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Capítulo 4

(Peter)

— Devo me mudar no final de semana. — Contei enquanto dava uma última olhada no banheiro da casa.

Tinha finalmente conseguido encontrar um apartamento em Londres. Eu gostava de morar em Surrey, era mais tranquilo e melhor de reunir meus amigos, porém depois que fui transferido para trabalhar num restaurante na capital, minha rotina estava sendo um caos, mesmo que eu pudesse pernoitar na casa de Mila.

— É pequeno. — Mila comentou saindo de um dos quartos.

— Dá pra mim.

— Só estou dizendo que seu salário pode pagar um lugar melhor, ou no mínimo com uma cozinha maior. — Ela apontou para a cozinha estilo americana, que dividia-se da sala apenas por uma bancada.

— Bom que assim posso assistir TV enquanto cozinho. — Argumentei rindo de como Mila parecia empenhada em analisar cada quina da casa.

Gargalhei quando ela passou a mão na parede e esfregou os dedos analisando até a qualidade da pintura.

— Está exagerando. — Brinquei. — Aqui está ótimo, e é perto do restaurante, o que significa que vou poder ir andando.

— Mas você sai tão tarde do trabalho. É perigoso...

— Diga-me, vai ou não me ajudar com a mudança? — Me aproximei bagunçando seus fios claros. Mila era muito loira quando jovem, e com os passar dos anos seu cabelo encontrou um tom ainda mais dourado e brilhante.

— Nesse final de semana? Não posso. Vovó quer que eu tire tudo da lojinha.

— Aaah, então... Devo adiar minha mudança para te ajudar?

— Não, Helen vai me ajudar com a lojinha. Você deve pedir ajuda a alguém, um dos seus amigos.

— Mas vocês duas vão dar conta de tudo sozinhas?

— Sim, não se preocupe. Meu horário de almoço está acabando. — Ela olhou para as horas na tela de seu celular. — Vai me dar carona?

Levei Mila para a empresa onde ela trabalhava e relaxei no banco do carro enquanto ela retocava o batom se vendo em um espelhinho.

— Você está se maquiando para ir ao trabalho? — Perguntei estranhando um pouco quando a maquiagem se estendeu para mais do que o batom, e aquilo não era costumeiro dela.

— Não posso me arrumar? — Ela murmurou passando algo nos cílios.

— Pode. — Murmurei pausadamente percebendo então, mesmo que tenhamos almoçados juntos, que ela usava até uma roupa diferente do normal.

Geralmente Mila usava roupas casuais e confortáveis, e até seu estilo de ir ao trabalho era com roupas que não marcassem seu corpo. Mas naquele dia vestia uma calça preta justa, realçando seu quadril, e uma blusa azul que seguia perfeitamente a silhueta de sua cintura. Era longe de ser vulgar, mas era diferente.

— Você está interessada em alguém do trabalho? — Perguntei tentando não avaliá-la, mas era estranho, uma vez que ela nem mudava quando queria ficar com alguém.

— Não sei. — Respondeu ainda concentrada em espirrar seu perfume doce em seus pulsos.

— Não sabe? — Nem percebi que havia falado mais alto, o que a fez me encarar com seus enormes olhos claros. — Como assim? Então não é simplesmente por se arrumar?

— Não sei. — Ela repetiu e depois me apresentou um sorriso simples antes de voltar-se para o espelhinho.

— É o David? — Perguntei rápido.

— Meu chefe?

— Sim, está se envolvendo com ele?

— Não sei.

Estreitei meus olhos, desconfiado.

— Eu não gosto dele. — Cruzei os braços.

— Você não gosta de nenhum dos meus pretendentes, Peter.

— Por que nenhum presta, confia em mim. — Argumentei inconformado pela pouca atenção que estava recebendo.

— Tá bom.

— Mila, é sério. — Toquei seu ombro sutilmente enquanto ela ajeitava as coisas em sua bolsa. — Tome mais cuidado.

