Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Me ensine a conquistar Win Metawin

Oi, amores. Trazendo essa fanfic aqui com cinco capítulos pra vocês. Tô meio insegura, mas espero que acompanhem e gostem. As atualizações serão rápidas.

P.S.: História dedicada ao squad mais gentil do mundo (elas sabem quem são).

Boa leitura! 💕




SEIS ANOS ATRÁS

— Vamos lá, crianças. Se abracem e digam xis!

— Mãe, pelo amor de Deus. — Light reclamou, rindo ao perceber a impaciência de Bright. — Até quando vai nos tratar como crianças?

— Não adianta, Light. A gente tá fazendo dezoito anos hoje, mas pra ela é oito anos. Ninguém merece.

— Vão ser sempre as minhas duas crianças. — Disse a senhora Vachirawit, toda boba com um sorriso no rosto e os olhos emocionados. Os gêmeos eram o seu tesouro, e era verdade que já estavam crescidos, mas havia a preocupação, então era inevitável não cuidar dos irmãos como se fossem duas crianças, com todo o cuidado do mundo.

Os gêmeos reviraram os olhos, e sendo bonzinhos, abraçaram-se de lado. Bright abraçou Light pelo ombro e Light arrumou os óculos redondos no rosto, dando um sorrisinho pequeno, enfim olhando para a câmera. O outro Vachirawit fez o mesmo, e então a foto foi tirada. Estavam na calçada de casa, tinham acabado de voltar da escola. Tinha sido o último dia de aula do último ano, tendo o seu fim naquele mês de abril por uma crise que o país acabou tendo, atrasando todo o ano letivo e deixando muita gente desempregada. Por outro lado, os garotos estavam livres, finalmente, embora aquilo não animasse nenhum dos dois, principalmente Bright, que sentia o corpo congelar sempre que pensava no futuro. Não sabia o que queria fazer, não tinha nenhum curso superior em mente, não era nem ao menos responsável. Ao contrário do irmão. Bright invejava Light. Podiam ser irmãos e amigos, mas era visível a diferença de personalidade. Light sabia o que queria. Queria cuidar da empresa dos pais e trabalhar como corretor de imóveis. Sabia que era um emprego bom e que dava dinheiro, afinal, sua família era rica. Conseguiram o bom status com o suor dos seus pais, e chegaria naquele degrau onde estavam do mesmo jeito, se esforçando. Claro que Bright admirava tudo aquilo, apesar da pitada de inveja. Não era uma inveja ruim, mas uma inveja que fazia o garoto pensar que queria ser igual ao irmão. Ele não tinha nenhum propósito de vida.

Depois da foto tirada, a senhora Vachirawit voltou para dentro da casa, e os gêmeos se olharam e sorriram. Light sempre que podia arrumando os óculos que insistiam em cair. Tinha uma miopia desgraçada e se perguntava como Bright conseguia viver com aquela merda sem usar uma armação. A desculpa que Bright dava era sempre a mesma: não queria parecer um nerdzinho, e então ele ria, só para quebrar o clima tenso, talvez como uma forma de pedir desculpas para o irmão. Light era um típico nerd, sempre com o cabelo muito arrumado e roupas engomadinhas, tão diferente de Bright, que preferia mil vezes o corpo esquentado por um moletom ou um jeans, fora o cabelo, que na maioria das vezes estava bagunçado. Era difícil de acreditar o quão diferente eram o estilo dos gêmeos, e ainda assim, serem tão companheiros.

— Dezoito anos, hein? — Disse Bright, um sorrisinho arteiro no rosto. — O que quer fazer pra comemorar?

— Nunca gostei de comemorar aniversários.

— Para de bobagem, Light. É dezoito anos. Muita coisa, não acha?

Light suspirou, começando a andar pela rua. Bright o seguiu. Os dois tinham um compromisso.

— Já sei por que você não quer comemorar. Prefere ver o garoto por quem você tá caidinho.

Bright levou um empurrão, quase caindo no asfalto, mas o sorriso arteiro ainda estava nos lábios, principalmente quando percebeu o irmão de bochechas coradas e envergonhado. Era sempre hilário tocar naquele assunto, naquela paixãozinha de Light, paixão a qual Bright não fazia ideia de quem era. Mas, havia chegado o dia. Seria naquele começo de tarde que conheceria o futuro cunhado, quem sabe.

— Nem pense em abrir essa boca na frente dele, ouviu, Bright? Eu quero ir com calma. Se ele souber que eu gosto dele por você, vou ficar irritado.

Bright gargalhou.

— Você vai ficar puto, Light. Puto, entendeu? Você não precisa ser certinho e educado o tempo todo, sabe?

— O que você quer que eu faça? Quer que eu fale palavrão e me envolva com drogas?

— Claro que não. — O olhou indignado, encarando o irmão. Era interessante observá-lo e comparar tudo o que tinham em comum, no caso, tudo. — Enfim, isso não importa. A questão é... quando vai falar pro carinha que você tá apaixonado por ele?

— Se depender da minha coragem, provavelmente nunca. Eu não sou interessante, Bright. Sou careta, e é bem possível que ele não esteja interessado em mim, e a última coisa que eu quero é me declarar e ser rejeitado.

Bright sentiu o peso daquelas palavras, discordando de todas elas. No mesmo segundo, parou de andar e ficou de frente para Light, segurando em seus ombros e o olhando nos olhos.

— Você já percebeu o quão incrível você é, Light?

— Não sou.

— Para. Para agora com isso. Você é um cara tão incrível que até eu namoraria com você. É um charme, bonito, simpático, inteligente... — Soltou um riso, aliviado por falar todas aquelas coisas. Admirava o irmão mais do que tudo no mundo. — Você é a melhor pessoa desse mundo, e se for rejeitado, quem vai sair perdendo é ele. Entendeu?

Light sorriu de canto, todo tímido. Confiava em Bright mais do que qualquer outra pessoa, então acreditou naquelas palavras. Ele era interessante e conquistaria o carinha por quem estava apaixonado, sim. Não poderia ser um frouxo.

— Entendi.

— Beleza. Vem, vamos.

O cara por quem Light estava apaixonado se chamava Win Metawin, e era um garoto dois anos mais velho que os gêmeos, e que ainda estudava. Era um garoto que não era muito fã de tirar notas boas e estava sendo obrigado a continuar na escola por mais algum tempo — por sorte, aquele era o seu último ano também, pois Win já não aguentava mais. O rapaz tinha um rostinho de anjo com uma mistura de demônio pronto para aprontar alguma coisa. Os cabelos eram pretinhos e estava sempre usando o uniforme da escola, mostrando que tinha aprendido a ter disciplina. Ele era lindo, além de sorridente e carismático. Tinha feito amizade com Light quando ele segurou a mochila de Win no ônibus, os dois começando uma conversa com tantos assuntos em comum que seria um pecado se não virassem amigos. Toda aquela cena havia acontecido há um ano, e há um ano, Light sufocava aquela paixão no peito. Não se achava suficiente para Win, aquela era a verdade.

Os gêmeos estavam indo visitar Win na escola. O combinado havia sido com Light, mas ele queria apresentar Win para Bright, e de quebra, pedir ao irmão para ajudá-lo a conquistá-lo. Não sabia com que cara pediria aquilo, mas estava tão cansado de guardar todo aquele sentimento dentro de si, que estava começando a doer. Tinha que se libertar, tinha que tentar, tinha que ter Win ao seu lado não como amigo, mas como namorado.

Win estava encostado em uma árvore, na frente da escola. Tinha as mãos nos bolsos do uniforme e encarava os alunos indo de um lado para o outro. Light o viu e sentiu o coração disparar. Era tão apaixonado por aquele garoto que se sentia sufocar. Queria gritar e dizer que o amava, mas era um fraco, um covarde, um menino que não tinha coragem.

— Quer que eu espere aqui? — Bright sussurrou no ouvido do irmão, esse que não parava de olhar Win. Estava encantado, quase babando de boca aberta. Ouviu a voz de Bright e voltou à realidade.

— Vamos nós dois. Quero apresentar vocês.

— Vê se não beija a boca dele na minha frente. A última coisa que eu quero é ficar de vela.

Light revirou os olhos. Não tinha coragem nem de ao menos segurar Win na mão, quanto mais beijá-lo, na boca ainda por cima.

