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Não recomendável para menores de dezoito anos por conter cenas de confusão , uso liberado de forte linguagem grosseira e assuntos relacionados a agressão sex*@l infantil.
Liberado chorar.
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All I wanna be, yeah,
all I ever wanna be, yeah, yeah
All I wanna be, yeah,
all I ever wanna be, yeah, yeah
Is somebody to you

• Somebody to you - The Vamps •
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Frase do Capítulo:
-Eu ainda posso ver tudo na minha mente!

Natasha Torres, 2018

💄💋⚽️

António Torres
09:20h - em casa

Já se havia passado três semanas de tudo que tinha acontecido na nossa vida ultimamente, não tinha sido fácil ao inicio, mas por agora tudo estava a estabilizar e a voltar ao normal. Tanto Natasha, quanto eu trabalhávamos ao máximo para deixar o passado no passado mesmo isso ainda sendo um pouco difícil de acontecer, pelo menos, por agora.

Encontrava-me no escritório a trabalhar já que era a única coisa que me distraia do mundo lá fora e assim também não veria a cara das pessoas que eu não queria preocupar tão recentemente.

Meu cantinho era este e digamos que era o cantinho mais aconchegante para esquecer os problemas e ainda mais por ter uma enorme quantidade de livros num lado da sala e no outro uma enorme quantidade de documentos essenciais.

Isto era o meu mundo, negócios em empresas e futebol como o clube eram algo maravilhoso para mim. Sempre cresci neste mar de empresários e com o tempo me habituei de alguma forma ser parecido com eles em alguns desses aspetos. Sempre tentei ao máximo ser o melhor para todos, me esforcei e me preservei.

Entrei aqui eram 07horas da manhã e agora eram precisas 09:20h da manhã. Bem.....como dizem o trabalho demanda demasiado que nem vemos o tempo passando. Minha mãe também tinha vindo aqui ver se tudo estava bem e me trazido um chocolate quente que eu tanto amava, ela era a melhor MÃE do mundo que eu podia ter. ELA era o meu ANJO da guarda e a minha MULHER MARAVILHA.

— António!

— Clara? — a entrada da loira pela sala me surpreendeu. — O que fazes aqui? Sabes muito bem o que eu te disse da última vez que te vi.

— Ai que coração de pedra querido, não fales assim. Só vim confirmar se vinhas no casamento ou na festa, Ethan já deve ter comentado contigo.

— Me conta uma coisa!

— Hum.

— Estás com ele por amor ou por dinheiro?

— Querido! Olha vou ser franca....eu amo ele.

— Para de ser cinica Clara, nós os dois sabemos muito bem do que estás a falar.

— Como ousas fazer uma blasfémia dessas António?! Eu amo ele pronto é isso. — se aproximou de mim.

Não estava gostas nada das insinuações de Clara aqui. Não julgo Rute por lhe abrir a porta, eu ainda não a havia informado para não a deixar entrar.

Me levantei da cadeira, andei um pouco pela sala, mas a loira de jeito nenhum parava de vir atrás de mim. Estava a começar a entrar em desespero ainda mais com quase Natasha a chegar da casa do irmão para ir buscar umas coisas para ela.

— Vai embora Clara. Não tenho nada o que falar contigo!! Por favor.

— Não vou até me afirmares umas coisa. — coloca sua mão em meu peito.

Me afastei.

— Para com isso António, eu estou grávida não faças isso.

— Faz-me rir Clara. Nunca quiseste filhos, isso te deixava mais gorda.......o que mudou desta vez? Um homem com posses?!

— Chega. — me dá um estalo. —Não fales assim, eu sempre gostei de ficar grávida, apenas aquela não era a época.

— Chega tu, quem pensas que és tu para vir na minha casa e falar assim. Sai daqui Clara, e respondendo á tua pergunta, não, eu não irei ao casamento e muito menos á festa. Que Ethan me perdoe. Não irei fazer isso com ela!!

— Ela isto, ela aquilo, Natasha para cá, Natasha para lá! Caramba António para de ser cego......Enrique está a fim dela e estes últimos dias eles estão mais próximos um do outro.

— Sai.

