto que essa foto fora tirada numa sexta-feira.

Não havia nada incomum à primeira vista, mas quando vi Esme Montreux, um pouco distante dos outros — como se não fosse sua intenção ser pega pela câmera —, perdi o fôlego. Não havia nada de errado em ela estar naquela fotografia, no entanto, o fato que me deixara atordoada era que a garota encontrava-se, em 2008, exatamente com a mesma aparência dos dias atuais. Mas não poderia ser ela. Isso significaria que tinha... O quê? 26 anos, no mínimo?

— Algo errado? — Eleanor perguntou, já no segundo piso, quando me viu encarando a foto com o olhar incrédulo.

Sem dizer nada, apontei o local onde Esme se encontrava.

— Essa é a Esme — ela disse lentamente, como se eu fosse burra.

— Como isso é possível? Quantos anos essa garota tem?

— Ah — Lea riu —, está espantada por ela não ter envelhecido desde esse dia. Bom, tecnicamente, Esme tem dezoito anos, a questão é há quanto tempo ela tem essa idade.

— Eu ainda não entendi como isso é possível.

— Bruxas da natureza conseguem pausar o envelhecimento com a ajuda da Terra, por isso apenas estas podem cuidar das Casas de Plantio. Fora isso, ela viveu por muito tempo em um... como eu posso te explicar de uma maneira simples...? Um loop.

— Um loop? — arqueei uma sobrancelha.

— Exato.

— E o que seria um "loop"?

— É basicamente uma fenda no tempo. Uma fenda temporal criada por uma bruxa do tempo, a qual coloca aproximadamente trezentos e sessenta e cinco dias em eterna repetição, onde melius vivem quando saem das Casas de Plantio — ela falava normalmente, como se fosse um assunto simples, de fácil compreensão. — Imagine um lugar onde o mesmo ano sempre repete, onde nenhum Melius jamais envelhece um dia sequer. Um lugar onde as estações vem e vão, assim como o sol e a lua, mas nossos corpos permanecem os mesmos. É só uma ilusão, é claro, assim como o tempo em si, mas nos mantém jovens e seguros de qualquer perigo.

— Então Esme morava em um loop?

— Bom, sim, mas ela é uma bruxa da natureza, não precisa viver em um loop para pausar o envelhecimento — Eleanor se aproximou para encarar a foto. — Nós vivemos aqui para envelhecer e depois voltar ao nosso Loop; Esme vive aqui para cuidar da nossa segurança, como todas as bruxas da natureza fazem. Ela conseguiu "pausar" seu envelhecimento há muito tempo.

— Isso significa que...

— Nós envelhecemos aqui — Lea esclareceu —, Esme não.

— Então "Celeste" é um loop?

Celeste é apenas o nome do nosso coven, o qual fica num loop.

As últimas peças pareciam estar cada vez mais próximas de seus devidos lugares, e eu começava a sentir uma forte dor de cabeça. Eram muitas informações para tão pouco tempo, e talvez eu não devesse ter aceitado tão facilmente a idéia de isso tudo ser real. Havia uma grande, grande possibilidade de eu estar em coma num quarto de hospital naquele exato momento. Talvez eu ainda não tenha acordado desde que caí da escada, eu pensava, Talvez o acidente tenha sido mais feio do que pareceu. Talvez...

— Você está bem? — sua voz me tirou de um transe. — Parece um pouco pálida.

— Me sinto fantástica.

— Incrível! — ela bateu palminhas de empolgação, não entendendo o sarcasmo em minhas palavras. — Vamos, vou te mostrar nossos quartos.

— Por que Melius se vestem de preto às sextas? — apontei para a fotografia, antes que Eleanor desviasse o olhar. — Apenas curiosidade.

— Oh, é tradição! — ela abriu um sorriso entusiasmado. — Às sextas usamos preto.

Eleanor foi saltitando na frente enquanto eu a seguia melancolicamente, e atravessamos um corredor largo, com duas portas de cada lado — todas feitas de um carvalho claro. Mais à frente, havia uma porta dupla que se destacava das outras: tanto por estar no final do corredor, quanto por ser pintada de vermelho.

A primeira porta da direita estava entreaberta, e passamos por ela no exato momento em que Paul Stepford vestia um moletom. Aquela foi a primeira vez que o vi sem algum tipo de vestimenta densa, e confesso que seu físico era bem mais interessante do que os moletons que vestia deixavam transparecer.

O que mais me chamou a atenção foram as diversas cicatrizes que haviam espalhadas pelo corpo; uma em especial, me provocou um arrepio estranho. Estava localizada na lateral direita do abdômen e não era bem uma cicatriz. Era como um ferimento de bala, mas ao invés de avermelhado, estava preto e cinza. Não pude ver por muito tempo pois ele já estava se vestindo quando chegamos.

Eleanor abriu a porta com violência, fazendo os três que habitavam o cômodo se assustarem. Ethan encontrava-se completamente sujo de tinta enquanto pintava um quadro no canto do quarto, e Jason jazia deitado em uma das camas, entretido com um video game de mão.

— Você é maluca? — Jason perguntou.

— É o que dizem — Lea entrou aos pulos e se jogou na cama mais próxima.

O quarto era grande. Haviam duas camas de ambos os lados e uma grande TV entre duas janelas em frente a um sofá de dois lugares. Um aparelho de video game repousava sobre uma mesinha retangular que ficava entre o sofá e a TV.

— Então, rapazes — ela cruzou as pernas —, o que farão de interessante esta noite?

— Mofar nessa casa, como sempre, Lea — Jason respondeu sem tirar os olhos do jogo.

— Não seja tão dramático. Já não se divertiu o bastante ontem?

Paul riu das entrelinhas.

Enquanto os dois discutiam, me aproximei de Ethan, que pintava uma bela réplica da "Noite Estrelada". O quadro realmente era muito bom. Ele realmente era muito bom, e pude notar outras pinturas espalhadas e empilhadas por aquele canto.

— Você gosta? — ele perguntou sem se virar, ainda pintando.

— Sim, é muito bonito.

— Fico lisonjeado, Lana, mas eu me referia ao quadro.

— Você me entendeu — aquilo me arrancou um leve sorriso.

Ele usava uma regata branca, deixando nus os braços sujos de tinta, e seu rosto naquele momento apresentava no mínimo todas as cores daquele quadro, o que deixava o azul de seus olhos ainda mais vivo.

Em questão de personalidade, Ethan não mudara tanto — sempre foi do tipo travesso. Quando éramos crianças, na escola Badham, pintava minhas bonecas com as tintas que encontrava.

Vaguei para o outro lado do quarto — estava analisando o território. Havia uma estante com diversos livros de vários tamanhos. Alguns de filosofia, outros de sociologia — vários escritos por grandes nomes da filosofia e sociologia.

— São do Ian — Ethan surgiu do meu lado com a paleta de tintas em uma das mãos. — Ele gosta dessas coisas chatas.

— Lea contou que vocês vivem aqui desde...

— Desde 2007 — ele completou.

— E não podiam ir até a cidade, imagino.

— Não, não até semana passada.

Assenti com a cabeça. Não havia muito que pudesse ser dito sobre esse assunto.

— E então, Lana? — Eleanor chamou minha atenção.

— O quê?

— Perguntei se você e Sarah vão jantar aqui. Por favor, diga que sim. Vai ser divertido.

— Eu não sei... preciso muito conversar com meus pais.

— Entendo — falou, parecendo desapontada. — Vamos! — ela pulou da cama com um sorriso entusiasmado. — Tenho que terminar de te mostrar a casa!

Disparei para fora do cômodo com Eleanor me puxando pela mão, fechando a porta do quarto dos garotos com um baque estrondoso no processo.

