
Capítulo 16
A semana passou e tudo voltou ao normal na casa dos Hoffman. A rotina voltou a ser estabelecida. Michael acreditou ou se deixou levar pela história de Emily sobre sua mãe. Ele nesse momento estava mais preocupado com os seus assuntos do que com qualquer outra coisa.
Jonathan o surpreendia a cada dia que passava tanto que passou a fazer viagens sozinhas e se saindo muito bem. Largou todos os seus vícios e tentava ser o mais eficaz possível ficar muito tempo longe da Hannah o deixava louco. Dentro de alguns meses estariam casados.
– Alex, precisamos ver como isso fica... – estavam Michael e Alex no escritório do centro planejando a próxima ação – Não fica ai parado moleque, entra você está atrasado. Sabe que não tolero atrasos. – Michael nesse dia estava visivelmente irritado.
– Desculpa, peguei trânsito. O que tá rolando?
Jonathan senta no sofá e fica olhando para os dois. Alex estava com um dos braços apoiados no armário de arquivo no final da sala e Michael estava sentando em sua cadeira como o habitual.
– Você vai para a Itália. Daqui dois dias irá se encontrar com Joseph Nicolli ele te entregará uma documentação que outra pessoa irá retirar com você no hotel e irá te entregar outro envelope só isso ai você volta. Joseph te dará a identidade dessa pessoa. Como anda a sua mira? – Michael falava olhando fixamente dentro dos olhos do menor.
– Não sei Michael, faz tempo que não atiro, mas por quê? – o menino não gostou muito dessa ideia.
– Porque você pode precisar. Sabe como são esses italianos... Não gosto de lidar com eles. – Michael detestava fazer negócios com os italianos. Os consideravam escorregadios e traiçoeiros. E tinha uma agravante a negociação seria feita no território deles.
– Então porque você não envia o Alex? – sabendo que teria que ir armado isso incomodou muito Jonathan.
– O Alex vai para um lugar pior: o Leste Europeu. Eu tenho que ir para os Estados Unidos. Ódio tudo aconteceu de uma vez! – Michael levantou e deu um murro na mesa. Alex permaneceu imóvel já Jonathan não conseguiu esconder o desconforto. – Leva o moleque para aquele lugar e faz com que atire – Michael volta-se ainda irritado para Alex - E arruma uma arma para ele também.
Alex com o recado entendido, não precisava dizer uma única palavra apenas deixa o escritório. Jonathan ficou lá sentando vendo o grandão se afastar e o irmão se servindo de uma bebida.
– O que você ainda está fazendo aqui? Não está achando que o Alex vai ficar te esperando? Anda logo! – o menor levanta e sai quase que correndo o deixando sozinho com os seus intermináveis telefonemas.
***
Emily estava trabalhando em uns contratos e aquilo estava te dando uma tremenda dor de cabeça precisava se distrair com alguma coisa.
– Jessica, verifica se o Sr. Paige está hoje aqui. Ele precisa assinar uns papeis que faltaram. Se ele estiver peça que suba.
Jessica faz o que foi pedido. Localiza Tom e em menos de dez minutos ele estava na sala de Emily. Depois daquele evento nunca mais havia voltado ali. Na verdade nunca foram juntos em momento algum desde que começaram a ter um caso dentro da empresa.
–Entra Sr. Paige, e pode se sentar. – Jessica o havia levado até a porta – Pode nos deixar as sós Jessica, obrigada. – e assim a garota se retira fechando a porta.
– Aconteceu alguma coisa? – Tom estava preocupado, não havia motivo para estar ali.
– Sabe o que eu queria? – Emily faz uma pausa e ele fica apenas olhando para ela sem saber o que responder - Que você me jogasse nessa mesa novamente! – ela sorri para ele e aponta a cadeira para que ele sente – Mas não podemos fazer isso hoje, o Sr. Morris está ali ao lado e a Jessica ali na frente e eu não consigo controlar meus gritos quando estou com você.
– Não me mata assim, fala o que aconteceu? Vão desistir da campanha? O Phillip não me disse nada. – Tom estava apreensivo com a situação.
– Não querido. Eu estava aqui pensando sobre aquele assunto de viajarmos apenas isso. – Tom sente que um peso saiu das suas costas, se ele perdesse essa conta nem precisava voltar para a sua agência podia apenas comprar uma passagem para a casa dos seus pais.