Eu estava a começar a me encher de Clara, a loira conseguia tirar-me do sério num nível elevado. Minha mãe tinha saído, por isso era apenas ela, eu e Rute que estava tratando da limpeza da casa.

Me sento no sofá, respiro fundo e Clara se coloca na minha frente cruzando os braços. O seu olhar me deixa ainda mais nervoso e estressado com ela, eu estava farto desta palhaçada toda, eu não sabia se de facto ela estava grávida por isso não a conseguiria colocá-la daqui para fora como eu queria colocar.

— Torres! Amor, cheguei. — a voz de Natasha se aproximava. —Amor?!

— Amorzinho, tem calma não é o que estás a pensar. — me levantei ficando frente a frente a Clara. —Calma, por favor.

Meu corpo extremasse.

— Natasha que prazer!!

— O que fazes aqui?

— António não te contou? Ele vai ao casamento e além do mais ele é o pai do bebé que espero.

— O quê? — me surpreendo. —Não! Não sou.

— Vai embora Clara, estás a fazer figuras patéticas aqui. — Natasha a confrontou. —Eu não acredito em ti e muito menos do teu plano maquiavélico de querer apenas o dinheiro do Ethan.

— Não quero o dinheiro dele.

— Mentira isso.

Vou para perto de Natasha.

Ainda bem que a morena não havia acreditado em uma só palavra de Clara, eu fiquei com medo que ela me odiasse ainda mais depois da loira afirmar uma parvoíce de tanto tamanho.

— Clara, querida! Não és tu que querias casar com António só por causa do dinheiro? Não eras apenas tu que querias ser a senhora disto tudo e mandar em todos sem nem sequer saber dos sentimentos dos outros?! Querida............apenas fazes espetáculo para te sentires melhor contigo mesma.

— Clara, sai. Vai embora vieste aqui perder o teu tempo dizendo mentiras e ainda mais me provocando. Vai!

— Ethan vai saber disso.

— Vamos ver em quem ele vai acreditar mais Clara. Vai embora, Lopez irá ele mesmo colocar-te daqui para fora.

— Isto não fica assim.

— Vai embora Clara! — Natasha se irritou. —Não apareças nunca mais.

Após Clara sair, me sento no sofá e bufo em forma de aliviar meu interior. Natasha vem até mim e minha única forma de entender e de interpretar tudo isto for lhe abraçar pela cintura e colocar a minha cabeça encostada na sua barriga. Por ali ficamos por um tempo se debochar uma única palavra até que a morena me beija só de leve a cabeça e logo sai da sala.

Eu não queria que ela se chateasse comigo.

Fui atrás dela e a morena estava subindo as escadas, eu tinha ficado confuso. Eu não queria que Natasha se chatea-se comigo por uma coisa que ela pensou ou talvez estivesse a pensar sobre á pouco.

Entrou no quarto, foi para o closet e meu único meio foi ir atrás dela e me encostar na parede de entrada do mesmo a admirando de longe. Ela era a mulher da minha vida e eu não queria que ela se sentisse insegura com outra perto de mim, porém acho foi isso mesmo que eu acabei por causar nela.

— Vais ficar aí olhando para mim ou irás falar? — Natasha virou seu olhar para o meu. —Fala Torres!

Ela estava brava.

— É que! Eu não quero que te chateies comigo.

— Não estou chateada!

Suas palavras foram bem assentes, ela sim estava chateada.

— Não parece, saíste do escritório sem falar nada comigo.

— Não tinha que falar, além do mais eu estava bastante preocupada pensando como meu irmão deve estar agora sozinho em casa após tirar o apêndice.

— Ele está melhor? Eu disse que ele podia vir para cá.

— Ele achou melhor não incomodar.

— Hum! — me aproximei dela. —Temos que falar de nós......sobre á pouco.

— Torres! — juntei minha cara na dela. —Não tenho que te desculpar, sei como são as mulheres.

— É! Verdade. Mas Clara me disse algo que me intrigou bastante.

— ...

— Ela falou que tu e Enrique estão próximos e tudo mais. Não gosto disso!

— Enrique me ajuda com meu irmão, ela apenas é educado. Eu te amo tá. — me beija.

— Não gosto que seja ele.....podia ser muito bem o Franco.

— Torres, para com isso. Ele não vai roubar-me de ti. Fica descansado ok. — mais um beijo. —Eu prometo!

— Hum. — a agarrei e a coloquei na poltrona.

Natasha me tirava do sério.

— É sério isso? Rute pode vir.

— Tranquei a porta quando entramos.....ninguém nos irá interromper.

— Chato.

— Eu sei........tu me amas!!

— Engraçado.

Começamos a nos beijar e aquilo era maravilhoso, tiro suas calças e logo a sua camisola e começo a lamber todo o seu corpo, me dirijo com minha língua para a sua parte íntima e começo a dar leves mordidas nos lábios inferiores e leves beijos nos exteriores fazendo-a arquear as costas.

Aquilo era obra dos deuses, ela era uma obra divina. Me afasta e logo me puxa para cima, retira minha camisola e minhas calças e começa com uma doce sensação que começava bem de fora e logo vai para o interior fazendo movimentos vai e vem.

Sua pele era doce, sua delicadeza nestas situações era bastante boa, a agarro e logo me sento colocando sobre mim começamos a explorar o seu de nossos bocas com beijos e nossas línguas passeando nos diversos prazeres do mundo.

— Filho! — minha mãe bate na porta. — Filho? Natasha?! Já avisei para não trancarem a porta do quarto quando saiu.

— Já vou mãe.

— Parece que nosso plano foi por água abaixo novamente.

— Não por muito tempo. — mordisco o lóbulo da sua orelha e logo me visto apressadamente. —Fala mãe, o que se passa. — acrescentei colocando a camisola no lugar.

— Ethan está lá embaixo, ele se encontrou comigo aqui na entrada do condomínio.

— Tudo bem eu já desço a escada.

Não sabia o que Ethan queria, porém depois que Clara esteve aqui já não mais me admirava que ela tivesse falado com ele da maneira que foi tratada aqui, mas ele também sabia que eu não ia com a cara dela depois de tudo o que aconteceu.

Me despedi de Natasha que ainda ficou no closet a arrumar a sua nova mala e logo desci as escadas o encontrando na sala sentado no sofá em frente ao grande ecrã de televisão.

— Ethan! Que surpresa. Passou-se algo?

— Precisamos falar. — cruza os braços.

Pela reação do moreno ao ver-me e ao ouvir sua voz não era nada bom.

— Sobre tudo!

— O que tens para falar fala Ethan o que se passa? Estás bastante pálido!

— O que eu faço! Descobri que o filho que ela espera não é meu.

— Eu avisei.....mas ninguém me ouve.

— Para com isso tá, ok eu errei, mas por favor entende o meu lado eu só quero o bem dela.

— Entendo....mas entendo também que ela só está contigo por uma coisa.

— Eu sei. — abaixa a cabeça. —Compreendo isso, fui burro mesmo, mas quando a vi naquela situação meu coração mandou ajudá-la.

— Eu percebo Ethan, entendo isso. Porém tu sempre soubeste como ela era, mas e agora o que farás?!

— Eu não sei, tu sempre tens as melhores ideias. Ajuda-me, por favor.

— Tudo bem. — me sento perto dele. —Ouve, não cases com ela em primeiro lugar.....em segundo fala mais com a Vitória, eu sei que a amas.

— Não é simples assim deixar ela e partir para outra.

— Fácil, fácil é viveres numa mentira.

Ethan tinha bom coração e mesmo ele sendo com um ego forte ele sempre fazia de tudo para as pessoas o perdoarem, até Natasha o perdoou, porém pelo que ela me disse nunca se esqueceu do que ele lhe disse.

— Torres! Vou indo, meu irmão já me telefonou.

— Tudo bem amor, fica bem. — a beijo. —Logo que puder vou ter com vocês!

— Tudo bem. Até então, xau Aurora, xau Ethan.

— Até Natasha! — a cumprimenta.

Natasha fechou a porta e logo Ethan se levantou frustado. Eu entendia a posição dele de querer ajudar as pessoas, porém ele tinha que entender que Clara só queria o seu dinheiro.

— Eu vou terminar isso, mas é difícil, ela já teve reunião com várias pessoas!!

— Eu sei, mas dá sempre para desmarcar e colocar com a Vitória.

