Capítulo 13
Faço algo do qual estou virando uma especialista: respiro fundo e balanço a cabeça para espantar as lágrimas que insistem em cair.
Quando sinto que posso me controlar, aperto o passo e entro na sala sem nem ao menos cumprimentar os dois pombinhos.
Uma vez dentro e fora da vista dos dois, solto a respiração e engulo o caroço preso na minha garganta. Ariel nem se preocupou em olhar para mim. Babaca.
Para me distrair da cena acontecendo lá fora, pego a caixinha com os moldes de letras e a latinha de spray e começo a transferir as iniciais do grupo na madeira já pintada.
Quando termino, me levanto e observo meu trabalho. Ficou bom, mas o cinza das letras ficou meio escuro no fundo roxo então decido contornar com branco para dar uma destacada. Ficou muito melhor.
Deixo o pincel e a tinta branca em uma mesinha e começo a fazer a decoração do stand. Coloco luzes de natal brancas e fixo alguns dos cartazes que já fizemos para chamar a atenção das pessoas. Coloco algumas fotos de casos reais por culpa do bullyng na escola e outros cartazes com frases de motivação do tipo "se vê alguém sofrendo, converse, se você está sofrendo, converse".
Até que está ficando bonito. Preciso perguntar para a diretora onde vamos posicionar tudo, porque como coloquei luzes, precisamos de uma tomada perto.
Tiro uma foto e envio para Becca que me responde com um emoji "impressionado".
"Ficou lindo, Mel! Agora, preciso que mande uma foto de Ariel sem camisa, para ontem. "
"Há! Isso não vai acontecer, até porque no momento ele está ficando com uma garota do lado de fora da porta. "
"O que?????? Que babaca! Eu vou chutar as bolas dele! "
"Calma lá ou Ronda Rousey! Você não vai bater em ninguém, como eu já disse, não somos namorados nem nada... ele que fique com quem quiser, dá no mesmo. "
"Hum. Quando você vai tomar vergonha na cara e admitir que gosta do garoto? "
"Quando você tomar vergonha na cara e ligar para o Jonathan e manda-lo à merda. "
"Engraçadinha, preciso ir, tenho aula de dança agora, adiantaram as aulas não sei porque Aff, beijos Mel e já sabe, se precisar chutar algumas botas, me chame! "
"Botas? "
"Ahhhh maldito corretor, BOLAS! "
Dou risada sozinha da minha amiga louca. Só ela para me distrair mesmo.
Guardo o celular no bolso da jaqueta e continuo arrumando tudo.
Quase uma hora depois, me sento cansada no chão e bebo um gole da garrafa de água que trouxe comigo.
Ariel é um idiota mesmo, nem sequer teve a decência de ajudar.
Tudo bem, ele quer pegar qualquer garota que aparecer na sua frente, ótimo, mas que não se esqueça das responsabilidades que tem.
Pego meu celular e penso em ligar para ele e dizer tudo o que está enroscado na minha garganta, mas meu dedo para bem em cima do botão "chamar". Que diabos, não vou ligar para o babaca, se a diretora me perguntar, responderei com a verdade, Ariel que se foda.
Em vez de ligar, coloco os fones de ouvido e fecho os olhos enquanto descanso escutando uma playlist aleatória.
Acho que até chego a cochilar em algum ponto. Em um momento entre o sono e a realidade, abro os olhos e vejo uma sombra na porta. Chego a pensar que é Ariel, mas a sombra é mais baixa, então descarto essa possibilidade. Volto a fechar os olhos e de repente sinto meus fones serem puxados com força do ouvido.
Levanto assustada e vejo a garota que estava aos beijos com Ariel mais cedo.
-Qual é o seu maldito problema, garota! -Grito com o coração quase saltando pela boca de susto.
-Você! -Acho que já escutei isso antes... -Você não vai ficar com ele, o Ariel é meu. Só vim te avisar que acabamos de transar e você ficou para trás sua vadia.
