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I'm free as a bird when
I'm flying in your cage
I'm diving in deep and
I'm riding with no brakes
And I'm bleeding your love when
you're swimming in my veins
You've got me now

• For You - Liam Payne e Rita Ora •
________________________________

Frase do Capítulo:
-Nunca pensei que podia te magoar tanto depois de tudo.

António Torres, 2019

💄💋⚽️

António Torres
16:05h - Algarve, Portugal

Férias era algo maravilhoso, já faltavam poucos dias para Natasha vir para aqui. Eu estava tão ansioso que nem conseguia raciocinar direito o quão bem ela me fazia, a morena conseguia mostrar-me o amor de diversas formas existentes.

Era fácil!

Estava com meu pai no jardim enquanto a S/n brincava com a sua avó e com Thor, eu amava tanto estes momentos. Ver que consegui fazer a família feliz mesmo depois de tudo o que aconteceu comigo e com a mãe deles era simplesmente um campeonato mais que ganho.

Só quem conviveu comigo nos dois anos após o divórcio sabe o que eu passei para ultrapassar tudo e mais um pouco, era doloroso para mim ter tido que lidar com os olhares e as conversas que tinham em relação ao meu antigo relacionamento, eu simplesmente não consiga mais viver como vivia e tive que procurar outro amor, Natasha foi uma luz na minha vida.

— Estou pensando em contratar a Veronika novamente, faz-nos falta mais um contabilista!

— A Veronika? — coço minha cabeça.

Eu não a queria na empresa ainda mais depois de descobrir que ela tinha um filho com a idade para ser meu filho, talvez ele tivesse nascido em setembro ou outubro de 2003. Meu medo só aumentava se isso fosse verdade.

— Algum problema? Não vejo qual, ela saiu já á 16 anos da empresa sem dar justificativa. Ela era uma ótima contabilista.

— Era! Pois era. — comecei a ficar nervoso.

— Está tudo bem mesmo António? Nunca te vi assim.

— Tudo pai, apenas não pensei que a chamasses depois de tanto tempo.

— Talvez ela até já tenha filhos e marido.

Filho ela sim tem, já marido isso eu não sei de nada. Medo que eu visse o rapaz e ele fosse parecido comigo, engoli em seco e olhei para elas novamente numa tentativa frustrada de controlar meus pensamentos.

Aquele dia, aquele ano, eu devia ter feito tudo diferente e agora estava a pagar pelos erros dos meus pecados, eu não me lembrava nada daquele dia. Lopez foi quem avisou minha mãe que eu estava num hotel no dia seguinte de manhã. O moreno fez o seu trabalho, ele não queria estar a incomodá-la na madrugada, não o julgo por isso.

— Quando pretendes falar com ela?

— Talvez amanhã! Provavelmente pedirei á Patrícia para telefonar para ela.

— Elas tem contacto? — questionei apenas por curiosidade.

— Sim porquê? Elas são amigas.

— Hum! Tudo bem, mas não me chames.

— Passa-se algo entre ti e ela que eu deva saber?!

Assim que ergueu a cabeça e seus olhos encontraram os meus foi como uma facada no peito, eu não conseguia esconder nada de ninguém e mais cedo ou mais tarde ele iria descobrir tudo, era difícil para mim até falar sobre este assunto.

Minha mãe logo entrou em casa e pedi permissão para meu pai para o deixar, eu sempre fazia isto. Ele era o chefe da família, era ele quem mandava.

Encontrei minha mãe na cozinha a preparar um lanche para todos e logo a ajudei, era difícil para mim falar sobre isto, porém apenas ela sabia a asneira que eu tinha feito.

— Mãe!

— Tudo bem? Parece que viste um fantasma, está tudo bem filho?

— É que! Sabes a Veronika? Papai quer contratar ela de volta para a empresa.

— O quê? — fala um pouco alto.

— Shh! Pois é meu cérebro teve essa mesma reação. O que eu faço mãe, o pai não pode saber.

— Tem calma eu vou falar com o teu pai logo a sós, amanhã dar-te-ei uma resposta tudo bem?

— Mas e se.

Meu medo vinha ao de cima, minha mãe ainda não me tinha dito se ele era meu filho ou não, sempre vivi neste impasse e talvez ela também não soubesse nada sobre. Eu não queria que ela corresse este risco por mim, seria extremamente injusto.

Coloco minhas mãos em meus bolsos numa tentativa de encontrar uma paz dentro de mim, tudo estava a vir ao de cima e mais cedo ou mais tarde Veronika podia acabar por dizer tudo. Tanto eu como minha mãe não queríamos isso.

— Ei! Calma, assim não te irá levar a nada. Estás estressado e a pensar em uma milhão de coisas agora, porém terás que te tranquilizar estamos entendidos?

— Como?! Como mãe, ela tem um filho se não o tivesse eu estava mais tranquilo, aquele filho pode ser meu.

— Filho? — Natasha apareceu na cozinha. —Oi?! Alguém me está a ouvi?!

Natasha tinha vindo antes de tempo? Bem desta eu não estava á espera, digamos que por uma parte foi uma alegria para mim todavia por outra era um autêntico caos. Eu não queria estar a contar nada disto a ninguém.

— Amorzinho! Que bom que vieste mais cedo.

— A professora reuniu comigo ontem de manhã e viemos hoje, mas agora isso não é importante. O que estavas a falar de filho?

— Filho? Alguém aqui falou em filho mãe? — a mesma assentiu com a cabeça que não.

Minha mãe conseguia me ajudar nestes momentos, era uma das suas maiores qualidades.

— Hum! Vou indo para a sala então.

— Vou contigo amorzinho, tenho saudades do Vitor e das crianças e do Kero claro.

— Até o outro dia tu estavas com ciúmes dele e do Thor perto de mim como pode isso.

— Querida, meu filho é simplesmente um troca tudo! Daqui a pouco isso passa. — minha mãe nos acompanhou e a ajudamos a trazer o lanche.

E Veronika conseguia entrar mais depressa da minha vida do que sair.

A morena estava na sala com seu filho, meu pai e as crianças, eu simplesmente só pedia para desmaiar ou ter um ataque cardíaco nesta hora. Olhei para minha mãe que logo ficou pálida e deixou cair tudo o que havia feito ao chão.

Isto não fazia bem para nenhum de nós.

Minha cabeça estava a mil com ela novamente de volta, não sabia qual a razão disto tudo, não sabia qual a sua intenção era simplesmente assustador a maneira que a minha alegria foi tirada.

— Tudo bem papai? Tudo bem vovó? — a pequena dirigiu seu olhar para nós.

— Querida está tudo bem?

— Quer ajuda Aurora, eu arrumo deixe estar.

— Não querida, daqui a pouco fazemos isso.

Minha cabeça está a mil.

— Veronika? O que fazes aqui não te esperava, trouxeste o teu filho foi.

— Parece que ela leu os meus pensamentos filho, estava agora mesmo falando com ela sobre a vaga na empresa.

— Não foi esta senhora que cruzou connosco no parque á sete anos atrás? — Natasha murmurou para mim e logo assenti.

— Querido podemos falar sozinhos?!

— Claro vamos para o escritório.

Numa tentativa fracassada de me controlar olho para o filho da morena e para a minha filha, talvez tentando encontrar alguma semelhança entre eles que de facto existia um pouco, não queria mais mexer neste assunto mas ver ele na minha frente era demasiado doloroso.

— Sebastian vem aqui amor! Vem conhecer o....

— Veronika que tal deixarmos isso para o próximo dia?!

Natasha olhou para mim desconfiada e logo se sentou perto de Ella e de S/n, eu não queria que a morena fosse além a mais da sua imaginação. Seria terrível se ela descobrisse isto tudo, não gostava de lhe mentir, porém este segredo tinha que ser mantido a sete chaves.

Eu era uma linha ténue!

— Nem me deixas completar a frase António?! Tem calma, vem filho vem aqui vem conhecer o ex-chefe da mãe.

— Prazer, meu nome é Sebastian. Já nos conhecemos?!

— Talvez não!

— Conheço sim, foi naquele dia que fui contra o senhor no parque, o senhor mudou um pouquinho. — com um sorriso no rosto o jovem olha para mim.

— Papai! Cheguei. — é Ferran.

— Maninho! — S/n o abraça junto a Levi. —Que saudades, temos convidados vem conhecer eles.

— Hum! Está tudo bem pai? Estás meio branco.

— Tudo sim filho. Este aqui é o Sebastian e a sua mãe Veronika!

— Vieram para?

— Nem eu sei já viste á coincidência, que tal ires ali com eles para o sofá?!

— Claro! Mamãe. — Ferran abraça Natasha que não parava de olhar para cá.

Cinco minutos depois meu pai e minha mãe retornam para a sala, espero que minha mãe tivesse mudado a mente de meu pai, mas pela reação dela não tinha dado nenhum resultado, teria que viver com este peso novamente na minha vida.

— Bem Veronika, obrigada por teres te disposto a vir cá, podemos assinar já o contrato amanhã na empresa.

— Com todo o respeito e gratidão senhor Duarte, mas não poderei aceitar a oferta. Peço imensa desculpa, não estarei habituada a novos desafios que a empresa agora apresenta, quem sabe mais tarde.

Um peso saiu de meu ombros quando ouvi a resposta de Veronika, foi simplesmente uma medalha de ouro vencida.

Minha maior preocupação era ter que conviver com ela toda a vez que lá iria. Seria assustador pensar nisso.

— Que pena, mas claro quem sabe num futuro próximo.

— Isso mesmo, agora terei que ir. Minha família fará um convívio terei que ir, obrigada mais uma vez.

— Quando precisares já sabes a quem pedir.

— Sebastian, amor vem vamos embora. Vamos ter com os primos!

— Sim! Até mais, foi um gosto.

Sorrindo para mim e para a minha mãe a morena sai de casa, era um aperto enorme e Natasha já estava a desconfiar demasiado disto tudo, eu não queria ter que lhe contar nada disto.

Subindo para o quarto talvez numa tentativa de refazer a sua mente após este mini espetáculo fui obrigado por mim a segui-la e a reconfortar que nada disto era o que ela pensava. Ou talvez era?

— Natasha! Amorzinho. — fechei a porta do quarto.

A morena se encontrava no closet a preparar a sua roupa para o banho, minha intenção era apenas a reconfortar, todavia nem num momento como estes conseguia fazer tal coisa.

— Não temos nada que conversar, se vens tentar te explicar sobre o que aconteceu podes esquecer isso.

Esta era a minha garota. Eu havia-a ensinado bem!

— Tenho que te dar uma resposta, eu simplesmente não consigo viver sem te explicar.

— Me diz uma coisa! Porque razão estavas a olhar constantemente para o Sebastian e para a S/n? Tentando encontrar parecenças era?!

— O quê? Não não, isso agora é de mais.

Eu tentava me enganar a mim próprio, isso não serviria a nada. Era simplesmente uma perda de tempo.

Entrou na casa de banho e trancou a porta, eu tinha a culpa disto tudo e também apenas uma chance de remediar tudo isto.

Me sentei no meu lado da cama virado para a porta e tentando ligar todos os pontos do que aconteceu naquela noite.

Fechei meus olhos e todas as lembranças vieram ao de cima, o investimento que havia dado errado naquele dia de 17 de dezembro de 2002 e a minha maior dor, me alcoolizar para tentar não encarar os problemas.

