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"E foi aqui que estudei
Na maior parte do tempo, tinha coisas melhores para fazer"
— Nickelback

Não consegui dormir direito. De alguma forma, o sono foi leve e vazio, e eu acordei mais cansada do que o normal. Me arrumei para o colégio arrastada, amarrando o meu cabelo cacheado em um rabo de cavalo alto e planejando um bom pedido de desculpas para o meu irmão.

Quando desci para a cozinha, no entanto, ele não estava. Sempre havia uma boa panqueca de café da manhã, e eu interpretei o nada em cima da mesa como uma afirmação de que ele ainda estava bastante chateado comigo. Assim, comi um pouco do resto do cereal que tinha sobrado e subi até o seu quarto.

Bati três vezes, mas ele não respondeu. A porta estava meio aberta, então o chamei e entrei, encontrando um grande vazio. Ele nunca saía tão cedo, nem mesmo para correr.

Respirei fundo e fiz o caminho a pé que eu realizava todos os dias até o colégio, sentindo a neblina fria da manhã entrar pelas minhas narinas. Enfiei as mãos no bolso do moletom e coloquei o fone de ouvido, deixando o rock me invadir.

Quando chegou o refrão, fechei os olhos e a presença de Augusto invadiu, com força, os meus pensamentos. Ele era reservado, e absolutamente ninguém sabia nada sobre ele. Nem mesmo o meu irmão. Só que ele morava sozinho com o tio em alguma parte escondida da cidade. Não que eu estivesse interessada agora em mais informações.

Eu precisava parar de pensar nele e no beijo estúpido. Foi a música do show que tornou tudo mais intenso do que deveria. Eu tinha outras coisas na qual focar. Louça para lavar mais tarde. Aula de trigonometria. Trabalho de química. Não necessariamente nessa ordem.

É impressionante como você não consegue parar de pensar em uma coisa quando se esforça demais. O caminho pareceu mais longo do que realmente era, e as primeiras aulas da escola foram completamente monótonas.

No intervalo, procurei Augusto com os olhos no refeitório e não o encontrei, o que fez com que a sensação estranha da noite anterior voltasse.

— Não adianta procurar, ele não veio. — Holly disse, mordendo com alegria o seu hambúrguer.

— Quem? — tentei me fingir de desentendida. Estava tão na cara assim que eu estava procurando ele? Me sentia a patética garota carente que se apega por um mísero beijo.

— O Guto, não finge de sonsa.

— Não seja tão grossa, Holly. — Bea disse, incrédula. — Foi você quem fez ela fazer aquela palhaçada ontem.

— Foi só um desafio, eu não tenho culpa se ela já está apaixonada.

— Eu não estou apaixonada! — falei mais alto do que deveria, o que chamou a atenção de várias pessoas do refeitório. Quis me enfiar debaixo de uma ponte.

— Se você diz. — ela fez barulho com o canudinho do milk shake. — Só estava compartilhando informação.

— Como você sabe que ele faltou? Eles nem são da nossa turma. — Bea perguntou.

— O Brad me disse, ele e o seu irmão faltaram. Aliás, porque o Paco não está aqui?

— Não sei, ele não estava em casa hoje de manhã. — respondi, tentando me livrar da sensação amarga na garganta. — Você e o Brad não tinham terminado?

— Recaídas acontecem. Estava com vontade de recordar hoje. — Holly piscou, com o delineador bem desenhado ao redor dos olhos azuis, ciente do charme que tinha.

Ela era a típica garota rebelde com um ótimo senso de moda rock que não dava a mínima para o que os outros pensavam dela. As tatuagens do braço eram de mentira, feitas semanalmente pela irmã mais velha dela, mas ninguém precisava saber. E isso a tornou popular e desejada, porque todos os garotos queriam beijar ela, e todas as garotas queriam andar com ela.

A nossa amizade era desde o maternal, quando ela empurrou uma garota que puxou o meu cabelo cacheado por dizer que parecia um ninho de rato. Bea completou o nosso trio dois anos depois quando nos trouxe belos cupcakes de presente para nos chamar para brincar, e desde então, mesmo sendo tão diferentes, nós éramos inseparáveis.

Holly, sendo pura emoção. Bea, pelo contrário, sendo pura razão. Se tivesse um concurso de beleza, ela ganharia da Holly de lavada, mas não era o tipo de coisa que a interessava.

Ela possuía olhos verdes intensos, pele negra com um tom quente e luminoso, e longas box braids que caíam graciosamente sobre seus ombros. Seu estilo era mais formal. A farda mais bem passada do colégio, e a bolsa mais discreta que sempre carregava os melhores boletins.

Nós três éramos extremas opostas, e eu meio que ficava entre uma personalidade e outra. Holly aparecia. Bea se escondia. E eu, bom, eu tentava não parecer tão sem graça entre uma e outra.

O importante é que nós sempre nos apoiávamos, e por mais que eu fosse mais próxima da Bea, eu e a Holly tínhamos nossos momentos.

Ontem foi um deles. E como sempre, quando eu resolvi escutar ela, fiz besteira.

Os burburinhos do refeitório, então, ficaram mais altos do que o normal. Todo mundo se virou para olhar em uma única direção.

— Já que você sabe de todas as notícias, pode explicar quem é aquele? — Bea questionou, vendo o queixo de Holly cair.

— Não sei, mas acho que acabei de encontrar meu futuro marido. Se ele gostar de um bom heavy metal, é claro.

Eu e a Bea começamos a rir, até que uma garota asiática de óculos do primeiro ano sentou na nossa mesa. Todos nós a chamavámos de Blake Notícias, porque ela era meio que a rádio do colégio.

— É o aluno novo, Ian. — ela disse, ofegante, como se estivesse repetindo a notícia em todas as mesas.

O garoto ruivo passou, parecendo incomodado com tantos olhares. O cabelo alcançava o ombro, e ele era alto e charmoso. O tipo de beleza que a gente não via com frequência.

— Ele mudou essa semana para a cidade, veio de Nebraska. — Blake continuou. — Eu sei, ele é sexy.

E assim ela saiu, passando para a próxima mesa.

Senti pena do garoto. Devia ser péssimo ser o alvo das atenções no primeiro dia de aula.
O olhar dele, então, encontrou o meu, e o arrepio estranho voltou.

Eu não sabia se o impacto era por causa dos olhos quase amarelos ou a forma estranha como ele me encarou, mas foi esquisito mesmo assim. Agarrei meu pingente em formato de lua crescente que usava desde pequena, e de alguma forma maluca, senti ele vibrar.

Um zumbido alto parecido com um som quebrado começou a incomodar o meu cérebro até que uma voz me tirou do transe.

— Lena? — Bea tocou em meu braço, e eu desviei o olhar. O zumbido desapareceu.

— Vocês escutaram esse som? — olhei ao redor.

— Que som? — Holly me encarou, assustada.

— O som, foi alto, como vocês não ouviram?

— Você está dormindo mal, Lena. Está ouvindo coisas. A propósito, aqui está os seus cinquenta dólares.

Peguei o dinheiro, ainda como se eu estivesse imersa em outra dimensão, e observei Bea e Holly mudarem de assunto. Quando eu olhei para a mesa, o garoto novo não estava mais lá.

Engoli em seco e comecei a pensar que eu devia estar mesmo muito cansada para estar ouvindo coisas.

No fim das aulas, comi uma maçã enquanto fazia o caminho de volta para casa. Dispensei a oferta de carona de Holly. Precisava esfriar a cabeça.

Resolvi entrar pela área de mata, pegando o caminho que passava perto do cemitério. Assim como em todas as vezes, observei de longe sem entrar no local.

Eu nunca consegui aderir ao costume de sentar em frente ao túmulo e conversar com os meus pais, em parte porque eu sabia que eles não estavam mais ali.

O outro motivo que completava essa parte era porque isso me lembrava, de forma sólida, que eles não iriam mais voltar.

Eu nunca conheci a minha mãe. E isso era, de certa forma, devastador. Eu não me lembro do cheiro dela. Não me lembro do som da sua voz. Vê-la por fotos e vídeos era como assistir uma miragem de uma desconhecida, e eu queria, com todo coração, ter lembranças reais dela.

Eu não considerava o que eu sentia por ela como uma perda, mas sim, um vazio que deveria ser ocupado pela sólida lembrança dela. Pelo abraço que eu nunca teria.

Perda foi o que eu tive quando o meu pai se foi, há três anos atrás. O que veio em combo com a perda da relação que eu tinha com o Paco. Chutei uma pedra percebendo que estava chegando na rua de casa enquanto me deixava, novamente, nadar no oceano dos meus dolorosos pensamentos.

Eu e o meu irmão costumávamos ser inseparáveis. Melhores amigos. Ele nunca fez parecer que a diferença de dois anos de idade existia. Tudo mudou desde que o nosso pai morreu, e ele, de um dia para o outro, deixou de ser o meu irmão e começou a agir como um responsável.

A parceria igual tinha deixado de existir. Eu sentia falta de dizer as coisas a ele.

Parei no meio da rua ao encarar um caminhão gigante de mudança na casa vizinha. Era uma mansão bonita e abandonada, pintada de cinza e preto. Estava à venda desde que eu tinha me mudado para o bairro aos sete anos de idade, mas nunca tinha encontrado um comprador.

Todos sabiam que era porque ela era terrivelmente assustadora. Era uma relíquia da arte barroca. Eu e o Paco costumávamos pular as grades e nos esconder nos jardins e brincar que tinham vampiros escondidos lá dentro no Halloween.

Eu sempre acordava com pesadelos no outro dia, e ele sempre me fazia um chocolate quente para se desculpar pelos sustos que ele me dava.

Sorri, decidindo lembrar isso a ele. Talvez essa fosse a solução. Eu precisava dizer ao meu irmão que sentia a falta dele desde a morte do papai. Que eu seria mais responsável e ele não precisaria agir como um adulto o tempo todo. Nós até poderíamos planejar pregar peças nos novos vizinhos loucos que se mudaram para a mansão macabra.

Abri a porta de casa com um sorriso no rosto e uma decisão tomada quando encontrei sete malas espalhadas pelo chão e uma mulher no auge dos seus quarenta anos com um cabelo escuro recém pintado.

Ela levantou os braços para cima quando me viu e derrubou o copo de plástico de água no chão correndo em minha direção para me envolver em um abraço de urso.

— Leninha!

— Oi, tia Karen. — sorri, enquanto sentia ela esmagar meus braços. O cheiro do perfume exageradamente doce me fez segurar a respiração. Para o alívio dos meus músculos, ela me soltou. — A senhora não ia chegar só no final do mês?

— Vim mais cedo, a pedido do seu irmão. — ela segurou o meu rosto. — Queria que eu ficasse mais tempo fora? Se as pessoas descobrissem eu ia acabar perdendo a guarda de vocês. Sua pele está seca, você não está hidratada o suficiente.

— Como assim, a pedido do Paco? — procurei meu irmão com o olhar pela sala.

— Ele decidiu passar um tempo com o seu tio Orley.

Senti meu sorriso murchar.

— Ele te disse o motivo?

— Não, apenas me ligou e falou que precisava de novos ares. Ele disse que vai terminar a escola por lá, e bom, você sabe que quando o seu irmão põe uma coisa na cabeça ninguém é capaz de tirar.

Engoli o nó da garganta. Ele tinha ido embora por minha causa. Eu era mesmo tão difícil assim? Ele me jurou quando o papai morreu que jamais me deixaria sozinha. Que éramos família um do outro.

— Ah, meu amor, não chore. — tia Karen me abraçou de novo. — Vou fazer um chocolate quente para você. Tudo fica melhor com um bom chocolate.

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