Dou uma risada amarga. Quem essa louca pensa que é? Me incorporo para parecer mais alta, o que não é muito difícil já que a menina é pelo menos uns oito centímetros mais baixa que eu. Chego tão perto dela que posso sentir sua respiração acelerada. Ela não demostra medo, ao contrário também se incorpora me desafiando.
-Meu bem, pode ficar com aquele lixo para você! Se você acha que tenho algum interesse naquele.... garoto, está muito enganada! Agora se me der licença, tenho que continuar o meu trabalho, já que o seu namoradinho que tinha que ajudar por certo, não deu as caras até agora.
Me viro e caminho para o outro lado da sala. A garota parece não estar satisfeita porque me segue e agarra meu braço com suas unhas extremamente compridas. Eca!
-Você pode até dizer isso, mas eu sei que quer tanto ele como eu. Ou você acha que não sei da sua pegação na sala de aula vazia no outro dia? -Ela ri vitoriosa pela minha cara de espanto. Como diabos essa garota sabe disso? Não é possível! A sala estava fechada e as janelas tem cortinas então não tem realmente como saber. No mínimo ela viu ambos entrando na sala e está jogando verde para colher maduro.
Decido não cair no seu jogo.
-Você toca em mim de novo garota, e vai saber do que sou capaz.
Puxo meu braço violentamente do seu aperto e dou as costas novamente para o projeto de doida.
-Você acha que tenho medo de você, Melissa? Você não pode fazer nada contra mim, ou a diretora te expulsa daquele grupinho idiota cheio de fracassados. Você é uma tremenda cínica na verdade, hein? A garota que se acha a defensora dos pobres e oprimidos, mas na verdade trata o Ariel como "lixo". Essas foram suas palavras não?
-Se você quer levar uma verdadeira surra, fale mal do meu grupo novamente.
A risada diabólica que sai da garota me assustaria se eu não soubesse que é puro teatro. É como dizem "cão que muito ladra, não morde".
-Sai dessa sala antes que eu faça alguma besteira criança. -Provoco e seu rosto fica vermelho de raiva.
-Eu vou sair, mas é porque preciso voltar para a cama de Ariel, ele deve estar se perguntando onde estou.... Quando saí ele estava dormindo, você precisa ver como ele fica lindo.... E para sua informação vadia, meu nome é Hannah. Você ainda vai escutar muito ele por aí. -Ela pisca e sai da sala finalmente me deixando sozinha.
Que merda acabou de acontecer aqui? Bebo quase a garrafa inteira de agua e decido que já trabalhei demais por hoje. Preciso de um descanso.
Antes de sair, arrumo a bagunça que fiz e tranco a porta, não quero nenhuma psicopata estragando todo o meu avance.
Vou até o banheiro, mudo de roupa e tiro toda a tinta do meu corpo, enquanto penso no que a tal da Hannah disse. Eu suspeitava que Ariel era um galinha, agora tenho certeza.
Estava meio que na cara, na verdade. Quando ele se apresentou para Becca daquele jeito, eu deveria ter sabido.
Balanço a cabeça na frente do espelho. A garota no reflexo me olha com reprovação. Como você pode se deixar levar por um babaca qualquer, Melissa?
Não resta outra que dar uma risada sem graça.
Lavo meu rosto e seco com a toalha que trouxe junto com as roupas.
Coloco tudo de volta na bolsa e saio do colégio. Procuro minhas chaves enquanto caminho pelo estacionamento, quando encontro, levanto minha cabeça e estanco no lugar.
Ariel está encostado no meu capô do meu carro, fumando um cigarro tranquilamente. Eu sabia que a rouquidão era por isso!
-Dá para tirar essa bunda de cima do meu carro por favor. -Digo apertando o botão do alarme do carro.
-Hum.... não. -Dá uma tragada no cigarro e solta a fumaça para cima claramente tirando onda com a minha cara.
-Okay, mas vou avisando, acho que você não vai gostar da sensação de ser atropelado. -Abro a porta e entro no carro. Coloco a chave na ignição e acelero um pouco para assustar o garoto. Ele nem se mexe. Babaca.