Na minha vida isso na altura fazia sentido, eu era apenas um homem sem noção naquela época, eu apenas tinha 30 anos.

Veronika era a única que restava comigo na empresa naquela hora da noite, eu talvez tenha aceitado a ajuda dela e não me toquei que todas as mulheres querem o mesmo, foi simplesmente terrível tudo aqui e no dia seguinte Lopez telefonou á minha mãe para me vir buscar no hotel que nem eu sabia o nome.

Apenas tinha um segurança para cada um naquele tempo.

— Amorzinho! Finalmente saíste, temos que terminar a nossa conversa.

— Não temos não! Não tenho nada haver com esta história ainda por cima eu nem te conhecia em 2002.

— Natasha por favor não faças isso comigo eu não mereço, deixa-me explicar.

— Explicar porcaria nenhuma! — levanta a voz para mim. —Explicar porcaria nenhuma. — acrescentou.

— Para! Eu e Veronika não tivemos nada, aquela criança então é minha eu sinto isso, eu sei.

— ...

— Tu achas que eu não sei como apenas eu me sinto pensando nisto tudo em todas as mulheres que aparecem e quem eu já tive contacto na minha vida passada, com quem eu tive contacto mesmo antes de conhecer a Núria?! Não é fácil para mim perceber isto, não é fácil para uma homem como eu passar por isto, todas as mentiras que elas contam.

— Do que estás as falar?

— Estou a falar de nós, de como as coisas podiam ser diferentes se isto não acontecesse. — me aproximei dela. — Nós não vivemos numa cápsula, nem tudo é perfeito, nem tudo é como queremos!

— E se eu também fosse um erro?!

— ...

— Um erro que poderá custar caro no futuro se aquela mulher comprovar que aquela criança possa ser tua, tu e eu nunca mais falamos.

— Para!

— Paro? Não fui eu que dúvida de mim todos os instante e horas, não sou eu que consigo trazer a minha frustração para cima dos outros. Eu não sou esse tipo de pessoa António, não cresci assim!!

— Tu sabes muito bem de onde vieste, tu sabes muito bem do lugar em que te poderei colocar novamente.

— Isso é uma ameaça? — fica frente a frente a mim. —Eu vim de pessoas humildes, sim, vim de pessoas que com o pouco dinheiro que tinham conseguiam mesmo assim sustentar a família, sim. Mas eu........aprendi a ter valores.

Natasha conseguia tudo para mudar minha mente, conseguia virar minha cabeça de cabeça para baixo. A agarrei pela cintura a puxei para mais perto de mim e começamos a nos beijar, talvez esta não fosse a melhor maneira de resolver os problemas, todavia eu não conseguia ganhar nenhum argumento contra ela.

— Idiota! — me bate no peito e me abraça.

— Me desculpa amorzinho, eu não fiz por mal.

💄💋⚽️

Natasha Torres
19:10h - na quinta

Maldita a hora que me apaixonei novamente!

Nunca pensei que sairia tão magoada depois de uma discussão com António, suas palavras me cortaram num nível sem precedentes. Talvez eu estivesse apenas sendo uma idiota pensando que tudo não passou de uma discussão boba, mas para mim não foi apenas uma simples discussão.

Estava passeando pela propriedade tentando esquecer, já que nem eu mesmo sabia quem eu mais poderia ser. Pedi para ninguém vir atrás de mim, eu queria estar sozinha para absorver tudo o que tinha acontecido. Seria até complicado para mim pensar novamente a encarar António num curto período de tempo.

Thor sempre vinha a meu lado, paro em frente ao lago e observo o sol se pôr por trás das montanhas, era a única coisa sensata a se fazer. Me sentei e respirei fundo, fechei meus olhos e agucei a minha audição, ouvir o som dos pássaros e sentir o vento bater na minha cara era o melhor que podia fazer neste momento.

Fechar os olhos era como um paraíso sombrio, reviver tudo o que António me falou da boca para fora custou e custou bastante, nenhum de nós tinha sido mais o mesmo após a morte do nosso filho, isso não magoou bastante.

Peguei em pequenas pedras ao meu redor e logo comecei a atirara-las para o rio tentando descarregar a minha mente e não ter que descontar em pessoa que não tinham nada haver com os nossos problemas.

— O quão mal essas pequenas pedras te fizeram mal? — Ferran apareceu por trás de mim. —Deixa-te estar mais um pouco, temos tempo de ir para dentro.

— Eu sou um erro?

— ...

— Eu perguntei ao teu pai se eu era um erro, ele não soube me responder!

— Ele não respondeu? — se surpreendeu e logo jogou a bolinha de Thor. —Ele estava apenas chateado com algo e descarregou em quem não queria mãe, eu sei, é doloroso pensar que ele talvez esteja a perder o amor por ti. Isso não é verdade, ele te ama apenas é difícil para ele demonstrar tal coisa.

Limpei minhas lágrimas e logo Ferran me deu a mão para me colocar a pé, ele era simplesmente um apoio enorme quando o assunto era o seu pai e as nossas discussões.

— Talvez tenhas razão, talvez ele apenas tenha demasiada coisa na cabeça que já me amar direito nem quer mais.

— Não digas isso ele te ama. Mas agora vem, vamos comer o jantar está na mesa!

— Não tenho muita fome.

— Tenta por nós, por favor mamãe. Precisamos de ti para nos manter fortes!!

— Vocês são os melhores.

Voltamos novamente para casa e Thor estava todo sujo de terra, o garoto gostava imenso de ir para sítios que ele não podia ir e digamos que eu não podia evitar que isso acontecesse ainda mais por ele ser muito mais forte do que eu.

Todos já estavam na mesa á nossa espera, no caminho havia pedido a Ferran para se sentar perto de seu pai e eu ficaria entre S/n e Ella. Seria muito melhor para mim no requisito de não tentar mais ficar tensa ao lado do moreno.

De cara todos estranharam a nossa reação, não conseguia pensar noutra solução se não essa. Era simplesmente inevitável, era isto ou acabaria por me estressar e acabar por falar o que não devia na frente das crianças.

— Querida! Não comes?! O comer está delicioso, S/n e Ella ajudaram-me a fazê-lo.

— Não tenho muita fome Aurora, obrigada na mesma, quem sabe mais logo.

— Tudo bem então.

— Mamãe! Tudo bem mesmo?! — S/n colocou a sua mão na minha. —Não tiveste a chorar pois não, depois da discussão com o papai pois não? — acrescentou murmurando.

— Claro que não princesa foi uma coisinha que me entrou para o olho perto do rio, está tudo bem agora.

Observo todo o local e vejo que Levi não estava na mesa, talvez o pequeno estivesse dormindo e ninguém quisesse acordá-lo, digamos que esta era a hora dele dormir em Barcelona e mais logo comeria. Talvez quando eu viesse comer o levaria comigo e comeríamos os dois juntos.

António visivelmente chateado com tudo joga o pano em cima do prato furioso e saindo da mesa com a maior pressa do mundo, talvez estivesse se culpando por tudo o que aconteceu ou talvez estivesse até sendo um completo idiota.

— António volta aqui! —  seu pai o ordenou, mas ele não deu ouvidos. —Alguém me pode explicar o que se está a passar nesta casa? — bate seus punhos na mesa chateado.

— Vovô querido nada se passa, apenas estão a descarregar toda a tensão de um amor completo de trabalho. — S/n tentava dar uma justificativa, mas não deu certo.

— Não acredito em nada disso, se eu descubro que algo tem haver com hoje de tarde aquele senhor ali vai estar muito enrascado.

— Nada se passa querido, ele apenas está muito tenso estes dias já já vai passar.

Não queria que isto chegasse neste ponto, era simplesmente um golpe doloroso para mim e para António, seu ego conseguia falar mais alto que tudo e as suas desculpas demoravam uma eternidade absurda.

Levem-me ao tempo em que o conheci, talvez as coisas fossem melhores e tivéssemos os filhos que tento desejávamos.

Pedi permissão para ver como Levi estava e logo subi para o quarto, todavia antes teria que passar no meu pai buscar uma presilha de cabelo. O calor já se fazia sentir aqui no Algarve, era apenas meio de maio.

Entrei e logo observei António na varanda do quarto, talvez tentando-se entender consigo mesmo.

— Se tudo fosse diferente. — a sua voz se fez presente ao longe. —Tudo isto seria diferente, se tudo fosse feito direito e os nossos filhos estivessem vivos.

— Agora estás a culpar-me por não te dar filhos? Que raio de marido tu és afinal?! — o confrontei.

— Núria pelo menos deu-me duas crianças maravilhosas, já tu!

Suas palavras me cortaram mais que mil facas, ele não tinha o direito de falar aquilo muito menos comigo, eu sempre tentei dar o meu melhor, tentei ver a luz ao fim do túnel. Culpar-me a mim foi um golpe bastante baixo até para ele.

Bati a porta do quarto na cara dele e logo o moreno veio atrás de mim me puxando para a parede, ele não tinha esse direito, não tinha o direito de levar a minha vida e me fazer apaixonar para depois estragar tudo na primeira oportunidade.

Á coisas que nunca mudam. Tudo estava desabando.

— Tudo o que te dei foi em vão é isso? Engravidar sempre foi o meu maior sonho e o meu maior medo, não queria ser como a minha foi para mim e para o Vitor, já te tinha dito, mas em nenhum momento iria desistir dos nossos filhos que morreram.

— Estas a ser uma idiota pensando dessa maneira!

— Idiota eu? Não fui eu que não consegue se explicar e coloca as pessoas numa posição extremamente delicada e agora vens com essas palavras. Pensava que Núria não significava mais nada para ti, todavia acho que isso não é mais verdade.

— ...

Se afastou de mim.

— Vai! Vai ter com ela se é assim que tanto desejas, não foste tu mesmo que disseste agora mesmo que ela pelo menos te deu dois filhos maravilhosos? Disso eu concordo, Ferran e S/n são uns amores de pessoa, porém não puxaram nada de vocês os dois!

— Retira o que disseste agora!

— Não retiro!

— Eu já mandei Natasha. — fala um pouco alto, fazendo acorde Levi.

— Não retiro a minha vida faço eu o que quiser, agora vou ver como o Levi está! 

— Natasha!

Entrei no quarto que Levi e Ella iriam ficar durante a noite e passado um tempo que já estava com o pequeno na poltrona S/n e Ella entram, talvez se perguntando se eu estaria bem depois da asneira que seu pai causou. Toda a casa ouviu, disso terei a absoluta certeza.

— Não fiques assim mamãe! Papai apenas está com a cabeça quente, amanhã ele vai se desculpar contigo eu tenho a certeza.

— Sim! S/n tem razão, apenas estava com a cabeça quente.

— Será mesmo? Eu espero do fundo do coração que vocês não vivam isto com os vossos maridos!

— Não fique assim mamãe. — me abraçam fazendo lágrimas escorrerem por meu rosto. —Tudo vai passar, apenas pensa que isto foi apenas uma descarga para quem menos ele queria e amanhã estará arrependido.

— Será mesmo?

— Sim! — era António. —Meninas, poderiam nos deixar sozinhos? Levem o Levi por favor.

— Claro papai!

— Vem maninho, vamos de mãozinhas dadas para a sala.

Me recusei a olhar para António, dirigi minha cabeça e meu olhar para a grande janela mirando a noite na quinta e apenas isso me tranquilizaria neste momento. Puxou uma cadeira e logo se aproximou de mim, pegou minhas mãos e minhas veias estavam tão tensas que era até visível na maneira que ele as acariciava.

— Me perdoa amorzinho!.............Eu não queria dizer nada daquilo, não foi preciso recorrer á minha mãe nem ao meu pai para perceber que procedi errado contigo esta tarde, fui um estúpido tratando-te daquela maneira, sim, mas a visita dela me deixou estressado.

— ...

— Talvez não querias mais falar comigo hoje, ok eu mereço isso e é compreensível da tua parte agires assim, mas eu apenas queria dizer que sinto muito mesmo, tu sempre foste alguém que mudou minha vida completamente, eu não queria ter falado daquela maneira sobre nosso filhos como algo mau.

— Algo mau? — o encarei.

— É! Bem, eu não queria ter falado aquilo só porque não me deste filhos ainda não quer dizer que és incompetente muito pelo contrário, és extraordinária. A mulher que eu quero ter na minha vida és tu, a tua maneira que encaraste os abortos e a morte do Gustavo foi surreal, nunca pensei que reagirias dessa maneira.

As palavras me tocavam sim, mas eu tinha que pensar se eu de facto o desculparia. Era a milésima vez este ano que eu fazia esse tal feito, era a milésima vez que António me tratava desta maneira já este ano. Eu apenas não aguentaria mais.

— Vou pensar.

— Pensar? Tudo bem então. Te vejo no quarto mais logo para dormir?

— Não sei, talvez fique aqui com eles, é tudo novo para o Levi.

— Tudo bem então. Até amanhã então amorzinho! — beija minha mão.

— Até amanhã Torres.

Era difícil para os dois, ficar neste impacte tremendo e brigas constantes não era para mim em nenhuma hipótese, sempre quis ter paz na minha vida, todavia este último ano foi até terrível pensando todas as circunstâncias que ultrapassamos.

Devia percebe-lo? Talvez sim, todavia para mim também era complicado perceber esta situação. Perder filhos não estava nos nossos planos e fazia com que nos perdêssemos também, António estava mais longe de mim ultimamente e a cada passo tinha ciúmes. Era CONFUSO.

— Querida! — Aurora bateu na porta. —Posso? — assenti e logo veio ter comigo. —Não fiques assim, nunca é fácil querida. Eu e Duarte no início do nosso relacionamento também já tivemos discussões parecidas com esta, não era fácil para nenhum dos dois.

— Será que eu serei a pessoa certa para o seu filho?

— Claro que sim Natasha, tu conseguiste fazer nele o que a sua ex-companheira não fez em 13 anos, mostraste-lhe a ele que o amor era lindo, o amor é companheirismo. Talvez sim ele ainda esteja com receio de algumas coisas, é normal, mas ele te ama e está a tentar entender tudo.

— Devia pedir-lhe desculpas também não devia?! Ele já me pediu.

— Não tens, eu conheço o meu filho, ele sim tem um temperamento forte e é natural que por vezes ele se enerve demasiado mas não fiques assim, tudo vai se resolver.

— Como consegue ter as palavras certas neste momento? — lágrimas vieram pelo meu rosto.

Respirando ofegante e vendo Aurora limpando minhas lágrimas era a melhor coisa do mundo, sem dúvida Aurora era uma grande ajuda para mim, ela sempre foi um grande apoio para mim ainda mais depois do meu pai morrer, ela me ajudou a mim e ao meu irmão.....nós tínhamos tanto que agradecer.

Aurora me acarinhou e logo meu irmão veio com Levi no colo dormindo e logo Ella veio atrás dele. Eu fiquei aqui tanto tempo que nem tinha visto o tempo a passar demasiado rápido, era simplesmente insano de como o tempo passava a voar.

— Levi adormeceu comendo! Ele está com a roupa suja.

— Eu já o troco Vitor obrigada.