Os gêmeos foram andando. Bright um pouquinho atrás, meio acanhado em aparecer. Não sabia nada sobre Win Metawin, e o garoto não sabia nada sobre si também, fora que Bright era um cara impulsivo pra caramba, quase nunca conseguindo ficar de boca fechada, e a última coisa que queria era ferrar com o irmão. Vendo a presença dos gêmeos, Win abriu um sorriso e correu até Light. O abraçou apertado.

— Feliz aniversário pra pessoa mais incrível do mundo! — Disse Win, se soltando do abraço. Não conseguia parar de sorrir. Light era o seu melhor amigo, e se sentia atraído por ele, contudo, percebia o quanto Light era acanhado, ao contrário de Win, elétrico. Tinha medo de assustar Light, fora que nem ele mesmo sabia o que sentia. Havia uma atração, era verdade, mas não poderia dar esperanças para ele mesmo.

— Obrigado, mas não sou tudo isso.

— Para de bobagem. — O segurou pelo queixo, olhando nos olhos dele. Light queria desviá-los pela vergonha, mas Win o puxou novamente e o fez encará-lo. — É a pessoa mais incrível desse mundo, sim, sem dúvidas. Pra mim, pelo menos, e é só isso o que importa.

— Tudo bem, agora pode parar de me deixar sem graça. Me deixa te apresentar o meu irmão. — Então Light puxou Bright pelo pulso, o colocando em sua frente. — Esse é Bright Vachirawit.

— Oi. — Bright cumprimentou, um sorriso forçado de canto.

Win observou o gêmeo em sua frente, com cuidado e interesse. Era idêntico a Light, tinha tirado a prova. Light havia lhe dito que tinha um irmão gêmeo, mas Win não achou que fosse possível tanta semelhança. Mas era. E se Bright era igualzinho a Light, — tirando a diferença do estilo de roupas e cabelo — consequentemente Win se sentiu atraído por Bright também. Naquele momento, quando sentiu a adrenalina de se sentir atraído por dois caras iguais, não pensou no tanto de problemas que teria que enfrentar no futuro.

— É, realmente. — Win falou, impressionado. — Cara de um, focinho do outro.

Os irmãos riram, e Light abraçou Bright pela cintura.

— Ele só não é tão incrível quanto eu. — Implicou Light, rindo ao receber o olhar indignado do irmão. — Brincadeira. — Apertou a bochecha dele, depois deu um beijo.

— Vocês vão comemorar? — Win questionou, se sentindo sem graça por toda aquela situação. Queria ficar encarando Bright por um longo tempo, mesmo que já estivesse acostumado com aquele rosto. A questão era que ainda assim, ele parecia diferente de Light. Talvez fosse consequência da personalidade diferente. Bright o deixava quente, e aquilo era assustador. Não sentia aquilo por Light, muito pelo contrário, Win é quem deixava Light quente. Era como se só com o olhar, Win pudesse ser dominado por Bright, pela confiança na voz e pelo olhar firme. Já com Light, Win sabia muito bem que era ele, Win Metawin, o dominador.

— Light não quer. — Foi Bright quem respondeu, olhando o irmão. — Nunca gostou de comemorar aniversários.

— Por quê?

— Não gosto de festas, nem de multidão, nem de barulho.

— Nem de pessoas. — Completou Bright, zombando. — Nem de viver.

— Tá tudo bem. — Disse Win, puxando Light. O abraçou pela cintura. — Esse é o jeitinho dele. Maaas, não seria ruim comemorar uma vez na vida.

— É impossível, desista. — Bright rebateu. Sorria, observando os dois abraçados. Queria ter aquele tipo de carinho também, mas não era lá um cara de ter amigos. Seu melhor amigo era o seu irmão.

— E se a comemoração fosse só entre nós três?

Não era a intenção de Win fazer uma pergunta com um tom malicioso, mas tinha saído. Sem ele querer. Não tinha passado pela cabeça do garoto uma comemoração diferente, incluindo beijos nos dois gêmeos. Depois que a frase saiu da boca dele, percebeu o quanto foi maliciosa, principalmente porque tinha um sorriso travesso. De certa forma, não era uma má ideia se pudesse beijar os dois irmãos.

— Quer dizer... seria legal se a gente saísse pra comer alguma coisa, quem sabe beber.

— Eu não bebo. — Light se defendeu, e Bright revirou os olhos. Às vezes não tinha paciência para a formalidade do irmão.

— Qual é, porra... é o nosso aniversário. Só hoje, sério, só hoje... será que você poderia ser menos certinho? Eu me ajoelho se você quiser, e imploro.

— Não tem necessidade disso.

— Então tudo certo? — Win perguntou, animado.

Os dois ali encararam Light, e o garoto cedeu. Não estava com nem um pouquinho de vontade de comemorar, mas havia motivos para ele ter aceitado, no caso, Win, o cara por quem era apaixonado que iria, e Bright, seu irmão de confiança. Seriam só as suas duas pessoas preferidas no mundo, por tanto, nada daria errado, e a comemoração valeria a pena.

— Então tudo certo. — Win afirmou, pegando a bolsa do chão e se preparando para ir embora. Queria se afastar daquela escola o mais rápido possível e nunca mais se aproximar dela. — A gente se vê de noite. Eu passo na casa de vocês. Não vai desistir, hein, Light?

— Já dei a minha palavra.

Com o garoto já longe, os gêmeos decidiram voltar para casa, um andando ao lado do outro, ambos de cabeça baixa e um silêncio que nunca pareceu incômodo até aquele dia. Eram incontáveis as vezes que os dois ficavam na presença um do outro em silêncio, sem constrangimento algum, mas naquele momento... tinha alguma coisa errada. Bright havia se irritado com o irmão. Não entendia como podiam ser tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo. Light era um careta, não gostava de adrenalina, parecia apenas existir e não viver, enquanto Bright abraçava tudo o que fosse perigoso. Entendia o lado do irmão, mas às vezes era bom dar uma mudada. Uma reviravolta, principalmente naquele dia, no aniversário dos dois. Era um dia onde não tinha que haver regras, mas Light continuava querendo ser um cara certinho. Aquilo era um saco. E caramba, se fosse só tudo aquilo, estava tudo bem, mas Bright não conseguiu evitar se sentir atraído por Win. Ele era bonito, tinha um sorriso iluminado, parecia gostar de descobrir coisas novas e de adrenalina, e aquilo chamou a atenção de Bright. Muito errado. Errado demais. Win era o cara por quem seu irmão estava apaixonado há muito tempo. Se seguisse por aquele caminho, arrumaria uma briga feia, perderia o melhor amigo que também era o seu irmão, e destruiria uma relação de amizade, além de que se sentiria um monstro. Definitivamente, esqueceria aquela atração e aquele garoto, se manteria afastado dele e tudo voltaria ao normal.

— Gostou do Win? — Ouviu a voz do irmão. Olhou rapidamente para ele e voltou a encarar o asfalto. Diminuíram os passos.

— Ele é um cara legal. — Segurou o sorriso.

— Sério? Então... acha que devo... dizer que gosto dele?

Bright se sentiu desanimado, e nem tinha motivos para aquilo. Porra, não era apaixonado por Win. Tinha achado o garoto bonito, e errou em ter criado esperanças de poder beijar aquela boca bonita e rosada que ele tinha. Ele era o cara do seu irmão, e só aquilo importava. Bright fechou os olhos com força, e então respondeu depois de abri-los.

— É melhor se declarar pra ele antes que seja tarde.

— Tem certeza? Porque, certo que o Win é carinhoso comigo, mas pode ser apenas amizade, não? E se eu me declarar e a amizade ficar estranha? Ou acabar? Isso seria o meu fim, definitivamente.

— Se você não tentar, nunca vai saber.

— Eu vou... precisar da sua ajuda. É ridículo, eu sei, mas eu não tenho experiência com assunto amoroso, você sabe.

— E você acha que eu tenho? — Sorriu com ironia, olhando o irmão. Light o olhou de volta, pensativo. Não gostava quando Bright era rude consigo quando ele não tinha feito absolutamente nada. — Eu não tenho.

— Você tem. Já saiu com inúmeras meninas, e meninos, diga-se de passagem. Eu queria ser igual a você.

Bright parou de andar, surpreso.