— As pessoas vão achar que você gosta de mim por ficar agindo dessa forma. — Ela disse sem me encarar. — E já que não...

— O que? Só posso me preocupar com você se tivermos um caso? Sou seu melhor amigo!

— Isso, amigo. — Ela me encarou então, direta e séria. — Então não se envolva.

Franzi o cenho e antes que eu pudesse continuar discutindo sobre nossos papeis em nossas vidas, ela abriu a porta do carro e saiu.

— Obrigada pela carona. — Abaixou-se me mostrando seu rosto pela janela.

Me concentrei em sua visão andando até a entrada do prédio, suspirei quando David apareceu na entrada no mesmo instante e se aproximou dela sorrindo. Mila trocou um abraço com ele e entraram rindo de alguma coisa.

— Senhor! — O segurança surgiu impedindo minha visão dos dois. — Não pode estacionar aqui.

— Já estou saindo. — Respondi. — Desculpe.

***

— Peter! Dois raviolis de queijo gruyére com picadinho de mignon e cogumelos paris! — A chef Smith gritou do varal de pedidos.

Eu assenti e comecei a preparar os pratos. Estava concentrado em meu trabalho quando minha colega, a Jeniffer, se aproximou com os olhos pintados, havia uma linha forte, que puxava minha atenção para os seus olhos.

— Vai sair depois do trabalho, Jenie? — Brinquei enquanto sovava a massa.

— Gostaria. — Ela riu aproximando sua tábua de mim e continuando picando os temperos. — Só me arrumei um pouco, está muito esquisito?

— É diferente. — Meneei a cabeça lembrando de Mila. — Está bonita.

— Obrigada. — Ela sorriu e pareceu alegre enquanto cortava cebolas. — Na verdade... Queria que alguém me notasse.

— Hmm...

Pensei em Mila se envolvendo com David, e aquilo não me deixou nenhum pouco alegre. O rapaz poderia até ter crescido na vida, mas eu ainda não era nenhum pouco fã dele.

— Será que o Noah vai notar? — Ela murmurou, o que me acordou.

— Noah? — Nós dois olhamos para trás vendo nosso colega responsável pelos molhos.

Sorri um pouco para ela. Noah era brincalhão, mas nunca pareceu notar Jeniffer, pelo menos não na frente de ninguém.

— Por que não tenta falar com ele? — Sugeri.

— Ele não percebe. — Ela suspirou.

— Mesmo assim, deveria tentar.

Jeniffer sorriu e assentiu, mesmo que tímida com a situação.

Consegui ligar para Natan no meu intervalo. Eu ligava para ele todos os dias, tinha medo que Natan ficasse deprimido demais antes que pudéssemos fazer algo. Era estranho ver um dos meus melhores amigos afundando na tristeza, ainda mais um que sempre foi sensato e inteligente.

— Onde está? — Perguntei ainda com a boca cheia de biscoitos quando ele atendeu. — Já jantou?

— Estou em casa. — Ele respondeu. — Já comi, Peter.

— Comeu o que? Macarrão instantâneo de novo?

— Você não tem o menor jeito para esposa, então pare de me tratar assim. — Ele reclamou, o que me fez gargalhar.

— Tá, mas comeu o que? Quer que eu passe aí para levar o jantar?

— De madrugada? Não, obrigado.

— Você nem dorme, senhor insônia! — Respirei fundo. — Eu vou passar aí.

— Não venha, hoje estou com sono.

— Vou levar algo bem gostoso e nutritivo.

— Não quero, já jantei.

— Prepara meu travesseiro que vou passar a noite aí.

— Ai, não venha. — Natan choramingou.

— Você pedindo assim, só me dá mais vontade de ir.

— Não vou abrir a porta.

— Até mais tarde, Nate!

Ele desligou na minha cara, mas encolhi os ombros. Vinha sendo assim, ele não mostrava o quanto estava estressado e triste para nossos amigos mais novos, mas eu e Robert sabíamos bem que a coisa não estava boa. Natan sofreu horrivelmente com o fim do seu relacionamento de cinco anos, sua personalidade vinha mudando.

Chequei meus últimos cinco minutos e resolvi ligar para Mila, não queria que ela ficasse me esperando.

— Não deveria estar trabalhando? — Ela respondeu, o que me fez fazer uma careta.

— Hei, por que está sendo assim comigo?

— Porque você é um grande idiota, Peter.

— Espera, ficou realmente chateada por causa da história da maquiagem? Eu não estava criticando... Você pode se arrumar quando quiser. — Suspirei me sentindo irritado com aquela história. — Vi você com aquele cara. Não quero me envolver, ta bom? Vou deixá-la fazer o que quiser.

— Então tudo bem.

— Só vai me dizer isso?

— O que quer que eu diga, Peter?

— Não vai nem me contar porque quer ficar com ele? Se apaixonou mesmo? Amigos não têm essas conversas?

— Não quero ficar com ele.

Franzi as sobrancelhas, totalmente confuso com aquela história. Eu não sabia o que estava passando na cabeça de Mila, mas eu estava completamente intrigado com aquilo.

— Então, por quê? — Murmurei massageando minha testa. — Você sabe que ele está notavelmente afim de você, não é?

— Ele está?

— Mila! — Reclamei. — Está fazendo isso apenas para me deixar confuso?

— Não, Peter. Eu só quis me vestir diferente, qual problema? Você não gostou?

— Gostei, sim, quero dizer... Você pode se vestir como quiser. — Pisquei sem entender como a conversa foi parar ali. — Mas suas respostas hoje estão estranhas.

Fui chamado atenção pelo Noah que entrou no vestiário, ele avisou-me que meu intervalo havia acabado e que pedidos já me esperavam.

— Eu preciso ir. — Falei para Mila. — É... Vou voltar para Surrey hoje, então...

— Ok, boa noite, Peter.

Ela finalizou a chamada antes que eu pudesse questionar. Mila foi fria comigo, foi indiferente... Mesmo quando ela não queria me ver, Mila era doce e fofa, sempre sorria com minhas brincadeiras e me contava suas aflições. Com todos nossos anos de amizade e convivência, eu nunca havia visto Mila daquele jeito.

***

— Eu já jantei. — Natan reclamou quando levantei a sacola com seu jantar. Meu amigo estava com seu habitual pijama verde musgo.

— Deixe-me ver. — Falei já entrando.

O apartamento estava ordem. Com as noites de insônia, Natan não parecia ter problemas para manter tudo no lugar. Sua casa consistia em diversas prateleiras de livros, os quais variavam de temas de engenharia a romances de Jane Austen.

— Ah, não foi macarrão instantâneo, foi ovo frito. — Falei quando encontrei os rastros do jantar. — Eu trouxe algo mais gostoso.

— Estou sem fome, Peter. — Ele suspirou e neguei com a cabeça com um sorriso.

— Não menospreze minhas panquecas.

Natan acabou sentado-se na mesa quando insisti. Pela sua pele negra eu conseguia ver o cansaço acumulado embaixo de seus olhos. Quando estávamos na universidade, Natan tinha um semblante brilhante, seu sorriso sempre grande com seus dentes brancos, que faziam um belo contraste com sua pele, e o fazia chamar ainda mais atenção.

— No sábado vai me ajudar com a mudança para Londres, certo? — Falei e Natan assentiu parecendo cansado. Ele já estava comendo, no final não era tão difícil convencê-lo. — Vou ver se os outros caras estão livres. Como foi no trabalho? — Perguntei o acompanhando no jantar da madrugada.

— Normal, cheio de trabalho. — Respondeu. — Parece que a nova arquiteta é muito indecisa, ela enche minha paciência. Desde que ela chegou no escritório, não tenho um dia de paz.

