SIHYEON NARRANDO 

E mais uma vez estou nessa sala fria e desanimada, Lee Juyeon me encarava com um sorriso falso no rosto. 

- Já terminou de ler? - ele me pergunta pela segunda vez. 

- Ainda não - volto a olhar para o contrato. - Então quer dizer que terei que morar com vocês...

- Sim, é um trabalho em tempo integral. 

- E como assim meu salário será descontado 65% caso eu faça algo fora das regras? 

- Quero que entenda que é um trabalho sério. 

- È um roubo, isso sim. 

- Você leva mais de uma hora para ler um contrato. 

- Você faz um contrato com mais de cinco páginas, o que mais quer? 

- Não vamos começar a brigar, vamos? 

- Se você ficar enchendo o meu saco, sim. - ele revira os olhos e eu faço o mesmo. - Tem muita coisa aqui. 

Ele respira fundo. 

- Se não quer me contratar, fala logo. 

- Meu Deus como você é complicada - ele coça a cabeça. 

- Tudo bem, passa a caneta. 

- Glória! - ele me entrega uma caneta. 

Encaro mais algumas vezes até que finalmente assino. 

- Pronto. 

- Aqui está tudo sobre a minha filha, espero que decore até amanhã pois será amanhã que você irá começar - ele me entrega um livro. UM LIVRO. 

- Oi?! Está achando que eu sou uma maquina? Sua filha tem o quê, 8 anos? Nem eu com 27 não daria esse tanto de páginas se eu fosse falar da minha vida em um livro. 

- Se vira. - ele se levanta e sai da sala. 

Aonde eu fui me meter? Estou começando a me arrepender. Tudo por você, Kim Suhyeok. 

[🌷]

Nem mesmo se eu fosse uma maquina realmente eu decoraria isso tudo. Vamos ver... 

Seu nome é Lee Su-Ji, 10 anos. Nossa... ela perdeu a mãe em um acidente de carro quando tinha 5 anos. Bem que eu me perguntei uma vez sobre a mãe da menina, mas ela não tem madrasta, nem nada? Ela pareceu tão inocente quando falei com ela, mas todos falam mal dela. 

Jogo seu nome no google e vejo algumas notícias, Principalmente sobre o quão mal educada ela e o quanto ela dá prejuízo ao pai dela. Acho que fiz a escolha mais errada de toda a minha vida. 

[🌷] 

Acordo com o celular tocando sem parar, ao olhar vejo que é o alarme. Meu Deus! Eu vou me atrasar. Me levanto e vejo que dormi no sofá com o livro de Su-Ji em meu colo. Eu nem ao menos arrumei minhas malas! Droga Kim Sihyeon!

Ao terminar tudo em um tempo totalmente impressionante escuto buzinas em frente a minha casa. Coloco a cabeça para fora da janela e vejo um carro preto extremamente chique. Um homem todo de terno sai e vem até a minha porta. Acho que é gente do Sr. Ranzinza. 

Escuto batidas na porta então pego as duas malas que consegui ajeitar e vou para fora. Ao abrir a porta vejo sua cara séria e com certeza seus olhos são frios e sem piedade, da para sentir mesmo ele estando de óculos. 

- Senhorita Kim, vim buscá-la para levar a residência do Senhor Lee. - seu tom de voz era tão denso que me dava calafrios. 

Sem contar que o cara parecia um poste, eu costumo ser bem alta mas pareço uma criança ao lado dele. Acho que o meu peso é só um braço dele. 

- Ok... 

Ele pega as minhas duas malas como se não fosse nada e leva até o porta malas. Vixe, meu carregador! Volto para dentro de casa. 

Chegamos a casa gigante em que eu não consegui nem olhar por muito tempo de tão chique que é, gente rica é outros quinhentos. Se eu morasse nessa casa eu nem saia dela, bom, eu não iria achar a saída mesmo. Me perderia fácil. 

Ao descer do carro percebo: Meu Deus, eu vou morar mesmo aqui. 

A porta é aberta pelo grandalhão que entra sem ao menos me falar nada. Nossa, vai nem me ensinar nada? 

Entro com cuidado na casa e uma senhora com um rosto bastante simpático vem até mim. 

- Olá, você deve ser a Sihyeon, certo? - Finalmente alguém que esqueceu o 'Kim'. 

- Sim, sou eu - me curvo para ela que ri. 

- Não precisa de tanta formalidade, vamos passar muito tempo juntas. Me chamo Myungha, mas pode me chamar somente de Myun. trabalho para Juyeon há 28 anos. 

- Uau, tanto tempo. E a senhora pode me chamar de Sihy, é assim que meus amigos me chamam. 

- Oh sim - ela sorri. - Venha, SuSu está dormindo. 

- Não é para ela estar se arrumando para ir a escola? Pelo o que eu lembro quando li ela sai daqui a 10 minutos. 

- Isso mesmo, está certa. Mas agora quem vai acordá-la todos os dias para ir a escola é você - aponto para mim mesma. - E é melhor se apressar, a escola dela é bem rígida. Segundo andar, primeira porta a direita. Vai! 

