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Capítulo 6

(Mila)

Mergulhei naquele momento como nunca me permiti. Beijei Peter profundamente como nunca tinha beijado ninguém numa primeira vez. Ele não tentou me afastar e nem parou, apenas retribuiu. As batidas do coração dele se agitaram e pude sentir sua carótida pulsando cada vez mais rápido abaixo dos meus dedos, que se mantiveram em seu pescoço até deslizarem para sua nuca.

E naquele momento, eu percebi que beijar os outros garotos não foi bom de verdade. Era legal, eu até conseguia me divertir, mas meu corpo e minha mente nunca reagiram daquele jeito. Eu queria mais.

Sem conseguir mais respirar eu me afastei, e sem coragem de encará-lo enterrei meu rosto em seu pescoço num abraço estranho. Já estava sentada em seu colo e nem me recordava em que parte aquilo tinha acontecido, estava mais ocupada com outra coisa e permiti meu corpo fazer o que bem desejasse. Pressionei os olhos com força sentindo-me ansiosa por vários motivos, queria continuar, queria sua reação ao mesmo tempo que tinha medo dela.

Senti Peter tocar minhas costas, onde ele alisou devagar.

— Está bêbada? — Ouvi sua voz, que saiu rouca.

— Não. — Murmurei contra sua camisa.

Reuni toda minha coragem para encará-lo, e ainda alojada sobre suas pernas e com meus braços em volta de seu pescoço, fitei seu rosto.

Assustado, confuso, aturdido... Peter me encarou tentando me analisar, mas parecia desnorteado demais para dizer alguma coisa. Seus lábios estavam avermelhados e eu lutei contra a vontade de tentar mais uma vez.

— Você não vai dizer nada? — Perguntei.

— E-Eu não sei... Quero dizer, por que fez isso?

— Porque eu quis. — Mordi o lábio segurando a vontade de chorar de medo. — Você ainda não entendeu?

— O que?

— Que eu gosto... Não. Que eu amo você e quero muito ficar contigo.

Ele abriu a boca, surpreso. Apesar de sempre sonhar com o momento em que eu iria me declarar, e em meus sonhos ele retribuir no mesmo instante, eu sabia que não seria daquela forma. Mas ver isso na realidade apertou meu coração e senti minha nuca queimar com o mau pressentimento.

— Ama? — Ele sibilou.

— Sim. Você realmente nunca pensou em mim como uma mulher?

Meus olhos já estavam cheios de lágrimas e Peter tornou-se desamparado, como se quisesse segurar minha dor, mas não sabia como.

— Mila... Tem certeza de que está falando sério?

Levantei do seu colo me sentindo uma intrusa naquele espaço.

— Estou falando sério, Peter. — Suspirei enxugando meus olhos. — Eu ainda gosto de você, mesmo depois de tudo, mesmo depois de te ver com outras garotas, mesmo depois de ouvir a palavra amiga repetidas vezes... Não consigo me curar disso.

Ele levantou-se do sofá e segurou meus ombros me encarando. Talvez quisesse ouvir que tudo não passava de brincadeira.

— Eu te amo. — Ele disse. —Você é minha melhor amiga.

— Eu não quero mais ser sua melhor amiga. Estou apaixonada demais para me contentar apenas com isso.

Peter se afastou ainda surpreso com a situação.

— Isso nunca aconteceu entre nós. — Murmurou.

— Porque eu fui covarde. Peter, eu quero ficar com você, mas não posso forçá-lo a isso. Você nunca esteve apaixonado por mim, não é?

— Nunca pensei em você desse jeito. Eu sempre quis te proteger e não permiti nem a mim mesmo te desejar desse jeito. Eu... — Respirou fundo e me encarou totalmente perdido.

— Você pode pensar agora.

Peter se aproximou e tocou seus lábios em minha testa, mas pude senti-los trêmulos.

— Nem eu sou bom para você. — Disse encostando minha cabeça em seu peito. — Não posso te dar a certeza que você quer, apesar de muito confuso agora, e não posso me aproveitar do seu sentimento para apenas me divertir.

— Tudo bem, pode fazer isso. — Murmurei já inundada pelas lágrimas.

— Não! — Ele me afastou parecendo chateado. — Como pode dizer uma coisa dessas?

— Você não sabe o que venho sentindo. — Me soltei do seu abraço e me afastei, magoada. — Deveríamos ser melhores amigos, mas não somos capazes nem de perceber os sentimentos do outro.

— Você é uma das pessoas que mais me conhece no mundo, Mila.

— E me destrói saber que sempre estive certa. Você nunca gostou de mim. Eu sabia. Só tentei me iludir todo esse tempo.

Peter tentou me alcançar, sua expressão era condoída.

— Me deixe sozinha. — Soltei meu braço de seu toque. — Eu já entendi.

— Vamos conversar.

— Por favor, vá embora.

Fui para meu quarto antes de ele sair. Eu sabia que ele não teria coragem de vir atrás de mim.

Apesar de esperar algo daquele tipo eu não fui capaz de mensurar a dor que senti naquela noite. Eu estava de fato sozinha. Talvez ninguém mais fosse capaz de me amar de verdade.

***

Precisei passar maquiagem no dia seguinte, muita maquiagem. Nem ousei ler as mensagens em meu celular, mesmo vendo que havia muitas. Peter estava preocupado, eu sabia que estaria, eu sabia que ele se importava e queria cuidar de mim, mas não era o suficiente.

— Por que parece que você não está bem? — David disse quando fui na sua sala entregar a pasta que ele pediu. — Aconteceu alguma coisa?

— Não. — Falei tentando ajeitar meu cabelo. — Está tudo bem.

Ele me observou um pouco e depois sorriu.

— Quer tomar um café comigo hoje depois do expediente? — Perguntou. — Sinto que devo tentar fazê-la lembrar de mim.

E a desculpa de que não estava me sentindo bem não faria sentido, já que disse o contrário dois segundos antes.

— Só um café. — Falei e ele assentiu.

Algumas pessoas no escritório estavam comentando sobre eu estar dando em cima do chefe. Me sentia tão exausta que apenas ignorei tudo. Não conseguia parar de pensar em Peter, em sua expressão desnorteada. Às vezes eu tentava me iludir um pouco mais lembrando do beijo e como ele foi retribuído com intensidade, tentava me convencer de aquilo significava algo, mas talvez fosse apenas a reação dos hormônios.

Acompanhei David a um café no final do dia. Queria mesmo ir para casa, tirar aqueles saltos e chorar sem parar. Mas acabei sentada de frente para meu chefe degustando seu café americano.

— Tudo bem que você nunca me chamou pelo nome. — David disse enquanto eu olhava para as pessoas caminhando na rua. — Você entrou no grupo de pesquisa e eu lembro até hoje como as meninas odiaram.

— No grupo de pesquisa? — Murmurei voltando para os anos da faculdade. — Você era o menino que só ficava calado?

— É! — Seu rosto se iluminou e ele sorriu. — Era eu!

— Ahhhh. Eu nem sabia seu nome. — Seu sorriso ficou estranho de repente. — Você sempre tentava me emprestar livros, mas eu fiquei com vergonha de perguntar seu nome, porque você já tinha me falado umas três vezes. Desculpe.

— Você parecia só ter olhos para seu amigo. — Ele limpou a garganta e sugou um pouco do seu café.

Se até ele foi capaz de perceber, por que Peter não?

— Mas sempre foi tão gentil comigo que pensei que pudesse lembrar de mim um dia. — David continuou.

— Mas você mudou muito desde a faculdade. — Tentei me explicar. — Desculpe.

— Tudo bem. — Ele olhou para o celular tocando, mas ignorou a ligação. — Eu realmente mudei. Fiquei mais bonito.

Tentei sorrir. Eu não tinha uma opinião sobre aquilo. Ele não era feio, e dificilmente eu achava alguém feio. David era bem característico quando se tratava de ser nerd, os óculos com aros espessos, os cabelos castanhos arrumados com gel, o terno perfeitamente alinhado... Talvez ele quisesse passar outra imagem, não saberia dizer.

— Pode atender sua ligação. — Falei.

— Não, não é importante. — Ele sorriu. — Seu café está esfriando.

Eu tinha pedido um tradicional, e pobre coitado, esfriou na xícara sem eu ter experimentado.

— Seu amigo não falou nada sobre mim? — David disse me fazendo encará-lo.

Não conseguia imaginar o que tinha acontecido com aqueles dois para ficarem tão preocupados um com o outro. Tinha ignorado aquilo, porque deduzi ser apenas bobagens que apenas homens levam a sério, mas estava começando a me irritar.

— O que aconteceu entre vocês afinal de contas? — Perguntei.

David ajeitou sua gravata e sorriu parecendo tenso.

— Eu estava tentando fazer você me notar. — Ele começou a falar sem olhar para mim. — Era apaixonado por você, sabe?

Abaixei o olhar e fitei minhas mãos sobre o colo.

— Uma vez eu te segui até a sua casa. Bem... Eu só queria te acompanhar. Era muito tímido naquela época.

— Você nunca foi na minha casa. — Murmurei sem lembrar disso.

— É... Eu só te segui algumas vezes. — Levantei as sobrancelhas. — Mas seu amigo me pegou um dia e... A gente brigou.

— Eu nunca fiquei sabendo disso. — Senti um aperto no coração em lembrar do Peter e de tudo que ele fazia por mim. — Peter não gosta de brigar, tenho certeza que tem algum motivo sólido para isso.

— Diz isso porque nunca conheceu o soco dele. — David comentou alisando seu ombro. — Ele me deu uma surra, mal pude me explicar, ele deduziu tudo sozinho só porque me viu com você algumas vezes. Eu era muito fraco naquela época.

— Está dizendo que ele estava errado? Eu tenho certeza que Peter não faria isso apenas por fazer. — Franzi as sobrancelhas já tomando partido, parecia impossível ficar do lado de outro homem em minha mente. Eu conhecia Peter, podia imaginar até seus pensamentos.

— Ele podia ter deixado eu me explicar. Eu... Só dei uma espiada pela janela. Depois daquele dia nunca mais consegui falar com você. 

— E qual a explicação? — Murmurei apenas pensando em Peter.

— É... — David gaguejou. — Eu gostava de você. Estava procurando uma forma de te contar. Ele não precisava agir como se eu fosse fazer mal a você.

— Ele só queria me proteger.

Comecei a sentir meu rosto ficar quente. Passei as mãos nos olhos antes que eu começasse a chorar. A expressão do David mudou para preocupada.

— Mila, te deixei chateada? — Ele tentou me tocar, mas a mesa estava entre nós. — Agora somos adultos, não faria isso novamente.

Mas não era nele que eu estava pensando. O que eu faria sem Peter?

— Eu preciso ir. — Levantei tentando enxergar mesmo com a camada de lágrimas que se formou em meus olhos. — Nos vemos amanhã.

— Mas... Já? — Olhou para o relógio. — Não podemos prolongar para um jantar?

— Desculpe, não estou me sentindo bem.

Eu não consegui segurar o choro até abrir a porta de casa. Eu sentei no banco da varanda e cobri meu rosto com as mãos.

— Mila...

Levantei a cabeça para ver Peter de pé na minha frente. Eu tinha esquecido o portão aberto sem me preocupar que já estava escuro.

— Eu me odeio. — Ele disse se ajoelhando perto de mim.

— Você não deveria estar no trabalho? — Murmurei com a voz embargada pelo choro.

— Deveria. — Assentiu com uma tensão pesada entre os olhos. — Estou atrasado.

— E o que veio fazer aqui, Peter?

— Precisava te ver. 

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