— Aquela que te chamou para sair? — Gargalhei, mas Natan apenas revirou os olhos. — Acho que ela está se vingando de você. Gostei dela. E aí? Ela é bonita?

— Sei lá, Peter. — Resmungou.

Afaguei seu ombro.

— Deveria tentar sair com outras mulheres. — Falei, mas ele continuou concentrado em seu prato. — Já faz quase um ano, Nate.

— Estou bem.

— Você está se perdendo nisso. Sua vida não é mais a Rachel. — Me mantive firme quando ele me encarou com os lábios pressionados. — Sinto falta do meu amigo sensato e disposto, sinto falta de podermos conversar de verdade e nos divertir. Vai mesmo desistir das coisas legais da vida por que ela resolveu te deixar?

— Peter...

— Eu entendo que você a amava de verdade, e que ela partiu seu coração. Mas e agora? Não pode desistir de ser feliz, Natan.

É claro que meu discurso acabou em silêncio. Robert vinha tendo longas conversas motivadoras com ele, mas as coisas não estavam surtindo efeito. Robert levava mais jeito para ouvir e aconselhar, mas eu não queria apenas fingir que não estava vendo aquilo. Rachel e Natan viveram um romance sólido durante os cinco anos de graduação, e surpreendeu a todos nós quando ela terminou tudo.

— Você não sofreu quando terminou com a Natasha? — Natan perguntou no escuro, deitado em sua cama, enquanto eu estava num colchão no chão. Seu apartamento tinha apenas um quarto, mas eu gostava daquilo, de dormir no chão da casa de um amigo, me fazia sentir como se o tempo da escola e universidade não tivesse acabado.

— Eu fiquei triste, mas lembrei do porque terminamos e sei lá, voltei a passar tempo com meus amigos, Mila sempre estava perto... Eu confesso que não penso mais na Natasha.

— Você não estava apaixonado por ela.

— Estava sim, mas ela foi horrível com minha melhor amiga... Então percebi que ela não era uma pessoa boa.

Virei minha cabeça para ver a silhueta de Natan sobre a cama quando ele riu.

— Do que está rindo? — Perguntei.

— Você terminou com a Daise na escola pelo mesmo motivo.

Coloquei as mãos atrás da cabeça tentando lembrar do meu namoro na escola.

— E com a Ingrid de biologia também. — Natan continuou falando. — Elas odiavam Mila e você terminava. E você nunca ficava mais do que duas semanas triste pelo término. Acho que você nunca amou de verdade, Peter.

— Você parece lembrar mais das minhas ex namoradas do que eu. — Falei e acabamos rindo. — Sei lá, Nate. Talvez nunca tenha amado de verdade, mas não senti falta, já que tenho vocês e Mila.

— Peter, desculpa perguntar, mas você sempre viu a Mila como amiga apenas?

— Hãm?

— É que vocês passam tanto tempo juntos... Estar perto dela enquanto solteiro não te faz ficar confuso? Vocês são adultos agora.

— Como assim? Natan, você é um pervertido, sabia?

— Não dá pra conversar com você. — Ele suspirou.

— Termine. — Exigi. — Está me perguntando se sinto atração pela Mila?

— E não sente? Vocês têm quase a intimidade de um casal.

— Intimidade de casal? — Gargalhei. — Nunca toquei um dedo nela. Isso é o que as pessoas pensam. Além do mais, ela vive dizendo que agora é mulher, acho que quer mais espaço.

— Ou quer te alertar disso.

— Hum? Como assim?

— Nada, só lembrei de Fanny Price em Mansfield Park de Jane Austen. Ela apaixonou-se pelo melhor amigo de infância e em algum momento da história quer provar a ele que é uma mulher. Isso acontece em Emma também. Mas certamente você não conhece essas histórias...

— Mila não se apaixonaria por mim. — Murmurei me sentindo estranho em pensar sobre aquilo. — Melhor você dormir, tem poucas horas até ter que acordar novamente.

— Ok, boa noite. — Natan virou-se.

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