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Natasha Torres
13:30h - no tribunal
António me magoou e magoou consequentemente o amor restante que existia junto dele. O moreno queria apenas saber de provar para si mesmo que conseguia vencer isto sozinho, mas o que de facto ele não sabe é que todos nós, todas as pessoas precisam de alguém que lhes dê apoio, que as ampare.
António não queria isso! Ele apenas se limitava a machucar e a machucar mais os meus sentimentos fazendo tudo o que não era para fazer. Eu já o tinha avisado que se ele quisesse provar que ainda me merecia tinha que me provar......ele não estava fazendo isso e eu nenhum momento ele pensou em tal coisa.
Já estava na hora de entrar para a sala de audiências, mas com tantas coisas amontoadas em cima do juiz acho que ele precisaria de mais alguns minutos. Ninguém de facto facilitou lá dentro para a decisão final, ninguém quis saber de absolutamente mais nada.
— Pegue mãe! Fui de relâmpago buscar um chá para a senhora. Eu sei, eu sei que não gosta mas tente por favor. — Ferran super gentil se agachou perante mim. —Por favor!! — acrescentou acariciando meu cabelo.
— É hermanita, ele tem razão tens que estar bem.
— Bem? Que bem Vitor? Que bem pessoal? Ele não quis saber de nada disso.
— É, nós sabemos, mas pelo menos faz isso por nós. Por favor!!
— Tudo bem. Tudo bem.
Eles tentavam ser os mais compreensivos comigo. Eu não merecia todo este amor, eu jamais mereci, mas ver que eu consegui mostrar-lhes outra perspectiva do amor de mãe era algo surrealista. Eles me amavam e eu amava eles, não havia diferença de cor ou de idade quando se comparava ou até se equiparava ao amor de mãe.
— És a nossa mãe e sempre serás!
— Nada nem ninguém mudará isso. — completa S/n.
— Meninos! Vitor! Podem me dar um minuto com ela por favor?
— Claro vovô! Estaremos próximos. Qualquer coisa só chamar.
— Obrigada.
Duarte sempre gentil se sentou perto de mim e logo lhe ofereci o meu chá. Eu não ia beber e Ferran estava par disso e mesmo insistindo eu jamais consumiria um chá. Houve uma época que eu gostei mais de chá, mas agora isso mudou completamente.
— Duarte eu sinto muito que tenha que passar por isso, eu não quero de alguma forma atrapalhar a sua família com os meus desgostos.
— Nossa família querida. — Olhou para mim. —Nossa! Ninguém pode mudar isso, não mais.
— Eu sei, eu sei que não devia sentir ciúmes pois em 2002 eu nem o conheci, mas simplesmente é inevitável eu já havia comentado com a S/n acerca disso e ela...
— E ela afirmou que é natural pois tu o amas e só queres que ele seja feliz! É minha neta pode ter muitas qualidades e defeitos, todavia ela sempre diz a verdade. S/n é aquele tipo de mulher que equiparada á sua avó praticamente eram idênticas, já se formos mais para trás quando se trata de habilidades é ao seu bisavô Matheus.
— Ela sente imensa falta dela....todos sentimos.
— É realmente sim minha querida. — olhou para mim. —Mas agora. Agora nós vamos limpar essas lágrimas, respirar fundo e ir para a beira deles e não nos abalar mais....fazes isso por mim?! Por eles?!!
— Claro!
Liberei um pequeno sorriso.
Me tranquilizei e instantes depois fomos novamente todos chamados para a sala de audiências. Meu corpo ficou novamente pesado e uma carga em meus ombros foi colocada no mesmo instante que os olhos de António tocaram os meus.
Porque razão o amor era de tal forma complicado que mesmo eu estando com raiva eu o amava. Eu amava aquele homem, foi com ele que eu passei os meus melhores momentos e foi com ele que minha vida toda mudou. Sem ele....hoje não estaria aqui e vivendo ainda pesadelos á custa de outros homens.
O juiz veio e logo nos levantamos por breves instantes. S/n estava perto de mim a meu lado direito fazendo carinho em meu cabelo e meu irmão a meu lado esquerdo me agarrando na mão, talvez me tranquilizando para a hora da sentença final.
Eu nestes últimos dias pensei que António chegasse a este dia e fosse diferente e não estivesse corroído pelo seu ódio que existia ainda daquela época. Bom....não vou mentir, naquela época, na época em que o conheci ele era lindo....sempre o foi e jamais deixaria de ser até hoje em seus olhos vagos de ódio eu vejo o quão lindo ele demonstra ser em seu interior.
Ninguém era indiferente, dois anos antes ninguém aqui jamais pensaria estaríamos aqui. Ninguém imaginou isso e digamos que a velha eu também não imaginava.
— O segundo tempo e final dará início neste exato momento. Já tenho aqui como proferido o resultado desta audiência. Senhor Torres! Senhor Montenegro querem dizer algumas palavras finais?
— Eu quero!
António estava completamente a leste do que havia sido prometido em casa no dia anterior. Ele não devia dizer uma única palavra, porém ir contras as palavras de Samuel era uma das qualidades dele neste momento.
— Prossiga!
— Sei que já possa ter errado no passado! Poderei ter errado no presente mesmo com pessoas que me querem bem, mas de uma coisa eu tenho a certeza enquanto eu não provar a minha inocência pode aquele papel o que disser tu jamais serás meu filho!
— Isso tornou-se uma ameaça pai? Cuidado, estamos num tribunal.
— Eu? Jamais meu caro.
— Ótimo! Palavras trocadas, poderei prosseguir com a leitura!
Assentiram com cabeça e o juiz começou a proferir suas palavras. Cada palavra, cada linha, cada parágrafo cortava-me cada vez mais e mais. Eu estava acabada.
— ...bom perante todas as provas apresentadas e após ouvidas todas as testemunhas, advogados e intervenientes declaro.....António Oliveira Torres a pagar uma caução de 52.718.40€ de pensão alimentícia ao seu filho Sebastian Montenegro que a partir deste momento ficará com o sobrenome de seu pai em seu nome.
— Não! Não!
— Se a pensão alimentícia não foi paga o senhor, senhor Torres será sujeito a ir um ano de prisão por seus atos. Dou como terminada esta sessão.
— Tudo bem mamãe? — S/n me perguntou. —Ei!
Meu mundo caiu. António simples desabou colocando suas mãos sobre sua face, apertei instantaneamente a mão de meu irmão e S/n tranquilizava de certa forma seu irmão no banco da frente. Duarte não estava bem, sua respiração havia aumentado e pedi para que Vitor fizesse sinal a Thomas para o ver.
— É mentira! Ele não é. — Gavi falou. —Senhor meritíssimo por favor.
— Jovem está sessão está terminada. Não mais tenho a declarar, um bom dia para todos vocês.
— Vovô! Ei vovô!! — todos estávamos cercando Duarte. —Ei! Respire fundo, por favor. Vovô!!
— Vês o que causaste com este espetáculo pai? Vais matar o meu avô.
— Eu não ouvi, ouvi? — ouvi de relance Gabi falando com Ferran. —Eu ouvi não foi?
— Olha só! Sai daqui antes que eu...
— Antes que tu o quê? Hem me diz? Tens medo é Ferran.
Tudo isto estava ser levado para um rumo sem fim, Thomas já tinha levado com a ajuda dos meninos Duarte para fora da sala e António tentava de alguma forma tranquilizar os rapazes que continuavam querendo fazer uma discussão dentro da sala de audiências.
Talvez eu tenha entendido onde António queria chegar com isto, ou talvez até não.
— Eu não tenho medo de ti e das histórias que inventas para extorquir dinheiro ás outras pessoas, mas te garanto que enquanto eu estiver aqui jamais a receberás um dinheiro da família e acima de tudo do meu pai.
— Teu pai? Nosso pai ou agora esqueceste-te que sou teu irmão?
Ferran não aguentou a mágoa e a raiva que havia dentro de si naquele móvel to e lhe aceitou com um soco na face, Gavi fez a mesma coisa porém em no outro lado.