– Não faz mais isso comigo Emily, quase me matou de preocupação pensei que tinham desistido se acontecer eu estou fodido! Desculpa a palavra, mas é isso mesmo. – Emily olha para ele sorrindo.
– Seu bobo, você está fazendo um trabalho ótimo e ganhando um monte de fãs... Eu bem sei disso, não participo, mas escuto as fofoquinhas das garotas sobre você. Conta-me o Phillip já te chamou para sair? – Emily se divertia com isso.
– Não ele percebeu que meu lance é outro. – Tom falava com ela, mas observa os vários retratos no aparador que ficava atrás dela.
– O que você tá procurando ai atrás? – Emily gira a cadeira e vê os retratos e entende o que ele procurava – Ah! Os retratos, vamos lá... – Emily começa a apontar para eles - Aqueles ali à direita são meus pais, lindos não é? – Tom acena com a cabeça – Com quem você acha que me pareço?
– Olhando assim com o seu pai. – Tom responde um pouco sem graça.
– Isso mesmo! Sou parecida com ele... – Emily sorri e continua – Você nunca viu o Sr. Morris, não é? – Tom novamente faz um sinal negativo com a cabeça - Então aqui é ele e a esposa. Essa sim é uma oportunista tem quase idade para ser sua neta. – Tom não diz nada apenas a observa esperando até que ela chegue até o Michael se é que ele estava ali – Mas é esse o "porta-retratos" que vai te interessar... – Emily pega o objeto e entrega na mão do rapaz.
Tom segura com cuidado e vai virando quase que em câmera lenta para ver quem era a pessoa na foto com a sua adorada Emily. Era totalmente diferente do que havia imaginado, sabia que era mais velho, mas não o via assim com os cabelos grisalhos e barbado era tão baixo praticamente do mesmo tamanho que ela.
– O que achou do meu marido, Tom? – Emily não tirou os olhos dele só observando a sua reação.
– Não tenho nada o que achar. Ele é o seu marido e ponto. – Tom ainda continuava com os olhos fixos em Michael.
– Sabe nem sempre ele usou essa barba e quando o conheci não estava assim tão grisalho, mas sabe adoro ele assim. É Tom ele não é um modelo como a sua ex era. É uma pessoa bem comum. E então o que você me diz da viagem? – e assim retirando o retrato das mãos de Tom ela muda totalmente de assunto, afinal ele já tinha matado a curiosidade. – Depois de muito pensar, estou precisando mesmo sair daqui e viajar.
– Que bom que mudou de ideia. Eu sempre quis ir para Itália e como é verão poderíamos ir para Toscana. – era lá que ele passaria a sua lua de mel. Tom ainda tinha as passagens que conseguiu fazer com que aceitassem ficar com a data em aberto.
– Adorei a ideia! Já estive uma vez por lá e adoraria retornar. Verifica uma data e me informe, para que eu possa me organizar... Vem aqui? – ela o chama com as pontas dos dedos.
Tom foi até ela que permaneceu sentada em sua cadeira de executiva toda poderosa. O puxou pela gravata, assim que estava perto suficiente. Tom sentiu o hálito doce da mulher que lhe roubou a alma. Pôde ver aqueles olhos redondos em uma mistura de azul e verde e naquele momento ela o beijaria profundamente.
– Você é louca mulher! – Tom levanta com um sorriso bobo no rosto.
– Até mais tarde, Thomas Paige! – Emily se despede com um sorriso malicioso em seus lábios.
Mais tarde naquele dia na mesa do jantar Michael a informa sobre a sua viagem algo que agradaria Emily de forma inimaginável por ele. Antes de deixar a empresa Tom enviou uma mensagem informando a data de viagem de ambos e ela já tinha se organizado com os seus compromissos.
– Vai para onde dessa vez? – Emily bebericava o seu vinho.
– Desta vez vou demorar mais. Irei para Nova York e ficarei lá umas duas ou três semanas.
– Nossa que chato ir para Nova York e ficar tudo isso! – Emily revirar os olhos para Michael o provocando - Quero ir também, mas sei que não vai me levar e blá blá blá – Emily sorri e junta os pratos sujos e leva para a cozinha.
– Até poderia levar você junto... – Michael fica pensativo - Lá tem mais coisas para você fazer... – a seguiu até a cozinha com o resto da louça.
– Que lindo meu amor! Quem não pode dessa vez sou eu. Também terei de me ausentar por uns a trabalho... Estava esperando terminarmos o jantar para lhe informar, mas você foi mais rápido. – Emily o beija e volta a colocar os pratos na lavadora.
– Que pena. – Michael realmente ficou desapontado, mas depois pensou melhor era melhor assim se desse algo errado ela não estaria em perigo. – Tenho que fazer algumas ligações.
– Tudo bem. Pode deixar que termino... Ei volta aqui? – Michael olha intrigado – E o meu beijo? Como você anda negligente comigo homem. – Michael volta e lhe dá um beijo e segue para as ligações intermináveis.
***
No mesmo dia em que Michael, Alex e Jonathan partiram para os seus destinos horas mais tarde seria a vez de Emily e Tom irem até o aeroporto rumo ao tão sonhado "momentos às sós" com Emily que Tom tanto ansiava.
Tom quase não conseguia conter sua ansiedade em poder andar de mãos dadas e a beijar sem ter medo de ser visto. Queria fingir que tinha um relacionamento normal mesmo se ela não soubesse disso.
Jonathan estava no bar na área externa do hotel quando vê um casal se aproximando próximo ao balcão. Jonathan quase engasga com a bebida quando reconhece a mulher que acompanhava o rapaz bem apessoado.
Apesar de nunca terem sidos apresentados oficialmente Jonathan sabia muito bem como Emily era. Por isso invejou muito o irmão por ter se casado com uma mulher como ela: bonita, inteligente e sofisticada. Às vezes pensava melhor e sentia alívio pelo irmão não a ter apresentado, pois sabia que não resistiria aos seus impulsos e iria querer a tomar em seus braços e nesse momento via um homem fazendo aquilo e não era Michael.
Depois do episódio na Espanha e as mudanças significativas de Jonathan, Michael tinha plena confiança em seu irmão caçula e passou a lhe oferecer trabalhos mais consistentes. O pai de ambos estava errado sobre Jonathan o menino tinha faro, o que não havia sido lhe dado eram ferramentas para isso. Culpa do pai que o havia mimado e deixado à mercê dos amigos vagabundos que o cercava.
O pai do Michael nunca amou a sua mãe. Tivera um romance com ela que acabou ficando grávida de Michael. Era muito jovem quando isso aconteceu e o seu pai o avô de Michael, o obrigou a se casar com a moça afinal ela era filha de um parceiro importante e não poderia arrumar inimigos. Casaram, mas nunca foram felizes juntos. Ela amava o marido e ele a desprezava. Enquanto ela depositava carinho no filho este só repudiava, afinal ele era o culpado de ter feito com que se casasse. Quando Michael fez oito anos ela não aguentou e acabou com sua própria vida. Michael encontrou a mãe com os pulsos cortados dentro da banheira. Michael nunca perdoou seu pai pelo que fez com a mãe. Quando o viu morrer de infarto na sua frente foi como um alívio, mas ao mesmo tempo desejou que tivesse sido ele a tirar a vida daquele homem ordinário, havia falhado nessa parte, se sentiu em débito com sua mãe, ele se sente assim até hoje. É somente dela que Emily sabe, é a única fotografia da família de Michael: uma foto dele criança ao lado de sua mãe.
Anos mais tarde o pai de Michael se casaria novamente agora por amor. E dessa união nasceu Jonathan o filho desejado e amado. Michael se ressentia disso, mas ao mesmo tempo não odiava o irmão o único ódio que ele nutria era pelo pai. Ao invés de provocá-lo preferiu agir no escuro, provando que ele era o melhor naquilo em que o pai comandava, provou tanto que rivais o cobiçavam era isso que ele queria o que fez com que o pai o trouxesse para próximo de si. Ele confiava os negócios ao filho de olhos fechados enquanto que o outro só dava trabalho pela malandragem e vagabundagem. Mas também não temia, acreditava que Michael iria dar apoio e também achava que não morreria tão cedo, mas disso ele estava totalmente enganado.
O casal sentou perto de Jonathan no balcão do bar enquanto esperava que uma mesa fosse liberada. Era uma noite de verão linda e quente em Toscana. Tom a cada dia que passava estava mais apaixonado por ela e como não estaria, Emily era assim cativante, Michael sabia muito bem como era isso e agora Tom estava provando o mesmo.
– Peça nossas bebidas eu irei até ao banheiro e já retorno. – Emily deixa Tom sozinho no bar, mas sem antes lhe dar um beijo de arrancar o fôlego. Beijo que deixou Jonathan impressionado. Ele quase pode sentir o gosto.
