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SIHYEON NARRANDO
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Desde ontém Su-Ji está muito inquieta e percebi que hoje ela está mais ainda. Ela não consegue nem ao menos comer direito, está bastante pensativa e com a perna batendo no chão com mais frequência do que o normal. Já perguntei o que havia de errado mas ela diz que está tudo bem e muda de assunto.
E vê-la inquieta me deixava inquieta também. Já faz 5 horas desde que ela foi a escola e eu não consigo me concentrar em nada.
- Sihyeon, cuidado! - Myun retira a faca da minha mão. - Você quase ia se cortando, preste mais atenção.
- Desculpa, não percebi - respiro fundo.
- Está tudo bem? Você passou a manhã tão xoxa, pensativa.
- Eu não sei também, tem algo de errado com Su-Ji mas ela não me fala, pensei que tinha conquistado a confiança dela mas vejo que estava errada. Viu como ela estava essa manhã? Parecia preocupada com alguma coisa.
- Oh... - ela ri.
- O que tem de tão engraçado.
- Não deveria contar mas se eu não falar você vai enlouquecer daqui para mais tarde. Hoje é o aniversário de 11 anos de Su-Ji.
- Meu Deus - deixo o tomate cair no chão. - È verdade, eu vi isso no livro que Juyeon me deu mas eu esqueci, como eu pude ser tão burra? O que estamos esperando? Não tem nenhum bolo pronto?
- Sihy... eles não comemoram.
- O quê?
- Desde a morte de sua mãe Su-Ji não comemora mais seu aniversário.
Coço minha cabeça impaciente.
- Mas não devemos deixar o seu aniversário passar dessa forma.
- Foi escolha dela.
- Eu sei mas... Su-Ji precisa sentir a magia das coisas novamente, deixar como está não vai ajudá-la a melhorar, vai somente deixá-la na mesma rotina pelo o resto da sua vida, fazê-la depender de sua dor. Juyeon não faz nada?
- Sabe que é difícil para ele também.
- Ele deveria ser o principal a ensinar Su-Ji.
- Dois vasos quebrados não se consertam sozinhos.
- Então eu vou consertar.
Peço ao senhor Shin me deixar na empresa e acho que já se acostumaram com a minha presença repentina e não me questionam mais. Vou até a sala de Juyeon e entro sem bater. Ele estava com Soobin e Hyunjae com vários papéis na mesa.
- Oi Sihy! - os dois me comprimentam em uníssono.
- Posso falar com o senhor Lee, por favor?
Os dois encaram Juyeon e juntam suas coisas saindo rapidamente desejando boa sorte a Juyeon.
- O que eu fiz dessa vez? - ele começa a organizar os papéis em sua mesa.
- Hoje é o aniversario de Su-Ji, por que você não preparou nada?
- Myun não a contou? Tenho certeza que você a perguntou.
- Sei que não é fácil mas você deve parar de se acostumar com a sua dor, Su-Ji não merece passar por isso. Ela deve ter um aniversário feliz com seu pai como uma criança normal, ela está prestes a entrar na pré-adolescência, sabe o que isso pode gerar a ela? Vocês não devem deixar as coisas como estão.
- Você tem que aprender a respeitar as escolhas das pessoas, nem tudo é da forma como você quer. E não, você não sabe nada, não entende nada. Você nunca passou por isso.
- Eu sei que nunca passei por isso mas não quero que vocês se acostumem com a dor, sem fazer nada para mudar. Hoje era para ser o dia especial dela e você deveria dedicar o seu tempo para ela.
- Já conversamos sobre você parar de se intrometer. Por favor, Su-Ji está bem demais para você estragar. Eu não quero brigar com você.
Deixa para lá. Eu faço sozinha, tenho que parar de querer contar com ele, mas tenho que entender que ele é o pai... não deveria descartá-lo.
Compro algumas coisas fofas para decorar e compro um bolo muito lindo em que vi em uma vitrine, ela vai amar. Que pena que ela não tem amigos para que eu possa convidar, seria muito mais divertido. Mas tudo bem, podemos ser somente eu, ela, o senhor Shin e Myun. Só isso basta.
Mas de certa forma toda a minha economia foi embora... aniversários custam caro, mesmo que seja somente uma pequena festinha surpresa. Acho mais lucro fazer os docinhos do que comprar, acho que o resto do dinheiro que sobrou não dá para comprar nem 3 docinhos só para provar.
Myun me ajudou a organizar tudo mesmo não apoiando muito a ideia, ela também já se acustomou a tudo isso. Essa casa vive na mesma rotina monótona. Sem esperanças de futuro ou ao menos de presente, eles só esperam juntos o dia da morte vim sem ao menos pensar em aproveitar a vida antes, acostumdos a sentir a mesma dor sem querer tomar remédio algum.
E ninguém tem coragem de ir contra essa dor.
Vou buscar Su-Ji na escola animada, fico imaginando como será a sua reação ao chegar em casa e encontrar a surpresa. Será que ela vai chorar? Deveria, gastei todo o meu dinheiro que restava nessa ideia e ainda falta muito para esse mês acabar.
A espero por bastante tempo mas não a vejo sair, todos os alunos já estavam saindo, faltava somente ela. Vou até um dos seguranças que aguarda todos os aluno saírem.
- Com licença, ainda tem mais alguma classe lá dentro?
- Não senhora, todos já saíram. Quem está procurando?
- Lee Su-Ji, da classe 11.
- Todos de sua classe já sairam, ela não se encontrou com a senhora?
Droga, Su-Ji.
Peço ao Senhor Shin procurar Su-Ji com o carro que eu a procurava por perto. Espero que não tenha dado tempo de ela ir para muito longe.