— Bem vamos deixar-vos sozinhos, vem Vitor vamos lá para baixo.

— Claro! Até amanhã hermanita.

Tirei uma roupa lavada da cómoda e gentilmente tirei a sua roupa enquanto ele dormia bem aconchegado, ele demorava muito a acordar era simplesmente uma autêntica sensação de felicidade.

O deitei no meio de nós as duas e logo Ella pediu para ver um filme antes de adormecer. Eu tinha que fazer de tudo para que ambos se sentissem aconchegados aqui, foi assim que eu o fiz.

💄💋⚽️
• Janeiro de 2016 • LEMBRANÇAS •

Natasha Costa
08:45h - em casa

Era uma segunda-feira e estava simplesmente acabando de acordar. António tinha-me dito ontem que seu pai e ele tinham que ir bem cedo hoje para uma reunião na empresa por isso a razão de eu acordar sozinha. Nunca gostava, mas eu sabia que o trabalho para ele era importante, ele era bastante assíduo com os seus afazeres.

Me levantei, porém fui correndo para a casa de banho me trancando para vomitar, tal coisa nunca me havia acontecido. Estes últimos dias andava muito chateada com tudo e todos, mas nunca pensei numa gravidez......bem até este momento.

Escovei logo os meus dentes e logo sai do quarto á procura de alguém para me ajudar, essa pessoa era Aurora, eu sempre tive uma excelente relação com ela e agora não seria diferente. Desci as escadas, fui ao jardim de inverno e lá estava ela tratando das suas flores, o cheiro era insuportável e mais uma vez corri para a casa de banho.

Não estava pronta para tal coisa, todavia era o que tudo apontava para. Após sair da casa de banho dei de caras novamente com ela, talvez se perguntando se tudo estava bem.

— Estás grávida não estás?

— Como! Como sabe?

Apenas estávamos ela e eu em casa.

— Querida, tive dois filhos os teus sintomas são normais para uma mulher grávida. Essa barriga carrega agora um filho.

— Tenho que fazer o teste, não quero tirar conclusões precipitadas.

— Tudo bem então, vem ao meu quarto tem lá um teste de gravidez que guardei para este momento.

Todos estavam bastante ansioso para que eu e António tivéssemos o nosso primeiro filho, era simplesmente algo surreal e digamos que até agora eu estava esperançosa.

Subimos e logo entro no banheiro de seu quarto e pouco minutos depois abro a porta a deixando entrar, meu corpo tremia, meu corpo suava frio e meu coração batia mais que tudo neste momento. Eu não estava preparada para ser mãe, todavia não ia abdicar deste bebé por nada neste mundo.

— E se eu tiver? Tenho medo, não quero que ninguém saiba........não por agora.

— Querida terás que lhe contar.

— Eu.....eu sei, mas neste momento não. Não quero ser como a minha mãe. — me sentei no vaso sanitário. —Por favor!

— Tudo bem querida, assim será e como sabes a minha boca é um túmulo.

— Eu sei. — olhei para ela. —Já da para ver?!

— Sim! Estás preparada? — assento que sim.

Não podia negar nada neste momento e mais cedo ou mais tarde se a barriga começasse a crescer eu notaria.

— Eu estou grávida. — Aurora me abraçou de felicidade. —Eu....eu estou grávida.

— Parabéns querida, fico tão feliz com isso.

Este bebé seria muito amado não importando as circunstâncias.

💄💋⚽️

Reviver aquele dia era como reviver tudo que passei até hoje e de saber que tenho a culpa de ele não ter nascido também era minha, talvez António até me culpava por isso.

— Está tudo bem mamãe? Não estás prestando atenção no filme!

— Está sim querida, vamos continuar a ver a Frozen.

— Mamãe! Nós estamos a ver a Bela e a Fera.

— Á sim era isso mesmo?!

Não consegui simplesmente esconder nada enquanto meus pensamentos matavam-me por dentro.

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