Capitulo um
SINDY
Acordo com o celular tocando, provavelmente é Zoe me chamando para a salvar de algo que ela se meteu.
Pego o celular de maneira preguiçosa. Abro os olhos apenas para atender e não faço questão de abri-los novamente.
— Alô?
Pergunto assim que atendo e não escuto nada do outro lado da linha por alguns segundos.
—Oi gata, se lembra de mim? O Max? Prometi que iria ligar e, aqui estou eu.
Será que eu devo fingir que o conheço só para o assunto acabar?
— Hã... oi Max, como vai ? — Finjo intimidade.
Coloco o celular apoiado perto da minha orelha e deito de maneira confortável.
— Então, que tal a gente matar a saudade amanhã? Sei que tem a faculdade, eu moro no prédio do lado.
Forço minha memória tentando lembrar quem é ele, Max, MAX, M A X. Maax... ah, de máximo idiota que esperou um mês para me ligar.
Rio de maneira debochada e o respondo.
—Está de brincadeira né? Me deixou esperando um mês. Até me esqueci de você e sem ofender, eu preciso voltar a dormir.
Digo indignada com a prepotência dele.
—Não haja como uma delinquente, amor.
— Oi ?! — Falo confusa.
— Rouba meu coração e me trata assim.
Abro meus olhos só para revira-los.
— Adeus Maximus.
— De Máximo respe...
Antes que ele terminasse de falar eu desligo. Olho a tela do celular pra ver a hora, que merda, quem liga as sete da manhã em pleno domingo ?
Maximus foi um cara que saiu comigo junto com a Zoe, acabamos ficando e ele falou que ia me ligar. Pelo menos ele ligou, um mês depois. Volto a dormir esquecendo totalmente do ocorrido.
—Ele te ligou depois de um mês? Que babaca.
Zoe fala sentando em uma cadeira do meu lado.
—Sim, esquece isso, quero saber de você e o Jonh. Pelo o que você me contou ele foi um fofo com você há umas semanas atrás, depois ficaram distantes de novo. — Falo curiosa.
Zoe tem uma queda por ele desde que ele chegou na faculdade, mas ela é difícil demais pra aceitar isso.
—Você sabe que ele é amigo da minha irmã e minha irmã não gosta de mim. Ele só não foi um babaca de me deixar sozinha bêbada demais pra ficar em pé em um bar. — Ela diz como se fosse óbvio.
O professor entra e dá bom dia e assim começa a coisa mais chata do universo: teorias sobre a arte. Eu odeio tanto quanto a Zoe, porém, ela odeia mais do que eu, já que ela nunca fica acordada.
Presto atenção na aula toda, mas talvez eu tenha tombado a cabeça algumas vocês de tanto sono, o que é normal.
Algumas aulas depois estamos no refeitório sentadas em uma mesa afastada. Zoe fica prestando atenção no movimento do refeitório e eu olho pelos enormes vidros que cobrem o refeitório, eles me dão uma visão privilegiada dos outros prédios ao lado. São mais dois, em um desses está o Max, que também é amigo do Jonh e estuda aqui.
—Tá pensando nele?
Zoe pergunta me tirando desse pensamento estranho. Olho pra ela e dou de ombro sem responder.
—Fica com ele.
Ela diz como se fosse simples.
—Você estuda muito, uma distração não vai fazer mal. É só não se apegar, eu sei que ele não vai se apegar.
Ela diz levando a maçã aos lábios, dá apenas uma mordida e a deixa de lado, assim que vê Jonh e Lola, irmã dela, entrando juntos no refeitório.
Ela está gamadinha e não admite. Sorrio e olho para meu celular buscando coragem.
só não se apegar.
Sorrio convencida.
Pego o celular e procuro o número dele, só Zoe e meu avô que me ligam, não vai ser difícil achar o número dele.
Vou até as últimas ligações e lá está o número dele. Sorrio, e clico sem pensar duas vezes.
Alguns segundos depois ele atende.
— Oi amor, eu sabia que iria me ligar de volta.
Reviro os olhos, mas não consigo não sorrir.
— Aonde posso encontrar você ? — Falo diretamente, mesmo sentindo meu coração pular freneticamente.
—Isso aí, uma garota de atitude.
Posso sentir a animação na voz dele.
—No estacionamento, amor.
Sorrio e desligo sem falar nada.
—Nunca vi você assim.
Zoe comenta sorrindo.
—Assim como? –Pergunto mesmo já sabendo a resposta.
—Cheia de atitude. — Ela fala dando uma cotovelada suave no meu braço e eu rio.
—Bom, vou indo para aula.
Ela concorda, eu levanto e a deixo para trás. Dessa vez temos uma aula separada.
No final da aula mando uma mensagem avisando a Zoe que irei encontrar o Max e, que ela não precisaria me dar carona.
Assim que chego no estacionamento observo um corpo escorado em uma pilastra de costas pra mim.
Ele precisava ficar tão afastado? Suspiro e dou um sorriso nervoso.
Chego perto sem ele perceber e me surpreendo com o que vejo.
—Você não pode fumar aqui.
Falo e ele acaba levando um susto, joga o cigarro no chão e pisa em cima.
— Que calúnia, eu nunca faria isso, cigarro mata. — ele fala enquanto sai fumaça pela boca dele.
Arqueio uma das sobrancelhas e sorrio.
—Você precisa me ensinar a fazer isso.
Ele diz apontando pra minha sobrancelha.
—Um dia. E para aonde vamos? —Falo me escorando na pilastra.
—Pra aonde que você quer ir, amor? — Ele diz sorrindo de lado.
Penso um pouco antes de responde-lo.
— Tomar um sorvete.
Ele arqueia as sobrancelhas
— Eu pensei que a gente ia...Você sabe, pá. — Ele faz um sinal com as mãos e eu me seguro pra não rir.
—Não, não vamos fazer "pá"
Faço o mesmo sinal e ele ri.
—Então vamos comprar seu sorvete.
Sorrio
—Vamos.
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