Pego meu celular e ligo para Juyeon, talvez ele saiba aonde encontrá-la.
Em meio a ligação eu acabo avistando Su-Ji sentada no chão na parte de trás de sua escola. Desligo a ligação e corro até ela.
- Su-Ji! Finalmente a encontrei - a abraço aliviada. - Querida, você me preocupou, pensei que não iria encontrá-la tão cedo.
Separo o abraço e observa com cautela, ela tinha os mesmos olhos e nariz vermelhos depois de ter chorado.
- Por favor, não suma assim, eu realmente fico preocupada.
Ela não falava nada, e sinto que não adiantaria continuar perguntando, ela não falaria nada. O melhor é ligar para o senhor Shin voltar para nos levar para casa.
JUYEON NARRANDO
🐈⬛
Não importava os sinais vermelhos nos semáforos no meio do caminho, não importa o valor da muta eu estou disposto a pagar, mas eu preciso encontrar a minha filha primeiro. Quando Sihyeon me ligou eu enlouqueci, Su-Ji normalmente fica bastante sensível em seu aniversário, e não tenho a mínima ideia de onde ela possa estar.
Ao me aproximar da escola começo a olhar com cuidado para ver se não vejo Sihyeon, e ao chegar na parte de trás da escola eu consigo ver as duas juntas então estaciono de uma vez e desço do carro.
- Su-Ji! O que pensa que está fazendo fugindo dessa forma? - vou até ela. - Quando você vai parar de fazer isso, não pensa nas consequências?
- Juyeon, não é hora e nem momento para brigar - Sihyeon interrompe.
- Como não? Quando ela vai entender que essas birras não vão levar a nada? Ela só faz nos preocupar, não consigo deixar de pensar em algo acontecendo nessas saídas irresponsáveis, como um acidente ou até mesmo em um sequestro.
- Juyeon chega! Ao invés de você somente tirar conclusões precipitadas você deveria começar a pensar no motivo de Su-Ji fazer tal coisa.
- E ela conta para você o motivo? - ela fica calada. - Então não pense que eu vou saber se ela não me falar, ou que vou deixar de pensar no pior onde obviamente não devo deixar de pensar. Você não tem um filho, não entenderia esse sentimento desesperador.
- Vamos Su-Ji, vamos para casa.
Ela leva Su-Ji até o carro. Respiro fundo e vou logo em seguido, o resto do caminho foi em silêncio. Ao chegar em casa Su-Ji corre para o quarto não me dando tempo de falar.
- Você é o pai mais insensível em que eu já vi em toda a minha vida, você é horrivel. Hoje é o aniversário de sua filha e tudo bem se você não quiser comemorar mas devia pelo menos passar um tempo de seu dia com ela, pode ter certeza que fazer isso não iria acabar com o seu trabalho. Mas o que você fez? Brigou com ela em um momento em que ela precisava do seu amor. Sim, eu não tenho filho e não posso entender os seus sentimentos, mas em algum momento você tentou entender os meus e os dela? Você me disse seus sentimentos? Não, você não tem o direito de achar que também está certo.
Ela sai.
Deixo o meu corpo cair no sofá, estava tão cansado, tão estressado, tão... preocupado. Eu sei que errei, eu sei que estou errado desde o começo mas... eu também não entendo o motivo, eu não sei o que fazer, eu estou perdido. Eu não consigo nem ao menos me olhar no espelho, me sinto um monstro e não consigo corrigir meus erros, eu não consigo nem ao menos dormir. Eu também me sinto mal...
Encaro melhor a sala e percebo a grande decoração no canto da sala, optava por rosa e amarelo, tinha um fofo bolo no meio e alguns balões ao redor da mesa. È o aniversário da minha filha, e eu não tenho nem ao menos coragem de desejá-la parabéns. Não consigo mais ver motivo em nada. Me perdoa Su-Ji, por ser um pai tão falho. Talvez seja tarde demais.
Passo alguns minutos pensando e penso em tudo o que Sihyeon me disse. "Me acostumar a dor"... Não posso esquecer da dor, mesmo que eu queira.
Corro até o quarto de Sihyeon e bato na porta até ela abrir. Ao me ver ela faz uma careta e tenta fechar a porta mas eu a impeço.
- Podemos conversar? - ela tenta fechar a porta novamente. - Por favor.
Ela fica pensativa até que finalmente abre a porta e adentra mais o quarto.
- O que quer? Não acha que já fez o bastante hoje?
- Olha, você acha que não mas eu sei que não sou um bom pai, tenho consciência disso e também me culpo, me culpo tanto que você nem imagina. Também é muito difícil para mim e eu não sei o que fazer, eu estou perdido... eu amo a minha filha mais que tudo mas tudo é tão pesado e eu não consigo carregar sozinho, eu só desconto tudo no trabalho e deixo como está. Eu também tenho medo.
Ela respira fundo e vem até mim, ficamos cara a cara. Ela me olhava da mesma forma, como se estivesse me estudando. Eu não consigo entendê-la.
- Eu quero fazer algo mas já está tarde demais.
- Não, não está. Nunca é tarde. - Ela finalmente fala.
Nunca é tarde...
- Vem, vou ensiná-lo a se redimir.
Ela pega minha mão e me puxa para fora do quarto. O que ela está fazendo? Mas eu não questionei, deixei sua mão macia me conduzir para onde ela quisesse.
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Finalmente a situação dessa família vai melhorar, eles só precisam de coragem e diálogo
Então pessoinhas tenham coragem e saibam dizer o que sentem, assim tudo pode ser resolvido
Bjss
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