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Dear Lord, when I get to Heaven
Please let me bring my man
When he comes, tell me that you'll let him in
Father, tell me if you can
• Young and Beautiful - Lana Del Rey •
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Frase do Capítulo:
-Não se veja perdida em seus sonhos pois eles podem virar o teu pior pesadelo.
Natasha Costa, 2012
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Natasha Costa
3 dias depois
Estes últimos dois dias vim para o meu apartamento pois eu não queria incomodar ninguém ainda mais quando Duarte e António iriam receber pessoas bastante importantes na quinta deles. António insistiu em que eu ficasse, mas não achei prudente e além do mais eu tenho que estudar para o exame da faculdade que entrei neste ano.
Digamos que António tirava um pouco do seu tempo para me ajudar nesse assunto. Hoje era o dia de limpeza no apartamento por isso acordei bem cedo para realizar a devida tarefa, a parte mais chata de tudo isto era limpar o chão definitivamente, era complicado pois tinha que ter um produto próprio para não estragar mais depressa.
Coloquei uma música nos meus AirPods e comecei a limpeza, "Chase Atlantic" era terapia, meus artistas favoritos sempre que limpava a casa e digamos que ela ficava num brilho. Comecei por limpar o pó e logo comecei a colocar roupas para lavar, como hoje fazia um pouco de sol e estava um tempo agradável para novembro coloquei alguma roupa secando na varanda.
Tinha um móvel muito difícil de limpar sempre me vergava bastante para realizar a limpeza, eu não gostava de pedir a Enrique esse tipo de serviço ainda mais pois ele não é pago para o fazer, por isso hoje tinha que cumprir a missão de o limpar sozinha. Me inclinei tentando limpar a parte de trás dele até que encontro o que eu estava procurando á imenso tempo, o colar que meu irmão tinha feito quando eu fiz anos.
Era simples, porém era com muito amor.
— Não sabia que custava demasiado limpar um simples móvel! — afirmo colocando as mãos sobre as minhas costas.
E por mais que eu quisesse manter a minha pose de "séria" a dor na região das costas onde havia a recente cicatriz doía bastante. Sentei-me um pouco na cadeira, respirei fundo e retirei um fone para tentar ouvir se alguém batesse na porta e é que no momento que eu o retiro alguém toca á campainha. António tinha a chave do apartamento por isso foi fácil para ele entrar caso algo acontecesse.
— Oh meu Deus Natasha! — exclamou puxando-me para um abraço. —Estás bem?! É as costas?
— Hum hum! Preciso de descanso, este móvel não é fácil de limpar.
— Podias ter chamado o Enrique para te ajudar amorzinho.
— Não o quis incomodar com isso, além do mais já estou melhor vou continuar as limpezas.
— Não senhora! A senhorita vai comigo para a empresa.
— Mas hoje não era o dia de folga dos funcionários?
— É, mas os diretores executivos de cada setor trabalham na mesma. Agora vem, deixa isso depois nós arrumamos!
— Tu? Saíste á pouco de uma recuperação severa não quero que faças esforços.
— Estás a chamar-me de fraco? — em tom de ironia coloca-me sentada em cima da mesa. —Não testes a minha saúde assim.
— Vou chamar o Enrique para me ajudar nisso.
— Quê? Não senhora eu ajudo!
— Ciumento. Além do mais eu gosto do G.
— G? Como assim G? — diz quase tendo um treco bem ali.
— Gloss! Gloss de cereja.
— Ahm! Estás a usar?
Acenei com a cabeça e rapidamente ele emoldurou o meu rosto com as suas duas fortes mãos, acariciou com o olhar meus lábios entreaberto, o prazer intensificou ao ver-me humedecer os lábios com a ponta da língua, para um convite silencioso para juntar os nossos lábios intensificando ainda mais o momento. O nosso primeiro beijo.
O beijo cheio de promessas cumpridas e de juras de eternidade. ROMANCE! Apenas o beijo, o melhor...o começo, a metade, o inteiro! Ele, eu, juntos e apaixonados, selando o presente e sonhar com o futuro. Unidos num beijo cheio de memórias que significou o começo de uma linda história e amor. Uma obra-prima feita de detalhes com paixão verdadeira.
— António! — um suspiro profundo se fez ouvir enquanto o sentia beijando pedacinhos do meu pesco levemente me deixando arrepiada. —António!
— Hum! Não gostaste?
