
Capítulo XXIX- De volta ao lar
'Carter Stark' chegou na Romênia por volta de meio dia. Dirigiu-se diretamente até o prédio antigo da periferia de Bucareste que abrigava seu mais novo velho amigo.
Bateu na porta três vezes, ouvindo uma movimentação do outro lado. É claro que ele a encarou primeiramente pelo olho mágico, com muita precaução, já que ainda era um fugitivo internacional.
Uma fresta da porta foi aberta, e ela já podia ver seus olhos verdes.
-O que desejas, ó adorável senhorita? –a voz dele era de escárnio, o tom de sempre.
-Eu vim visitar uma antiguidade, ele tem cabelos compridos, uma personalidade volátil e levemente irritante. Viu andando por aí?
Bucky finalmente abriu a porta, sorrindo ao analisar a moça em trajes descontraídos que podia ser confundida com uma adolescente. Ela lhe deu um abraço apertado e rápido, já que não se viam há um mês. Quando fez menção em entrar no pequeno apartamento que ele vivia, ele a parou.
-Nós vamos almoçar fora, senhorita. Essa antiguidade aqui não cozinha!
Bucky colocou seu boné azul escuro, o qual cobria muito bem grande parte de seu rosto. Megan o seguiu para fora, andando umas quatro quadras em seu encalço.
Chegaram a um pequeno restaurante chamado "Bill's Burger". Ambos adentraram o local, ainda em silêncio. Bucky se dirigiu até uma mesa no canto do restaurante, um local mais privado, apontando a cadeira a sua frente para Megan.
-Então... Pode começar. –Bucky mudou sua postura para uma formal, como se fosse uma psicóloga iniciando uma sessão.
Megan respirou fundo, olhando concentradamente para um ponto qualquer em sua frente. Ficou calada por alguns segundos, até que...
-SHARON! –ela gritou, atraindo a atenção de algumas pessoas à sua volta. –Ela roubou meu lugar!
Bucky fez uma cara confusa.
-Sua prima? –Megan balançou a cabeça em afirmação. –Hmmm... Ela é bonita?
-O que... Que diabos isso tem a ver?
-Nada, só estou um pouco carente. –Bucky sorriu com a cara de desprezo que Megan fez. –Brincadeira, Megs. Mas não foi você quem resolveu sair? Sozinha?
-Sim...
-Então... Engole seu ciúme, garota. Eles só precisavam de alguém para trabalhar lá. Uma interina. Você é única, todos sabem disso. Nenhuma outra mulher chega aos seus pés... –Bucky colocou o braço direito sobre a mesa, aproximando seu rosto. Megan pôde finalmente ver o rosto dele de perto, notando suas olheiras arroxeadas e gigantescas. Seus olhos pareciam extremamente cansados. Ela lembrou-se de que ele precisava mais dela do que ela dele.
-Tudo bem, eu vou aceitar isso. –Megan também se aproximou dele, colocando os cotovelos sobre a mesa. –Mas... E você? Como está?
-Nada do que reclamar. –ele se afastou, adotando sua pose retraída de quando o assunto era ele mesmo.
-E os pesadelos, Buck?
-Ainda não chegamos nesse nível, Megan. Apenas o básico, lembra?
Megan lembrou-se do tratado que fizeram quando se encontraram um mês atrás. Ela estava surtando, precisava de alguma ação em sua vida. Encontrou vestígios de James Buchanan Barnes na Romênia, e foi até ele. Ameaçou divulgar sua identidade se não respondesse algumas de suas perguntas. Bucky ameaçou entrar em contato com Steve, sabendo que o Capitão abandonaria qualquer missão dos Vingadores para ir até ele. Megan não gostou de pensar que saiu dos Vingadores para um outro homem velho acabar com tudo. Os dois passaram algumas horas juntos, conversando sobre coisas sérias e violação de alguns tratados do Direito Internacional Público, mas logo estavam debatendo sobre si mesmos. Ambos eram armas de guerra, ambos possuíam uma mente ferrada e anormal. Logo, se deram bem. Guardaram as palavras ríspidas, os olhares de desprezo... Tornaram-se amigos. Falavam-se quase todos os dias. Mas apenas o básico.
Almoçaram juntos, Bucky insistiu em pagar a conta com o pouco de dinheiro que tinha, recebendo um sermão de Megan por ela ser a mais nova milionária. Dirigiram-se até o apartamento dele, comentando sobre as pessoas aleatórias que viam na rua.
Megan abriu a geladeira do homem, seguindo para os armários. Sentiu muito pesar por não ver nada comestível lá dentro. Bucky era um cabeça dura, mais do que Steve. Ela tirou cerca de mil dólares da sua bolsa de viagem, colocando em cima do balcão da cozinha.
Bucky saiu do banheiro, logo avistando as dezenas de notas de cem dólares no seu balcão.
-Ah, de novo não, Megan. Eu já disse que não quero você sendo a ajuda humanitária. Eu disse que estou bem, não pode confiar em mim? –ele estava com as mãos na cintura, encarando a moça que havia se levantado e estava de pé em sua frente.
-Não, porque você é um mentiroso. Você não tem nenhum grão de comida aqui dentro, Bucky, desfaça essa pose e aceite que você precisa de alguém! –ela estava bem próxima, falando alto, no mesmo tom que ele anteriormente.
Os dois calaram-se por alguns segundos, o tempo exato de ouvirem as palavras "catástrofe", "Lagos" e "Vingadores" sendo pronunciadas pela jornalista que aparecia na pequena e surrada TV que ficava sobre o balcão da cozinha. Ambos viraram seus rostos automaticamente, dando de cara com cenas de um prédio em chamas. Algumas imagens de corpos entre destroços e pessoas agonizando apareceram, fazendo o estômago de Megan se retorcer. Ela estava congelada.
Bucky aumentou o volume da TV, agora podendo ouvir a explicação do ocorrido.
"Onze pessoas de Wakanda estão entre os mortos durante um confronto entre os Vingadores e um grupo de mercenários em Lagos, Nigéria. O presidente da reclusa Wakanda se pronunciou, falando sobre as confirmadas consequências. Ele pretende abolir a autoridade que esses seres aprimorados pensam que têm internacionalmente. Uma vitória às custas de inocentes não é vitória alguma."
Megan pôde ouvir seu celular tocando ao fundo. Correu até ele, identificando o nome "Steve Rogers" na tela. Suas mãos tremiam, suas pernas estavam mais fracas. Ela atendeu.
Do outro lado, uma voz abalada soou.
-Maggie... Precisamos de você.
+ + +
-Você vai ficar bem mesmo? Promete?
-Meu Deus, Megan! Para de ser dramática! –Bucky cruzou os braços, revirando os olhos pela décima vez que ela fazia aquela pergunta. –Vai logo antes que eu te coloque naquele jatinho à força.
-Eu sei que você vai sentir minha falta, Buchanan. Amanhã mesmo já vai estar todo "ai, por que você não me atende?" –Megan afinou a voz, fazendo um tom todo meloso e recebendo um olhar de indignação em troca. Ela sorriu. –Tá bom, tá bom. Eu vou te deixar em paz. Tchau, Buck. –ela deu um abraço rápido nele e um beijo em sua bochecha, mas ele ainda estava com os braços cruzados e uma pose de inatingível.
Ela caminhou até o jatinho com sua mochila nas costas, subindo as escadas que levavam até a porta com o famoso "S" da Stark Industries.
-Hey, Megs! –a voz do seu amigo soou, fazendo ela se virar para encará-lo de longe. –Eu vou sentir sua falta. –o sorriso dele era a única coisa que ela podia ver, considerando o boné e o capuz que ele usava no momento. Ela acenou, sorrindo de volta, e logo adentrou o jatinho.
Destino: norte de Nova York.
+ + +
Megan desceu do jatinho, já se dirigindo até as escadas da entrada. Ela nunca esteve naquela base, mas ajudou Tony com a arquitetura.
Na porta, um ser robótico/alienígena/humano a esperava.
-Senhorita Carter. Digo, senhorita Stark. É um prazer finalmente conhecê-la. –Visão esticou seu braço, dando um aperto de mãos suave. –Por favor, queira me acompanhar. O sr. Rogers a está esperando. –um sorriso cordial estava nos lábios dele, e Megan se sentiu tranquila. Soube do incidente que o criou, mas Tony a tranquilizou quanto o comportamento daquele ser.
Alguns corredores depois, eles chegaram até uma porta que continha os dizeres: "quarto 02 – Steve Rogers". Ela teve que respirar fundo antes de levantar sua mão para bater na porta, mas foi interrompida por um Visão que simplesmente atravessou a madeira. Ele colocou a cabeça para dentro, falando algo como "ela chegou". Voltou ao seu estado normal, sem nada atravessado em si, e logo a porta estava sendo aberta. Steve apareceu, usando uma blusa de mangas azul-petróleo que emoldurava perfeitamente seu tórax. Megan ficou perdida por alguns segundos, sendo logo recebida com o sorriso sutil daquele homem.
-Oi, Maggie. Entre, por favor. –ele se recolheu ao canto da porta, dando passagem para ela. –Visão, sem atravessar paredes!
Megan entrou sem falar nada, se dirigindo para as proximidades da cama que ocupava o quarto. Deixou seu olhar divagar pela paisagem que era mostrada pela janela a sua frente.
-Então... Assumo que você já tenha visto algum noticiário. –a voz de Steve soou novamente, de um modo tão tristonho e decepcionado que fez Megan se virar para encará-lo.
-Sim. C-como... Isso pôde acontecer, Steve? –ela tentou falar de um modo suave, mas qualquer pergunta relacionado àquilo não seria positiva.
Ele olhou para o chão, indo se sentar na cama em seguida. Alguns segundos dramáticos de silêncio, e ele pôde alcançar a calma necessária para falar sobre aquilo.
-Era Rumlow. Ele citou Bucky e, de repente, eu era o adolescente asmático do Brooklin. Não pude ver uma granada em sua mão esquerda. –Megan congelou quando Bucky fora citado.
Ela não podia nem considerar contar que teve encontros às escondidas com o melhor amigo desaparecido de Steve. Ele nunca a perdoaria.
-Tudo bem, Steve. Nós vamos consertar isso. –Carter colocou sua mão sobre a mão de Steve, oferecendo conforto. Ele a olhou, analisando todas as partes do rosto dela e encontrando um mínimo de paz. A paz que ela sempre o oferecia.
Três batidas na porta interromperam o momento de trégua dos dois.
-Sim? -Steve se pronunciou, e um Visão apareceu.
-Você disse que gostaria de saber quando o Sr. Stark chegasse. -Steve acenou com a cabeça em confirmação, enquanto Megan se levantava ansiosa para rever seu irmão. -Ah, ele trouxe alguém.
-Alguém que nós conhecemos? -Steve também adquiriu uma pose ansiosa, preocupado.
-É o secretário de Estado.
N/A: último capítulo de transição. Agora a história vai ficar doida! Preparem-se <3
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro