79³
[...]
• Atualmente •
Natasha Torres
18:40h - da empresa ao hospital
Ter que lidar com as memórias, ter que lidar com os desapegos e acima de tudo ter que lidar com o facto que meu pai está realmente morto faz com que meu corpo se transforme em uma angústia sem fim.
Quem em dera ser jovem e te abraçar pela última vez, quem em dera que fosse o tempo certo para termos os nossos últimos momentos juntos, pois antes de dele morrer eu me afastei.....não por desejo, mas sim por obrigação. Eu jamais queria que as coisas tivessem sido assim.
Escrever esta carta sobretudo fez-me refletir que o passado sempre volta, as dores e o sofrimento enquanto escrevia forma de certa forma colocadas neste papel, mas as lágrimas que derramei essas já não as conseguia ter mais de volta. Eu sentia tanto a falta dele que nem mesmo que conseguia dizer ao certo como em sentia no meio de tudo isto.
Por fim me levantei, fui até á janela, coloquei minhas duas mãos apoiadas no armário e olhei pela janela. Minutos depois retornei o meu olhar para baixo e estava em frente a uma foto de meu pai comigo e com Vitor. Aquele momento foi o melhor da minha vida. Aquela sensação, aquele dia eu jamais esqueceria.
— Hermanita! — Vitor entrou. —Vou embora para casa, Rebecca deve já estar preocupada comigo, ficas bem?
— Claro vai.
— Está tudo bem? — veio ao meu encontro.
— Nada não. Vai, mas quem tem saudades não é ela, és tu! Arthur e ela estão bem.
— Aham, sei. Suponhamos que tenha acontecido algo eu tenho que saber, ela já não me telefona á duas horas.
— Chato! Vai, vai lá. Diz como a Emma está depois.
— Vez também te preocupas.
— Eu preocupo-me é se resolves pegar fogo á casa isso sim!!! — ri. —Vai! Fica bem. Cuidado com a estrada.
— Eu sei cuidar-me! Já sou pai. Bom... — beijou minha bochecha. —Eu vou indo. Fica bem hermanita!!!
— Eu fico seu chato! Diverte-te!.
Ele era um máximo. Ele era igualzinho a mim e ao nosso pai, sempre atencioso e preocupado......a meu ver Vitor também seria um excelente pai, ele era perfeito e contando com tudo o que está a acontecer ele conseguia ter o seu psicológico muito melhor que o meu devo admitir.
Para mim já passou a época de eu estar bem. Tantas perdas, tantos desgostos, tantas confusões que tanto a minha mente e meu coração já estavam em sintonia quando tudo piorava.
Me sentei por mais um pouco para trabalhar até que ouço a voz de S/n bastante preocupada. Me levantei e logo ela adentra na porta ofegante, para ela ter vindo algo tinha acontecido de bastante grave, não queria pensar no pior, mas quando ela veio até mim eu senti seu corpo desabar em tristeza.
— Ei! Querida, o que aconteceu vá relaxa. Me fala senta-te.
— Eu não posso. Eu não posso mamãe!
— O que se passa, vá diz-me.
— É a Patrícia! — meu mundo desabou. —Ela! Ah droga! Ela, meu Deus, como eu vou dizer isto. Ela.... está no hospital mamãe, o apartamento abaixo dela pegou fogo. Mamãe!!! Não quero que ela morra, ela não. — suas lágrimas partiam o meu coração.
— Vamos! Vamos já para o hospital. E os filhos dela?
— Eles! Ah droga! Eles iam sair em família e como sabes hoje Lopez tirou o dia para estar com eles e....e aconteceu isto. Mamãe.
— Calma! Vamos.
Eu estava desesperada, Patrícia era mais que uma amiga, era a minha confidente. Ela não podia morrer, eu simplesmente s desabaria se isso acontecesse e conhecendo Lopez ele iria atrás de meio mundo para descobrir o que aconteceu.
S/n estava branca, tremendo mais do que tudo agarrou-se na sua barriga. Ela tinha-me contado á dias que estava sentindo-se estranha e se ela estivesse de facto grávida tudo o que estava acontecendo pioraria bastante. Eu não queria que nada disso acontecesse.
— Mamãe!
— Sim querida.
— Eu fiz o teste! E.....e ele deu positivo. O que eu faço.
— Já contaste ao Pedri? — especulei algo. —Ele tem que saber....
— Contei quando acordamos ele ficou tão feliz e eu pedi-lhe para guardar segredo. Eu não quero colocar ninguém triste se algo acontecer. Eu não o quero perder mamãe.
— Não vais minha querida! Eu prometo. — acariciei sua cara. —Vamos nos tranquilizar tudo bem?
— Tá! Tudo bem!!!! — olhou pela janela.
Ela estava aterrorizada com tudo isto e com o que ela me contou agora as coisas podiam simplesmente piorar de um minuto para o outro. Ela sempre quis ser mãe, ela sempre quis ter filhos e dar irmãos ao Matheus e eu a percebia, não querer contar tão cedo que estava grávida era algo até natural.
Tudo poderia dar errado de um momento para o outro, nós não queríamos nada disso.
— Quantas semanas estás? — olhei para ela.
— Duas! Amanhã fará três, mamãe.
— Ei! Ei! Ei! Calma vá, tranquiliza-te um pouco vai.
...
19:30h - no hospital
Entramos no hospital e logo vimos todos á espera de notícias na sala de esperas. António está triste, ele e Patrícia sempre foram amigos, mas com o passar do tempo essa amizade virou apenas conhecidos. Não sei o que tinha acontecido, mas desde 2012 que me lembre ele nunca falou dela com tanta convicção.
Pedri abraçou S/n e logo a tirou para longe de todos. Ele sabia que ela precisava tranquilizar-se se não queria que nada acontecesse com o filho deles na barriga, Lopez estava simplesmente acabado. Ele ainda estava sentado desde a hora em que cheguei e as suas mãos estavam em volta da sua cabeça.
De alguma forma e o conhecendo ele devia estar a sentir-se culpado. Ninguém queria que nada disto estivesse a acontecer, mas com certeza isto foi algo maior do que possamos imaginar.
— Lopez! — me acerquei dele. —Ei! O que houve?
— Nós.....nós íamos sair em família durante a noite e eu e eles já tínhamos saído e estávamos no carro a ajeitar tudo quando Ava percebe cheiro de fumo, eu olhei para onde era o nosso apartamento e logo uma explosão foi gerada no apartamento abaixo, ele estava desabitado. Alguém queria que nós morremos Natasha! Alguém quer matar a minha família, eu sei que sim.
— Vai tudo ficar bem. Vem cá.
Nada estava bem, ninguém estava feliz. As horas iam passando e a cada minuto mais a aflição era maior. Daniel tinha-me dito que a levaram para a cirurgia pois o chão do apartamento onde ela estava tinha cedido e a morena caiu em baixo dos destroços. Talvez ela tivesse um osso ou até vários partidos.
Nestas horas só poderíamos esperar pelo pior.
— Família de Patrícia Vasques Lopez? — Thomas veio ter connosco.
— O que houve? O que ela tem?!
— Ela ficará bem! Teve algumas queimaduras, inalou algum fumo e teve apenas um braço partido. Ela caiu sobre ele na altura. De resto tudo ficará bem.
— Podemos ir vê-la? — Ariel falou. —Por favor.
— Claro! Venham.
Todos estavam ansiosos para a ver e certificar-se que ela estava bem depois do piro ter acontecido. Todos iam na frente até que puxei S/n para mim novamente, ela não estava bem e se a morena continuasse assim podia prejudicar-se, até mesmo ao seu filho.
— Eu estou bem mamãe. Sério! Eu prometo. Podemos ir agora?
— ....
Não queria admitir que de facto ela estava bastante mal, mas eu simplesmente aqui um escândalo quando ela me pediu segredo quando á sua gravidez. Apenas ela, Pedri, eu e Deus sabíamos o que ela carregava. A morena segurou a mão do moreno e logo entrou no quarto.
Isto não iria acabar nada bem.
António Torres
20:20h - no hospital
Eu estava extremamente aliviado por Patrícia encontrar-se bem. Não queria que nada lhe tivesse acontecido e eu ficaria bastante mal se ela morresse sem pelo menos nos voltarmos a falar como antigamente.
Tudo isto foi uma tragédia imensa, suspirei fundo e logo deixamos Lopez e seus filhos falarem. Eles precisavam mais do que nós neste momento ficar perto dela.
Nos aproximamos dela e logo observei que minha filha não estava bem, ela estava pálida e agarrada com sua mão na barriga embaixo da grande camisola que ela tinha vestida.
