Vinte e oito
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊS ME DEIXARAM NAMORAR UM TRAFICANTE DE ÓRGÃOS! - eu gritava e usufruía do meu belo pulmão, enquanto meu rosto era banhado de lágrimas, para um Michael e um Danny que estavam sentados no sofá à minha frente, com um semblante culpado - VOCÊS ESTAVAM ESPERANDO O QUE PARA ME CONTAR? ELE ME DISSECAR????
- Anne, a gente não...
- NÃO QUERO SABER! IREMOS ELABORAR UM PLANO, EU VOU ME LIVRAR DESSE LUNÁTICO E DEPOIS EU NUNCA MAIS VOU OLHAR NA CARA DE VOCÊS! - obviamente que eu não consegui ficar longe, mas valeu a tentativa.
Me larguei em uma poltrona e cruzei os braços. Eles se entreolharam.
- Bom, amanhã vai ter a festa - Michael se virou de frente para o Danny - Podemos criar uma distração e prender o Peter no salão de festas, enquanto aquela que não deve ser nomeada ali - ele me indicou com a cabeça e falou como se eu não ouvisse tudo - Vai até a sala dele. Eu sou do escritório de advocacia, então a minha presença no jantar não será considerada como algo anormal. Você e o Matthew nos esperam do lado de fora do hospital. Com todas as provas que conseguirmos pegar, podemos montar um dociê, marcar uma reunião para o dia seguinte e tirarmos o mafioso da vida dela.
- Claro que ela teria que pedir demissão...
- Ou também marcamos uma reunião com o Peter, em um horário diferente, e o ameaçamos para dar uma carta de recomendação a ela!
- Genial - Danny assentiu - Está mais calma, Lise? - revirei os olhos.
- Estou sim. Super.
- Acredita em mim quando eu digo que não sabíamos de nada! - ele se aproximou e se ajoelhou na minha frente - Qual é? Você acha que eu deixaria você se aproximar dele, se soubesse que ele é um açougueiro? Mas pra eu te falar que ele estava envolvido com o Vincent, eu teria que falar como eu sei e confessar que também mexia com coisa errada. E depois que você descobriu tudo sobre mim... pra ser honesto, eu não imaginei que aquele engomadinho tinha estômago pra um esquema desses. Pensei que eles desviavam medicamento - o encarei por um longo tempo - Confia, Lise. Por mais que o Evans seja esse filho da puta, ele jamais concordaria com isso também. Ele até deu um murro na boca do estômago del...
- ELE O QUE? - levei o olhar até Michael, que coçava a nuca e olhava um ponto aleatório do apartamento.
- Foi no dia que o pau no cu do Tyler falou merda pra você numa reunião com o seu chefe... Você não sabia? - ele me encarou atordoado. Fiz que não com a cabeça - Ele ouviu o arrombado te chamar de infantil e foi atrás dele...
- Danny - o Mike usou um tom de alerta, que foi ignorado pelo meu amigo.
- Emboscou ele no vestiário dos funcionários...
- Cala a porra da boca!
- Deu um murro na boca do estômago dele e falou que se ele fizesse mais alguma coisa, ele ia estourar a cada dele - ele olhou para o Michael, que o encarava bravo - O que é? Eu to cansado de segredos entre nós! - ele se levantou - Eu pedi a Ashley em namoro e terminei de vez com a Rebecca, foda-se - arregalei brevemente os olhos - Também to juntando dinheiro em uma conta nas Ilhas Cayman e daqui seis meses vou abrir a minha própria empresa. Sei que no início vou ter que dar conta das duas coisas, mas em breve vou sair desse lixo. Tem alguma coisa a dizer, Evans? - eles se encararam por longos instantes e eu percebi que uma batalha silenciosa foi travada entre eles.
- Não. - sua voz era grave.
- Foda-se, então. Eu falo - Danny falou de forma simples.
- Porra, Danny... - ele passou a mão nervosamente no cabelo e ficou de costas pra nós.
- O Evans alimentou um ódio por você durante anos, ao ponto de eu não poder pronunciar o seu nome sem que ele me desse um murro. Tive que ser seu amigo escondido e, parte do motivo de eu ter vindo pra Boston foi esse. Eu não aguentava mais tanta reclamação dele! - Danny revirou os olhos - Ele não queria te ver nem pintada de ouro e xingou até a sua quinta geração. Ele só sabia falar do quanto sentia nojo de você e blá-blá-blá, mas foi só você se declarar bebada que ele voltou a ser esse boiola - meu queixo caiu.
- EU O QUE? Quando eu fiz isso? - franzi a testa.
- No dia da inauguração da Kabbalah. Ele te trouxe pra cá e você não parava de falar do quanto ainda amava ele, a mão dele, a língua dele... - Danny fez uma careta e eu levei meus olhos até o Michael, que já me encarava impassível, com um cigarro na boca - Por mais que ele negue, nesse mesmo dia terminou com a Stephanie e ficou choramingando pelos cantos da casa que queria voltar com você.
- Não foi assim. - Michael revirou os olhos impaciente. Danny o ignorou.
- Só que ele era covarde demais pra falar isso pra você, por achar que estava feliz com aquele médico filho da puta arrombado. E eu acho que isso é tudo. Alguém tem mais alguma coisa à acrescentar? - ficamos mudos. Realmente, era muita coisa pra assimilar em um dia só - Então vou ligar para o Matthew e passar o plano pra ele - e se afastou e nos deixou sozinhos.
Eu e o Michael nos encaramos por longos minutos, enquanto eu tentava absorver tudo o que o Danny havia falado.
Antes de lhes contar as próximas cenas, há algo que vocês precisam saber: Eu e o caos somos um.
O que isso quer dizer exatamente? Que eu sinto quando ele está próximo e quando se vai. Quando ele quer destruir algo ou quando quer paz. E, acima de tudo, há momentos em que ele me sobrepuja. E eu sentia que esse era um deles.
Eu não sabia ao certo como seria, mas conhecia o meu caos tempo o suficiente, para saber que ele queria assumir o controle e bagunçar o que lhe era de direito. Queria desestruturar e mudar tudo ao meu redor.
Quanto a mim? Fiz apenas um último pedido de misericórdia, que foi poder amar o Michael como se fosse o meu último dia na terra.
Eu não sabia quais seriam os danos, não sabia se sairia morta física ou psicologicamente.
Portanto, queria o amor do Michael.
- Isso o que ele falou... é verdade? - ele ainda estava impassível e demorou cerca de um minuto para me responder.
- Em partes. - me levantei e me aproximei dele.
- Quais partes? - ele tragou o seu cigarro e me encarou.
- Algumas. - soltei um riso debochado.
- Bateu no Tyler? - tirei o cigarro dos seus dedos. Ele assentiu - Terminou com a Stephanie no dia da abertura da Kabbalah?
- Dei um tempo. Terminei oficialmente antes de ir para o seu apartamento - posicionei o cigarro nos seus lábios e o assisti traga-lo. Após soltar a fumaça, completou - Eu não traio, lembra?
- Mas ela veio pra cá no dia em que...
- Veio para buscar suas coisas.
- Você postou foto com ela a dias atrás!
- Postei pra te provocar, né? - ele revirou os olhos como se fosse óbvio e eu dei um tapa no seu braço.
- Como se atreve a fazer isso comigo? Isso foi baixo!
- Porque você com ciúmes é a coisa mais linda que existe - senti minhas bochechas corarem, ao passo que os seus lábios se curvaram timidamente em um sorriso.
- Então você e a Ste...
- Trocamos mensagens as vezes, mas só como amigos - levei o cigarro novamente até os seus lábios e o assisti traga-lo.
Não sei responder se eu queria ser o cigarro para estar na boca do Mike ou o Mike para fumar esse cigarro.
- Você sentia nojo de mim? - o assisti eliminar a fumaça tóxica do seu pulmão pelo nariz.
- Eu nunca senti isso por você, nem por um mísero segundo. Mas confesso que era mais fácil fingir que sentia, para conseguir suportar a sua ausência por intermédio do ódio. - assenti e me afastei. Acabei por apagar o seu cigarro em um cinzeiro próximo.
Amor. O mais profundo e intenso amor que eu já senti em toda a minha curta existência.
Entrelacei meus dedos em uma de suas mãos e o conduzi lentamente até o seu quarto.
Nada de carnalidade. Amor.
Assim que entramos no cômodo, usei o cartão de acesso para trancar a porta. Ele me encarava desconfiado. Imagino que a minha cena, nitidamente fora de controle, ainda estava recente em sua mente.
- Tira a camiseta - mesmo receoso, ele obedeceu ao meu pedido.
Após observá-lo alguns instantes, levei minhas mãos até a barra da minha camiseta e a tirei. Ele mantinha-se fixo nos meus olhos.
- A calça.
Ele tirou o seu tênis ainda fixo em mim. Após, desabotoou a calça jeans, a desceu pelas suas pernas e a jogou no chão ao lado do seu corpo.
Observei seu corpo tão definido. Seu peito, que subia e descia com a sua respiração lenta, calma, serena... Seus olhos fixos em mim.
Tirei o meu tênis, soltei o cordão da minha calça de moletom e a tirei do meu corpo. Voltei a encara-lo.
O encarei tanto que, em dado momento, ele soltou um riso nasalado e desviou o olhar do meu, ao passo que coçou sua nuca.
Qualquer pessoa que assistisse essa cena, pensaria que eu estava acometida de um surto psicótico. Contudo, eu forçava a minha mente a decorar cada detalhe dele.
Cada linha perfeita dos músculos da sua perna.
A forma como a sua boxer abraça o seu corpo.
Aliás...
- A boxer também. - ele sorriu de lado e a tirou.
As entradas da sua pelve tão marcadas e definidas.
A forma como o seu abdômen contraiu com a sua risada nasalada, que me revelava que ele estava constrangido com o meu olhar fixo nele.
As linhas que delineavam, tão perfeitamente, os músculos dos seus tríceps e bíceps.
Ele é perfeito.
Não tem um único detalhe que eu mudaria nesse homem.
Me aproximei a passos lentos e forcei o meu cérebro decorar todas as sensações que tocar sua pele macia me causava.
Com a ponta dos dedos, mapeei seus braços, ombros, peitoral... a forma como o seu mamilo se eriçou quando minhas unhas passaram delicadamente por eles.
Cada gomo do seu abdômen, suas entradas, sua bunda... a forma como ele sorriu malicioso quando eu a apertei, também foi algo que eu fiz questão de decorar.
Amor.
Entrelacei meus dedos aos seus e o conduzi até sua cama. O pedi para sentar na beira e parei em pé a sua frente. Ainda fixa nos seus olhos, abri o meu sutiã. Em seguida, tirei a minha calcinha.
Agora, foi a minha vez de ser observada, ao ponto das minhas bochechas arderem. Seus olhos percorreram cada detalhe do meu corpo.
Sem pressa.
Suas mãos se espalmaram nas minhas coxas e também delinearam minhas curvas. Foram para a parte posterior da minha coxa e bunda. Subiram até minha cintura, seios, clavícula, braços...
A m o r
Quando suas mãos repousaram no meu pescoço, coloquei uma perna de cada lado do seu corpo e aproximei os meus lábios dos seus.
Apenas aproximei.
A sensação das nossas respirações se misturando e a ansiedade para o beijar, também era algo que eu gostaria de guardar no fundo da minha alma.
Por fim, repousei os meus lábios sobre os seus. Suas mãos foram até minhas coxas e subiram firmes até repousarem nas minhas costas, onde me puxou ainda mais próxima a ele.
AMOR
O senti rígido próximo da minha intimidade. Toquei seu membro delicadamente, pra também o decorar, e o acariciei para cima e para baixo, até que me ergui um pouco e o posicionei na minha entrada.
Senti seu membro pedir abertura e se aconchegar dentro de mim de maneira lenta. Essa, definitivamente, é uma sensação que eu quero guardar no meu coração para o resto da minha vida.
Envolvi o seu pescoço com os meus braços, enquanto subia e descia em cima dele, que mantinha um abraço ao redor da minha cintura, afim de me auxiliar nos meus movimentos.
Após me movimentar um pouco, joguei a cabeça para trás e deixei os gemidos, que esse momento me proporcionava, sair livremente pelos meus lábios. Quase que instantaneamente, senti sua língua contornar o meu pescoço.
Isso definitivamente é um pedaço do céu.
- Me marca - soltei em um suspiro.
Mesmo sem vê-lo, sabia que os seus lábios haviam se curvado em um sorriso malicioso. A próxima coisa que eu senti, foi os seus lábios na pele abaixo do meu ouvido, o chupando.
Nossos abdomens se acariciavam ao passo que eu subia e descia nele. Quando seus beijos se afastaram da minha pele, voltei a cabeça para frente e capturei os seus lábios em um beijo magnífico. Nossas línguas perderam-se uma na outra, até que começamos a arfar com a intensidade do nosso amor.
- Vem, goza pra mim - minhas palavras saíram arrastadas e com a quantificação exata da luxúria que havia se apoderado do meu corpo.
A próxima coisa que eu senti, além da minha intimidade contrair em um orgasmo intenso, foi a ponta dos seus dedos fincarem-se na pele da minha bunda, enquanto as palavras mais sujas saiam de forma romântica dos seus lábios. Irônico, né? Mas foi assim que aconteceu.
Estávamos ofegantes, nossas testas encostadas permitia que nosso suor se misturasse, enquanto nos olhávamos tão de perto.
Seus braços ainda estavam em volta da minha cintura, como se não quisesse que eu nunca mais me distanciasse dele. Eu não estava muito diferente, visto que mantinha meus braços ao redor do seu pescoço.
- Eu te amo, bruxinha.
- Eu te amo, quarterback.
•••
Próximo capítulo:
Amanhã às 12h
Com amor, mamãe Fox 🦊
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