Irrelevante
Desculpem pela demora.
Nesse capítulo vocês vão saber um pouco mais sobre o Harry...
Espero que gostem e desculpem pelos erros...
• M E D I C I N E •
Acho que constantemente tenho feito muita merda na minha vida e não sei porque ainda continuo a insistir nela. É como se eu estivesse levando constantemente uma surra dela e não tenho parado até então. Eu gostaria de dizer que sinto muito quando na verdade eu sinto mas não sei como me expressar.
Eu tenho medos e acho que eles podem ser relativos, se eu não pensar tanto. Então me pergunto: será que um dia vou sair dessa? Será que vou sobreviver?
Sei exatamente o tipo de garoto que tenho me tornado, tenho odiado a briga dos meus pais e tenho me permitido conhecer um garoto incrível mas que está sofrendo de um transtorno alimentar.
E mesmo eu estando fodido com meus pensamentos, quero de alguma forma o ajudar mas não sei exatamente por onde começar. Minha vida já é um caos, no fundo eu sei que o Louis está sendo falado por andar comigo, ainda mais por metade da escola acreditar em uma mentira.
Por mais que eu deseje a solidão, não quero estar completamente só.
É uma porra de uma escuridão que me faz ter medo toda vez que ela aparece. Sabe por quê?
Porque eu sei que posso me entregar para ela e no meu interior uma voz grita negando a isso, porque deve haver algumas solução. Uma parte de mim está clamando por ela.
— Harry? —ouço a minha mãe me chamar após abrir uma fresta da porta. Depois de horas de brigas dela com meu pai, houve um pouco mais de paz. — Você não vai mais, não é?
Ela se referia a minhas idas quando acontecia algo, eu voltei pra casa porque ela me pediu mas se fosse meu pai, talvez eu preferisse estar morto do que vivendo no mesmo ambiente que ele. Só que minha mãe, Anne, precisava de mim e eu de alguma forma sinto que preciso dela — por mais que eu não admita isso a ela.
— Sim. Eu vou tentar. — apertei minhas mãos uma na outra.
A vejo caminhando na minha direção, a porta bate atrás de si. Talvez eu não quisesse uma conversa neste momento mas não tive escolha quando ela parou na minha frente.
— Só me desculpe por eu deixar que essas coisas aconteçam, seu que sou falha...
— Então, por que permite que ele te trate assim?
Seus olhos se encheram, ela parecia querer chorar e desabar a qualquer momento mas não foi isso o que eu vi além do torso da sua mão passando no canto da sua bochecha vermelha.
— Eu preciso ir, só continue aqui. — ela me pediu após um beijo na testa.
Ao vê-la se afastando com os ombros para frente, respirei fundo até ouvir a porta bater com calma. Eu de fato queria me levantar e jogar minhas coisas no chão, destruir meu quarto e destruir toda aquela farsa.
Aquela farsa que eu me tornei como pessoa.
X x x
Eu estava deitado na cama, com a cabeça em cima de um urso de pelúcia que foi meu quando criança. Apenas de blusa e short, coberto pelo meu edredom escuto o som da minha mãe negando algo ao meu pai, logo em seguida ele pareceu dizer algo para ela que a fez dizer sim.
Continuei parado no meu canto, e não demora muito para meus tímpanos ouvirem gemidos altos do quarto ao lado.
E isso é o que me deixa puto porque odeio ouvir ele xingando ela de vadia na cama. Me levantei e puxei meus fones de ouvido, estava prestes a colocar outro quando Des grita:
— Está ouvindo Harry? Está ouvindo eu foder com sua mãe?
Neguei com a cabeça e o ignorei. Estava com raiva o suficiente para sair daquele quarto e bater nele até não parar mais. Aumentei o volume no último e me concentrei nas palavras do vocalista do NF:
“Mas eu sei o que é ser uma testemunha de suas mortes
Mamãe me disse que me amava, eu estou pensando que isso não é verdade
Eu penso em você quando eu sinto o cheiro de cigarro, yeah
Bem-vindo ao fundo do inferno
Eles dizem que a dor é uma prisão, me deixou fora da minha cela
Você diz que está orgulhosa de mim, mas você não me conhece tão bem
Sento no meu quarto, lágrimas escorrendo pelo meu rosto e eu grito
Em minhas fronhas, você diz que está vindo nos pegar
Então liga para eles um minuto mais tarde, apenas para nos dizer que não, estou humilhado
Estou em um quarto com uma mãe que eu mal conheço
Uma senhora no canto nos observando enquanto toma notas
Eu não entendo mãe, você não quer ver seus bebês crescer?”
Parecia que cada refrão da música fazia parte de mim. Sinceramente, estou fodido com a minha mente e tudo o que faz parte de mim. Eu gostaria de ter alguém pra culpar agora mas seria muito egoísmo da minha parte fazer isso, então, automaticamente, culpo a mim por vir a droga desse mundo fodido ou por nunca saber lidar com meus demônios internos.
Eles me pregam peça, eles estão ali esperando o momento certo para enfiarem a faca na minha costela e me deixar sangrando até não respirar mais.
Odeio ser fraco assim, odeio querer chorar todas as noites e nada parecer mudar. Parece que todos querem destruição ou já estão destruídos internamente com algo.
— HARRY EU QUERO QUE OUÇA ESSA VADIA GOSTOSA DANDO PRA MIM! — ouvi batidas na parede e seu grito.
Aquilo foi demais para mim. Toda aquela sacanagem já havia passado dos limites.
Me levantei da cama com um pulo, largando minhas coisas ali enquanto a música ecoava nos fones. Em passos apressados, abri a porta do meu quarto e deixei ela bater. Eu ouvia a minha mãe gemendo e pedindo para parar quando o desgraçado do meu pai não a deixou sair. Com um chute na porta, eu abri, tentando não ver aquela cena completamente em minha mente mas sei que jamais vou esquecer.
Com os punhos fechados eu disse:
— Está vendo que ela não quer mais idiota? — eu estava tremendo e não sabia porquê.
Aquilo aumentou a raiva de Des, que pulou para o chão enquanto aos prantos minha mãe se enrolava no lençol.
— Está pensando que está falando com quem seu muleque? — Desmond aumentou o tom de voz vindo na minha direção após colocar sua bermuda.
Olhei para minha mãe que negou com a cabeça, talvez ela quisesse que eu saísse daquele quarto mas eu não iria.
— Você é surdo? — retruquei com ira na voz.
O vi está perto de mim o suficiente e minhas veias pulsarem constantemente, eu sabia o que estava por vir mas já não tinha tanto medo assim. Com um empurrão eu bati minha costa na parede:
— Você vai aprender a me respeitar seu vagabundo! Eu. Sou. Seu. Pai.
— Você nunca será meu pai, seu monstro! — eu disse olhando em seus olhos.
— Você vai aprender porra!
Ele pegou o sinto que havia ali e acertou parte dele na minha costa. Como um covarde eu não reagi, apenas senti a dor dilacerar minha pele enquanto eu fraquejava diante daquele que me fez ser o que sou hoje.
— Desmond! — Anne levantou da cama e o empurrou para me defender. Mas ele a puxou pelo cabelo, socando sua barriga.
Eu não poderia deixar aquilo acontecer e mesmo que estivesse sob lágrimas, me intrometi naquele briga:
— Para! Larga ela! — Soquei sua costa, sabendo das consequências no fim mas já estava farto de tanta coisa. — Larga ela caralho!
— Seu muleque! — Sinto mais algumas pancadas fortes no meu corpo e parecia que toda a minha força se esgotava quando ele me batia daquela forma.
Talvez fosse loucura mas eu poderia pedir para ele fazer isso até me matar... Se a minha mãe não tivesse se intrometido para me defender.
— Chega! — ela implorou aos prantos. — Chega! Deixe o meu filho em paz!
— Nosso filho e você vai tomar no seu cu! — Ele tenta tirá-la de perto de mim.
— Des você não vai tocar mais nele! Não vai!
Como um covarde, eu chorei e corri para o meu quarto batendo a porta atrás de mim. Como um idiota eu os deixei discutindo e peguei um canivete para cortar meus pulsos, descontando tudo o que eu merecia sentir em mim.
Eu precisava ver o sangue para ter a certeza de que toda a minha covardia e irrelevância estava desaparecendo ali.
E se a dor me levar a morte, que me tire em um momento certeiro. Que me mate da pior forma possível.
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