— Que história é essa?

Light parou em sua frente, o encarando. Abraçou os braços e decidiu ser sincero.

— Você ao menos consegue sentir atração por meninas, eu não.

— E daí?

— E daí, Bright, que se a mamãe souber, ela não vai ficar nada feliz. Você sabe que o sonho dela é ter um ou dois netos. Você não para quieto com ninguém, e eu não posso dar isso a ela, pelo menos não do meu sangue.

— Isso não é importante. Essa história de netos. — Refletiu um pouquinho, ainda surpreso com toda aquela confissão. Abalado, puxou Light pelos ombros e voltaram a caminhar, abraçados. — Ela ama a gente, do jeito que a gente é, independente da porra da sua sexualidade ou de netos. Ninguém liga pra netos.

Light riu. Gostava do irmão sempre saber o que dizer.

— Eu daria tudo pra ser igual a você, Light. — Bright confessou. — Quando eu digo que você é incrível, é porque é verdade, não é só pra te agradar. Você tem um plano de vida, quer passar sua vida toda ao lado de alguém, enquanto eu... eu não tenho nada.

— Para com isso, Bright.

— Não. É a verdade. E eu não quero mais falar sobre isso.

— Nada do que você disse é verdade.

— Eu não quero mais falar sobre isso, Light. É sério.

Light assentiu. Não queria estressar o irmão. Decidiu mudar de assunto.

— De qualquer forma, voltando ao assunto do Win, eu quero que você me ajude a conquistar ele. Sei que você é melhor do que eu nisso. Tem mais charme, mais lábia.

— É capaz de eu te ajudar e ele sair correndo, hein?

— Dá pra você levar isso a sério?

— Foi mal. — Riu de leve. — Eu vou te ajudar no que você precisar e no que eu souber.

— Obrigado.

Bright queria ter ficado feliz com aquela conversa e com o sorriso esperançoso de Light, mas, em toda sua vida, nunca se sentiu tão errado. Queria ter dito para Light esquecer aquele sentimento, porque era ele, Bright, quem queria tentar conquistar Win Metawin. Mas, pelo visto, aquilo era algo impossível. Se tudo desse certo, Win seria de seu irmão, e Bright teria que se contentar em ter o garoto como cunhado e esquecer aquela atração que queimava dentro de si. Foi com um suspiro pesado que Bright abraçou mais o irmão, colocando na própria cabeça que não seria um desgraçado com Light. Queria a felicidade do gêmeo, e não seria ele a estragar aquilo.

Os gêmeos terminaram de se arrumar e desceram as escadas da casa onde moravam. Bright havia pego a primeira calça jeans que viu, assim como uma das inúmeras camisetas de banda que tinha na bagunça que era o seu guarda-roupa. Felizmente tinha suas próprias coisas e não precisava dividir o espaço com Light. Com a noite fria, puxou uma jaqueta do cabide e a colocou no corpo. Saiu do quarto no mesmo momento que Light. Sorriu, encarando o irmão. Amava aquele garoto. Não sabia se o amava tanto por serem irmãos gêmeos, ou por Light ser um garoto bacana. Só... o admirava pra caramba. Light sempre andava como se fosse um adulto, e não um adolescente. Os sapatos de couro sempre estavam nos pés e para onde ia sempre usava aquele conjunto social de suéter por cima de uma blusa de gola. Ele era todo engomadinho e ficava charmoso ainda assim.

— Tá pronto?

— Sim. — Soltou um riso, nervoso. Arrumou os óculos no rosto e andou até Bright. — Tô nervoso.

— Relaxa, tá bom? Você não é obrigado a falar pro Win que é apaixonado por ele, não hoje. Hoje é o nosso dia. Nada pode dar errado, hm?

— É, tem razão. — Soltou o ar que estava preso, mexendo os braços, tentando relaxar. Se soubesse que gostar de alguém o deixava daquele jeito, prestes a ter um ataque cardíaco, nunca teria começado a gostar de Win.

— Caso vocês cheguem no assunto, só seja você mesmo. Saiba que você não precisa de ajuda ou conselhos pra conquistar o garoto. Você é lindo e é incrível, consegue conquistar qualquer pessoa, principalmente o Win, que é todo bobo por você.

— Vamos embora antes que eu me tranque no quarto.

Chegando na sala, os pais dos gêmeos apareceram com um bolo enquanto cantavam parabéns. Light e Bright se olharam e reviraram os olhos, mas ainda assim sorriram com a pequena comemoração. Claro que na família não passaria em branco, não quando se tratava da senhora Vachirawit, aquela mulher que amava mais que tudo a própria família. Quando a música acabou, os gêmeos foram enchidos com beijos e se deixaram rir com a emoção do pai. Ele era uma manteiga derretida.

— Não voltem tarde e cuidem um do outro, sim?

— Sim, mãe. — Responderam juntos, com ar de tédio. Saíram de casa rindo. A preocupação e o carinho eram tão excessivos que chegava a ser engraçado.

Win estava sentado no meio-fio da outra calçada, observando a casa bonita da família Vachirawit. Era uma casa de primeiro andar e humilde — igual a família. Light correu até o amigo, o ajudando a levantar. As duas mãos estavam geladas, e os dois se perguntaram se era pela noite gelada ou por outro motivo em específico.

— Ouvi alguns gritos. O que houve? Sua mãe encheu você de beijo?

— Também. Cantou parabéns pra mim e pro Bright.

— Sua mãe vale ouro.

— Oi, Win.

Win cumprimentou Bright com um aceno de cabeça e um sorriso de canto. Ainda o encarou por alguns segundos, porque era interessante manter contato visual com Bright. Win não sabia o que significava aquilo que sentia, quer dizer, era atração, mas havia algo a mais.

— Olha só, eu conheço um restaurante muito bom.

Light procurou um táxi e Bright e Win decidiram andar lado a lado com aquele silêncio constrangedor que todo ser humano odiava. Bright arrumou a jaqueta e cruzou os braços, sentindo o vento gelado no rosto. Ele e o outro garoto andavam devagar, como se apenas os dois estivessem ali, já que Light tinha se metido lá na frente à procura de um carro.

— Você e Light se dão muito bem.

— Hm, sim. Além de irmãos somos muito companheiros um com o outro.

— Sabe, isso é legal. Ver um casal de gêmeos, tão unido. Não é qualquer um que tem uma relação assim.

— Tenho muita sorte. Light é um anjo.

— Ele é, com toda a certeza.

Bright limpou a garganta. A língua estava coçando para fazer milhares de perguntas para Win, fosse sobre ele ou sobre ele e Light, sobre os sentimentos do garoto, principalmente. Estava com uma necessidade enorme de conhecer aquele Win que adorava sorrir. Mas tinha que ir com calma. Na verdade, nem sequer devia estar ali, andando ao lado dele, conversando com ele, sentindo aquela bolinha pequena de sentimentos crescer dentro de si. Era tão errado, caralho. Errado demais. Por Deus... estava se afundando cada vez mais naquela areia movediça. Parecia impossível evitar.

— A relação de vocês também é muito boa. Foi uma amizade que aconteceu do nada.

Win abriu um sorriso grande. Bright o encarou, logo voltando a olhar o All Star preto se arrastando pelo asfalto.

— Foi a melhor coisa que me aconteceu. Encontrar o Light.

— Você gosta dele?

Era tarde. Tinha saído e Bright não tinha conseguido segurar a língua na boca. Às vezes tinha vontade de socar a própria cara por ser tão impulsivo.

Win encarou o gêmeo, surpreso com a pergunta. Abriu e fechou a boca várias vezes, não sabendo o que responder. Quer dizer, ele não tinha nenhuma resposta. Sentia uma atração enorme por Light, de verdade. Queria encurralar o garoto em uma parede, beijar aquela boca e tirar um raro sorriso maldoso daquele cara certinho. Queria agarrar a cintura dele e sussurrar um monte de besteira no ouvido dele. Era um desejo que gostava de manter às sete chaves. Sabia quem era Light, o conhecia, era o seu melhor amigo, porra, mas existia uma coisa naquela relação muito ruim para toda aquela mistura de atração e sentimentos. Nenhum dos dois nunca conversavam sobre beijos ou sexo. Nunca. Quando se aproximavam do assunto, Light se mostrava sem graça e Win não gostava de insistir.