— Quem é a Vitória? — Clara se pronunciou novamente. —Me respondam!

Surpresos.

— Clara? O que fazes aqui novamente?

— Me respondam. Quem é a Vitória?

— Sou eu!

Ui isto estava ficando melhor que um filme. Eu já tinha combinado com Vitória de ela vir aqui falar sobre os lesionados do clube, mas ver que ambas estavam frente a frente era a melhor coisa do mundo. Não me queria rir, todavia a vontade de o fazer era maior.

— Vitória! Clara!

— Me responde amor, quem ela é. — vai até Ethan. —Quem é ela?!

— Clara para de fazer um escândalo aqui na minha casa entendes. Ethan tem uma coisa para te falar.

— António. — estremece. —Bem.....Clara. Não podemos mais casar nem ter nada.

— Como assim! Eu estou grávida de ti! Para com isso.

— Mentira. — assenti perto de Vitória.

Eu sabia como a loira era por isso tinha que proteger quem me era importante.

— Não sabes de nada. Por favor Ethan diz que é mentira.

— Não! Essa criança não é minha, é do segurança do clube. Pensas que eu não sei das coisas? Tu por outro lado só queres saber do meu dinheiro.

— Tu amas ela?

— O quê? — Vitória falou confusa. —Parem com isso não me metam em coisas vossas. Presidente eu volto noutro dia.

— Tu daqui não sais. — Clara a puxa pelo braço. —Me diz Ethan amas ela?

— O quê? Para com isso.

— Ele ama, era isso que querias ouvir é, é verdade ele ama.

— Chega! Para mim já deu.

— O que se passa aqui? Ouve-se desde o quintal. — minha mãe se pronunciou. —Saiam todos daqui agora. Vitória, fique tinha reunião com ele. Agora vocês os dois se resolvam fora daqui. Vamos!! — acrescentou furiosa.

— Eu não saiu daqui sem uma resposta.

— Não aviso novamente Clara Maria Hernandez Simmons. Sai daqui agora!

— Eu não saiu. — se aproxima dela.

Meu único instinto foi ir ter com elas, porém minha mão não me deixou fazê-lo. Eu não queria que ela se magoasse pro uma coisa que Clara faria contra ela.

— Quero suma resposta, ok eu dou. — olhos todos para Ethan. —Eu gosto da Vitória, era isso que querias ouvir pois é a verdade!

— O quê? A mim?! — a ruiva se surpreendeu. —Como eu?

— É diz muito bem, como você. Uma rata do deserto como tu.

— Eu sou o quê?!

Começaram a brigar e tivemos que as separar. Isto estava a tomar rumos sem precedentes nenhuns, eu de facto gostava de uma boa briga porém não queria que ninguém fosse parar no hospital ainda mais na minha casa.

— Vamos parando por aqui as duas! Agora!!!! — minha mãe ficou vermelha. —Para a rua vocês os dois! Vitória ficas para a reunião, agora o senhor é a senhora para fora. Não aviso novamente.

— Desculpem por tudo. — suas palavras pesaram.

— Não faz mal Ethan, depois falamos melhor de negócios. Até!

Minha mãe conseguia fazer uma situação complicada se tornar a mais fácil nestas horas. Era impressionante a qualidade que ela tinha, mandou todos embora e só aqui ficou Vitória. Acho que a teria que reconfortar junto de minha mãe depois do barraco que Clara causou.

Sentou-se na cadeira em frente da secretária e logo lhe ofereci um copo de água para se acalmar e depois de tudo isto até eu precisava disso.

Um longo período de tempo se passou e começamos a reunião, porém pela cara dela as coisas na sua mente estavam mais confusas do que os lesionados clube.

Eu já não mais COMPREENDIA nada.

💄💋⚽️
• Novembro de 2018 •

Natasha Torres
13:20h - da pediatria do hospital a casa

Já havia um mês que não sabia o que era deitar numa cama confortável como a de casa. De forma alguma Ella queria que eu saísse daqui, ela tinha medo de tudo, mais precisamente dos homens. Para ela é complicado passar por tudo isto e ver que o seu tio fez-lhe foi a pior coisa que me havia acontecido em 31 anos.