— Eu? O melhor beijo que alguma vez tive, não estava á espera disto.
— Pensei á bastante tempo em te beijar!
— E porque não me beijaste antes?
— Minha mãe criou um cavalheiro e além do mais estavas a precisar de um beijo intenso destes! Tirando tudo isso digamos que aprovei o Gloss de cereja, fica bem em mim.
— Bobinho!!!! — o afasto e continuo meu trabalho, mas logo me puxa novamente para ele fanzendo nossos corpos gerarem enormes faíscas.
Este seria o primeiro de muito beijos!
— Assim chegarei tarde á empresa.
— E porque é que ainda estás aqui?
— Para te beijar novamente, não consigo esquecer a cena maravilhosa!
— Cena maravilhosa?
Nossos rostos se aproximam mais uma vez, seus gélidos dedos fazem carinho na minha nuca me arrepiando por inteira, um beijo envolvente foi gerado novamente.
Juízo total e completamente perdido.
Seus lábios eram tão doces e macios como jamais havia sentido, nossa conexão foi ficando cada vez mais forte, eu não queria sair dali mais, ele corta o beijo iniciando outro mais profundo e intenso, ele começa a explorar a minha boca me deixando ainda mais nervosa de que algo corresse mal e não mais ele querer me beijar.
— Como é que seus beijos são tão bons? — eu digo roçando nossos lábios, informando-o de que queria mais.
— Também acho amorzinho! Pode falar eu sou bom em tudo o que faço. — suspira e ri.
— Convencido!!!!
As minhas mãos desenhavam sobre as suas costas em movimentos delicados, unindo ainda mais nossos corpos. A doçura da boca de ambos era um deleite de emoções sem igual, eu estava completamente alucinada com tudo isto pensando que era um sonho e que logo iria acordar. Nosso beijo foi logo por um enorme ar necessário enquanto recuperávamos o oxigénio.
— Natasha! Natasha! — disse me abanando. —Acorda Natasha.
— António? Eu estava a sonhar?
— Hum hum! E estavas a beijar o vento sabias. — diz ele sentando na cama rindo da minha situação. —Vem vamos tenho que ir para a empresa.
— Estou no meu apartamento?
— Sim estás tu é que quiseste vir para cá mesmo eu dizendo que não fazia mal estares lá e além do mais eu tenho a chave!
— Ahm! Estou confusa apenas isso.
— Posso saber o que estás a sonhar? Estavas tão entretida aí! Devia ser bom hem!
— Não posso dizer nada, vou tomar banho espera-me lá em baixo!
— Vou esperar na sala isso sim. Vou preparando a tua bolsa! Onde está o teu computador?
— Ali na mesa da sala não o viste? Eu o deixei lá ontem de noite.
— Aquele computador velho? Tenho um presente para ti na sala!
— Hum! Ok depois eu vejo isso, vou tomar banho.
Ele saiu do quarto, fechou-a e logo eu entrei na casa de banho, eu não queria que aquilo fosse um sonho, porém acho que era. Aquilo foi tão mágico e perfeito que o poderia beijar agora mesmo, seus lábios eram os mais perfeitos que já havia beijado mesmo que fosse um sonho eu não queria acordar.
Aquilo parecia tão real, todavia não era real em duas coisas, era que a empresa não fazia folga de funcionários e muito menos me doía as costas. Eu podia jurar que aquilo era tão real, mas acho que Deus tinha o momento e a ocasião perfeito para eu e António nos beijarmos pelo menos os sinais que ele me dava era que ele gostava de mim. Meu juízo tinha-se completamente perdido.
Acabei de me arrumar e apenas faltava vestir o meu casaco, coloquei o meu Gloss de cereja e logo abro a porta e o vejo sentando no sofá olhando fixamente para a televisão. Dou uns pequenos passos pego em meu casaco e quando retorno o meu olhar mirava António olhando para mim fixamente enquanto eu me arrumava.
Eu estava ao ponto de ir lá e lhe roubar um beijo mas minha mente tinha que ser maior que o meu coração nestas horas, mas não sei quanto mais tempo eu aguentaria ainda mais depois do sonho que tive. Ai, o sonho, queria ser a bela adormecida.
— Natasha. Está tudo bem? Estás meio distraía. Natasha!!!
-Ah oi! Diz falaste comigo. É esta a surpresa? Bem eu levo o novo e o antigo. Vamos indo eu vou no meu carro pois depois tenho que passar no meu pai!
Algo nele me atraía para junto dele e se eu não saísse dali o mais rápido possível algo de pior podia acontecer e se ele não gostasse nunca mais me quisesse ver. PERDIÇÃO!! Entro no meu carro e ele continuava a rir da cena que eu tinha feito á pouco, mas se eu não tivesse saído algo podia ter acontecido e um não queria precipitar as coisas, eu queria deixar em rolar.
Algo nele me fazia-me ser uma mulher perigosa!
Estava me esforçando para esquecer o que sonho, todavia era algo impossível de se fazer naquele momento. Quando vejo já estou na empresa, sai do carro e logo pego nas minhas coisas e entro, António pediu para eu esperar mas eu não achei necessário isso. Dei bom dia a todos e logo esperei que António abrisse a porta da sala do mesma.
— Natasha tens mesmo a certeza que estás bem? Tu não comeste nada!
— Podia comer outra coisa.
— O quê? — diz o moreno soltando uma gargalhada e logo adentro na sala colocando as minhas coisas que tinha na mesa redonda perto da estante.
— Nada, nadinha de nada estou pensando alto isso sim, está tudo bem!
Não estava tudo bem! Eu tinha um problema e precisava o resolver e o problema estava a vir bem na minha direção a minha única reação foi paralisar vendo-o se dirigir para a minha frente. Sentou-se na cadeira e logo coloca a sua mão na mesa perto da minha, a retiro e ele me olha com uma cara estranha.
Eu ia enlouquecer se continuasse aqui por muito tempo, não posso generalizar e dizer que não gostei, ainda mais pelo simples facto de ter amado tudo aquilo, aquela ilusão me colocava nas nuvens. Normalmente o fogo me mataria, mas este fogo jamais poderia ser matador. Ele era a perfeição e a minha única salvação para uma vida estável que tanto prezei em toda a minha vida.
Era duro pensar que muitas das mulheres precisavam de homens como ele só por dinheiro e não por amor. Principalmente António Torres.
O homem mais desejado de Portugal, de Espanha e talvez de todo o mundo, chegava até a ser irónico o tom que os meus pensamentos tomavam neste tipo de situação eu precisava que ele saísse daqui pelo menos um pouco ou se não eu mesma teria que sair.
— Eu devia me controlar isso sim.
— Do que é que estás para aí a falar, tu não estás bem com certeza foi o sonho não foi?
— Sonho? Que parvoíce, vou começar a trabalhar.
— Tudo bem então, vou só ali á Patrícia e já volto.
Enfim a sós, tudo o que eu pedi a Deus desde que cheguei aqui foi um tempo para me recompor, contei até dez e o céu começou a cair lá fora. O som da chuva era notória e eu nem tinha olhado para a temperatura hoje, mas parece que estava o caos lá fora.
Virei a minha cabeça para o lado oposto, o da porta, e vejo a loira entrando, era Clara. Ela era a chefe dos recursos humanos e claro que muitas vezes ele vinha na sala dele e porque não, ela nunca me conheceu, porém António já me havia falado dela e digamos que eu não ia com a sua cara.
— E eu não te conheço? — ela sorriu.
— Acho que não! É difícil dizer, algo em mim diz que já nos cruzamos. — meu tom irónico se fez sentir enquanto me levantava. —Precisas da sala?
— Tenho a sensação que te conheço sim, a última vez foi quando a senhora estava aqui perto da porta enquanto eu falava com António. Á sim foi isso.
— Hum. — cruzo os braços sorrindo e quase partindo para cima dela.
Juízo Natasha! Controla-te não te enerves hoje, tudo está a correr bem.
— Sim eu e António íamos ter uma reunião se não se importasse.
— Que eu saiba António é quem manda nesta sala por isso se a minha presença não for necessária quando ele chegar o mesmo me comunica.
— Um Macbook?! Fico surpresa como é que pessoas como a senhora tenham dinheiro para comprar esse tipo de coisas.
— Estás a falar deste presente? Foi o seu chefe que me deu, eu não lhe pedi nada!
— Duvido. Mas bem eu fico aqui á espera sentada! Fique á vontade senhorita.
— E eu ainda afico surpresa de ver como pessoas insuportáveis podem ser tão imprevisíveis ao ponto de estragar o dia das outras pessoas.
— Os incomodados é que se mudem querida! — fala ele em tom de deboche.
Eu estava no ponto de partir para cima da cara dele com toda a certeza do mundo.
— Além do mais eu tenho muito mais cérebro que tu!
— Até podes ter, mas pelo menos eu tenho mais caráter "querida". — falo murmurando e virando para a mesa novamente.
— O que disse? Estou a falar com a senhora não ouviu?
— Natasha, daqui a pouco António está aqui!
— Obrigada Lopez.
— Hum! - murmura ela batendo com a sola do salto alto no chão mais de uma vez. —Isto não fica assim!
— Falaste alguma coisa querida? — digo a provocando ainda mais. — Pensei!
Eu estava já a perder o meu juízo com ela e se o moreno não chegasse o mais depressa possível eu não sei se iria aguentar mais. Arregalei os olhos quando ela começou a falar sozinha provavelmente vendo os documentos dos funcionários em seu computador.
Aquilo estava mesmo a acontecer?
Coloquei mais uma vez o meu Gloss a provocando até que vejo António se dirigindo para cá. Surpreso com nós duas dentro da sua sala e sem nenhum cabelo arrancado se dirigiu para a sua secretária mas claro que ele não podia deixar de passar perto de mim me provocando ainda mais.
— Aguentas-te ao máximo! Estou admirado. — sorri me deixando um bloco de notas em cima da mesa. —Vou descobrir o que se passa contigo.
Descobrir o que se passa comigo?
Não isso não seria certo se ele descobrisse eu jamais sairia de casa e nunca mais queria olhar para a sua cara. Começaram a falar eu entretida revisando os meus resumos no computar os escutava falando em tom baixo, mais ela porque ele não se importava um pouco de que eu estivesse ali.
Ele fazia de propósito gerando este tipo de situações, começo a realizar um novo resumo mas nada podia fazer para acabar com o som das teclas persistentes. Analiso o rosto de António e o noto olhando para mim enquanto Clara estava virada para o ecrã do seu portátil. Seguindo o protocolo da boa conduta eu resisti o máximo possível até que tive que inventar uma desculpa para usar a impressora da Patrícia.
Eu ia dar em tola dentro daquela sala.
— Patrícia me ajuda! Eu vou dar em doída? — olhei para a mesma enquanto arquivava uns papéis na pasta. —Me ajuda!!!
— Mais do que já és sobrinha?
— Ah tio! São coisas de mulheres e aliás não devias estar a trabalhar?
— Devia mas tive que levar a Catarina ao trabalho o carro dela avariou.
— Hum tudo bem.
— Diz lá amiga o que se passa é António?
— Como sabes?
— Desconfio! — fala soltando um ligeiro sorriso e se colocando em pé a meu lado. —Digamos que ele pediu para eu descobrir o que se passava contigo hoje.
— Ele oquê? Não lhe digas nada o que eu irei dizer. — acena com a cabeça e logo se senta para escutar. —Eu sonhei que eu e ele nos beijamos e foi um beijo intenso sabes e ele viu eu mexendo a boca quando ele veio me acordar.
— Ahhhh! Sabia. Tu o amas, vocês os dois se amam cara está na cara.
— Não lhe digas nada por favor.
— Nunca eu prometo.
A promessa de Patrícia não me parecia verdadeira, voltei para a sala, abri a porta e fiquei um instante parada a ver se podia entrar novamente e António me autoriza a fazê-lo. Parece que quanto mais eu dividia o mesmo ambiente que ele eu imaginava tudo aquilo e não me podia controlar.
Clara não gostava nem um pouco da minha presença e eles logo terminaram o que estavam a fazer. Eu não sabia o que era mas também tão cedo não saberia pois estou no meu primeiro ano de administração, o moreno ingénuo colocou "Chase Atlantic" a tocar mesmo ele sabendo que eu gostava deles. Ele fazia isto tudo de propósito!
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Aurora Torres
21:04h - na beira do cinema
Estava sendo difícil saber qual dos dois mais gostava um do outro. Natasha havia-me convidado a mim e a S/n para uma noite de cinema, mas não podia dizer a António que estava comigo. Eu não sabia o porquê mas só aceitei, eu sabia que esta vinda ao cinema tinha um intuito a mais e claro que não pude deixar de notar os seus olhares confusos e pensativos.
Algo se passava e era entre ela e António, quando saí de casa com S/n, António parecia-me feliz. Eu tinha que descobrir o que se passava o quanto antes, como a sessão de cinema era só ás 21:30h fomos para um café bem á beira do local. S/n pediu a sua sobremesa favorita e como estava entretida pintando nem notou que eu e Natasha começamos a falar.
— Esta tudo bem mesmo Natasha? Estás um tanto pensativa. — ela me encarou. —Prometo não dizer nada!
— Não é nada Aurora esteja descansada com isso.
— Querida eu conheço muito bem as pessoas, pode se abrir comigo e se foi algo que o meu filho fez eu terei uma boa conversa com ele!
— Ele não fez nada. Fui eu!! — a olhei confusa e logo pousei o café que ia beber. —Mais ou menos isso, não sei explicar.
— O que tenha acontecido pode sempre se resolver.
— Não é bem simples Aurora. É algo que eu sonhei, mas aquele sonho parecia tão real.
Eu estava disposta a ouvir mesmo que isso demorasse algum tempo, ela não podia ficar com aquilo escondido a prendendo e ainda mais podia acabar por sair de uma forma ou de outra. Eu tinha em conta se ela não quisesse se abrir comigo ainda mais com a mãe da pessoa que ela gosta, sim ela ainda não tinha me dito nada, todavia tanto ela quanto ele não escondiam nada que realmente sentiam algo um pelo outro.
O facto de Natasha me ter chamado para sair com ela fora de casa realçava ainda mais que era algo que António não podia saber, era complicado para ela ainda mais se ele soubesse, confesso que o moreno tinha o seu jeitinho para saber das coisas e sempre acabava por descobrir. Nada passava de vista dele, a sua constância para saber dos assuntos que o envolviam era automaticamente ligada.
— Eu tive um sonho com o seu filho onde ele apareceu em minha casa e acabamos por nos beijar, aquilo parecia tão real, sabe! Foi tão mágico e perfeito, mas quando acordei eu senti-me mal pois ele estava bem na ponta da cama atento. — um suspiro enorme se fez sentir por parte dela e logo aliviou os ombros. —Desculpe!
— Desculpa? Querida é natural que pessoas que se amam tenham sonhos, não se sinta mal por isso. Todavia eu recomendo-lhe a falar com o António.
— Não! Com o António não, ele não pode saber.
— Ele vai acabar por descobrir e se fores lhe contar será muito melhor!
— Eu tenho vergonha de lhe dizer isso, eu nem devia me apaixonar por ele. Eu fiz ele sofrer!
— Amor não tem idade querida. Bem fazemos assim quando se sentir confortável eu posso estar presente e conta-lhe o que acha?
— Mesmo?!
— Claro, é natural que tenha um pouco de medo no início e com receio que ele não reaja da melhor maneira, mas conhecendo o meu filho ele será paciente e ouvirá.
— Tenho medo, mas obrigada Aurora.
O amor era a coisa mais maravilhosa no mundo, se estes dois marrentos não fossem á vante eu junto com a S/n faríamos eles ficarem juntos, eles se amam e já não escondem isso de ninguém. Era algo inexplicável de se dizer, porém os seus olhares e os seus corações sempre procuravam uma maneira de se encontrarem.
Quando eu e Duarte ainda éramos jovens aconteceu a mesma coisa que está a acontecer ao António e á Natasha, inevitavelmente isto haveria acabar por acontecer num momento ou noutro. Não querendo me gabar mas eu sempre fui paciente e obediente, já o António não era nada igualzinho a mim, com o mesmo feitio do pai, porém com muito amor para dar, estava no ADN da família e consoante o tempo passava estava ainda mais visível isso.
Como o filme que a pequena queria ver estava quase a começar fomos indo para o cinema, o filme escolhido pela minha neta foi "Detona Ralph" era um filme que ela já queria assistir á muito tempo e como foi lançado na semana passada viemos hoje já que amanhã era sábado e a pequena não tinha escola.
Ter estes momentos com a S/n era a melhor coisa do mundo, a tratar como filha era algo maravilhoso e eu havia prometido á sua mãe que a protegeria de tudo e de todos. Paguei as pipocas e as bebidas e logo fomos para os nossos assentos, ver a alegria dela no olhar era simplesmente a melhor coisa do mundo. Ela tinha sorte na educação que tinha e com certeza iria se tornar uma grande mulher.
O filme foi decorrendo e pouco depois já havia acabado, fomos para casa, mas Natasha tinha ido para a sua eu acho que ela não queria se cruzar com António tão cedo não depois do que ela me contou. Eu não a julgaria se ela não o quisesse ver, mas em qualquer momento ela teria que o fazer de uma maneira ou de outra ainda mais quando o moreno insistiu a ajudá-la com a licenciatura.
— Vovó! A mamãe Natasha gosta do meu pai? — sua pergunta me pegou de surpresa. —Eu ouvi as senhoras falarem.
— Então se ouviste não comentes nada com o teu pai por favor, a Natasha não quer que ele saiba pode ser?
— A Natasha está grávida do papai?
Uau! Desta eu não estava mesmo á espera, com medo que alguém tivesse a escutar mudei logo de assunto para não correr o risco de António sair por aí disparado a pensar coisas sem sentido.
— Querida porque não dormes? Estás bastante casada, vá vamos eu ajudo a puxar os cobertores.
— O papai sabe?
— S/n por favor não fales assim como se ela estivesse por favor. Vamos esquecer este assunto, vá dorme.
— Tudo bem então, até amanhã vovó. Eu te amo!
— Eu também te amo anjinho, vá dorme.
Solto um suspiro casada após sair do quarto.
Tem algo que está rolando em minha mente que não me deixa processar direito, S/n tinha feito uma questão sem sentido, mas se por uma simples hipótese ela estivesse grávida António teria que assumir nem que eu lhe puxasse as orelhas. Ele sabe muito bem que mulheres não são brinquedos, mas os homens e as suas mentalidades eram um pouco distorcidas.
— Mãe? Ainda acordada? A S/n está a dormir e a Natasha?
— Acabamos de chegar, a S/n acabou de adormecer e a Natasha foi para a sua casa.
— Hum! Eu ouvi mãe, estava a passar para ir buscar água e ouvi a minha filha falando aquilo.
— Falando? António não sei do que falas, devias estar com sono e ouviste coisas a mais. Vá vai dormir!
— Eu ouvi perfeitamente. A Natasha está grávida e a S/n acha que eu sou o pai?
— O quê?
A minha vontade de rir foi mais forte, ele sem entender nada me questionou, porém aquilo era impossível demais. António tinha uma mente muito fértil, ele devia ouvir a conversa toda e não pela metade e agora como é que eu iria dizer-lhe que S/n estava apenas a supor algo que nem a pequena percebeu direito?
Eu tinha que fazer alguma coisa, peguei no copo de água dele e bebi um pouco tentando me controlar. Eu tinha que parar para entender onde o moreno queria chegar com tudo aquilo ele percebeu mal e
S/n também e agora estava tudo de cabeça para baixo.
— Mãe? Então! É verdade ou não?
— Filho para vamos, não é jeito de brincar ainda mais a uma hora destas.
— Brincar? Mãe por favor, eu preciso saber.
— Saber o quê se o filho nem é teu?
— Então ela está grávida mesmo? Mãe fala caramba.
— António! Aurora, por favor estão a fazer muito barulho por favor.
— Desculpa amor. António por favor vai dormir amanhã conversamos melhor e além do mais deixa a Natasha em paz por favor, deixa-a descansar por favor.
— Então é verdade? Eu sabia! Amanhã irei falar com ela sobre isso.
— Falar?
Meu Deus isto estava a ir para um rumo que nem mesmo eu sabia qual era. Era impossível falar com António nesta hora por isso o levei para o quarto e garanti que ele lá ficava pelo menos até amanhã de manhã. Logo fui para o quarto, vesti o pijama e logo me deitei na cama. O dia foi cansativo, mas ver a cara de desespero do António foi o colapso de felicidade para mim.
— Está tudo bem amor? Estás a rir porque razão?
— É o teu filho que não ouve as conversas por completo de depois põem-se a especular coisas sem sentido nenhum.
— Como assim? Não entendo.
— Ele acha que a Natasha está grávida.
— E está? — me olha e logo reviro os olhos e começo a rir novamente. —Amor então porquê desse sorriso?
— Natasha não está grávida e nunca esteve, agora António pensa que sim. Ele é mesmo igualzinho a ti sabias!
— É nosso filho é natural. Bem...mas se ele a engravidasse teria que assumir como ele já sabe!
— Eu sei eu também pensei isso, mas bem vamos parar com a conversa e dormir pois amanhã terei que acordar bem cedo para falar com ele.
— Tudo bem. Até amanhã amor.
— Até!
Estes dois ainda vão dar muito o que falar.
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