— Tá tudo bem se não quiser responder. Eu nem sei por que perguntei isso.

— Eu só tô pensando.

Estavam conversando em um tom baixinho, quase sussurrando. Era um momento tão agradável que eles temiam que acabasse.

— Light é incrível demais. Demais mesmo. Ele é o amigo que todo mundo merece ter, e o namorado que todo mundo quer ter. É verdade que eu me sinto atraído por ele. — Riu sem graça, abaixando a cabeça. Enfiou as mãos nos bolsos do moletom preto e aqueceu as mãos geladas, apertando o tecido. Estava nervoso por tantos motivos que sua cabeça nem trabalhava direito. — Eu gosto, Bright. Eu gosto do Light. M-Mas você não vai falar pra ele. Quer dizer, é muito complicado. Somos melhores amigos.

— Relaxa, Win. — Sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Queria chorar. Nunca, em toda sua vida, tinha se apaixonado por alguém, nunca tinha sentido algo tão forte como estava sentindo por Win. Tudo aquilo, todas aquelas sensações eram boas demais, se, o cara em questão não pertencesse ao seu irmão. Inferno. Bright teria que ter muito autocontrole.

— Acha que ele gosta de mim?

Bright sabia que a resposta era positiva. Light gostava de Win há um ano inteirinho, e mesmo que não conversassem sobre aquilo, Bright sabia, porque seu irmão era transparente. Sempre um sorriso bobo ao falar de Win, os olhos brilhando, um suspiro a cada frase. Gostar era pouco.

— Acho melhor não me meter. Vocês dois podem conversar sobre isso. Sem eu estar por perto, vale ressaltar. Odeio ficar de vela.

— Vou falar com o Light. Já passou da hora. Se ele me rejeitar, pelo menos eu tentei. — Olhou Bright, abrindo um sorriso. Foi andando mais rápido, quase correndo. Bright parou de andar. Queria sair dali naquele mesmo instante. Estava com ódio do universo por ter o colocado naquela situação. Mas ele apenas fechou os olhos, respirou fundo, e foi até o encontro dos meninos.

Aquela noite seria longa.

Light achou que aquele era definitivamente o melhor aniversário que já teve em sua vida. Era um garoto pacato, que não curtia sair de casa, nem participar de comemorações, nem era fã de qualquer coisa que fizesse o seu coração acelerar, por isso, naquela diferente noite, Light sentiu que era a melhor da sua vida. Estava bêbado, para início de conversa, assim como Win e Bright, esse que ainda estava controlado. Era forte para bebida e não ficava bêbado com facilidade, fora que quando percebeu que Win e Light estavam passando dos limites, resolveu parar de beber. Teria dois garotos para cuidar no final da noite. Light nunca ficava bêbado. Vez ou outra bebia um vinho em uma festa de família e sentia a cabeça mais pesada e uma alegria já conhecida, mas nunca tinha chegado àquele ponto daquela noite. Tudo parecia girar e ele não conseguia parar de rir. Nem ao menos se lembrava do que estava rindo, mas estava feliz, principalmente porque Win estava ali ao seu lado, feliz do mesmo jeito. Bright estava em sua frente, não tão sorridente quanto os dois. Light não entendia o motivo do irmão estar tão quieto, já que ele não era daquele jeito.

— Acho que já tá na hora de irmos. — Bright foi quem disse, atrapalhando a conversa alheia. Tentava ao máximo não mostrar o quão irritado estava, mas era impossível. Sentia que tudo estava piorando cada vez mais a cada segundo que passava.

— Qual é o seu problema? Você não é o cara que sempre volta pra casa de manhã?

— Você tá bêbado demais, esse é o problema. A conta já tá paga, o Win ainda precisa ir pra casa. Vamos embora.

— Olha só como ele resolveu ficar educado de repente, Light. — Win zombou, rindo com o gêmeo.

Bright suspirou, impaciente. Seu aniversário não estava sendo o melhor, mas ver Light feliz, o deixava mais calmo. Amava o seu irmão, do fundo do seu coração, e vê-lo contente era a melhor coisa. Tentou relaxar, então. Era só um dia ruim.

— Eu preciso mesmo voltar pra casa, e eu não moro perto de vocês, e já tá bem tarde também.

Light cedeu. Foi levantado da mesa com a ajuda do irmão, aliviado em estar voltando para o lugar de onde nunca queria ter saído. Ainda houve todo um processo naquela madrugada. Primeiro deixaram Win na esquina da sua casa. Light, mais sóbrio e educado do jeito que era, — e apaixonado — saiu do táxi e andou com o amigo até a porta. Bright observou a cena da janela do carro, curioso sobre o que aconteceria. Se perguntava se seu irmão seria corajoso o bastante para ao menos abraçar Win. Se estivesse naquela situação, tinha agarrado Win desde a primeira vez que havia o conhecido, mas caralho, não era ele, não era a vida dele, e Win não era para ser seu. Estava sendo difícil de entender.

— Foi divertido. — Disse Win, sozinho com Light. Estavam tão próximos um do outro, os olhos quase fechadinhos, os narizes quase se roçando. O hálito dos dois era álcool puro, mas ninguém se importava. O efeito da bebida estava passando, e por isso decidiram bater um papo rápido antes de Win se mandar. — Você se divertiu?

— Foi ótimo. — Sussurrou, quase zonzo com toda aquela aproximação. Queria mais do que tudo beijar aquele garoto em sua frente. — Foi melhor ainda por você ter ido. Tudo fica muito melhor com você por perto.

Win abaixou a cabeça, tentando não sorrir. Foi inevitável. Abriu um sorriso maior do que queria e acabou ficando meio envergonhado com o que tinha escutado. Estava começando a gostar daquela versão bêbada de Light. Em um ato de coragem, Light segurou no queixo de Win e o fez olhá-lo de novo. Decidiu inclinar a cabeça mais um pouquinho, até estar com a boca colada na dele. Os lábios eram macios demais. Se afastou só um pouquinho e então beijou a boca dele novamente, dessa vez colocando a língua, procurando pela de Win. O garoto estava meio lento, mas estava consciente do beijo — e surpreso, principalmente. Sua noite estava sendo perfeita, não teria do que reclamar no dia seguinte.

Segurando na cintura de Light, Win o abraçou, deixando os corpos juntos. Beijou aquele garoto como se sua vida dependesse daquilo. Sugou a língua dele, depois se afastou e mordeu o lábio inferior do gêmeo, soltando devagar, ouvindo um gemido baixo e sôfrego do mais novo. Light abriu um sorriso quando finalmente pararam o beijo. Win o acompanhou, quase rindo. Não podia acreditar que o que sentia era recíproco.

— Eu quero que saiba que gosto de você. Sempre fui apaixonado por você. Eu não sei se é recíproco, eu só... precisava colocar pra fora, você entende?

Win não disse nada. Não precisou. Só puxou Light para um abraço apertado, como sempre gostava de fazer. Todo aquele carinho de Win fez com que Light entendesse que era, sim, recíproco o que sentia, e não poderia se sentir mais feliz. Era uma coisa que estava começando, uma coisinha pequena, que nem tinha aberto os olhos ainda. Uma bolinha cheia de sentimentos, de brigas, de emoções, de momentos bons e ruins. Tinha tanta coisa para acontecer ainda, que nem ao menos conseguiam imaginar. Eram garotos que gostavam de fazer planos para o futuro, mas o futuro era incerto pra cacete, então não adiantava muito todo aquele planejamento, principalmente quando Bright observava toda aquela cena da janela do táxi, triste como nunca. Ele tinha uma expressão séria, e os olhos ardiam. Queria chorar e socar alguma coisa. Nunca tinha sentido tanta dor no peito como estava sentindo naquela noite. Se sentia sufocado. Sua vontade era sair do carro e afastar o irmão de Win, mas não tinha direito. Não era certo cobiçar aquele cara que provavelmente seria o seu cunhado em pouco tempo, não era certo ser um imbecil com o seu irmão gêmeo. Por tanto, por mais doloroso que fosse, Bright daria um jeito de afastar tudo aquilo que sentia por Win, antes que fosse tarde, — antes que aquele sentimento ficasse maior e mais forte — mesmo que para que aquilo fizesse efeito, ele precisasse se afastar do irmão gêmeo também.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro