Todos deixaram a igreja que fora lindamente arrumada para aquele dia tão especial nas vidas de Jonathan e Hannah e seguiram para o salão de festas e assim prosseguirem com as comemorações.
– Mary, meus parabéns! O casamento foi lindo. – Michael cumprimentava a sua madrasta.
– Quem merece os parabéns seria Adele e suas filhas. Elas que organizarão tudo com Hannah – Mary sorri para ele, mas seu olhar estava em outra pessoa.
– Emily, esta aqui é Mary a última esposa que meu pai teve antes de falecer e mãe de Jonathan. – Michael faz as apresentações.
– É um prazer conhece-la. – Emily lhe estendeu a mão e sorriu.
– É muito bonita, Michael. Fez uma ótima escolha. – Mary retribui o gesto.
– Fiz? – Michael olhou para Emily – E o rapaz casou. – Michael mudou de assunto vendo o irmão ao longe todo feliz - Quem diria que aquele menino descabeçado casaria.
– Pois é. A menina colocou juízo ali naquela cabeça. – Mary percebeu que havia algo no ar e aceitou a mudança de assunto.
– E como colocou.
– Fiquem à vontade. Preciso cumprimentar as pessoas logo me junto a vocês... Quero conhecer você mulher linda. Michael te escondeu por tempo demais precisamos recuperar esse tempo perdido – Mary dizendo isso os deixa a sós.
– Muito simpática. Não só ela como todos aqui. Porque me escondeu isso? – Emily indagava Michael.
– Quando casamos meu pai ainda era vivo. Ele não merecia me ver feliz. Se visse como eu era feliz daria um jeito de estragar. – Michael suspirou - Ele deve estar muito satisfeito em sua cova vendo que consegui. Venha vou lhe apresentar a noiva.
Michael conduz Emily até chegar perto do casal de noivos, as pessoas os observavam e cochichavam baixinho. As mulheres a olhava de cima embaixo os homens disfarçavam, afinal ela era a mulher do "Sr. Hoffman".
– Meus parabéns ao casal – Michael abraça o irmão com carinho e depois segura uma das mãos de Hannah com delicadeza.
– Você está linda! Uma princesa! – Emily sorria para Hannah.
– Obrigada, Emily? – as duas se abraçam.
– Sim, meu marido deveria ter nos apresentando antes. – Emily troca olhares com Michael.
– Deveria mesmo, afinal somos todos da mesma família agora. – Hannah também olha para Michael de forma a lhe provocar.
– Teremos muito tempo de nos conhecer de agora em diante. Parabéns Jonathan, fez uma bela escolha. – Emily sorri para o cunhado.
Hannah e Michael estavam novamente naquele jogo de olhares, Emily percebeu o clima estranho entre os dois ficou apreensiva pela moça hoje era um dia especial para ela não iria permitir que ele estragasse.
– Podemos nos sentar? – Emily fala baixou ao ouvido de Michael – Estou precisando de uma bebida. – Michael retira os olhos de Hannah e coloca em Emily e a conduz em direção as mesas.
As mesas eram marcadas. Michael e Emily ficariam com Mary e os pais de Hannah junto de suas irmãs e maridos. Ao chegar na mesa reservada encontram-se com Joseph e os dois cunhados de Hannah, James e Richard.
– Sr. Joseph.
Michael o cumprimenta. Joseph contrariado retribui o gesto. Os outros dois homens também estendem a mão a Michael e apenas fazem menção com a cabeça para Emily.
– É Sr. Joseph... – Michael ao sentar do lado do velho, continua - Não é que uma de suas filhas acabou se tornando uma Hoffman. – Emily olhava intrigada para Michael.
– Tem coisas que tentamos evitar, mas o destino insiste em trazer de volta. Pelo menos essa casou-se com o melhor deles. – Joseph já era velho demais para sentir medo de Michael então já não media mais as suas palavras.
– Nisso tenho que concordar. Jonathan é o melhor de nós. – Michael agora se volta para James – Tenho que me desculpar por aquele dia. Foi muito inconveniente da parte do Jonathan ter mencionado meu namoro com a sua esposa.
– Não precisa se desculpar isso faz parte do passado de vocês eu entendo. – James entendia, mas não gostava.
– Muito bom. – Michael se volta para a esposa que ainda o olhava intrigada – Está confusa querida?
– Um pouco – Emily sorri para os presentes.
– Eu quase me casei com uma das filhas de Joseph – apontou displicentemente para Joseph ao seu lado – Na verdade não cheguei a pedir ela em casamento, mas era algo que queria naquela época. Enfim, Charlotte terminou comigo antes que isso acontecesse... Nossa como faz tempo tudo isso! – lembranças invadem Michael - Eu tinha uns vinte anos, praticamente um moleque. Naquela época eu não era nada do que sou hoje, talvez se tivesse me casado com ela não seria o que sou e nem ter feito tudo o que fiz. De fato, Hannah casou com o melhor dos Hoffman.
– Gostava dela? – Emily perguntou bem baixinho para Michael.
– Não como eu gostei de você. – a bebida desceu amarga para Michael. – Mas gostei muito dela.
Era muita informação para Emily em um dia. Conhecer seus parentes, pessoas próximas, ex-namoradas ou quase esposas. Emily não sabia o que fazer e nem como agir.
Michael não facilitava. Quase não saia do seu lado, era difícil para Emily ficar à vontade e conversar com as pessoas. A verdade é que Michael sabia que não era bem-vindo. As pessoas lhe cumprimentavam por medo e respeito. Manteve Emily ao seu alcance para não ficar sozinho. Seu pai apesar de ser um homem ruim, tinha a vantagem de ser carismático. Bob acabava obtendo o respeito por assim tinha de ser e não a base do medo como Michael fazia.
– Menina venha comigo, vamos retocar a nossa maquiagem e nos conhecer melhor. – Mary pegou na mão de Emily. Percebeu que a moça precisava de ar – Daqui a pouco voltamos. – Mary tinha o dom de falar com Michael.
– Obrigada! – Emily agradece – Estava precisando esticar minhas pernas.
– Como é louco por você, não é?! – a senhora sorria, mas sabia que algo não estava certo – Na verdade eu acho que é ciúmes em excesso e com razão você é uma mulher muito bonita.
– Tem coisas dele que não entendo. – Emily estava confusa, afinal o homem com esteve casada por sete anos não era aquele que estava sentado ao seu lado.
– Como assim? – Mary instigou. A curiosidade também estava lhe matando.
– O motivo disso tudo. Não entendo por que nunca falou sobre vocês. – Emily se olhava no espelho do banheiro seus olhos estavam pesados e tristes – Ele me disse que havia perdido os pais ainda muito novo.
– Querida, não posso contar a história dele para você, isso quem tem que fazer é ele. O que posso adiantar é que a vida que ele teve não foi nada fácil. E ser o que ele representa também não é.
– Ele nunca foi impulsivo comigo... – Emily pensou "até a pouco tempo quando descobriu que traia", ficou envergonhada e desviou os olhos do espelho ficando de costas olhando diretamente agora para Mary – Ele não é bom?
– Emily... – Mary segura às mãos da moça – O que ele faz e o que ele comanda não pode ser, senão as pessoas perdem o respeito.
– O que ele realmente faz?
– Você não sabe? – Mary não acreditou na moça, mas também não sabia o que se passava entre os dois.
– Desconfio. Ele é muito poderoso e coloca medo nas pessoas, todos aqui estão aterrorizados com ele menos Hannah.
– Essa menina. – Mary fecha a cara - Não sabe onde está se metendo. É bom Jonathan tomar uma atitude. – Mary estava preocupada com Hannah a menina podia colocar o filho dela em uma posição que no futuro atrapalharia a vida de todos.
– Não seria bom ver o Michael descontrolado... – Emily não queria nunca mais ver Michael daquela forma, apesar do terror psicológico que vinha enfrentando.
– Ele foi agressivo com você, querida? – Mary olha para Emily sério – Isso seria algo inusitado. Michael pelo que sabia nunca maltratou nenhuma namorada sempre as tratou muito bem.
– Ele sempre me tratou muito bem, Mary. Problemas conjugais sempre existem, não é? – Emily tentou disfarçar.
– Sim, claro. Temos de voltar, prometi que ia te devolver.
– Obrigada! – elas sorriem uma para outra e voltam para seus lugares.
A festa seguiu tranquila. Emily conheceu Charlotte e passaram boa parte da festa conversando. Michael apenas às olhava e tomava a sua bebida. Um pouco antes dos noivos irem embora, deixaram local. Voltariam para a prisão do apartamento.
– Podemos conversar ou vai me trancar naquele quarto novamente? – Emily retirou os sapatos e encarou Michael.
– Temos algo para conversar? – Michael sentou no sofá da sala de estar e jogou sua cabeça para trás fechando os olhos.
– Eu te fiz uma pergunta lá na festa... – Emily segue até a sala e senta na mesinha de centro de frente para ele – Você não me disse porque seu pai não desejava a sua felicidade.
– Ele me considerava um fardo, talvez eu fosse... – Michael faz uma pausa – Não, eu era mesmo um fardo para ele.
– Me conta sobre você, por favor. – Emily segura um de seus pés e retirando os sapatos – Mary falou que sua vida não foi fácil.
– Não tem nada de interessante para saber. – Michael permitiu aquele contato – A única coisa que precisa saber é que eu comando uma rede de tráfico de drogas, apenas isso.
– Lógico que preciso saber, Michael! Eu me casei com uma pessoa e agora você é outra completamente diferente! Preciso voltar a te conhecer.
– Ambos casamos com pessoas diferentes não é mesmo? – Emily não responde, apenas o observa – Não é? – Michael pergunta novamente, porém de forma calma e volta a jogar sua cabeça para trás.
– Você tem razão. Mas eu te contei o que tenho, você que não acreditou. – Michael torna a olha-la - Agora sobre de onde vim, isso eu não menti para você, conheceu meus pais, ouviu minhas histórias de infância. Sabe que eles foram ausentes e que fui criada por babás. – Emily estava nervosa – Nem sempre te trai se é isso que te incomoda. Não vejo dessa forma porque não tinha sentimentos por eles... – à medida que Emily falava Michael ia arregalando seus olhos – O único que nutri e ainda tenho sentimentos é por você.
– Então me amar é sair trepando por ai? – Michael vem com o corpo para frente ficando frente a frente com ela.
– Você me abandonou nesses últimos anos, aconteceu. – Emily deu de ombros.
– Aconteceu? – Michael suspira. Já não queria mais brigar ou discutir. Estava cansado e frustrado.
– Por favor! Fale-me sobre você! Preciso entender como será de agora em diante. – Emily vendo que ele não explodiria envolveu novamente os pés dele entre suas mãos.
– O que você quer saber, Emily? – Michael encaixou mais no sofá enquanto recebia a massagem em seus pés – Têm pessoas que não merecem felicidade. Eu devo ser uma delas... Deve ser por isso também que me esforço em destruir a felicidade dos outros.
– Não concordo com isso. – Emily balançava a cabeça.
– Como não? – Michael levanta a cabeça para olhá-la nos olhos - Eu quase te matei. Eu quis matar aquele homem com quem você trepava... Matei já várias pessoas.
– Eu acredito em você, ainda mais agora despois de descobrir o que você faz... – Emily fica com o rosto de frente ao Michael – O que é de se esperar, eu teria reação parecida com a que você teve se te pegasse com outra mulher, lógico que não com as mesmas proporções. – Michael a puxa para perto de si e a faz ficar ali encaixada com ele no sofá.
– Meu pai teve um romance idiota com minha mãe... – Michael decide contar sobre sua vida - Isso que eu faço. Essa organização que eu comando é passado de pai para filho e quando meu pai engravidou minha mãe, meu avô obrigou que se casasse com ela. Ela era filha de um parceiro do tráfico do meu avô. Sem alternativa casou e ficou com dois estorvos: eu e minha mãe.
Estava sendo um alívio para Michael colocar isso para fora. Emily encaixou ainda mais contra o seu corpo e o escutava atentamente. Michael continuava: - Minha mãe amava aquele desgraçado de verdade enquanto ele só a desprezava e me maltratava, tudo para atingir ela... – Michael busca os olhos de Emily - O que fiz com você naquele dia, meu pai fazia com minha mãe e comigo quase todos os dias. E tinha também suas traições que fazia questão de estampar na cara dela. Eu via o sofrimento da minha mãe... Entende agora como me senti quanto te vi lá com ele? Foi dilacerante.
Emily voltou seu corpo de frente para o dele e abraçou com força. Queria mostrar que conseguia compreender tudo. Também tinha consciência do que ele fez com ela e com Tom não era certo. Era muita dor para ambos.
– Como eles morreram?
– Minha mãe não aguentou cometeu suicídio. Eu tinha oito anos. O desgraçado morreu apenas alguns anos de infarto, espero que tenha sofrido porque é o que merecia muito sofrimento. – Havia muita amargura nas palavras de Michael.
– Então ele ainda era vivo quando nos casamos.
– Sim. – Michael volta a fechar os olhos – Ele fez uma cena quando soube que casei e não o convidei. Acredite, achei que ele fosse me matar. O desgraçado só não fez porque precisava de mim. Pode não parecer, mas a melhor coisa que fiz foi te manter afastada daquele homem.
– Acredito em você. – Emily levantou o rosto ficando cada vez mais próximos.
Cada um sentia o calor do hálito do outro. O beijo entre eles era inevitável naquele momento. Michael puxou Emily para mais perto. O beijo os preenchia. O corpo dela estava em cima do dele naquele sofá. Os corpos de ambos se entrelaçam as mãos dela escorregam entre os dois.
– Para! – Michael segura a mão da mulher impedindo de continuar.
– Por quê? Eu sei que você também quer... Tanto quanto eu. – era um misto de necessidade pela sua impulsividade e necessidade do carinho e do afeto dele que Emily buscava nesse momento.
– Sai de cima de mim! – Michael olha sério, mas com o olhar triste. – Anda, Emily! Sai! – Michael grita e Emily obedece.
– Por favor, não! – Emily suplica.
Michael foi até a porta do quarto que a mantinha e fica esperando. Emily não queria mais voltar para aquele quarto. Emily queria, não Emily precisa do contato de Michael.
– Entra! – Michael altera novamente sua voz.
– E se eu me negar a entrar? – Michael não responde apenas lança aquele olhar que causava medo, não que causava terror. – Eu sei que você ainda me quer porque se punir assim?
– Entra. – o olhar dele intensifica então Emily obedece.
– Para que viver assim? Me diz, Michael, para que? - Emily falava com ele com a cabeça colada na porta trancada a sua frente.
Michael havia sentado no chão do lado de fora daquela porta trancada. Colocou a cabeça entre as pernas. Ele a queria com toda a sua força, mas o seu orgulho não deixaria que ela tivesse mais nada dele. Mesmo que isso o ferisse. Era dilacerante para Michael ter a mulher ali perto e não poder a tocar. Mas havia sido a sua decisão e sendo não podia voltar atrás.
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