Mesmo confusa corro até as escadas a subindo na mesma velocidade, dobro a esquerda mas ai lembro que é direita e corrijo. Conto as portas e quando chego na primeira eu paro de uma vez. Nossa... não tinha ideia de que era tão sedentária. 

Respiro fundo e ajeito meu cabelo antes de dar 3 batidas na porta e entrar. O quarto era de tirar o fôlego. Era em tons neutros e pasteis, a cama era maior que meu antigo quarto, tinha uma varanda e mais duas portas. Acho que um é para o closet e outra para o banheiro. Até mesmo o piso tinha textura diferente, parece acolchoado. O quarto tinha cheiro de rosas e eu noto o grande buquê em cima de uma mesa no canto do quarto. 

Sendo criada desse jeito não me admira que ela seja tão cheia de si. 

Me aproximo dela e penso em alguma forma de acordá-la sem cometer um erro. 

- S-Su-Ji... Lee Su-Ji... - sussurro em seu ouvido mas ela somente abana como se eu fosse algum mosquito. - Senhorita Lee? Você vai se atrasar para a escola. 

- Myun... me deixa dormir. - ela resmunga sonolenta.

- Su-Ji... - balanço seu corpo devagar. 

Ela faz um bico fofo e abre os olhos devagar. Ela é tão fofa, como pode ter sido feita por aquele brutamontes? Tenho certeza que sua mãe é linda. Bom, era...

Seus olhos param em mim e ela franze as sobrancelhas. Ao perceber ela se levanta de uma vez se sentando na cama. 

- Está fazendo o quê aqui? - ela pergunta de uma vez. 

- Ahn... bom dia! Meu nome é Sihyeon e eu sou sua babá. 

- Babá?! - ela fala como se fosse a pior coisa do mundo. 

- È... agora estou confusa se foi para isso mesma que fui contratada... bom, seu pai me contratou. 

Ela soca a cama e eu me assusto. 

- Ele não tem jeito! - ela cruza os braços. 

- È... você vai se atrasar para a escola. 

Ela pega seu celular na mesa do lado e se assusta com o horário. 

- Era para ter me acordado antes! - ela se levanta de uma vez e corre para o banheiro. 

Será que eu saio agora ou fico aqui dentro? Acho que vou sair né. È...

Descendo de volta para a sala não vejo ninguém. Será que vou me encontrar com o Sr. Ranzinza? Ai, não quero. Onde está a Myun? Ela é a única de bom humor nessa casa. 

Ando pelo resto da casa me sentindo totalmente inferior e mais pobre do que já me sinto. Por favor Deus, não me deixe quebrar nada. Só um reboco da parede dessa casa são 1 ano do meu salário. 

Encontro uma porta gigante no meio do caminho e decido abrir. Ao entrar sinto um cheiro ótimo de pão e percebo que estou na cozinha. Myun estava cozinhando algo. 

- Oi.. - entro como quem não quer nada. 

- Oi querida, SuSu já acordou? 

- Sim, está se arrumando. O café da manhã dela, tenho que levar no quarto também? 

- Ah não, ela não toma café da manhã. 

- O quê, não? Ela não come nada antes de ir para a escola? 

- Não, eles tinham esse hábito mas... não mais. 

- Ah... e esses pães ai? 

- Suponho que você não tenha comida ainda. 

- Own, você é tão doce. 

- Venha, coma enquanto ainda está quente - ela coloca os pães na mesa central e uma xícara. - Prefere café ou suco? 

- Suco, não tomo café. 

- Certo. 

Dou uma mordida no pão e é como se eu tivesse mordendo algodão doce de tão macio. Totalmente o contrario do pão duro que eu comia pela manhã. Que maravilhoso! 

- Senhorita Kim? - o motorista aparece na porta. - A senhorita Lee já está pronta, ela solicita a sua presença. 

- Valha meu Deus, obrigada pelo pão Myun! - me levanto com um pedaço de pão na boca e corro até Su-Ji.

O caminho foi em total silêncio. Encarava Su-Ji que nem ao menos olhava na minha cara. Vai ser tão difícil... Mas você consegue Sihy, você consegue! 

Chegamos na escola e eu vou com ela até a entrada. 

- Pronto, entregue. Precisa de algo antes de entrar? Não quer comer nada? - ela me encarava sem reação nenhuma. Como é que uma piolha de 10 anos me deixa tão intimidada? - Um abraço? - abro os braços para ela. 

- Não ache que só porque você é legal que eu vou facilitar para você. - ela sai. 

Ah ela me acha legal! Já é um avanço. 

Fico encarando até ela sumir da minha vista e percebo o quão afastada das pessoas ela anda e como ninguém veio recebê-la, nenhum amigo. 

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Oi.

É Sihyeon, as coisas vão ser mais difíceis do que vc imagina. Vai achando que a vida é um morango

Essa família ainda vai fazê-la presenciar coisas preocupantes e em menos de uma semana vc vai estar com cabelos brancos antes dos 50

E já podemos perceber que à algo de errado com Su-Ji

E calmem que ainda tem muito capítulo, já tenho um bocado pronto 🤌💋💅 a mãe aqui não dorme em serviço

Se quiserem o resto podem me perturbar para postar pois eu esqueço

Bjss💋