-Você não faria isso. -Pisca.
-Pode me dizer porque motivo não te atropelaria? -Franzo a testa. Esse garoto se acha de mais!
-Porque você gosta de mim. -Constata seguro de si.
-Há, há, há! -Gargalho da sua cara de pau. -Você é bem convencido hein?
De repente ele se levanta do capô, abre a porta do passageiro e senta no banco colocando o cinto de segurança.
-Aonde pensa que vai seu folgado? Pode sair do meu carro!
Tiro o cinto dele e o empurro para fora, ou melhor, tento empurrá-lo para fora porque o garoto é pesado para caramba e nem se mexe.
-Precisamos conversar. -Diz simplesmente.
-Eu não quero conversar com você Ariel, agora dá o fora do meu carro! -Continuo tentando jogá-lo para fora.
-É sério, Melissa. Preciso conversar com você. Queria.... Me desculpar pelo que viu.
-Pelo que vi? Eu não estou nem aí para você e para aquela psicopata em formação! Pode transar com ela o quanto quiser, para mim dá no mesmo! -Seus olhos se arregalam. Isso mesmo, eu sei de tudo, otário.
-Ela disse isso?
-Sim! E não quero saber os detalhes da sua vida sexual, então... dá o fora! -Agora já estou o empurrando com os pés mesmo.
-Melissa! -Ele grita. -Eu não transei com Hannah! Eu estava te esperando na porta da sala e a garota começou a me beijar do nada! Ela me pegou de surpresa!
-Ah é? E você correspondeu o beijo porque estava surpreendido? Conta outra Ariel.
-Eu juro! Ela é filha de uma amiga do meu pai, nos conhecemos a muito tempo e pensei que ela sabia que éramos só amigos....
-Ariel! -O interrompo. -Não quero saber! Pode voltar para sua "amiga" e me deixa em paz.
Ele balança a cabeça, mas obedece ao meu pedido. Ele parecia realmente estar dizendo a verdade, mas eu sei o que vi.
O garoto fecha a porta do meu carro com um pouco mais de força do que o necessário e eu mostro o dedo do meio para ele.
Arranco como se minha vida dependesse disso e corro para a casa de Becca. Ela já deve ter saído das aulas de dança a essa hora.
Minha amiga não mora, se esconde, pelo que demoro quase quarenta minutos para chegar na sua casa. Seria menos se o transito tivesse ajudado.
Mandei uma mensagem no caminho avisando que estava indo e ela me respondeu que estava comprando salgados e refrigerante para que pudéssemos comer.
Estaciono de qualquer jeito e ligo para minha mãe enquanto caminho até a entrada.
-Mãe? Oi! Então só liguei para avisar que vou chegar um pouco mais tarde hoje, estou na casa de Becca.
-Oh, tudo bem filha, só tenha cuidado na hora de voltar, ok?
-Ok. Te amo mãe!
-Também te amamos filha!
Encerro a ligação bem a tempo de a porta ser aberta pela minha amiga. Seu rosto está estranhamente feliz e não consigo evitar sorrir junto com ela.
-Que bom que veio! Tenho que te contar uma coisa!
Ela pula pela casa.
-O que aconteceu? -Pergunto curiosa.
-Eu conversei com Jonathan, ele me pediu um milhão de desculpas, disse que deveria ter me escutado, que se comportou como um idiota e nos beijamos. Muito!
-Que.... ótimo Becca! -Abraço minha amiga, e suspiro aliviada e preocupada ao mesmo tempo.
Depois de colocar os salgadinhos e as bebidas na mesa nos sentamos para comer e jogar conversa fora.
Becca termina de contar todos os detalhes da conversa com o namorado e eu me limito a escutar a história e a comer.
Depois de quase vinte minutos de falatório, minha amiga finalmente fecha a boca para respirar e me olha curiosa.
-Então, o que aconteceu? Preciso bater em alguém?
Não consigo segurar a risada, Rebecca é doida e por isso eu a amo tanto.
Conto tudo o que aconteceu desde que entrei na sala até a hora que em que encontro Ariel encostado no meu carro.
A cada palavra que vou dizendo, Becca vai arregalando ainda mais os olhos.
-Mas que garota doida! Você tem que ter cuidado Mel, ela poderia ter feito alguma coisa contra você enquanto cochilava!
-Sim, mas ela não fez e eu deixei bem claro que se tocar em mim ela não vai sobreviver para contar como foi.
-Isso aí amiga! Mas me diz uma coisa Mel, não foi você que ficou super brava porque o Jonathan não quis me escutar e tudo mais.... Não acha que fez o mesmo com Ariel?
Levanto a sobrancelha e fito minha amiga. Não consigo dizer nada coerente porque ela tem razão. Eu fiz exatamente a mesma coisa que o Jonathan fez com ela e ainda fiquei furiosa com sua atitude. Mas que merda! O que anda acontecendo comigo ultimamente? Virei uma contradição ambulante! Ainda não consigo decidir se esse garoto é uma vantagem ou um prejuízo para a minha sanidade.
Pego o celular dentro da bolsa e procuro o nome de Ariel nos contatos. Não sei se ligar para ele, mandar mensagens ou os dois.
Becca me observa calada enquanto coloca um salgadinho atrás do outro na boca.
Eu sei que ela está morrendo de vontade de dizer alguma coisa, mas está com medo.
-Cospe logo, Becca. -Suspiro.
-Está esperando o que para ligar para ele? Você deu outra bola fora amiga, agora tem que reconquistar o coração do seu amor! -Ela dá risada enquanto bebe um gole do refrigerante.
-Você sabe muito bem que não gosto de conversar essas coisas por telefone. Vou fazer muito melhor do que isso. -Levanto de repente e pego minha bolsa. Me viro e corro até a porta, mas antes de sair, paro e me viro para Becca.
-E eu NÃO gosto dele! -Grito e depois corro até meu carro.
Envio uma mensagem para Ariel.
"Você está em casa? "
Ele não responde imediatamente e fico com medo de estar indo atoa, mas logo passa quando escuto o famoso bip.
"Sim. "
Sua resposta curta me faz dar voltas no estomago. Ele parece bem chateado.
"Estou a caminho da sua casa, por favor, se puder abrir o portão eu agradeceria. "
"Ok. "
Merda. Fui extremamente educada e ele só me responde com um Ok? É isso que ganho por tentar fazer a coisa certa. Que idiota.
Corro pelas avenidas e tenho certeza que fui xingada por pelo menos umas três pessoas.
Quando vou chegando perto da sua casa, minha respiração começa a acelerar e meus batimentos cardíacos vão à loucura com a antecipação. E se ele não abrir o portão? E se não quiser falar comigo? E porque diabos me importo tanto?
Dou a volta em uma quadra e a casa de Ariel se assoma na paisagem. Ela é realmente impressionante. Estaciono na frente do portão fechado e espero alguns minutos. O metal continua sem se mexer. Droga, ele não vai abrir, eu deveria ter ido direto para casa, como eu sou burra!
Engato a marcha ré e me preparo para sair quando escuto o barulho que tanto esperava. Troco de marcha e entro com o coração quase saindo pela boca. Fica calma Melissa pelo amor de Odin.
Estaciono o carro de qualquer jeito porem me certifico de que não atrapalhe se outra pessoa quiser entrar, então desço e caminho até as escadas que levam à porta de Ariel.
Fico na dúvida entre tocar a porta ou a campainha, mas Ariel decide por mim abrindo a porta de repente.
Meus olhos quase saem das órbitas quando seu corpo aparece diante de mim coberto apenas por uma toalha. Sinto inveja das gotas escorrendo pelo seu abdômen liso. Fico hipnotizada com a imagem. A gota translucida desce até ser absorvida pela toalha branca presa na sua cintura e seguro o impulso de lamber bem ali onde ela "morreu".
