6-Algum tempo depois.
Austin. Pov
Ontem saímos muito tarde da casa deles, na hora em que fui pegar o copo de água, foi só uma desculpa para eu ter a câmera e apagar a foto, nós não aparecemos (lógico) e eles iam descobrir tudo se vissem a foto vazia mostrando somente a parede atrás de nós.
Ursel passou a noite feito um besta, olhando para o teto feito tolo, eu desconfio que ele e a tal Wendy, tenham feito algo quando foram no banheiro. Patético.
Eu como não dormi cheguei em casa e fui direto ao quarto.
– AUSTIN. –Safira me chamou e eu não quis lhe responder.
Bati a porta do quarto e fechei as janelas.
– Mais que droga!
Derrubei todos os objetos da minha prateleira de madeira marrom propositalmente fazendo tudo ficar revirado assim como minha mente.
– Eu ODEIO ESSA VIDA, VIVO INFELIZ. –Vociferei liberando toda fúria.
Virei a cama de solteiro velha e quebrei a parede por isto.
– Austin fale baixo, vão nos descobrir! –Meu pai entrou e observou assustado em volta, a destruição. Não consegui controlar os nervos.
– Filho eu sei que não é fácil , mas não temos escolha. –Segurou minha cabeça e me abraçou, sendo leal e paciente.
– Eu não aguento mais viver assim!
Chorei em seu ombro. Destruído, frio por dentro. Queria amparo, a alma gritava arrasada.
Algumas horas mais tarde...
Nicole. Pov
Acordei super cansada, com dor no corpo, principalmente nas nádegas porque fiquei sentada ontem a noite muito tempo.
Wendy foi para casa toda feliz e me contou o que aconteceu, eu fingi que não sabia e ela acreditou, fico feliz por ela, Ursel parece ser legal. Safira é muito educada, mas parece ser bem tímida pelo menos para mim.
Peguei minha mochila e arrumei meu material, fui pro banheiro depois que sai, só faltou um coque e coloquei meus brincos, passei um brilho labial vermelho e desci para tomar café.
– O que achou dos vizinhos novos Nicole?
Minha tia me perguntou coando o café, eu me sentei e Iam estava dormindo com a cabeça encostada na mão em cima da mesa.
– São legais.
Articulei sem interesse e ela cutucou Iam para tomar café.
– Eu os achei muito educados, Magnus é muito inteligente, um homem culto, bonito e muito simpático.
Um partidão, ela quis dizer. Não pensei duas vezes sobre Magnus se relacionar com Pilar... Possibilidade 100% descartada.
– Adam disse para sua mãe que não iria a escola hoje, sabe por que.
Eu gesticulei que não enquanto tomava café.
Alguns minutos mais tarde...
Cheguei na escola e a Sasha estava feliz também, saltitante até.
– O que foi, viu um passarinho azul? –Ela deu risada por nada feito boba.
– Não, foi um gato do time de basquete mesmo, conhece? –Eu dei risada desta vez já acertando a resposta.
– Por acaso esse passarinho se chama Adam.
Sasha assentiu com a cabeça. Fui pra sala e já que Wendy não veio sentei sozinha na carteira para duplas. Aquela sala cheia estava tão monótona e típica.
– Oi. -Disse para Austin assim que ele se sentou ao meu lado sem nem me dirigir o olhar.
"Ela vai começar a falar".
(Deve ter pensado e eu decidi que era melhor ficar calada).
– Podem começar, vocês têm só até depois de amanhã, ok?
A sala ficou em silêncio e nós pegamos os livros e outras coisas necessárias.
– Sabe de algum mito ou algo parecido de Netuno. – Perguntei e em seguida lhe passei o livro.
– Quando eu era pequeno, minha mãe costumava falar que existiam duendes do inverno em Netuno, ela sabia que isso era mentira e mesmo assim me falava. – Sorriu sozinho e eu nem acreditei em tal expressão rara.
– Que legal, talvez ela soubesse se existiam ou não. –Murmurei para mim mesma sem esperar outra frase dele. Havia uma barreira gelada entre nós naquela sala grande.
– Você não gosta dessa matéria, não é mesmo? – Expressei que não com os olhos.
– Precisamos pesquisar a temperatura, mas nesse livro está tudo desatualizado. –Folheei o livro novamente buscando nem sabia ao certo o que.