– Desculpa a intromissão, mas não pude deixar de reparar na felicidade de vocês, estão comemorando algo? – Jonathan tenta puxar assunto com Tom.
– Podemos dizer que sim. É mais ou menos a nossa lua de mel sabe. – a felicidade de Tom era tão latente que ele não estranhou a aproximação do rapaz e foi se soltando.
– São casados então. Meus parabéns! Desculpe, mas não tem como não notar, ela é muito bonita. – Jonathan por sua vez queria puxar assunto para saber tudo o que se passava ali e assim ver que atitude tomar.
– Não tem problemas, ela é bonita mesmo. – Tom sorria não conseguia disfarçar.
– Que falta de educação, sou Jonathan... – hesita por um momento ao falar seu sobrenome lembrou que era o mesmo do irmão e o mesmo que o dela se falasse poderia ser associado a ela de alguma forma e então estaria tudo perdido – Spector.
– Thomas Paige. – ambos se dão as mãos. – O que te traz a Toscana, Jonathan?
– Negócios, mas queria ter vindo aqui como vocês, é um lugar muito bonito para estar sozinho. – nesse momento Emily retorna e fica intrigada com o rapaz que conversava com Tom.
– Olá! Atrapalho os rapazes? – e o sorriso dela iluminou mais ainda o do Tom e intrigou mais ainda Jonathan, sim era ela mesma, ele agora olhava dentro dos olhos da esposa do irmão.
– Claro que não querida, você nunca atrapalha. Você completa. – a felicidade de Tom era algo até piegas de ver. Ele sentia mesmo como um marido em lua de mel ao contrário de Emily que estava ali para se descontrair – Deixa-me te apresentar ao Jonathan Spector, Emily – ele não diz o sobrenome a ele como já havia dado a entender que eram casados não havia necessidade e também não podia falar, pois Emily não sabia dessa mentira contada por ele.
– Muito prazer, Emily... – Jonathan faz uma pausa de propósito para ver se ela daria seu nome completo, mas ela não o faz.
– Quer se juntar a nós, Jonathan? – Emily pergunta educadamente.
– Não quero atrapalhar o casal.
– Não irá! Veja acho que uma mesa foi liberada. – Emily se solta de Tom e vai em direção a ela.
Tom não gostou muito do convite da amante para o outro rapaz. Era visível que Jonathan era um homem tão bonito como ele e pior ele tinha um ar de mistério e isso atrai as mulheres. Tom sabia que Emily não era apaixonada por ele como ele era por ela, se sentiu ameaçado pelo outro ele também sabia que se ela quisesse o largava e ficava com o outro. Isso estava latejando em sua mente.
Jonathan percebeu o incomodo de Tom e usou aquilo de forma provocativa. Usaria de sedução a noite inteira que ficaram ali juntos. E percebeu que Emily o correspondeu. Isso foi o que mais o incomodou, mas ele precisava saber até onde ela iria, tinha que saber que tipo de mulher era. E não estava gostando nada do que via. A sua vontade foi de lhe dar uma surra ali na frente de todos por estar enganando o seu irmão de uma forma tão vulgar, afinal ela estava com um ao seu lado e jogando charme para outro na sua frente era um comportamento inaceitável até mesmo para Jonathan. Ao contrário de Michael que sempre foi um cavalheiro com as mulheres com quem se relacionou Jonathan já fora abusivo, principalmente quando bebia.
A verdade era que Emily estava mais intrigada com Jonathan do que os faziam pensar. Ele lhe lembrava de alguém, mas quem? Essa pergunta martelava em sua cabeça. Era algo na voz, em seus olhos que a deixava com a pulga atrás da orelha. Quem esse homem a lembrava? Não conseguia tirar isso da mente.
Ficaram horas conversando, Tom mostrava sinais de insatisfação então Jonathan percebendo que os limites do aceitável por ora havia passado deixa os dois a sós. Então o silencio os invade e Tom se afasta de Emily.
– Vou voltar para o quarto. – Tom se levanta da mesa e faz menção em ir embora.
– Tom, senta aqui, viemos nos divertir ainda é cedo, a não ser que você queira aproveitar aquela banheira da suíte...
– Emily, para! Isso foi um erro. Agora eu percebi. Eu sou a pessoa mais idiota desse mundo, Angélica tem razão. – Tom queria que um buraco abrisse para ele poder entrar.
– Angélica não sabe de nada. Você não é um idiota, se fosse hoje eu não estaria aqui com você correndo um monte de risco...
– E dando em cima de um cara na minha frente. Emily, somos amantes isso tenho que concordar. Você não me deve fidelidade, mas hoje foi demais. Eu sou homem poxa! – sem perceber ele aumentava o seu tom de voz fazendo com que algumas pessoas que estava perto prestassem a atenção no casal - Tenho ciúmes e orgulho, pode não parecer mais eu tenho. – Tom sai de perto dela com os olhos cheios de água.
Tom sendo muito mais alto que Emily, e com as pernas mais longas se afastou dela com muita rapidez Emily não conseguiu alcançá-lo. Sabia que tinha sido rude, precisava se desculpar, mas aquele homem havia desnorteado, não era um interesse sexual como Tom pensava que Emily teve, era outro e nesse momento ela sentiu-se angustiada e resolveu ligar para o Michael e ver como ele estava.
Michael demorou em atender. Fusos horários diferentes, mas a voz dele a acalma e então ela volta para a suíte do hotel e ao encontro de Tom. Jonathan a observava de longe, ainda não sabia o que fazer.
Quando Emily entra no quarto pode ver Tom entre as cortinas que esvoaçavam com a brisa agradável que entrava pelo balcão da sacada onde ele fumava um cigarro. Ela o vira fazer isso poucas vezes. Tom só atendia a essa necessidade quando algo o realmente entristecia ou incomodava. Emily deposita sua bolsa na mesinha de canto, retira seus saltos altos a deixando ainda mais baixa e vai ao seu encontro.
– Desculpa Tom! – Emily o abraçava pelas costas e deposita ali um beijo carinhoso. Tom apenas suspira e torna a dar uma tragada – Não devia fazer isso... Você não gosta.
– Mas me alivia. – Tom retira as mãos dela que o entrelaçava, apaga o cigarro já no fim e volta para dentro do quarto.
– Pode ter parecido que eu estava dando em cima dele...
– Cala a boca Emily! – Tom volta a usar um tom mais alto, a voz doce que o acompanhava sempre agora estava amarga - Até ele percebeu e foi embora, o pior é que ele deve estar rindo essa hora, afinal eu falei que estávamos em lua de mel, se na lua de mel a noiva fez isso imagina durante o casamento.
– Você fez o que? Porque você falou que éramos casados? – Emily entra de volta para a suíte com sua fisionomia mudada.
– Queria que eu falasse o que? – Tom faz uma pausa, mas antes dela responder continua de forma sarcástica - Olha essa aqui é minha amante... – aponta para ela - Não na verdade eu sou amante dela, ela é a casada e fode com outros, quer subir e foder conosco?
– Para com isso! Não tinha que ter falado nada! Mas você gosta de falar não é? Nunca vi gostar tanto! – Emily anda de um lado para o outro.
– Eu só queria um final de semana perfeito com você, Emily! – Tom vai até ela e a segura pelo braço - Era tudo que queria... – procura os seus olhos, queria falar olhando fixamente para eles - Fingir que sou especial para você de alguma forma e não o cara com quem você apenas transa. – a sua voz havia voltando ao tom usual, era quase musical de tão suave.
– Mas ainda podemos ter, vem aqui... – Tom se afasta dela balançando a cabeça de forma negativa e sai do quarto a deixando ali sozinha. – Droga Thomas! Eu tinha que terminado com você há tempos, não sei por que não consigo, simplesmente não sei. – Emily falava sozinha, sabia que ele não voltaria tão cedo àquele quarto.
Tom era sensível demais, muito mais que ela, era fácil demais o magoar e ela fazia isso muito bem. Tom de certa forma sentia prazer nessa dor, afinal sempre foi assim em seus relacionamentos, sempre se doava e era descartado.
Tom voltaria para o quarto bem próximo da manhã. Emily dormia profundamente e vendo ela ali de forma inocente, algo que ela não era, o fez tomar uma decisão, aproveitar o máximo que poderia dessa viagem. Era um amante que ela queria então ele daria esse amante para ela, mas não mais se privaria ou a colocaria em primeiro plano. Emily tinha um marido e ele também dali para frente também se permitiria a ter outras e se encontrasse realmente uma garota que ele se apaixonasse largaria Emily custe o que custar mesmo que isso custasse o seu emprego. Era o que ele pensava naquele momento de raiva se isso seria mesmo o que ele faria só o tempo para dizer.
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