Escuto um pigarro e levanto minha cabeça rapidamente quase tendo um ataque de vertigem.
-Desculpa demorar para abrir, estava na ducha. -Ariel me encara com uma sobrancelha levantada.
-E-eu percebi. -Passo meus olhos pelo seu corpo novamente.
-Vai entrar ou vai ficar aí parada babando no meu corpo?
-Eu vou.... ei! Não estava babando no seu corpo! -Fiquei muito boa em mentir ultimamente.
-Estava sim. Agora entra que eu estou começando a ficar com frio. -Diz soltando uma risadinha divertida.
Ariel vai na frente e tenho que me controlar para não puxar a maldita toalha e descobrir o que ele tanto esconde debaixo dela. Ele não parecia ser tão definido assim! Será que criou músculos enquanto tomava banho? Ou será que a água provoca algum tipo de ilusão de ótica? Ou será que eu estou ficando doida?
-Fique à vontade. -Ele aponta para um sofá e me sento. Sinto que estou ficando nervosa. Minhas mãos tremem e acho que estou suando. Ótimo!
-Melissa, serio, você está bem? Está pálida e parece que viu um fantasma. Quer beber alguma coisa? -Oferece preocupado. E eu achando que já tinha passado vergonha suficiente por hoje.
-U-uma água. Eu vou querer uma água por favor. Obrigada.
-Ok. -Vai até a cozinha e volta alguns segundos depois com um copo enorme cheio até o borde.
-Obrigada. -Bebo tudo enquanto ele observa.
-Parece que você estava com sede, hein? -Brinca.
-É. Então.... -Não sei por onde começar. Nunca estive nessa situação antes. Quero saber o que ele tem a dizer, mas ao mesmo tempo tenho medo de que ele acabe mentindo e eu acreditando. -Eu.... Eu conversei com Becca e o Jonathan fez o mesmo com ela e eu fiquei muito brava com ele, e acho que estou fazendo o mesmo com você, então vim aqui para que você possa se explicar, e assim eu vou ficar mais tranquila comigo mesma e.... acho que nada do que disse realmente faz sentido. -Me calo e balanço a cabeça várias vezes. Ariel percebe minha frustração e quando percebo, ele está sentando do meu lado e minhas mãos vão parar em cima das suas coxas musculosas.
-Melissa, eu não faço ideia de quem seja o Jonathan e do que ele fez para sua amiga, mas entendi o ponto. Tudo o que disse dentro do seu carro era verdade. Eu nunca dormi com Hannah, ela me beijou, me pegou de surpresa, eu sequer queria beijá-la. Como você já sabe, ela é filha de uma amiga intima do meu pai. Eles se conheceram antes mesmo de nascermos e quando ele ligou pedindo ajuda para voltar para cá, ela nos conseguiu essa casa, um lugar para funcionar o The Pub....
-Espera aí! O seu pai é dono do The Pub? -Oh por Deus!
-Sim, mas isso não vem ao caso agora. -Assinto só porque estou muito curiosa para saber o resto da história, mas caramba, o The Pub é deles! -Continuando, eu a conheci antes de me mudar para cá, conversávamos por Skype e por mensagens, ela sempre me tratou super bem e quando finalmente cheguei, foi com sua mãe até o aeroporto nos buscar. Me ajudou a encontrar a escola, as salas etc. Eu realmente não sei o que a garota te disse, mas eu preciso que você saiba que eu não tenho nada a ver com ela, Melissa. Você pode até dizer que não tenho que te dar satisfação de nada, mas porra, eu quero. E como quero. -Agora é a sua mão que está na minha perna. Sinto como se a pele estivesse pegando fogo, bem ali onde ele está tocando.
-Obrigada. -Suspiro. -Eu ainda acredito que você não me deve satisfações, mas eu tinha que te deixar se defender, ou Becca acabaria me batendo.