Ela estava péssima, não queria falar com nenhum homem e muito menos com Vitor e Ferran com quem tinha no passado um vínculo forte. Eu estava DESTRUÍDA por dentro, ela chorava todas as vezes que a limpavam e todas as vezes que me vinham chamar para falar sobre o seu diagnóstico. Eu estava no LIMITE de tudo.

Eu preciso de um apoio enorme, Ella tinha sido transportada para o hospital privado de Barcelona e eu pedi para que só eles tivessem o relatório de tudo o que lhe aconteceu. Não queria que mais ninguém soubesse o que a pequena passou naquela casa é muito menos naquela terrível noite de 13 de outubro.

— Tia! Tia Natasha. Quero me levantar.

Ella ainda tinha dificuldades em fazer de tudo e um pouco, seu tio lhe havia maltratado demasiado e eu devia ter estado atenta como prometi a ela. Eu sou uma péssima pessoa.

— Querida! Me perdoa.

— Perdoar? — me olha confusa. —Porquê? O que fez de mal! Eu tive a culpa...

— Eu devia ter estado atenta. Me desculpa amorzinho. Peço desculpa!

— Tia............não a culpo.

Me abraça ao de leve.

Eu sentia o peso dela no abraço, eu sentia a sua frustração e a sua dor em todo o seu corpo. Nunca mais ACABAVA esta dor. Ela tinha feito também uma cirurgia na sua região genital e ontem havia tirado os pontos, talvez fôssemos para casa ainda hoje.

Ela sentia medo de tudo e todos.

— Ella! Natasha. — Glória e a médica batem na porta. —Com licença. Viemos dar uma notícias.

— Ela vai para casa?

— Casa?! — se assustou. —Eu não quero........eu não quero.

— Querida tem que ser, já estamos no hospital á um mês seguido.

— Nunca mais quero sair tia, por favor não me faça isso. Não quero ver homens.

— Querida! — Glória esbravejou. —Sei que é complicado na tua situação não querer ir e afastar-te do mundo, compreendo a tua dor e o medo, mas em qualquer momento tens que o fazer.

— Não compreendem. Não compreendem, nunca passaram por isto!

—Não, estás correta. — é a médica. —Mas quase todos os dias passamos por casos como o teu e sabemos o quão a recuperação em casa faz bem para a vítima.

— E se ele voltar. Eu não quero isso! Não quero.

— Ele não vai, eu prometo-te isso amorzinho. Ele não vai chegar perto de ti, mas agora temos que ir embora.

— Tudo..................tudo bem.

Eu compreendo a sua sensação de medo e a sensação de vulnerabilidade numa situação destas. Ela era apenas uma criança e havia passado pela pior coisa que alguém podia passar, ela era uma menina que tinha um enorme brilho no olhar, todavia agora só existia o vazio e a mágoa de não ter sido melhor.

Isso a corroía VIVA! Ela não queria MORRER.

— Bem vamos deixá-las. Vitor me informou que está com Levi em casa na espera e os seguranças não se aproximaram.

— Tudo bem.

— Três metros. — Ella assentiu olhando para nós. —Quero que eles estejam a três metros.

— Eles?

— Querida eles? Eles quem?!

— O Enrique, o Franco. Não quero que eles se aproximem de mim!

— Terás muito trabalho cunhado. Mais logo passo lá em casa para saber como está a correr.

— Tudo bem. Obrigada por tudo!! Nem sei como agradecer.

— Deixa disso, estamos lá fora na espera que saiam. Até já!

— Obrigada!

Ajudei Ella vestindo roupa nova e ainda a magoava bastante fazer pequenos movimentos. Daqui para a frente teria um trabalho imenso em curar todas as suas feridas e isso levaria meses e talvez anos para ultrapassar o trauma que ela vivenciou na sua pele.

Sua mente não a deixava!

Saímos do quarto e logo nos despedimos de todas as profissionais de saúde que a trataram e seguimos caminho em direção ao estacionamento do hospital. Isto seria trabalhoso, todavia nada mais me importava neste momento do que Ella e seu irmão.

— Quando vamos chegar em casa? — diz já dentro do carro. —Quero ficar sozinha!!

— Daqui a alguns minutos querida....só mais um pouquinho tudo bem para ti?

— Tudo bem. — olha através do vidro.

Eu mataria João por o que ele causou nela. Eu o mataria na primeira oportunidade que tivesse e o visse na minha frente, está dor me corroía demasiado, está culpa era a pior coisa do mundo.

Logo chegamos a casa, Vitor abriu a porta da cozinha e logo se afastou com Levi no colo.

Eu já o havia avisado que não se podia aproximar dela e isso também lhe custava muito, eles eram muito apegados, e, agora, tudo isto mudou. Tudo na nossa vida mudou.

— Onde é o meu quarto? — abraça os seus braços pela barriga. —Tia Natasha, quero descansar!

— Claro! Vem vamos lá.

— Posso dormir agora? — se ajeita na cama.

— Porquê a pergunta querida? Claro que podes, porque não haverias de o fazer?!

— Meu tio não deixa dormir nas horas que eu queria, apenas dormia cinco horas por dia. Eu dormi demasiado este último mês, ele vai ficar chateado!

— Ele o quê? — Vitor se fez presente na porta, já sem Levi. —Aquele animal!

— Ei! Ei!! Ei!!! Tem calma aí, eu já falo contigo. Vai para a sala, vai para perto do Levi agora.

— Posso? Tenho sono.

— Claro que sim querida, dorme, dorme o tempo que quiseres anjinho! Não te preocupes se não jantares logo.

— Tem a certeza?

— Tenho! Vá dorme querida, vou deixar a porta entre aberta e fechar os estores e as cortinas. Dorme com os anjinhos.

— Obrigada tia.

— De nada.

Ela estava morrendo lentamente de joelhos e apenas eu a minha família que construí a salvamos. Aurora e sua família quiseram apenas melhores médicas, enfermeiras e terapeutas para tratar dela e não era para menos, ela e seu irmão eram tudo para nós. Agora tínhamos que ser fortes nesta fase, era complicado mas assim tínhamos que ser por ela, pela sua RECUPERAÇÃO.

Me dirigi para a sala e Vitor estava-se preparando para dar comida a Levi na cadeirinha que ele tinha comprado para ele. Vitor era o melhor com crianças e com o tempo Ella veria que Vitor só queria o seu bem e não a magoar como seu tio lhe fez.

Hoje era uma nova página da nossa história.

— O que te deu lá dentro? Hem?! Estás doido é?!

— Me exaltei desculpa, não foi por mal.

— Não foi por mal? — serrei meu punho e o coloquei na mesa. —Sabes muito bem como a Ella está e ainda falas assim?!

— Me desculpa ok. Saiu da minha boca, eu não queria ter falado assim.

— Da próxima vez pensa cinquenta vezes antes de falar. — saiu irritada. —Vem pequeno, vamos tomar um banho estás todo sujo, depois comes.

— Ma....mamãe.

— Não querido, é a titia Natasha que está cuidando de ti. Mamãe, mamãe foi embora.

— Ma......mamãe. — acaricia a minha cara. —Mamãe.

— É pequeno, sou tua mamãe. — lágrimas caíram em meu rosto.

Eu não acredito que estava passando por isto, eu sempre considerei os filhos de Emma meus filhos, mas ouvir Levi falando suas primeiras palavras que eu era mãe dele aconchegou meu coração. Foi a coisa mais linda que eu ouvi em meses, o pequeno tinha uma alma tão pura que nem mesmo eu conseguia imaginar o quão importante ele se tornaria.

O lavei, vesti uma roupa bem quentinha e logo fui para a sala com ele pela mão, o pequeno estava dando os seus primeiros passos, todavia ainda cambaleava um pouco, por isso de eu estar com ele pela mão.

— Vamos ali no quarto da maninha querido, vamos ver como ela está tudo bem? — sorri para mim.

Há não, assim eu não aguento!

Bati aí de leve na porta, a entre abri e logo Levi se soltou indo em direção a Ella, talvez ela também tivesse receio de estar com o irmão por isso a tirei o mais depressa possível.

— Levi?! Pequeno?! — Ella se pronunciou. —Deixe, deixe ele comigo. Por favor!!

— Tudo bem anjinho. Já venho trazer o teu almoço então. Tudo bem? Dormiste pouco.

