Confronto destinado
Os dois inimigos passaram a se encarar intensamente, enquanto mantinham os seus olhos fixos nos movimentos um do outro. O ar entre eles parecia estar carregado de tensão, como se a menor faísca pudesse desencadear uma grande explosão.
--- Eu achei que tivesse exterminado todos os lummynares, mas olha você aqui na minha frente. --- Um brilho exaltou em seus olhos após vangloriar-se de seu ato, deixando salivas escorrerem por entre os seus dentes irregulares.
--- Então você se lembra do que fez... Ótimo! Não vou ter que me dar ao trabalho de lhe explicar o porquê que vai morrer aqui e agora. Claro, não antes de eu lhe torturar, bem devagarinho, até você desejar que eu o mate. --- Um sorriso sombrio surgiu em sua face, enquanto se preparava para o combate iminente.
--- Sherararara!!! Você é muito ingênuo, reles criatura, não há a mínima possibilidade de você me derrotar. --- Ele estava seguro disso, não temia o oponente à frente. --- Dessa vez, eu vou conseguir lhe devorar!
Uma grande sombra circular apareceu no chão atrás de si, e dela, várias bestas sombrias surgiram em avanço ao Max, variando entre aladas e quadrúpedes.
O garoto virou-se de costas, ignorando os inimigos que avançavam em sua direção, optando por erguer uma barreira de multicamadas na joia presa no bloco de gelo, em precaução do que estaria por vir.
“Agora eu posso ir com tudo!” --- Seu sorriso maléfico revelava a sua sede por sangue.
Maximilian se mantinha firme e confiante diante das criaturas que se aproximavam. Os sons dos rugidos emitidos pelas bestas quadrúpedes foram tão ferozes, que ecoavam pelo ambiente gelado, paralisando de medo qualquer ser vivo que se aproximava a cem metros de distância daquela área. Os olhos das criaturas aladas brilhavam como brasas ardentes com a prenúncia da batalha que estava por vir.
A força dos inimigos que avançavam em sua direção, não eram bons o suficiente para o garoto usar todo o seu poder. Então, decidiu usá-los para se aquecer, não perdendo a oportunidade de provocar o inimigo maior.
A primeira criatura quadrúpede surgiu sorrateiramente por detrás do Max, tentando acertá-lo com a sua garra afiada e mortal, mas o mesmo desviou-se do ataque sem nenhuma dificuldade ao virar-se de lado e de frente para besta, encarando-a com desdém, como se a mesma tivesse passando em câmera lenta perto de si. Um chute em seu estômago foi o suficiente para esmagar os ossos da criatura e fazê-la desaparecer de sua frente.
Maximilian não perdeu tempo, e avançou em direção a besta alada que se aproximava, que tentou contra-atacar girando as suas asas negras com penas cortantes, provocando o garoto que apenas desviou-se e as segurou. Um sorriso de canto de boca no rosto do Max foi tudo o que a criatura presenciou, antes de ter sentido as suas asas sendo arrancadas com brutalidade pelas mãos do mesmo. Um grito ensurdecedor foi emitido por ela ao ficar sem suas asas, fazendo as demais bestas recuarem com a pavorosa cena, mas não escapando de serem atingidas com o corpo dela ao ser arremessada pelo loiro de olhos escarlates, destruindo três criaturas aladas com a colisão de seus corpos.
As bestas sombrias ficaram ainda mais raivosas, queriam matar o garoto da forma mais dolorosa possível, não tanto quanto o seu mestre, que não se aguentava em fúria, cerrando o punho com mais fervor.
Max se divertia enquanto eliminava as criaturas sombrias, uma por uma, da forma mais criativa que conseguia imaginar. Ele chutava, socava e girava. Seu corpo era uma tempestade de movimentos. Quando por fim se cansou de brincar com elas, uma pequena chama foi o suficiente para exterminar todas as bestas restantes, não sobrando nenhum vestígio das sombras.
--- Isso é tudo o que você tem? --- Max disse bocejando, deixando o Ölüm mais irritado com a provocação. --- Não deu nem para aquecer-me.
--- Estou apenas começando, mortal. --- Ele abriu um pequeno corte em um de seus braços, usando o próprio dedo afiado da outra mão. Da ferida, um sangue negro e vistoso começou a escorrer de seu braço, pingando na sombra que aumentava de tamanho conforme se alimentava dela. --- Apareça, general do mundo dos mortos, Amadom!!! --- Disse ele, fazendo surgir um monstro esquelético em volto de sombras que tomou a forma de um dragão zumbi de olhos amarelos, com chifres altos e pontiagudos que enfeitavam o topo de sua cabeça, que era cercada por vários ossos espinhosos e venenosos, assim como o restante de seu corpo.
O dragão rugiu alto ao levantar as suas enormes asas feitas de ossos, causando derretimento no gelo sob os seus pés com os respingos de sua saliva venenosa.
Os olhos do Maximilian brilharam ao ser surpreendido pela imagem de um dragão. Nunca, em toda a sua vida, poderia imaginar que algo assim existia. O universo era realmente vasto, e ele se sentia agradecido por ter a chance de destruir uma criatura mitológica. Sua alegria transbordava de seu corpo, se transformando em uma energia azulada visível.
--- Sherararara!!! O que foi, mortal, perdeu a sua coragem? --- Ölüm fitava seu monstro com admiração, como se estivesse contemplando uma obra prima. --- Esse é o meu familiar mais poderoso, e ele tem uma companheira. Apareça agora, Amadril! --- Falou, derramando mais sangue negro na sombra, invocando outro dragão de olhos amarelos. --- Acabem com ele!!!
Os dragões rugiram erguendo as suas asas e levantando voo. Os ossos de seus corpos rangiam no ar com o bater dos ventos gélidos. Suas poderosas asas batiam em sincronia, impulsionando-os para cima, cada batida ecoando como trovões distantes. Acima das nuvens chegaram nos seus limites. Eles pararam e entreolharam-se, a conexão mental do casal era forte, dispensando palavras ou gestos. Ambos abriram a boca, os espinhos congelados em seus corpos indicavam a baixa temperatura do ar, e simultaneamente, sopraram chamas negras um no outro instintivamente, aquecendo os seus corpos e aumentando a ligação dos dois.
Aquecidos e prontos para o combate, recolheram as suas asas e mergulharam em queda livre sem desgrudar um do outro, se tornando apenas um. Começaram a girar os seus corpos com as sombras negras fazendo a sua proteção, tendo a sua velocidade aumentada a cada segundo com o poder da centrifugação. Os dois pareciam um míssil se fixando para acertar o seu alvo imóvel, com força o suficiente para destruir a montanha que ele se encontrava.
Max apenas assistia tudo sem demonstrar nenhuma reação, já estava impaciente pela demora do ataque dos dragões. Ele poderia facilmente partir para atacar o mestre deles, porém, fazer isso acabaria com a diversão do mesmo.
Quando finalmente os dragões entraram em seu alcance, se viu obrigado a acabar com eles, mesmo querendo que ambos pertencessem a ele. O garoto queria esmagar toda a confiança que o Ölüm tinha em sua força, para depois destruí-lo com as suas próprias mãos.
--- É mesmo uma pena... --- Seus olhos desviaram por um segundo antes de voltar para o inimigo aéreo. --- Ifrit, apareça! --- Ordenou. Quando o mesmo apareceu em sua frente, o agarrou, forçando-o a se fundir em seus braços. --- Eu, Max, ordeno a ti, Pela força dos espíritos, transforme minha raiva e fúria em combustível. Do pó ao pó, que tudo volte às cinzas... --- Enquanto recitava, sentiu uma energia percorrer o seu corpo, concentrando-se em suas mãos. Uma energia ardente e poderosa que clamava para ser liberada. O ar começou a ondular ao seu redor, os ventos pararam diante de tamanha imponência, e o gelo da montanha se desfazia em seu estado gasoso, sem deixar nenhum vestígio, restando apenas o bloco de gelo que protegia a joia dentro da barreira. Bastou uma simples faísca para desencadear uma poderosa e intensa chama vermelha, mudando sua cor para um azul vibrante em seguida. O garoto ergue os braços mirando nos dragões que se aproximavam. --- Hellfire!!! --- Ele grita disparando as suas chamas.
Os dragões tentaram desviar, mas não foram rápidos o suficiente para escapar das chamas azuis que os acertaram em cheio, fazendo eles rugirem em dor, antes de desaparecerem completamente, restando apenas um punhado de cinzas que foram soprados para longe com o bater dos ventos.
Max emitiu um leve sorriso de satisfação, nunca em sua vida havia sentido tamanho poder. A ardência nas pontas dos seus dedos chamaram a sua atenção, notando uma casca preta se formar neles, não se dando conta das consequências de usar os poderes das joias, que passaram a consumir a sua energia vital.
O garoto optou por ignorar a situação em seus dedos, e passou a encarar de soslaio o inimigo que se escondia nas sombras, precavendo de ser atingido pelo ataque.
--- Eu não... acredito nisso... --- Ölüm surgia das sombras, incrédulo com o que tinha acontecido com os seus preciosos familiares. --- Q-Quem é você...? Como que um simples lummynare está conseguindo usar os poderes das joias?
--- Já está com medo? Eu ainda nem comecei. Vou te fazer sofrer até não restar mais nada de você! --- Um sorriso sádico surgiu em seu rosto. --- Water prison! --- Atacou rapidamente, em precaução de uma possível fuga de seu inimigo, o prendendo em uma bolha de água, deixando apenas a cabeça livre. --- Não vou deixá-lo escapar. Pelo menos não com vida. --- Ele se aproximou do seu prisioneiro. --- Quero que meu rosto seja a última coisa que veja antes de morrer.
As escamas azul-esverdeadas no corpo do Maximilian se desfizeram, voltando com o seu corpo de carne e osso. Os cabelos flamejantes retomaram a sua coloração loira, assim como a cor natural de seus olhos.
Max retornou para sua forma humana, o que causou surpresa e espanto em seu inimigo.
--- Você é... um Híbrido?... Ölüm arregalou os olhos, em choque.
— Está surpreso? --- Sorriu. --- Pela sua cara de idiota, eu presumo que sim. --- Virou-se, andando em direção à joia no bloco de gelo, ficando de costa para o seu prisioneiro. --- Você deve ter conhecido os meus pais. Afinal, você os matou! --- Virou-se novamente, ficando de frente para o Ölüm. --- Handrew e Margareth Steven, o casal que você atacou dentro de um barco.
--- Como você... --- Antes do Ölüm conseguir falar mais alguma coisa, ele foi impedido pelo garoto loiro, que o socou com força e rapidez.
--- Silêncio! Agora quem vai fazer as perguntas aqui sou eu! --- Seu semblante sério e irritado, passou-se a ser mais leve, porém, intimidador. --- Agora que sabe quem realmente sou, eu vou te fazer perguntas e você vai respondê-las. Caso não queira responder ou tente mentir para mim, eu serei obrigado a te castigar, de uma maneira bastante dolorosa. --- Seu olhar se fixa nos de seu inimigo. --- Porquê você atacou o planeta de meu pai? --- Ölüm o encarava sem dizer nenhuma palavra, apenas emitia um sorriso de desdém. --- Porque atacou o planeta Lummynus? --- Voltou a perguntar, recebendo a mesma resposta.
Percebendo que o Ölüm não se renderia tão facilmente, no fundo esperando isso, Max ativou chamas azuis em seu dedo indicador, e com a ponta dele, desenhou um símbolo azulado no ar, semelhante à uma runa flamejante, e a lançou para dentro da cabeça do prisioneiro.
--- Isso que eu joguei em você é uma runa de obediência. Funciona assim, eu vou te fazer uma pergunta, e se você não me responder ou mentir, ela se ativará, causando uma dor enorme de queimadura por todo o seu corpo por um minuto. Mas não se engane, isso não o matará, contudo, vai te fazer implorar para morrer. Então, vai em frente, continue calado. Quero ouvir os sons de seus gritos em agonia. Me dê esse prazer. --- Um sorriso sombrio e sádico estava presente em seu semblante. --- Porque atacou o planeta Lummynus?
Ölüm respondeu com uma tentativa de acertar o Max com um ácido que foi atirado de sua boca, mas não atingiu o garoto, que desviou-se sem dificuldades.
Por ter ignorado a pergunta, a runa se ativou, e em poucos segundos, Ölüm sentiu o seu corpo queimar, como se ele estivesse sendo queimado vivo em uma fogueira. A dor foi tão intensa que não conseguiu evitar de soltar um alto e estrondoso grito de dor. O cheiro de sua pele queimando perturbava os seus sentidos.
Maximilian, ouvindo os gritos de sofrimento de seu inimigo, ficou eufórico. Uma sensação prazerosa e de satisfação preencheram o seu corpo, uma adrenalina que energizava sua existência. Escutar aquele som foi um deleite para os seus ouvidos. Ele queria continuar escutando, sem parar, de novo e de novo. Um enorme sorriso, que ultrapassava a sua boca, estava estampado em sua face. Inclinou-se sua cabeça para trás, como se estivesse contemplando o céu acima, com os olhos virados para dentro com o tamanho prazer que estava sentindo.
Os gritos cessaram com o final do tempo da ativação da runa, trazendo o garoto de volta a realidade. Ele passou a fitar o ser que o encarava com mais raiva.
— Está disposto a falar agora? --- Max perguntou, esperando que o mesmo não respondesse para continuar a sua sinfonia de tortura. --- O que você foi fazer naquele planeta?
--- Você nunca vai... Ahhhhhh!!! --- Mais uma vez, a runa foi ativada, queimando-o por um minuto.
--- Isso, continua me agradando com esse doce som. --- Max segurou o queixo do Ölüm e o levantou até que seus olhos se aproximassem. --- Quero mais... preciso de mais! Me dê o prazer de ouvi-lo gritar. --- Com a mão livre, criou mais duas runas de fogo e as depositou na testa do inimigo, gravando a mesma regra que a anterior. --- Será que assim, os seus gritos serão mais....Sa-bo-ro-sos? --- Seus olhos não eram mais os mesmos, suas íris, assim como suas escleróticas, haviam se tornadas completamente negras. --- Quem mandou você matar os meus pais?!
---(...)
Evitando responder, Ölüm sofreu mais uma vez com as consequências das runas, mas dessa vez, os ossos de seu corpo ficaram carbonizados com a força que tinham as três runas.
Maximilian se divertia com o sofrimento de seu inimigo, cujo os gritos eram como uma droga viciante para ele. Não podia parar, não queria parar. Mesmo que seu corpo fosse consumido pelas joias, ele não iria se segurar.
--- MAIS...MAIS...MAIS!!! --- O garoto gritava enlouquecidamente.
Até que ponto o Maximilian irá chegar até conseguir atingir o seu objetivo?
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