-Becca, hein? Ou será que você queria escutar a verdade pela minha boca, Melissa?
-Agora você está dizendo bobagens, garoto. -Me levanto subitamente.
-Oh, vamos Melissa! Por favor, admite que você sente tanto por mim quanto sinto por você! Só você não enxerga isso, caralho!
-Ei! Não grita para mim! Quem você pensa que é e.... espera, o que disse? -Sua risada rouca reverbera por toda a sala. Eu escutei isso mesmo? Ariel gosta de mim? Isso é impossível! Nos odiamos!
-Isso mesmo Melissa. Eu sinto algo por você. Apesar de ser marrenta, mal-humorada, mandona....
-Uau, quanto elogio!
-Adora interromper quando estou dizendo algo. -Levanta uma sobrancelha e me olha torto. -Apesar de tudo isso, eu simplesmente não consigo mais. Não posso esconder que meu coração acelera cada maldita vez que te vejo. Que tenho vontade de te beijar e que penso em você vinte e quatro horas por dia. Eu.... Estou ficando louco. -Segura os cabelos húmidos com as duas mãos e sinto uma vontade enorme de consolá-lo. -Quando Becca disse que você beijou o Ricardo, fiquei com tanta raiva, eu queria socar a cara daquele engomadinho até ele virar pó, mas aí você nunca mais iria falar comigo por que odeia essa merda de violência, então eu fiquei na minha, mas eu precisava saber se você gostava dele.
Agora entendo o porquê na sua cena na sala vazia. Ele estava com ciúmes. Ariel estava com ciúmes de mim! Não acredito no que estou escutando!
-Quer dizer que estava com ciúmes de mim, princesa? -Brinco.
-Olha Melissa, não acho que seja uma boa hora para brincadeiras, eu realmente estou me abrindo para você e.... -Não o deixo terminar de falar. Me avanço sobre o seu corpo e finalmente beijo a boca que tanto gosto. Droga como senti falta do seu sabor. O contorno com minhas pernas e suas mãos vão parar na minha bunda no mesmo instante.
Sinto sua ereção crescendo e a pulsação no meu ventre vai aumentando cada vez mais. Começamos nos mover em sincronia e sinto que estou completa.
Passo a mão pelos seus cabelos quase secos e o garoto ronrona. Droga, estou perdida.
Sou levantada como se não pesasse quase nada e enrosco minhas pernas na sua cintura tentando entender como sua toalha não caiu no processo.
Ainda aos beijos, Ariel me leva pela escada da casa e quando percebo estamos dentro de um quarto que presumo ser o seu. Ele me joga na cama, isso mesmo nada de colocar delicadamente, sou literalmente jogada na cama e depois o garoto se arrasta até ficar completamente em cima de mim, seu peso sendo suportado pelos antebraços ao lado da minha cabeça.
Ele tira um cabelo do meu rosto e coloca atrás da orelha.
-Melissa, eu preciso te dizer uma coisa.... Eu não... eu nunca....
-Você nunca o que Ariel? Fala logo! -Peço impaciente.
Ele se senta de repente na borda da cama e eu me sento também por puro reflexo.
-Você promete que não vai rir da minha cara? -Suplica.
-O que? Claro que não!
-Não vai prometer ou não vai rir?
-Ariel, só diz o que tem que dizer. -Prendo seu rosto com as mãos e dou um selinho na sua boca.
-Eu nunca transei com ninguém. -Solta de repente e suspira profundo.
-Você está me dizendo que é virgem? -Esse garoto não para de me surpreender.
-Sim.
-Uau. Eu vou ser sincera, não esperava por isso.
-Eu sei, você deixou bem claro que pensa que sou um libertino. -Ri.
-Sim, mas eu nunca ia imaginar que você entre todos fosse virgem, princesa. -Me levanto.
-Você vai embora? -Pergunta preocupado.
-Não seu bobo. Vou só trancar a porta com chave. -Faço isso e depois volto para a cama. -E só para você saber, eu também sou virgem então meio que estamos empatados.
Me sento novamente ao seu lado na cama e ele me olha envergonhado. Eu sei exatamente porque ele se sente assim. Nos dias de hoje, para um garoto, ser virgem nessa idade é quase um crime. Não posso negar que fiquei realmente surpreendida com isso, mas uma sensação estranha toma conta do meu peito por saber que ele não dormiu com Hannah. Nem com ninguém.
-E agora, o que vamos fazer? -Pergunto timidamente.
-Olha, eu não vou te obrigar a nada, Melissa. Eu realmente quero transar com você, mas se você não quiser, tudo bem.
-Princesa? -Viro seu rosto para mim. -Você tem camisinha?
Seus olhos se arregalam e começam a escurecer rapidamente. É como disse, eu sou pólvora e ele é fogo.
Ariel se levanta e caminha tranquilamente até o criado mudo. Abre uma gaveta e tira um pacotinho prateado de dentro e o coloca em cima da mesinha.
Depois volta até a cama e faz o que eu estava esperando tanto. Sua toalha é puxada e ele fica pelado bem ali na minha frente e tenho que confessar, ele é lindo por inteiro.
Se aproxima de mim e me levanto. Preciso da sua boca. Nos beijamos intensamente e começo a ficar incomodada com algo.
-Acho que estou em desvantagem aqui, Mel. -Ele diz parecendo ler minha mente. Puxa minha blusa lentamente e depois me abraça tirando meu sutiã. A sensação de pele contra pele é tão boa que solto um suspiro pesado.
Suas mãos escorregam do meu pescoço até os seios, passam pela minha barriga e vão parar no botão da calça. Quando percebo estou totalmente nua, mas estranhamente não sinto vergonha. Sinto como se pertencesse ao aqui e agora, como se isso tivesse que estar acontecendo.
-Meu Deus, como você é linda, Melissa. -Diz com admiração. Eu não sou magra, tenho meus quilinhos a mais, mas isso nunca me incomodou, porém, escutar essa frase sair da boca de Ariel eleva minha autoestima às alturas.
-Obrigada e você é....perfeito.
Voltamos a nos beijar e não sei em que momento estamos deitados na cama novamente. Suas mãos exploram todos os cantos do meu corpo e quando se aproximam da minha zona intima, uma sensação de medo me ataca. E se doer? E se eu for terrível nisso e Ariel fazer chacota com a minha cara? Oh merda, estou tão ferrada!
-O que foi Mel? Está tudo bem, eu fiz algo errado ou....
-Não, está tudo ótimo, é só que... tenho medo Ariel. E se você não gostar?
-Não precisa se preocupar meu bem, vou ser sincero com você, no começo vai doer, mas depois eu tenho certeza que ambos vamos aproveitar bastante. Não fique com medo Melissa. Eu vou fazer o possível para que seja confortável, tanto para você quanto para mim, ok?
-Ok. -Fecho os olhos e respiro fundo. É isso, vou transar com Ariel. Que Odin me ajude.
Voltamos a nos beijar e em questão de minutos o fogo reacende me deixando louca. Ariel coloca dois dedos dentro da minha vagina em um movimento de entra e sai e esfrega rapidamente espalhando meu suco enquanto nos beijamos profundamente. Desço minha mão pelo seu abdômen e seguro seu pênis duro bombeando várias vezes como se soubesse exatamente o que tenho que fazer.
Ele para alguns segundos para respirar e geme com os olhos fechados enquanto eu continuo bombeando.
Depois de vários minutos nos esquentando, ele pega o pacote prateado e rasga com os dentes com cuidado para não rasgar o conteúdo e coloca lentamente a camisinha. Quando termina, se posiciona em cima de mim e me olha como se estivesse pedindo permissão para continuar.
Assinto e ele enfia devagar o membro inchado e eu sinto uma pontada de dor. Mordo a fronha da almofada até que ele está completamente dentro de mim.
Ariel não se mexe por alguns segundos esperando que me adapte e depois começa a fazer movimentos lentos de vai e vem. A dor é substituída por uma deliciosa sensação de prazer e eu só consigo pensar em como esse momento é perfeito.
Puxo sua cabeça para baixo e o beijo apaixonadamente enquanto a velocidade das suas estocadas vai aumentando me levando à loucura.
Lambo uma pequena gota de suor que escapa pelo seu abdômen e ele geme ruidosamente enquanto sinto o gosto salgado na minha boca.
Ariel abocanha um dos meus seios e nesse momento acho que começo a ver estrelas. Ele vai cada vez mais rápido e eu não sei quando comecei a gemer. A sensação é tão boa. Não, é maravilhosa. Nos encaixamos tão bem que parece que fomos feitos sob medida.
Ele está indo cada vez mais rápido e aquela explosão começa a se formar no meu âmago. Eu não vou conseguir aguentar mais. Sinto que estou prestes a explodir.
-Ariel! -Suplico, mas não sei o que quero.
-Você é tão linda, Melissa! E tão gostosa! Eu não vou aguentar durante muito tempo linda.
-Mais rápido! -Ofego e ele obedece.
Estamos no ápice da loucura. Ariel se move cada vez mais rápido e eu só consigo respirar. Estamos ambos suados e ofegantes, mas não conseguimos parar. De repente tudo fica borrado e acho que literalmente vejo estrelas. Alguns segundos depois, escuto um gemido profundo e recebo uma última estocada antes dele desabar em cima de mim.
Ficamos assim por alguns minutos até que ele me beija rola para o lado.
-Você está bem, Mel? -Ariel pergunta me puxando para perto dele.
-Ohhh, você me chamou de Mel várias vezes! Que fofo!
Recebo um apertão na bunda como castigo e depois sou levada pelo aperto dos seus braços.
-É sério! Eu te machuquei? -Beija o meu pescoço.
-Não, foi.... Maravilhoso. -Arrepio com seus beijos.
-Que bom. -Continua beijando minhas costas.
-E você, o que achou? -Pergunto nervosa.
-Melissa, foi.... Transcendental.
-Ah qual é, não é para tanto, princesa. -Beijo sua mão que brinca carinhosamente com meu mamilo.
-Sério, foi simplesmente incrível. Eu amei cada segundo.
Nos levantamos e vamos até o banheiro do seu quarto. Eu tomo banho primeiro e saio enrolada na toalha para me trocar e deixar o banheiro livre para Ariel que está trocando os lençóis da cama.
De repente meu rosto fica mais vermelho que um pimentão. Ótima hora para ficar vergonha!
Depois de vestir minha roupa, desço até a cozinha para pegar um copo de água. Fiquei com muita sede depois de tudo.
Demoro mais do que o necessário porque observo a casa com mais calma. Eles não têm nenhuma foto pendurada nas paredes e o jardim está tão bem cuidado para alguém que quase não para em casa... com certeza devem ter empregados para isso. Acabo me distraindo com esses pensamentos bobos até que escuto Ariel descer a escada rapidamente.
Ele para derrapando na minha frente sua expressão preocupa me assusta.
-O que foi? -Pergunto.
-Pensei que tivesse ido embora! -Grita.
-E porque eu faria isso, seu doido! -Dou risada da sua loucura.
-Não sei! Quando sai do banheiro você não estava no quarto eu achei....
-Princesa, será que você pode se acalmar? Não vou a lugar nenhum, a não ser que você me peça para sair. -Pisco um olho de brincadeira, mas sua resposta vem totalmente seria.
-Se dependesse de mim, você ficaria aqui para sempre.
NOTA DO AUTOR
Amoreeeeeees demorou mas chegou capitulo novo!
Espero que gostem porque eu fiquei praticamente a tarde toda escrevendo então.... VOCÊS TEM QUE GOSTAR DESSE CAPITULO PORQUE EU SIMPLESMENTE AMO!
Brincadeiras à parte espero que tenham disfrutado!
Bjsssssssssssss BF
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