— Tudo bem. Vem pequeno, vamos brincar um pouquinho.

— Maninha. Maninha! — a abraçou forte. —Maninha, te amo.

— Também te amo pequeno.

Os deixei por um bocado, fui até á sala, todavia sem sinal de Vitor, talvez tivesse saído e depois do que eu disse até eu fazia o mesmo. Eu não queria ter falado assim com meu irmão, mas ele tinha que aprender a estar com a boca calada quando devia.

Fui até a cozinha e lá preparei o bom almoço da pequena e aqueci o comer do pequeno, eles deviam estar cheios de fome. Não os podia abandonar numa situação destas e muito menos neste momento crucial de suas vidas.

— Mamãe! — a voz de S/n se fez ouvir. —Vim visitar, vovó e papai estão na sala.

— É?! Ok pequena, que tal levares levar estes dois pratos ao primeiro quarto da direita?

— Tudo bem, é para a Ella e para o Levi né?

— Sim, amorzinho!

— Tudo bem mamãe. — me beija na bochecha. —Depois venho buscar o sumo de laranja. — sorri.

Eu tinha as melhores pessoas do mundo comigo.

Me encostei na bancada, fechei os olhos e logo respirei bem fundo tentando esconder a frustração e a tristeza que havia dentro do meu ser. Minha alma ainda se recompunha de tudo e com tudo isto, ficou ainda mais em pedaços, porém eu tinha que ser forte por eles, tinha que ser forte por mim e por todos ao meu redor.

— Amorzinho! — António me abraçou pela cintura. —Vai ficar tudo bem.

— Ele tem razão querida, tudo na vida tem o seu propósito, mesmo este não sendo dos melhores. Ele.....e apenas ele está no comando de tudo onde nos mostra coisas ruins e boas, todavia nos fará crescer com isso!!!

— Eu sei.... — a olhei com uma visão pesada. —É difícil, é difícil isto tudo.

— Mamãe, vim buscar os sumos.

— Tudo bem pequena, estão ali na mesa. Fica com eles tudo bem?

— Ok. Não chores por favor. Vai tudo passar!

Meu coração pesou.

Minha vontade de chorar e soltar tudo isto era a maior de todas, meu coração carregava um peso destrutivo e como faças espetadas no coração tinha que ouvir que tudo estava bem e que ia melhorar. Isso poderia demorar meses, anos ou até nunca melhor!

— Tudo bem pequena, vai papai, mamãe e vovô tem que falar tudo bem?

— Sim!

— Estás a fazer o que podes Natasha. — Aurora falou após olhar pela porta. —Temos que todos ser fortes por ela.

— Eu não sei.............eu não sei se sou capaz.

— Claro que és amorzinho, nunca vi ninguém mais qualificada para este trabalho do que tu. Sei que é complicado para ti pensar que talvez não melhore mas com todo o apoio, tudo dará certo. Confia em nós!

— Droga. — me sento com raiva. —O que ela fez de tão mal na vida, Deus!

— Oh amorzinho. — António em abraçou.

Estava com as minhas mãos na minha cabeça e tentando não chorar isto era a coisa mais difícil a se fazer. Eu sempre me lembrava da Emma, eu precisava dela, Ella precisava dela, Levi precisava dela.......todos precisávamos dela.

SONHOS SELVAGENS?!

💄💋⚽️
• Sonho Acordada •

— Natasha! — a voz de Emma. —Cuida deles por mim, faz isso minha amiga. — acrescentou se agachando perante mim.

—Não sou capaz! Nunca fui.

— Foste! Sempre conseguiste isso. Eu sei que consegues fazer isso sem nem piscar duas vezes, sempre foste aquela mulher que passaste por muito e mesmo assim não te deixavas ir abaixo.

— E sei eu não der conta e as perguntas. E os medos?!

— Medos fazem parte de nós, crescemos com eles e morremos com eles! Nada melhor do que pessoas que nos amam perto de nós, para realizar esse feito.

— É! Eu consigo fazer isso.

— Eu sei que sim.

💄💋⚽️

— Natasha! Querida? Tudo bem? — Autos puxa uma cadeira para mim.

Eu estava tentando me acalmar por dentro, eu precisava disso e neste último mês nem isso eu tinha conseguido fazer. Se eu visse João com toda a certeza acabaria com a raça dele na mesma hora, Ella precisava dessa vingança, eu precisava dessa vingança.

— Tudo! Tudo bem. — sorriu ao de leve.

— Mas até agora estavas acabada e agora estás feliz? O que mudou? — António se mostrou confuso.

— Tive uma visão.....preciso entender que tudo de bom acontecerá daqui em diante e tudo de mal ficará para trás.

— Isso mesmo.

— Preciso ver como ela está? Vocês vem?! 

— Não acho apropriado para mim isso. — disse o moreno enquanto nos levantávamos.

— Ella quer alguém a três metros dela, homens em específico.....menos o irmão. Ficas encostado na parede do corredor se desejares!

— Por mim. Até coloco minha coluna firme, preciso de uma massagem também.

— Não é o momento. — Aurora riu dele.

Bati levemente na porta e logo vi os três sentados na cama fazendo a maior bagunça nela. Não me importava nada disso, Ella precisava de viver, a pequena precisava de ser criança. Algo que ela não o foi este último ano.

— Me desculpe tia, eu já vou arrumar. Caiu sumo do meu irmão ali, afastei logo para não molhar o restante dos cobertores. Me desculpe.

— Não tem problema. — Aurora murmurou. —Como estás anjinho?

— Bem.....eu acho?

— Porquê querida? O que mudou?!

Aurora sabia como lidar com estas situações? Não fico surpresa com isso, de tanto que ela visita Glória no hospital isso nunca me surpreende e cada dia ela aprende uma coisa nova que ela mesma me conta. Me encanta a sua dedicação.

— Nada não, é que.

— Posso contar o que me contaste amiga? — S/n segurou sua mão. —Não tenhas medo, ninguém vai fazer nada. Eu não vou deixar.

— Tudo bem amiga, podes.

Entretive Levi nos brinquedos do quarto.

— É que a Ella, vovó. Ela sofreu como sabe né, bem como vou dizer. O tio dela não deixa Ella dormir quando queria, depois da escola e tudo, só apenas a deixa dormir cinco horas por dia. Se ela fizesse bagunça como ela fez aqui com a comida na cama ele.............ele.......ele batia nela para ela não mais fazer isso.

— Aquele!!!

— ANTÓNIO! — gritei com ele. —Aqui não, por favor.

O repreendi mais uma vez.

Eu sei que todos estávamos chateados com tudo isto, mas levar as coisas a peito não era a vida acertada a se fazer, eu também queria vingança, todavia isso não não levaria a nada e até nos prejudicaria.
PREJUDICARIA imenso e ainda mais com crianças ao redor.

— Quando é?!

— Mês que vem, dia 3 de dezembro na primeira hora da tarde.

— O que tem?!

— Querida....bem.... — Aurora segurou o pequeno. —Sabes o tio João não é?! — assentiu. —Bom....teras que prestar depoimento contra ele querida. Dizer tudo o que ele fez!

— Eu.....eu não quero. Tenho medo de homens mamãe.

Ella também! Não estava aguentando isso, eu jurava que ainda iria morrer mais cedo depois de tudo isto.

— Tem que ser amiga, é para o teu bem.

— Ella! — estremesse Ella após ouvir António. —Sei que é complicado para ti, na tua idade e até é complicado para pessoas mais velhas que passam por isso. Há inúmeros casos ao redor do mundo, mulheres, homens, bebés, crianças, jovens, adultos e idosos passam por isso. Não foste a única anjinho.

— ...

Todos estávamos atentos ás belas palavras dele.

— Todos temos os nossos receios, todos temos medo de ficar sozinhos e todos temos medo de nos julgarem onde quer que vamos. Nunca foi fácil para ninguém encarar a realidade, sei que é difícil para ti passar por tudo isto novamente especialmente naquela terrível noite, mas tens que ser forte por ti.......por ele. Pelo teu irmão anjinho!

— Eu sou forte? — Ella perguntou na inocência. —Como eu faço isso?!

— Encarando os medos. — S/n aperta sua mão. —Todos temos que o fazer. — a abraça por fim.

[...]

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