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ARIEL - Capítulo 29

Passamos quase a tarde inteira escrevendo, procurando saídas e desculpas para que as duas pudessem se encontrar, sem que Melissa desconfiasse de nada.

Quando já havia anoitecido, Becca me levou até em casa e eu a convidei para entrar. Papai me olhou meio estranho quando ambos passamos pela porta da entrada, mas quando apresentei a garota como melhor amiga de Mel, ele entendeu minha intenção. Alex não é um homem bobo.

Subimos direto para o meu quarto, que estranhamente estava limpo. Alguém entrou e arrumou a bagunça que deixei antes de... bem antes de tudo o que aconteceu, isso foi até bom porque não quero que ninguém veja o desastre que deixei, porém agora não consigo encontrar uma coisa essencial para que meu plano funcione.

Procuro em todos os lados e nada. O caderno não está em nenhum lugar! Onde será que o deixei? Será que jogaram fora?

-Merda. -Resmungo enquanto sento na cama, cansado de procurar por todos os lados.

-O que foi? -Becca me olha curiosa e senta do meu lado.

-Eu preciso desesperadamente encontrar uma coisa, caso contrário nosso plano não vai funcionar, mas não estou achando. -Explico o motivo da minha aflição e passo as mãos pelo rosto coberto pela barba de quase dois meses. Como não podíamos ter acesso a giletes na clínica, uma enfermeira se ofereceu para me barbear, mas eu não quis parecer tão dependente então recusei. No final das contas acostumei com ela e meio que fiquei com dó de me barbear. Becca aquiesce e começa a procurar novamente enquanto eu continuo resmungando que ela não vai achar nada, eu nem sequer disse a ela o que era.

-Será que é isso o que você está precisando? -Levanta o caderno com a capa preta sem nenhum desenho no ar e o balança levemente se sentindo feliz por haver adivinhado essa charada.

-Sim! Onde estava? -Tiro o objeto rapidamente da sua mão, nunca o mostrei para ninguém e não quero que ela veja o meu lado mais obscuro transmitido para o papel.

-Estava nessa gaveta. -Ela aponta com o dedão para a única gaveta que eu não olhei e solto uma risada, mas que idiota! -Obrigada! Agora sim podemos continuar. -Sento novamente na cama e continuamos conversando sobre o que pode dar certo e o que pode dar errado nessa ideia maluca.

Eu estou tão ansioso que não consigo deixar de mexer minha perna rapidamente como se estivesse levando vários choques ali.

Becca de repente coloca a mão no meu joelho e me olha nervosa.

-Ariel, se você não parar de fazer isso eu vou ficar doida, sério! -Sua mão continua ali e eu não consigo sequer responder nada, como se ela percebesse exatamente isso, desfaz o toque como se de repente eu estivesse pegando fogo e eu paro de mexer a perna no mesmo instante.

-Uhum, então, você consegue fazer isso Becca? -Mudo de assunto e ela solta o ar que estava prendendo.

-Sim, pode deixar comigo gato, hoje você vai reconquistar o seu amor! -Levanta a mão para um "high five" e eu não a deixo no vácuo, obviamente.

-Por que está fazendo isso Becca? Quero dizer, por que está me ajudando, a Mel é sua melhor amiga, e se ela se chatear com você? Por que está arriscando tanto por uma pessoa que quase nem conhece? -Pergunto de repente, eu preciso saber o que está motivando ela a "trair" a amiga desse jeito, eu sei que Becca é uma das pessoas mais leais que pude conhecer, mas eu não entendo porque está tão disposta a me ajudar.

-Eu vou te dizer uma coisa Ariel, primeiro eu não estou "traindo" ninguém, eu só estou te ajudando a ter uma oportunidade de se explicar para a minha amiga, porque ela mesmo me disse alguma vez que isso era o certo a se fazer, além do mais, a Mel não está feliz. -Olho para ela espantado. -Isso mesmo, ela pode até sorrir aqui e ali e fazer de conta que está tudo bem, mas só quem a conhece muito bem, no caso eu, sabe que isso é tudo fachada. Ela não sai de casa, não vai ao cinema, e começou a sair com o Ricardo, ela não olhava para ele do mesmo jeito que olhava para você, eles sequer se beijam... eu não deveria estar te dizendo essas coisas, mas eu meio que torço para que os dois fiquem juntos sabe. Não é justo para Mel nem para o Rick, porque sem querer ela está o iludindo achando que gosta dele, mas na verdade eu sei que quando ela está olhando para o vazio totalmente desconectada do mundo, é em você que ela está pensando.

-Uau. Eu... caramba!

-É gato, mas não pense que vai ser fácil não, porque Melissa é osso duro de roer !

-Eu sei disso... ah como sei! -Dou uma risadinha lembrando das nossas brigas e claro das reconciliações. Melissa pode ser tudo o que ela quiser, orgulhosa, briguenta, estressadinha, protetora..., mas isso é o que mais me atrai nela. Sua personalidade única é a coisa mais interessante que já vi.

-Bom, eu preciso ir agora, -ela se levanta enquanto dá batidinhas nas pernas como se quisesse tirar um pó invisível dali -então não se esqueça, sexta feira e por favor não se atrase nem se adiante gato senão quem vai te bater sou eu!

-Tudo bem, e Becca...

-Sim?

-Obrigado. -Digo envergonhado e ela hesita por alguns segundos até que me dá outro abraço apertado.

-De nada gato, você já sabe, team Arissa for ever. -Ela diz enquanto caminha até a porta do meu quarto e eu não consigo evitar dar risada, essa garota é muito doida.

Quando estou sozinho, deito da na cama e folheio o caderno com carinho. Ali estão todas as minhas memorias, as boas e as ruins, minhas dores e conquistas e principalmente aquelas coisas que me faziam felizes.

Abraço o objeto desgastado e lembro das várias vezes que fui pego com ele e tive que escondê-lo para que ninguém visse o quão perturbado eu era.

Acabo pegando no sono com roupa e tudo e só acordo horas depois com leves batidinhas na madeira. Em que momento eu fechei a porta?

-Filho o jantar está pronto. -Papai diz pelo lado de fora. -Você disse que estava com fome antes e pensei que gostaria de comer alguma coisa. -A apreensão é evidente na sua voz e eu me apresso em responder.

-Sim, já desço eu só vou tirar essa roupa suja. -Levanto da cama e troco de roupa rapidamente.

Quando abro a porta, o cheiro delicioso me invade e meu estomago ronca imediatamente reclamando. A última vez que comi foi antes de sair da clínica hoje de manhã.

Desço quase correndo e quase derrapo quando encontro papai no fogão cozinhando alguma coisa.

Ele nunca foi muito de cozinhar, mas isso não quer dizer que não cozinhe bem. Lembro das muitas vezes que eu pedia...

-Macarrões mágicos! -Quase grito de surpresa quando finalmente vejo o que ele está fazendo. Esse era o meu prato preferido quando era criança. Papai dizia que ele colocava uma poção mágica que fazia com que o molho ficasse da cor violeta, que aquilo me daria poderes e eu poderia ser quem eu quisesse quando crescesse, mas na verdade era só corante alimentício. Ele fazia isso quando eu estava nervoso pela falta daquela mulher então eu ficava mais calmo. Como eu nunca percebi o quanto ele tentava me tranquilizar? Não... ao contrário eu o culpei por tudo e perdi a conta de quantas vezes o mandei se foder por tentar conversar comigo. Deus como eu era tão idiota.

Me sento e espero ele colocar o prato na minha frente. Provo um pouco da massa e está deliciosa. -Hum, está uma delícia, obrigado pai.

Vejo seus olhos se encherem de lágrimas quando o chamo de pai, eu só o chamava assim na frente das pessoas, porque queria evitar perguntas, mas quando estávamos sozinhos eu só o chamava de Alex.

-Que bom que você gostou filho, eu comprei tudo antes de ir buscar você... -Sua voz embargada me causa um arrependimento terrível e em um momento estou sentado comendo, no outro estou do seu lado fazendo o que deveria ter feito a muito tempo.

O abraço e peço desculpas por tudo o que fiz ele passar, todas as noites em claro me procurando pela cidade e me trazendo de volta, me tirando dos círculos de brigas, algumas vezes da cadeia, peço desculpas por tê-lo culpado por algo que ele não teve nada a ver e os dois começamos a chorar. Nesse momento não me sinto fraco, não me sinto vulnerável, eu me sinto livre. Livre de todo o arrependimento, de toda a culpa que sentia, me sinto em paz.

-Bom, é melhor terminar o macarrão antes que esfrie, ou já sabe, não vai adquirir os poderes... -Papai brinca e quebra o gelo e os dois rimos enquanto volto para o meu lugar e termino o meu macarrão. Hoje ele foi mágico sim, ele me ajudou a dizer aquilo que estava entalado na minha garganta. Quem sabe ele não tenha realmente poderes?

[*************]

Hoje é o grande dia. Hoje vou fazer Melissa entender que ela é e sempre será minha. Não no sentido de que ela seja um objeto, mas no sentido que nossas almas estão destinadas a ficar juntas até o fim. Ela é tão minha como eu sou dela, e hoje ela vai lembrar disso.

Passei quase dois dias sofrendo com a espera e finalmente é sexta feira. O plano que bolei com Becca é o seguinte: ela convidou Mel para ver um filme na sua casa hoje, quando ela estivesse no caminho, Becca me ligaria e me avisaria para que eu chegasse alguns minutos depois, aí eu diria tudo o que tenho que dizer. Na teoria é simples, mas na pratica é totalmente diferente.

-Ela está chegando? -Pergunto e Becca bufa do outro lado.

-Ariel por favor se acalma, ela me disse que ia se atrasar alguns minutos, tenha paciência e por favor não chega antes do tempo ou você vai arruinar tudo!

Eu estava tão nervoso que acabei vindo direto para a casa de Becca, porém eu estou em uma praça a duas quadras na direção oposta, para que Mel não me veja e acabe escapando. Se Becca sequer desconfiar disso ela vai me matar.

-Tudo bem, quando ela te ligar você me avisa.

-Ariel, eu já disse que sim! Espera, ela está chegando, vou desligar e não vem antes da hora, espera uns dez minutos pelo menos! -E encerra a ligação.

Coloco o temporizador no celular e espero. Praticamente a cada segundo confiro para ver se já não acabou o tempo. Ainda faltam cinco minutos, droga, é muito tempo. Eu já esperei três meses para poder ter essa conversa. Que seja! Me levanto e caminho até a casa minimalista da melhor amiga de Mel.

Quando vejo o seu carro, suspiro e o medo começa a se apossar de mim. Aperto firme a mochila com as coisas que trouxe e depois de criar coragem, passo pelo portão e toco a campainha.

Escuto vozes dentro da casa, e depois de alguns minutos, a porta é aberta e a figura que aparece debaixo do umbral, não é nem de perto parecida com Melissa.

-O que você está fazendo aqui hein? -Ricardo me pergunta e quase posso sentir a raiva exalando pelos seus poros.

-Eu pergunto o mesmo. -Debocho e ele me lança mais olhares enraivecidos.

-Ela deixou bem claro que não quer falar com você garoto, não acha que já está na hora de desistir não?

-Desistir? Você obviamente não me conhece. -Dou uma risada sarcástica e Ricardo começa a elevar a voz.

-Já chega! Ela não te quer, entenda isso de uma maldita vez! -Grita e eu me aproximo bem da sua cara, ou melhor do topo da sua cabeça porque o garoto é um anão perto de mim.

-Escuta aqui moleque, quem você acha que é para gritar comigo desse jeito? Eu vim aqui para conversar com Melissa, você queira ou não! -Ricardo me olha por baixo e começa a dizer algo mas é interrompido.

-O que está acontecendo aqui? -Melissa pergunta e quando me vê seus olhos adquirem aquela frieza de dois dias atrás.

-Oi Mel. -Oi Mel? É o único que você consegue dizer?

-O que você quer Ariel?

-Eu vim conversar com você.

-Como você sabia que eu... eu não acredito nisso! Becca! -Ela olha para a amiga que apenas levanta os ombros.

-Vocês precisam botar o papo em dia Mel, não seja tão orgulhosa, escuta o que ele tem a dizer... -Becca sai em minha defesa o que faz com que Mel fique ainda mais furiosa.

-Nós vamos ter uma conversa mais tarde Becca, ah se vamos! -Aponta o dedo para a amiga e depois para mim. -Vamos. -Começa a andar e eu fico parado sem saber o que fazer até que ela vira e me diz ainda furiosa: -Esqueceu como se anda? Vamos, você tem dez minutos Ariel. -Nesse momento minhas pernas ganham vida própria e a seguem pela entrada da casa. Quando passamos pelo portão, indico o caminho da pracinha que estava a pouco tempo atrás e ela caminha na minha frente.

Quando chegamos, senta em um banco qualquer e eu sento do seu lado, mal conseguindo conter o nervosismo e a felicidade em tê-la assim tão perto de mim. A observo por alguns minutos absorvendo toda a sua beleza e tento guardar essa imagem pelo máximo de tempo possível.

-Oito minutos. -Ela diz e eu respiro fundo. Chegou a hora.

Pego minha mochila do chão e abro o zíper retirando o caderno preto de dentro e o colocando no seu colo. Melissa arregala os olhos, obviamente reconhecendo o objeto, mas como sempre não quer dar o braço a torcer, então levanta uma sobrancelha e me pergunta com zombaria na voz. -É isso? Você me trouxe aqui para entregar isso? -Suas palavras dizem uma coisa, mas eu posso ver que ela está emocionada, porque segura o caderno tão delicadamente como se ele fosse se desintegrar.

-Eu preciso que você olhe todo o conteúdo desse caderno Mel, desde a primeira folha até a última, assim você vai entender tudo o que aconteceu comigo desde o começo, desde antes mesmo de te conhecer. Eu não estou justificando minhas atitudes obviamente, porém eu sou tão covarde que usei a única maneira que sei para te dizer que eu sinto muito.

Ela olha para mim e depois para o caderno e a indecisão expressada na sua face me faz tremer de medo. Tudo fica pior quando ela se levanta de repente e balança a cabeça. Eu me levanto também por impulso e ela coloca o caderno no meu peito com certa força me fazendo dar alguns passos para trás.

-Pode levar de volta isso Ariel, se você acha que pode sumir assim e depois voltar e me entregar um caderno que eu vou voltar correndo para você, está muito enganado.

Dou alguns passos e estou bem na sua frente. Melissa engole seco e eu sei que essa proximidade a afeta tanto quanto a mim.

-Você o ama? -Pergunto temendo pela resposta.

-Do que está falando? -Desconversa.

-Você ama o Ricardo? -Digo o nome com raiva.

-Eu... eu...

-Olha bem nos meus olhos e me diz que o ama, eu prometo que vou te deixar em paz. -Encaro seus olhos castanhos. Melissa olha para um lado depois para outro e quando volta a centrar a mirada em mim, as palavras que saem da sua boca são como um soco no meu estomago.

-Eu o amo. -Solta o ar lentamente e eu me aproximo ainda mais. Ela pensa que não a conheço?

-Eu não acredito em você meu bem. -Colo uma mão na lateral do seu rosto e ela fecha os olhos e se aninha na minha palma. Eu aliso sua pele macia com o dedão. Melissa abre os olhos novamente, mas dessa vez, não consigo identificar que tipo de emoção ela está sentindo.

-O que você quer de mim Ariel? -Diz com a voz embargada e com os olhos brilhosos pelas lagrimas que ela não permite que caiam.

-Eu só quero que você leia o caderno Mel, do começo até o fim, e se quando você chegar na última página e não tiver mudado de ideia sobre mim, pode fazer o que quiser com ele. Pode queimá-lo, jogá-lo no lixo, o que quiser, eu não vou me importar. -Coloco o caderno na sua frente novamente e ela hesita alguns segundos antes de pegá-lo de volta.

-Tudo bem, você venceu. -Fica de costas para mim e começa a caminhar. -Preciso voltar para a casa de Becca.

-Eu te acompanho. -Digo e começo a caminhar ao seu lado.

-Não precisa, eu sei o caminho. -Ela coloca a mão no meu peito e eu coloco minha mão sobre a dela. Sentir o seu calor depois de tanto tempo me faz fechar os olhos de emoção. -Por favor, não faça isso. -Ela diz e eu libero sua mão, não quero pressioná-la. Melissa começa a caminhar rápido até a casa de Becca e a acompanho de longe. Já está tarde e não quero ninguém a seguindo por aí. Só consigo ir embora quando ela passa pela porta da casa. Subo na minha moto e volto para casa pedindo a todos os deuses que ela cumpra com a sua palavra e realmente veja o caderno. Se ela não o fizer eu não sei o que vai ser da minha vida sem ela.

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