— Aquele é o banheiro — ela apontou para a porta ao lado do quarto de onde saímos —, e esse é o quarto da Trindade Profana — nós paramos em frente a uma das portas da esquerda. — Antes de entrarmos, conte quantos dedos tem na mão, pois é capaz de sairmos sem alguns deles.

— O quê?!

Eleanor invadiu o quarto assim como fizera com o outro, mas as garotas não pareceram se assustar — provavelmente por já estarem acostumadas.

O cômodo era um pouco menor do que o dos garotos, e só possuía três camas — uma à direita, e duas à esquerda. Haviam quatro janelas divididas para duas paredes, mas, ainda assim, o quarto parecia escuro.

Madelyne, sentada em uma cadeira, cuidava de algumas plantas de pequeno porte sobre uma escrivaninha. Haviam várias outras plantas aos pés da mesa e espalhadas pelo quarto — todas mortas. As únicas que pareciam estar vivas eram as que jaziam sob sua atenção.

Elizabeth, sentada em uma das camas da esquerda, fazia algo com uma venda cobrindo os olhos, enquanto Megan repousava na cama da direita, com um travesseiro no rosto.

— Boa tarde, moças — Eleanor exclamou.

Liza acenou, mesmo não podendo nos ver, e fomos até sua cama. Ela estava de olhos vendados enquanto encaixava as peças de um enorme quebra-cabeça. A garota fazia aquilo com uma agilidade e perfeição que eu jamais teria até de olhos abertos.

— Exercício mental — Eleanor explicou enquanto eu observava a cena, fascinada. — Ajuda bruxas da mente a desenvolver seus dons.

— Como ela sabe onde colocar cada peça? Digo, ela não está vendo nada.

— Elizabeth tem um tipo incomum de memória fotográfica. Ela só precisa olhar as peças espalhadas uma vez para saber exatamente onde cada uma fica.

— É incrível.

— Não é grande coisa — Lea desdenhou.

Enfer! — Madelyne berrou.

Olhamos para a ruiva que no momento apoiava o rosto nas mãos em sinal de frustração. A planta em que mexia há pouco, acabara de escurecer e se tornar marrom, como as outras ao redor.

— Qual é o problema, ruiva? — Liza perguntou, ainda fazendo o "exercício mental".

— Plantas me odeiam!

— Era pra estarmos surpresas? — Lea perguntou em tom inocente, fazendo Madelyne a encarar com ódio.

— Não exija tanto de si mesma — Liza disse ternamente —, você sabe que forçar novos dons não é algo simples.

— Eu sei, mas a Victoria disse que era possível.

— Essas pobres plantinhas não acham isso — Lea murmurou.

Tais-toi, Eleanor, não é tão fácil quanto você pensa! — Madelyne replicou.

— Na verdade — Lea se aproximou da escrivaninha —, para mim parece bem fácil.

Ela ergueu uma mão acima da planta, e em cerca de dez segundos, o vegetal se recompôs, fazendo as folhas passarem de marrons para verdes novamente.

Lea sorriu triunfante para Madelyne, que parecia ficar cada vez mais exasperada.

— Fiquem quietas, todas vocês! — Megan praguejou de sua cama — Estou tentando não matá-las agora!

— Vamos continuar nosso tour — Lea me puxou pelo braço e nos levou para fora do quarto.

— Como você fez isso? — perguntei, assim que fechou a porta.

— Sou uma bruxa da vida — ela jogou o cabelo por cima do ombro, orgulhosa.

— Você controla plantas?

— Não, querida, eu controlo a vida.

— Está dizendo que consegue ressuscitar seres mortos? Até pessoas?

Ela deu de ombros, tentando parecer modesta.

— Isso é incrível, mas o que você fez com aqueles três homens ontem?

— Apenas empurrei a vida para fora de seus corpos por alguns segundos, mas não se preocupe, eles devem ter acordado — ela fez uma pequena pausa e refletiu. — Eu acho.

— O que a Madelyne estava tentando fazer?

— Ela acha que de alguma forma herdou os poderes da mãe — Lea explicou. — Mas por enquanto parece ter herdado apenas os do pai.

— Então os pais dela também são...?

— Melius, sim, eles eram. Madelyne é a única de nós que tem sangue puro. — ela abriu a porta ao lado do quarto das garotas. — Esse é o cômodo onde há menos possibilidades de morrermos de uma forma dolorosa.

O quarto possuía duas camas e duas janelas, e havia mais uma porta no lado contrário, a qual provavelmente dava para um banheiro. Eleanor se jogou em uma das camas — que era exatamente como as dos outros. Já a segunda cama daquele cômodo, era bem maior e mais sofisticada do que todo o resto.

— Aquela é a cama da Esme — Lea esclareceu quando notou que eu estava olhando.

— Por que você não fica no outro quarto com as outras?

— Minha cama costumava ficar lá, mas me mudei para cá há alguns meses. Você não tem idéia do quanto é difícil lidar com a Megan quando está com fome, e ainda mais difícil aguentar a Madelyne em qualquer estado de humor dela.

Meu olhar vagou pelo cômodo, analisando cada detalhe. Naquele quarto haviam diversas espadas, de várias cores e formatos — penduradas pelas paredes —, estantes com livros grossos e antigos, e frascos contendo líquidos de cores variadas, além de um pequeno caldeirão próximo a janela. Imaginei que tudo pertencesse à Esme.

Íamos em direção ao primeiro piso enquanto Eleanor falava sobre o quão difícil foi ter de lidar com Madelyne durante todos esses anos, e dobramos à direita assim que descemos as escadas, adentrando em um cômodo amplo com as maiores janelas da casa e sete carteiras acadêmicas. Havia um projetor preso no teto — apontando para uma enorme lona branca grudada à parede —, dois bebedouros nos cantos da sala, e grandes armários velhos distribuídos entre as janelas.

— O último ponto turístico do nosso tour. É aqui onde assistíamos às aulas transmitidas de Celeste — Lea explicou enquanto se aproximava do lugar. — Treze horas por dia.

— "Assistiam"?

— Sim, a colheita está prestes a ser realizada, então ganhamos folga.

Assenti com a cabeça.

— Acho que o nosso tour acabou — Lea anunciou tristemente. — Vamos até a cozinha fazer pudim! — ela bateu palminhas de felicidade e me puxou pelo braço com um enorme sorriso no rosto.

A bipolaridade de Eleanor era cômica, e ao mesmo tempo, preocupante.

Assim que passamos pelo portal que separava aquele cômodo, da sala, seis rostos voltaram-se para nós. Eleanor parou bruscamente ao perceber as pessoas incomuns que repousavam sobre o sofá com uma xícara de chá em mãos.

Ian e Sarah estavam sentados na companhia de Esme, Ana e outras duas figuras. Aquela alta mulher elegante pôs sua xícara na mesinha de centro e se levantou assim que entramos no cômodo. Seu olhar fixou-se em mim, e sua expressão era inicialmente de incredulidade, mas logo foi substituída por um sorriso caloroso.

— Minha adorada — ela abriu os braços —, você está estonteante!

A senhorita Dot veio até mim com um enorme sorriso e me prendeu em um abraço apertado. Ela estava exatamente como da última vez que a vi — mais de dez anos atrás. Não parecia ter envelhecido um dia sequer.

— Senhorita Dot — falei enquanto me apertava.

— Estou tão feliz por ver todas as minhas crianças reunidas novamente — falou com um forte sotaque inglês, do qual eu não me lembrava.

Ela segurou minhas mãos e se voltou para Ian.

— Senhor Callow, por favor, convoque seus irmãos para que se juntem a nós, e senhorita Orlovsky — voltou-se para Eleanor —, faça o mesmo com suas irmãs. Temos muito o que conversar.

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