– Se for necessário, pode ir na minha casa eu tenho alguns livros astrológicos que tem muita informação. ---Me olhou nos olhos e pude ver que eram lentes, mas por quê.
– Pode ser, você está livre que dia. – Austin me lançou um olhar estranho.
– Todos os dias depois da aula, se quiser passa lá amanhã ou se puder ir hoje. –Eu não acreditei...O Austin sendo gentil e me chamando para ir na casa dele?
– Ok eu vou sim, talvez seja melhor...a tarde?
O loiro concordou com os olhos. Ficamos conversando enquanto fazíamos algumas partes escritas do trabalho. Conversamos sobre histórias que já ouvimos sobre assombração, sobre algumas músicas e filmes. A conversa fluindo como nunca antes.
– Você acredita em vampiros.
Ele pareceu ter ficado irritado ou incomodado com a pergunta, mudou de expressão bruscamente.
– Eu acredito que existam monstros capazes de fazer coisas horríveis. – Austin desconversou e eu virei para o lado e disfarcei, para fazer outra pergunta. Curiosidade engolindo meu interior.
– Como assim? Lobisomens?
Ele respirou fundo e o sinal tocou, saímos conversando. Não aceitaria ficar sem resposta de novo. Não era justo.
– Os monstros também vivem no interior da gente e acredite...eles fogem toda vez que precisam se alimentar.. tem vários tipos de monstros.
– Oi Austin, Nicole quer sentar com a gente.
Safira me abraçou carinhosa e eu não soube como reagir, somente aceitei o convite. Foi como se eu fosse parte da sua família.
– Vou sentar do outro lado ok? Com as meninas do intercâmbio.
Sasha me avisou e foi sentar com elas, lançando um olhar de estranheza e desconforto aos Follen.
– Gostei da sua camiseta.
Safira ficou observando o desenho.
– Obrigada, eu gosto de frases nas camisetas desde pequena.
– Sua família é muito legal. ---Ursel me passou um refrigerante após dizer.
– Eles não são assim o tempo inteiro, posso garantir. -Comecei a me soltar sendo indelicada em relação a intimidade da minha família.
– Eu gostaria de ter uma família maior sabe... – O ruivo murmurou vazio e Safira o interrompeu com o olhar vazio:
– Preferiria ter a pessoa que mais sinto falta perto de mim. –Austin a olhou como se ela tivesse falado algo que lhe incomodou. Cometido um delito grave.
– Eu já volto.
Austin levantou e foi comprar alguma coisa. Fiquei conversando com a Safira enquanto seu irmão mexia no celular. Notei que eles estavam bebendo energético a uma hora daquelas da manhã? Questionar e duvidar deles em cada atitude que tomavam era inevitável.
Queria perguntar porquê achei estranho...e não cheirava a energético o hálito da Safira. Questionar e duvidar deles em cada atitude que tomavam era inevitável.
– Vocês gostam.
Me referi ao energético e eles ficaram meio tensos como se não soubessem o que responder. Talvez fosse exagerou ou paranoia minha... Talvez.
– Hã sim, é bom...
Ursel gaguejou de nervoso e Safira sorriu tentando disfarçar, achei estranha a reação deles, quando só perguntei se eles gostavam da bebida. A resposta era simples: Sim ou não.
Austin voltou com o salgado que ia comprar e se sentou. Eu fiquei tomando o refrigerante pensativa.
– Gosta de fazer perguntas né. – Seu tom em desagrado me atingiu.
Eu não entendi o que ele quis dizer.
– Austin. –Safira repreendeu tanto em palavras, tanto em olhar.
Safira era uma pessoa legal, muito carismática e simpática e seu estilo para roupas também muito bom, ela era meio gótica. Terminamos e o sinal tocou, fui falando sobre o trabalho com Austin, até chegar na sala e ele só escutou em silêncio.
– Você fala demais menina. –Se sentou no seu lugar, não acredito que ele me chamou de tagarela! Fiquei irritada, eu sempre falava e ele nunca diz uma palavra, quando fala somente coisas inúteis e ainda para me chamar de faladeira? Que raiva. Injusto tal conclusão precipitada dele.
Se tem uma coisa que eu não gostava era que me tratassem feito criança, não fiquei com raiva por ele me chamar de menina, mas sim pelo modo que sua voz emitiu a palavra. Ao volta para casa, senti que estava sendo observada, mas não me intimidei e continuei andando, até porquê eram só suspeitas.
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