Os tentamos acalmar. Impossível! Tudo aquilo demonstrava ainda mais a qualidade que todos tínhamos de não nos tranquilizar até de um simples momento e de um simples bicho.
— Polícia! Agressão! Polícia agressão. — riu sarcasticamente para eles.
— Venham agora! — S/n veio ter connosco. —Vovô está pior.
— O quê?
E num minuto para o outro correndo contra o tempo já víamos Duarte a ser levado para o hospital dentro do carro de Thomas, apenas entramos em nossos respetivos carros e seguimos o moreno até ao hospital privado.
Ninguém aqui queria que isto acontecesse. Eu apenas queria preencher o meu vazio, a mágoa que sentia era dolorosa demais.
...
15:13h - no hospital
Duarte estava a ser examinado desde o momento que aqui entramos. Eu não queria olhar para António neste momento, falar era das últimas coisas que eu faria hoje com ele. Isto já havia acontecido antes.....agora, agora não iria correr o mesmo erro.
Ele se acertava a mim e instantemente ia para perto das meninas. Ella, Gabi e Sira já tinham ido para casa ver como as meninas estavam. Mason e Ansu tinham feito o mesmo. Quanto mais pessoas aqui ficassem pior seria para todos nós.
— Hermanita! — Vitor limpou minha cara. - Vou ter que ir indo, tenho que ver como Rebecca e Emma estão lá, mas qualquer mudança me avisa por favor.
— Tudo bem.
— Eu não queria ir! Eu juro, mas sabes como é.
— Eu sei! Não tem problema sério, podes ir irmãozinho.
— Mesmo? Não quero que fiques chateada comigo.
— Ela não fica! Vitor ela fica bem connosco, além do mais quando chegares dá notícias sobre o Matheus e a Soso também
— Claro S/n! Bem até mais.
— Até!
Me despedi uma última vez de meu irmão e o vi ficando cada vez mais e mais longe. Ele amava a família, ele estava disposto a dar a sua vida por nós, isso era gratificante.
Fiquei mais um tempo com elas e logo fui na máquina de venda automática buscar um café para tomar, eu sabia que estes cafés eram os melhores. Glória fazia um excelente em colocar a melhor qualidade para todos os pacientes e profissionais de saúde.
Enfim consegui relaxar meus ombros. Bufei e logo o café foi tirado, mas no momento que me virei estava António bem atrás de mim me assustou fazendo com que um pedaço de café fosse derramado no chão.
— O que queres aqui?
— Me resolver contigo!
— Perdeste a oportunidade de tal feito. Perdeste essa oportunidade quando agiste com imprudência e pensaste apenas em ti e não nas pessoas que estavam ao teu redor. Não quiseste saber de ninguém quando dizias aquelas horríveis palavras e ainda o confrontavas mostrando assim que ele era teu filho perante o juiz.
— Natasha!
— Natasha absolutamente nada António! Acabou. Está palhaçada terminada aqui e agora. Perdeste a tua chance de resolver as coisas....às vezes eu paro e penso que ainda existem pessoas fazendo de tudo para desistirem delas, tu, aliás, és uma dessas pessoas pois estás a fazer com que meu amor por ti morra.
— Não! — lágrimas vieram a seus olhos. —Amorzinho!
— Amorzinho? — ri ironicamente. —António, chega. Chega de tudo.
— Mamãe! Papai! — Ferran apareceu. —Os médicos, eles estão a vir com o vovô! Venham.
Uma notícia maravilhosa pra variar pois falar com António neste momento foi absolutamente uma enorme perda de tempo. Meu tempo com ele havia-se esgotado no mesmo instante em que ele apenas quis saber de si.
Me abraçando o moreno estava feliz, o que significava que Duarte também o estava. Foi levado para um quarto e logo os médicos nos informaram o que de facto lhe havia sucedido. Com tanta pressão e novidades em sua vida Duarte acabou por ter um enfarte do miocárdio, ele iria ficar melhor mas por percussão iria ficar aqui por mais algumas horas.
Nós tínhamos causado isto nele, nossas imprudências causaram tudo isto.
Talvez eu seja o problema.
— Tudo bem sogro? O pior já passou.
— Papai! — António adentra no quarto. —Tudo bem com o senhor, por favor diga que sim.
— Ele está bem. — S/n lhe responde rispidamente. —Ele vai ficar bem.
— Provavelmente durante a noite o senhor já saía daqui vovô! Fique tranquilo.
Ninguém queria responder a António de forma contínua ou até repetitiva. Todos estávamos zangados com ele, bom....não era par menos o que ele causou podia ter sido muito mais tranquilo e pacífico se ele não fosse tão cabeça dura como sempre foi. Ele tinha que mudar.
— Eu estou bem! Só foi um mal estar tudo vai ficar bem.
— Vovô!
— Não precisam ficar aqui! Podem ir indo, vocês tem os vossos filhos, as vossas famílias eu fico bem. Thomas e Glória tomaram conta de mim e logo irei embora junto deles.
— Nós! Vovô, não nos peça isso.
— Eu fico bem meninos, sério. Confiem em mim não me zangarei por irem.....eu compreendo a vossa preocupação com as crianças e os animais! Podem ir, ficarei bem...além do mais com a comida maravilhosa que acabou de chegar.
— Nem um pouco irónico não é pai? — Glória lhe respondeu.
— Eu fico com o senhor, pelo menos é o mínimo que poderei fazer.
— António!
— Pai por favor.
— Tudo bem.
Ele tinha coração virtuoso, mas sua mente ainda estava irreversivelmente fora de ritmo. Suas ações eram genuínas e mostrava o quão queria mudar, mas ele lutar pelo meu amor com ele era de certa forma algo difícil ainda para o moreno.
💄💋⚽️
Natasha Torres
17:20h - em casa
A partir deste momento todos nós estávamos vivendo a chamada BOMBA RELÓGIO, qualquer um de nós podia simplesmente se zangar e até explodir com as pessoas que menos queria.
Já estava á uns trinta minutos sentada da mesa da sala de jantar enquanto os via a todos com seus filhos. Para eles a família era todos, cresceram separados e não queriam que a mesma coisa acontecesse com os filhos.
Me levantei em uma tentativa frustada e fui para o meu antigo quarto fazer o restante das minhas malas. As de Emma já estavam todas feitas pois quando estava em tribunal havia avisado a Rebecca para o fazer, ela era magnífica, ela era o meu ombro direito.
Entrar neste quarto novamente trazia-me imensas recordações, recordações essas que com o tempo iriam acabar por desaparecer. Sempre fui grata a todos pela chance que me deram em me integrar na família, todos tentavam por tudo aguentar que eu ficasse, todavia cheguei á conclusão que aqui eu já não mais faço nada.
Estava no closet a organizar as minhas calças quando ouvi passos dentro do quarto, não era uma das crianças pois elas viriam a correr. Parei por um pouco tentando captar algum reconhecimento na maneira de andar até que Hannah entra.
— Tudo bem tia? Porque faz mas malas? — Hannah se aproximou de mim e desabei completamente. —Tia por favor não faça isso, por favor pense em nós, na S/n e no Ferran principalmente.
— Eu pensei! Eu juro que pensei imenso se fazia ou não tal coisa. Hannah por favor eu apenas preciso de uns dias para pensar e processar e se vierem atrás de mim isso não será possível.
Hannah desabou, foi a vez dela. Eles me amavam tanto, eu mudei a visão deles em todos os aspetos especialmente dos primos dela. Eu realmente doí-me imenso fazer-lhes isto, mas nada que três dias para tentar entender.
António foi um imprudente e agora todos estávamos assim por sua causa.
— Tia!
— Hannah? Natasha? — a voz de Gavi foi ouvida. —Á estão aqui! S/N ESTÃO AQUI NO CLOSET!!
— Enfim as encontramos. — com um sorriso no rosto logo morreu quando viu as malas. —O que! O que se passa aqui?
— A tia! Ela vai ficar um tempo longe pelas asneiras do tio. DROGA.
Gavi abraçou-se a Hannah tentando a acalmar, S/n veio ter comigo e com toda a gentileza enxaguou as minhas lágrimas e acarinhou o meu cabelo, talvez numa rematava frustada até entender que isto seria sim o certo.
— Não faça isso mãe por favor.
— Minha escolha já foi feita amorzinho, mas em nenhuma circunstância e em nenhum momento deixarei de vos amar. Jamais eu farei isso eu prometo! Mas por favor, não venham me procurar por favor.
— Meu pai vai ouvir das boas quando chegar. Droga!!!!
— S/n, não quero que te zangas com o teu pai por minha causa por favor.
— Como não tia? Foi ele que causou tudo isto. Irá também ouvir de mim quer queira quer não.
— Meninas. — as sentei nas poltronas e logo me agachei perante elas. —Escutem! Tudo na vida tem um propósito, o propósito para este ano foi este e se não for para ser até aos fins dos meus dias com António é agora.
Eu sinto muito! Sinto muito que isto doa a todos especialmente na S/n e no Ferran, mas neste momento não consigo pensar em mais nada do que me ausentar por alguns dias de todos. Eu precisava de me restabelecer comigo mesmo.
— Cheguei a uma conclusão. Não vou de férias, eu e Pedri vamos desamarrar tudo eu já tinha adiantado a conversa com ele se tudo isto apertasse ficávamos aqui a dar apoio á família.
— E eu o casamento né Pablo?
— É! Isso mesmo. — ri em desespero.
— Meninas não se prejudiquem pelas asneiras que eu e o vosso pai arranjamos. Vocês vão e ponto final! S/n já querias ir a Acapulco á bastante tempo com eles e vais e tu Hannah vais-te casar vais e eu vou ao casamento. Eu quero que vocês sejam felizes.
— Felizes? Que bela felicidade. — limpa as suas lágrimas S/n.
— Meninas.
— Gente! Thomas avisou que daqui a uma hora eles estão cá. Se preparem venham. — Mason apareceu. —O que aconteceu aqui?
— Nada Mason! Só desgraças, vem vamos para baixo vamos deixar aqui as mulheres eu te explico no caminho.
Gavi mesmo com seu temperamento forte era um amor de pessoa, sempre disposto a tentar ajudar e a entender para resolver as coisas. Ele era perfeito e desde que o conheci vi que ele tinha um enorme futuro.
S/n e Hannah ajudaram-me a arrumar o restante das malas e já nada mais existia no meu lado do closet. Ajudaram-me também a descer com as malas e todos ficaram surpreendidos, me despedi de todos e Emma já dormia. Foi melhor para ela não ter que sentir tudo isto.
— Tia! Onde vai com essas malas?
— Vou embora gente, não para longe fiquei tranquilos. Não sairei do país fiquem tranquilos, mas por favor não me procurem tudo bem?
— Foi por hoje mais cedo? — Isa tentou especular algo.
— Acho que sim amiga. — Ella lhe tentou dar uma resposta.
— Exato meninas, só por alguns dias pelo menos, mas não se preocupem se precisarem de mim falem com Vitor ou Rebecca e ela me avisam. Nestes dias não estarei com o telemóvel tudo bem?
— Claro mamãe. — Ferran veio ter comigo. —Nós vamos nos esforçar para não nos matar uns aos outros pois é a senhora que nos controla!!
— Que mentira. — Mason tentou se defender. —Não somos assim.
— Nem um pouco conviventes vocês. — tiraram um sorriso da minha boca. —Fiquem bem meus amores.
Abracei a todos e cada abraço era um corte diferente em meu coração. Me despedir de Levi e de Ella foi o meu colapso, eles eram como filhos eles foram e sempre serão como filhos. Sophia estava ainda tentando entender tudo e num último suspiro me abraça numa tentativa desesperada de solidão e tristeza que se abateu sobre ela.
Eu sentiria falta deles! Dos seus sorrisos e das suas piadas.
S/n Torres
18:10h - na casa de meu pai à minha casa
Tudo o que vocês possam imaginar de pior eu estava sentir neste exato momento, olhar para trás e ver as memórias bonitas e felizes que tive na infância foram por água abaixo, tudo neste dia foi horrível. Minha mãe, Natasha iria se afastar e consecutivamente nos deixar ainda mais soltos em nossos pensamentos horríveis.
Meu pai apenas viu o seu lado hoje e nem pensou o quão mal isso nos afetou ainda mais ao meu avô. Neste momento tudo o que eu menos queria era ir para Acapulco de férias daqui a uma semana e dois dias. Tudo estava desmontando e lá eu e Pedri não poderíamos fazer absolutamente nada.
— Pepi! — apareci da cozinha. —Podemos falar! A sós!!
— Claro. Tudo bem princesa?
Acariciou minha cara e nesse momento lágrimas descerem pelo meu rosto, meu corpo estava acalmando aos poucos eu me sentia feliz e abençoada por teu um marido tão perfeito como ele.
— Tudo vai passar tem calma. Vá respira fundo e me conta, me conta no teu tempo!!
— Não podemos mais Pepi! Sinto muito, sei o quanto queríamos esta viagem mas....
— Eu compreendo princesa, mas falaste com a Natasha sobre isso o que ela falou?
— Para deixar a nossa tristeza de lado e seguir com a nossa felicidade e ir para Acapulco de viajem. Bem...por outras palavras ela disse isso.
O vi saindo de perto de mim e indo buscar um copo com água gelada para me acalmar, neste momento eu precisava mais disso do que qualquer outra coisa. É definitivamente eu precisava.
De relance vi Matheus engatinhando para a porta da cozinha com Thor a seu lado, o garoto era extremamente gentil e um doce com crianças. Ele era perfeito.
— Oi bebé! Mamãe te ama viu.
— Nós te amamos filho! — Pedri nos abraçou pro trás. —Somos uma família agora amor, mas se não quiseres ir eu compreendo a tua parte.
— Posso pensar?
— Claro! Claro que sim princesa, agora vem bebe essa água e vamos para a sala novamente. — Pedri pegou em Matheus.
Ele estava comigo até ao final! Sempre esteve e não seria agora e nem neste momento que ele me abandonaria e eu comprovei isso bem na minha frente pois ele podia dizer que estes problemas não eram nossos e não devíamos ser nós a resolvermos. Minha ALMA GÉMEA era tudo, Pedri era tudo.
Aparecemos na sala e logo um alarido se fez ouvir, as crianças já não estavam aqui. Talvez tivessem ido para o jardim pois quando Ella nos viu pegou em Matheus e nos levou para lá e levou Thor junto a ela.
— Ainda bem que chegaste pai! — acerquei-me a ele furiosa. —Belo serviço que o senhor arranjou, fez com que a mamãe se afastasse e que não queira agora que nós vamos ter com ela.
— O quê?
Pedri de todas as maneiras tentava-me acalmar.
— É! Ela se foi! Ela nos deixou pro tua culpa. Tua!!!!
— Não! Ela não faria isso.
— Tens mesmo a certeza?
— S/n acalma-te vai. — era Isa. —Amiga vai calma.
— Ela não é assim. Por favor me digam que é mentira.
— Mentira não é. — Sira lhe respondeu se sentando. —A tia foi porque sinceramente acho que neste estado e depois do que o senhor fez....
— O que eu fiz hem? Eu tentei me desculpar com ela, eu tentei, no hospital eu tentei. Lopez, Miguel, Enrique e Franco podem comprovar isso. Tu mesmo podes Ferran.
— Posso, mas pela cara que ela estava não me convenceu que desse em algum resultado a vossa conversa.
— Eu daqui a pouco vou dar em doido. Nosso quarto, sempre foi o nosso cantinho! Ela não faria isso.
— Vai ver com os teus próprios olhos vai! Já nada mais existe dela no quarto tudo por tua causa tudo porque tu não consegues manter a tua língua calada e simplesmente fazes as coisas sem pensar e dizes da boca para fora palavras que magoam as outras. Especialmente a ela.
E num momento para o outro meu pai me dá um estalo. Fiquei tão surpresa como todos lá dentro devo confessar....nunca imaginei que algo deste género fosse realmente acontecer.
Meu pai mudou muito desde o início deste ano, mas me magoar foi a gota de água para mim.
— António! — meu avô se irritou. —CHEGA.
— Tio!
— Irmão. — minha tia segura sua mão.
— Sai daqui! Sai daqui S/n. — era a vez de meu pai falar alto. —Não te quero ver na minha frente.
— Vai buscar o Matheus, Pedri! Vamos embora para nunca mais voltar.
Realmente as coisas mudaram. Peguei nas bolsas e no carrinho do pequeno e logo Gavi me travou antes de puder sair de casa.
Meu mundo tinha desabado no mesmo instante que me pai me bateu, meu pai, aquele que sempre teve um ombro carinhoso e palavras amorosas num impulso de fúria me deixou uma marca na minha cara que eu não mais esqueceria.
— S/n.
— Gavi deixa-me ir embora por favor. — eu estava desabando. —Amanhã talvez falamos.
— Mas...
— Gavi! Faz-me um favor fica com eles ajuda-os por favor. Faz isso por mim, não lhes deixes fazerem uma maluquice.
— Tudo! Tudo bem anjinho. Gavi te ama.
— Eu te amo estressado. — vi Pedri com Matheus. —Até Gavi.
...
Chegar a casa e simplesmente desabar mais ainda era o que eu queria fazer. Sai do carro e deixei que Pedri tirasse o pequeno, ele sabia perfeitamente que eu não estava com cabeça para nada neste momento.
Meu mundo ainda desabava em meu redor, fui para a sala e numa tentativa totalmente frustada me deitei no sofá, peguei numa almofada e tentei de alguma forma abafar os meus gritos interiores e desabafos doloridos.
O mundo movia rápido demais, eu jamais queria que minha mãe soubesse que meu pai me bateu. Seria desmente a gota de água para que o casamento deles simplesmente acabasse....eu não queria isso, eu, nós, todos nós queríamos resolver as coisas.
Tudo era DIFÍCIL!
— Princesa! — Pedri colocou Matheus no tapete interativo. —Oh meu amor não fiques assim. Ei! Ei! Ei!
Se agachou perante mim e no mesmo instante tirou a almofada da minha cara e continuamente fez carinho na minha face e cabelo.
Eu estava tentando ser forte.
— Como não! Pedri meu pai, meu pai me bateu. Ele nunca me fez isto mesmo quando eu discutia com ele.
— Eu sei, eu sei. Ei! Vamos ultrapassar isto. Vamos esquecer por favor amore não consigo de forma alguma ver-te assim. Faz isso por mim princesa.
— Agora não Pedri. — virei para o lado contrário de que ele estava.
— Vai!
Correu para as costas do sofá e com um sorriso no rosto tentava de alguma forma me fazer levantar e tentar viver a vida. IMPOSSÍVEL. Ele era o único que me levantava, ele era o único que me fazia mais viva.
— Eu vou te amar como um ídolos idiota ama
Vou-te pendurar num quadro bem do lado da minha cama
Eu espero enquanto você vive
Mas não esquece que a gente existe
Ele era um bobinho! Com o seu jeitinho ele conseguia me alegrar da maneira dele e o seu jeitinho carinhoso me fez levantar, o sorriso em seu olhar me fez o abraçar e simplesmente cada ferida que eu tinha estava sendo curado aos poucos.
— Eu vou te beijar como um idiota beija
Vou me preparar pro dia em que você já não me queria
Mas enquanto você não se cansa
Eu vou te amar como um idiota ama
(Uh, uh, la, la, la) — completei o trecho da música.
— Melhor princesa? Vamos aos pouquinhos tudo bem?
— Tudo! Tudo bem!!
Olhei para onde Matheus estava e Pedri num momento para o outro me abraçou pelas costas, Mavie e Cyrius estavam junto a ele e a pequena lambia levemente o rosto do pequeno enquanto ele mexia com o seu pelo.
— Vês! Matheus é lindo né.
— Pepi! Claro né, sai a mim.
— Engraçadinha sabias.
— Eu sei que sou.
Pro fim limpei minhas lágrimas.
[...]
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