Não a quis incomodar com esse assunto pois neste momento todas as nossas atenções estavam retornadas para a morena que estava deitada na cama.
— Vai ficar tudo bem Patrícia! Podem ficar um tempo lá por casa sem problema.
— Não queremos incomodar chefe. Eu já tinha telefonado á minha mãe, ela iria receber-nos lá.
— A casa da tua mãe fica extremamente longe, não. Nós oferecemos a ajuda e além do mais Patrícia tem que receber ajuda.
— Podemos pensar sobre isso?
— Tem exatamente duas horas, trinta e cinco minutos e vinte segundos para pensar. Os vossos filhos tem que dormir.
— Torres!
— Que foi amorzinho, tudo vai ficar bem. Quem fez isto vai pagar caro!!!
— Pai! Posso falar com o senhor?
— Claro princesa. Vem vamos ali.
Ela queria esconder algo, ela estava receosa para falar comigo sobre esse assunto. Ela podia contar comigo, ela podia contar com o meu apoio para ultrapassar qualquer problema que ela tivesse a passar.
Se sentou na cadeira e logo me sentei perto dela. Coloquei minhas mãos cruzadas e logo a olhei, a sua voz estava a demorar a sair, talvez ela estivesse a pensar em como iria falar o que lhe estava a acontecer.
— Papai! — falou cabisbaixa. —Eu não quero que te emociones e muito menos ganhes expectativas.
— Expectativas? O que se passa princesa? — acariciei seu cabelo. —Ei! Podes falar comigo.
— Ah droga! Eu ando estranha é isso. Eu hoje fiz um teste de gravidez e ele deu positivo, contei ao Pedri e á mamãe e eles ficaram bastante felizes. Por favor! Não quero criar expectativas onde eu as possa perder.
— Que notícia maravilhosa! — a abracei. —Desculpa eu empolguei-me demais. Fico feliz amorzinho, sempre foi o teu maior sonho.
— Será que tudo vai sair bem desta vez?
— Porque dizes isso? Tens que ficar tranquila e neste primeiro mês tens que ficar calma, tens que relaxar. Vocês os dois agora precisam.
— Tranquilizar com tanto na minha mente é até impossível. — sorriu. —Vem vamos voltar, mas por favor......não contes a ninguém. Prometes?
— Claro que sim princesa. — a abracei e logo caminhamos para o quarto. —Quem aqui quer falar comigo também?! — entrei na brincadeira.
Todos riram, até mesmo Patrícia que tinha á pouco saído de uma cirurgia sorriu. Ela podia estar mal, todavia tinha sempre um momento para mostrar o seu melhor sorri e acarinhar as pessoas que mais amava.
Ela era especial para todos nós, sempre o foi e nunca deixará de o ser. A partir deste momento eu tinha que trabalhar comigo mesmo para eu e a morena voltarmos a no mínimo interagir mais, eu estava destroçado com tudo o que tinha acontecido......ela era praticamente uma irmã para mim.
— António agora não por favor. Patrícia tem que falar contigo.
— Fala! O que se passa? — fui até ela.
— Vamos deixá-los sozinhos. Venham!!! — Lopez ajudou Natasha a colocar todos fora do quarto.
— Passou-se algo que queiras contar-me?
Ela estava estranha e decidir falar comigo a sós depois de vários anos pegou-me bastante desprevenido. Ela remexia-se na cama, não sabia se era dor ou apenas a sua mente tentando reformular algo para que ela falasse comigo. Tudo isto era assustador!
— Eu sinto muito! Eu sinto muito mesmo por me ter afastado de ti, eu.....eu não queria que nada daquilo tivesse acontecido e a nossa amizade perdeu-se quando ausentei-me por um ano.
— O que estás a querer dizer com isso Patty? — ela sorriu.
Eu sempre chamei-lhe assim, bem......á mais de 26 anos que não me dirigia assim para ela, mas saber que ela se lembrou foi a minha melhor notícia. Desde que meu avô morreu em 1997 eu e ela nos primeiros três meses éramos inseparáveis, mas tudo mudou quando Núria apareceu novamente..........TUDO foi em 14 de junho de 1997.
— Podes falar!!!!!!
— Eu.....eu.....
— Patrícia amiga!! — Núria adentra no quarto sem autorização. —Está tudo bem? Fiquei a saber.
Núria a abraçou e a morena sentiu-se de alguma forma desconfortável, seu olhar estava a pedir para se libertar e algo me cheirava bastante mal no meio desta história toda pois Patrícia afastou-se quando Núria apareceu novamente em nossas vidas naquela época.
— Ela tinha algo a falar-me Núria!! — eu estava incrédulo. —Podemos?
— Pode ser amanhã não é Patrícia?
— Pode.....pode sim. Preciso de descansar.
Patrícia retornou o seu corpo para o lado da janela e logo Lopez e seus filhos entraram novamente no quarto, levei Núria para fora e neste momento eu queria a resposta mais plausível pela sua parte.
O que ela fez foi extremamente ERRADO e como não tinha ninguém perto da porta ela entrou mesmo sem ser autorizada.
— Vais me contar o que te deu na cabeça ou vais sair daqui agora?
— Agora não posso visitar amigas que tiveram acidentes A.n.t.ó.n.i.o??????
— Não me testes a paciência Núria!
— Papai. — S/n abraçou-me. —Por favor vamos parar.
Merda! Eu não podia discutir em hipótese alguma, minha filha estava grávida e eu não a podia estressar. Suspirei fundo e logo me sentei na cadeira perto de Natasha, Núria veio atrás de mim.
— Agora não queres falar?
— Vai embora!!!!! — Ferran se exaltou. —Nem que eu mesmo te tenha que colocar daqui para fora.
— Tudo bem! Tudo bem! Vocês ainda vão arrepender-se de me tratar assim.
— Acabaste? — é S/n. —Ótimo vai embora agora! — ela se encostou na parede. —Vai!
Todos neste momento tínhamos que nos tranquilizar. Núria conseguia irritar qualquer um sem o mínimo de esforço, sempre foi assim e acho que nunca iria mudar nunca.
Pedri foi ter com S/n e logo a levou para apanhar um pouco de ar. Eu acho que se exaltando e estando a poucas semanas de gestação fazia-lhe extremamente mal ainda mais quando tinha passado por um acidente bem á pouco quando Zeus a deixou cair ao chão quando voltava do treino.
Droga! Eu detestava ver os meus filhos a sofrer.
💄💋⚽️
S/n Torres
22:00h - de volta casa
Estávamos fora do hospital. Pedri estava tentando de certa forma acalmar-me ainda mais depois de minha mãe aparecer, ela simplesmente amava testar a paciência de todas as pessoas em seu redor. Era impossível construir uma conversa com ela. Era DESTRUTIVO isso.
— Vá relaxa! Ela já saiu.
— Eu estou bem.
— Aham! Sei. Eu conheço-te tão bem princesa. Vá relaxa.
— Pedri! Não comeces vai. — fiz cara de emburrada e logo me encostei no carro. —Quero o Matheus quero o meu bebé comigo.
— E eu? Eu também sou um bebé.
— Vai chorar agora é? — ri da sua cara. —Não fiques assim és o meu bebé número dois!
— Dois?! Tudo bem eu aceito isso. Agora vamos para casa.
— Tenho que me despedir seu chato!
— Aqui! Pega telefona para o teu pai e diz que sua vamos.
— És mesmo impossível Pedri Gonzalez Lopez Torres.
— Não!..........eu sou o amor da tua vida. — beijou minha bochecha. —Agora se a senhorita me da licença entre em seus carruagem.
— Ai ai ai! Pedir assim mimas-me demais!
— Eu amo.
O moreno era um amor de marido, um amor de pessoa, um excelente pai, um excelente amigo, um excelente irmão e um excelente filho. Ele todos os dias estava disposto a ver-me sorrir eu acho que essa era a meta do seu dia quando acordava e eu amava demais a boa disposição dele pois não havia um dia sequer que ele não acordasse e começasse a cantar.
Bom....ele não servia para cantor, mas a música que ele sempre cantava até eu já tinha decorado.
I wanna know would you stick around?
If I got locked away And we lost it all today
Tell me honestly,
would you still love me the same?
If I showed you my flaws
If I couldn't be strong
Tell me honestly,
would you still love me
the same?
...
Pedri tinha avisado que iríamos embora. Eu não estava bem e ele entendia-me tão bem que simplesmente o moreno não queria prejudicar-me ainda mais tanto a mim como ao bebé. Isso seria doloroso para os dois.
Estávamos a caminho de casa e já havíamos ido buscar Matheus á casa da Ella e do Mason. O pequeno amava demais ficar lá ainda mais com Levi pro perto, o grande tio de Lexus era bastante comunicativo com ele.
Quando Matheus entrou no carro sendo colocado pelo pai eu o olhei e agarrei minha barriga. Ele ficaria tão animado quando soubesse da notícia que teria um irmão que simplesmente mataria-me por dentro se algo me acontecesse. Matheus foi sem dúvida o um anjo na vida, foi a primeira tentativa tanto minha como do Pedri na qual nenhum de nós se arrepende claro.
Eu estava exausta. Minhas pernas doíam, minhas costas doíam e minha cabeça estava simplesmente pedindo socorro para descansar. Eu necessitava demais isso, eu precisava isso mais do que qualquer coisa neste momento esse repouso divino.
— Chegamos! — Pedri falou. —Ei! Está tudo bem?
— Tudo. — olhei pelo retrovisor e Matheus estava dormindo. —Eu tenho medo e se não der certo. Na primeira deu, na primeira conseguimos, mas e agora?
— Oh princesa. Não faças isso contigo se começares a fazer isso contigo mesma as coisas irão correr mal. Confia em mim, vai tudo sair bem. Eu prometo. — murmurou. —Agora vem! Vamos descansar.
— Sim!
Arrumei minha bolsa e logo peguei em Matheus. Ele era perfeito, fiz carinho em sua cara e logo o pequeno ajeitou-se mais um pouco em meu colo. Coloquei a bolsa na cadeira da sala e subi escadas acima onde acabei por colocar Matheus no berço em seu quarto.
Pedri ainda havia ficado a ajeitar o carro na garagem.
— Mamã? — falou com a sua voz sonolenta. —Mamã ti amo.
— Oh amorzinho! Eu também te amo. Mamãe ama o papai e ama-te a ti. Agora vá descansa. Amanhã temos que acordar cedo.
— Dorme bem filho! —Pedri apareceu no quarto. —Dorme com Deus. — deu um beijo nele.
Ausentei-me do quarto e esperei para que Pedri saísse para assim acabar a encostando. Segui meu caminho para o quarto e o moreno se surpreendeu com a minha falta de presença perto dele.
Eu não sabia o que se passava comigo de facto, algo não estava bem e o meu is rindo me dizia que havia algo mais para além de uma gravidez programada dentro de mim. Eu teria que descobrir o quanto antes, mas primeiro tinha que dormir. Eu estava acabada.
Troquei de roupa e logo coloquei o meu pijama mais fresco, fui na frente do espelho puxei a camisola um pouco para cima de minha barriga e logo a comecei a observar. Fiz carinho e logo Pedri entra no quarto, ele sabia o quão isto fazia feliz estar conectar com o bebé desta forma.
— Estas bem mesmo? — abraçou-me por trás. —Estas muito estranha!
— Está tudo bem....eu estou bem, o bebé está bem todos estamos bem. Não é isso que importa? — o olhei confusa. —Vá Pedri não comeces com isso.
Saiu de perto de mim e logo entrou na casa de banho, ele de alguma forma gostava que eu o tratasse desta forma ainda mais ocultando algo relacionado comigo, mas eu não estava. Eu apenas estava com tantos assuntos ainda para resolver na minha cabeça que era até impossível raciocinar direito.
Fui buscar água ao corredor e logo voltei para o quarto. Pedri já estava ajeitando a cama para dormir, com tanta coisa a acontecer neste dia nem para parar para assistir a nossa série favorita teríamos tempo. Apenas queríamos dormir.
Bebi um gole e logo me deitei.
— Amore!
— Sim?
— Eu estava pensando em comprar body's iguais que tal?
— Não achas muito cedo? Como eu disse, temos que esperar dois meses no mínimo Pepi.
— Tudo bem. Eu espero. Eu farei isso pro vocês. — me beijou. —Ate amanhã princesa.
— Até amanhã Pepi! Até amanhã.
Apaguei as luzes e havia sempre uma luz que não se apagava em casa, era a do corredor ainda mais por Matheus e mesmo ele tendo luz de presença ele ainda ficava receoso de que ninguém estivesse em casa com ele. Era mais uma segurança para o seu psicológico.
Retornei o meu corpo para a porta, suspirei e logo fechei os olhos acabando assim por passados cinco minutos adormecer.
António Torres
23:45h - em casa
Enfim chegamos a casa. Todos já estavam a dormir e isso era bastante bom, assim não era preciso dar justificativas algumas de onde tínhamos ido. Subi as escadas e Natasha ainda havia ficado na sala a atender um telefonema que havia recebido.
Entrei no quarto de Emma e a pequena dormia profundamente com Thor perto do berço. O garoto tinha um amor incondicional pela pequena e isso era de certa forma bastante bom tanto para ele como para ele.
Dei um beijo em sua testa e logo sai do quarto. Natasha estava vindo e logo acariciei sua cara dando por fim um pequeno e suave beijo em sua testa.
— O que foi desta vez Torres?
— Nada. Apenas gosto de te beijar.
— Aham! Engana-me que eu gosto. Sai, deixa-me ver a minha filha.
— Vou indo para o quarto amorzinho! Eu ficarei bem sim.
— Seu chato!!!!!!!
— Tu amas-me muito eu sei que sim.
Eu amava irritá-la e mesmo depois de tudo o que aconteceu hoje eu não poderia deixar de lhe dizer a mulher guerreira que ela tem sido todo este tempo. Coloquei a sua bolsa no cima do cabide porém um papel caí dele, ele tinha marca de lágrimas em cima dela.
Abri e era simplesmente uma carta que a morena havia feito para seu pai. Logo ela entrou e escondi atrás de mim o papel. Ela desconfiou, porém nada disso sobre o assunto. O arrumei na bolsa novamente e logo me sentei na cama novamente.
— O que tu fizeste desta vez? — se inclinou para a porta.
— Eu?! Nada.
— Aham! Sei. Me fala logo António Oliveira Torres.
— É que..... — cocei a cabeça. —Bom....eu estava pendurando a tua bolsa e sem querer caiu um papel, eu juro, eu não queria ter olhado, mas sabes muito bem que eu sou curioso e não resisti.
— Já entendi tudo, viste a carta não foi?
— É! Foi isso mesmo amorzinho. — a puxei para mim. —Me perdoa. Eu não queria!!!!
— Tudo bem. Agora vamos nos trocar e dormir como todos os outros.
— Eu não tenho sono. — ri. —Não! Não! Não!
— Torres o quê?!
— Eu tenho sim. Sua chata.
— Tu amas-me. — me beijou e logo saiu do closet. —Nem venhas.
Nós amávamos imenso nos provocar um ao outro e vendo por outro prisma isso era uma forma de dizer que a nossa relação estava indo bem e sem mais discórdias. Eu amava estes momentos com ela e quando ambos tivemos chateados um com o outro, foi, bom....foi simplesmente o fim do mundo. Isso era catastrófico.
...
08:20h - no quintal de casa
Eu havia madrugado!
Eu estava bastante animado hoje. Iria ver Patrícia ao hospital pela tarde, mas antes assuntos do clube tinham que ser resolvidos. Eu já havia acomulados imensos ainda mais documentos que já deviam ter sido assinados á semanas.
Quando sai do quarto Natasha também havia acordado, por isso não demoraria muito para ela cá estar. A ontem pela noite notei que Arthur não acordou em nenhum momento o que assustou Vitor que me perguntou se isso era normal, não tinha resposta para ele, mas com toda a certeza sua irmã terá em relação a esse assunto.
— Bom dia cunhado! Como está? — Vitor apareceu no jardim perto da mesa. —Eu perguntei e ela disse que é normal pois ontem nós brincamos muito com ele.
— Não devias ter feito isso, ele ainda tem apenas dois meses.
— Ele sai ao pai! Concorde comigo pelo menos nisso já não basta ter a Rebecca me dizendo que ele puxou a cara dela.
— Nada direi sobre isso. Manter a minha boca calada neste assunto é a melhor coisa.
— Ah droga! Não tenho chances nenhumas.
— Quem sabe não tenhas agora.
Apontei para a porta e lá se encontravam a vir para cá Natasha, Emma, Rebecca e Arthur. O único rapaz no meio de mulher maravilhosas e lindas, nós tínhamos escolhido muito bem as nossas mulheres.
— Quando vais pedir hem? — sussurrei.
— Pedir o quê?
— Em casamento né seu lerdo! O que mais seria.
— Bom dia senhores. — Rebecca falou. —Escolheram muito bem o ambiente hoje.....está fazendo um sol maravilhoso.
— Temos ótimas ideias Becca deves admitir.
— Tu irmãozinho? — fala Natasha e todos rimos. —Acho que nenhum de vocês seria ninguém sem nós as duas para vos controlar isso sim.
— Ui essa aí doeu!
— Era preciso enterrar mais no fundo hem amorzinho?
— Somos perfeitas devem admitir.
Estes eram os momentos que nunca esqueceríamos. Logo vimos S/n e Matheus chegando ao quintal, ela não me tinha informado de absolutamente nada, porém eu sabia que ela amava fazer surpresas Deu um beijo em todos e logo sentou-se perto de mim com Matheus em seu colo.
O pequeno era bastante irrequieto devo admitir, sempre gostava de andar e não de estar parado. Acho que nesse aspecto ele saía ao Levi e pelo que eu sei quando ele tem oportunidade Matheus fica em casa da Ella e do Mason. Quanto mais habituar o pequeno com Levi pior ficará, eles eram assim.
— O que vão fazer hoje? — falou com um sorriso no rosto.
— Tenho trabalho a fazer no clube e mais tarde irei ver Patrícia.
— Secaaaaaaaaaa!
— O que foi? — Vitor questionou. —Aconteceu algo?!
— Patrícia teve um acidente, mas já já está melhor.
— Espero que sim. Mandem as melhoras pela nossa parte.
— Se eu conheço o teu cunhado favorito ele dirá as melhoras por metade do mundo! — Natasha estava comendo mirtilos. —Não é Torres?
— É! É exatamente isso.
Estes eram os momento que nunca morriam. Eu nem me limitei a questionar onde estava Pedri pois eu sabia que eles viajariam de avião para jogar as quartas de finais da Champions League. Eles este ano esforçaram-se imenso e eu sinto tão orgulho deles.
— Matheus! Porta bem sim. Thor, garoto toma conta dele sim, não o deixes perto da piscina. — era S/n.
— Vai Emma vai com ele! Brinquem muito. — Natasha colocou Emma no chão.
Não era fácil lidar com bebés, eles sempre queriam algo mais todos os dias e para nós era de certa forma difícil entender o que de verdade eles queriam e tinham em mente, mas eu confiava muito em Thor como babá canina. Ele era um doce com crianças.
— Estás melhor do teu pé princesa?
— Sim mamãe. Zeus não teve culpa! Além do mais terei que esperar mais quinze meses para voltar. Droga! Estava tão animada.
— Só por um pé? — Vitor desconfiou de algo.
— É pois é. Logo logo passa. Os ligamentos estão frágeis não queremos que aconteça algo pior.
— Tens razão filha. — falei após acabar de comer. —Como Vitor não percebe nada de competição de hipismo ele não pode falar sobre isso mais a fundo.
— Eu sei quem é a melhor pessoa nesse concurso mas nada direi!
— Fiquei sentida aqui Vitor.
— Não fiques. És tu mesmo S/n! Teu bisavô Matheus ficaria orgulhoso.
Natasha deu-lhe um tapa nas costas. Ela talvez ainda pensasse que isso de alguma forma me colocaria numa tristeza profunda, porém eu lutei todos os dias para me manter firme quando o assunto era falar do meu avô. Eu de alguma forma depois de tudo consegui me libertar da mágoa que ainda existia em mim.
— Desculpem! Não foi minha intenção.
— Está tudo bem, sério. Não tem problema.
Natasha reprovou minha cara. Ela ficou confusa pois eu nunca lhe tinha dito que havia melhorada sobre esse aspeto, mas digamos que ainda estava trabalhando para isso aos poucos.
Agora eu tinha SONHOS SELVAGENS!!
— Talvez leve Matheus na empresa e depois compramos algo para ele.
— Que ótima notícia princesa.
— Emma não pequena! — Natasha saiu desesperada. —Isso não se faz. Pede desculpa vá.
— Desculpa.
— Tudo bem mamãe. Matheus também não para quieto quer sempre os brinquedos para ele e meu pai ensinou-o mal não foi paizinho? — S/n era irónica num nível que eu desconhecia.
— Eu? Que calúnia! Não faço nada apenas me divirto com eles.
— Aham! Sabemos.
Nada melhor do que a família nestes momentos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro