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Capítulo 43

— Mão na cabeça! — um dos policiais gritou.

A única reação da Bia foi se agarrar ao short com mais força.

— Não escutou? Mão na cabeça! — ele se aproximou e arrancou o short das mãos da Bia jogando para o companheiro, que começou a checar os bolsos, enquanto ela era empurrada com violência contra a parede

— Por favor, deixa eu terminar de me vestir? — Ela odiou como sua voz saiu fraca, como uma de uma menininha choramingando, mas ela estava confusa demais, e com medo demais, para tentar se fazer passar por forte.

O homem colocou as duas mãos da Bia contra a parede, acima da cabeça.

— Assim. Não se mexe. — Ele aproximou o revólver do rosto dela, falando tão perto que ela sentiu o hálito de café passando pelas suas bochechas. — Onde o bagulho tá escondido?

— Bagulho? — ela repetiu, e de repente, ficou tudo claro. Era um engano. Eles achavam que o Lourenço ainda estava envolvido no tráfico. — Não tem bagulho nenhum...

— Se tu colaborar, a gente pode ser bonzinho com você. Anda, onde é que tá o bagulho? — Ele agarrou os cabelos da Bia com tanta força que os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Não tem droga nenhuma. — Ela soluçou. — Eu tô falando a verdade!

O policial virou o rosto dela para a parede.

— Não se mexe nem um milímetro, tá escutando? Senão leva bala.

A Bia ficou o mais quieta que pôde, enquanto ouvia os sons dos dois policiais abrindo as portas e gavetas do armário e revirando o quarto a procura de drogas que eles não iam encontrar.

Porque era a porra de um engano!

Da sala, outras vozes faziam as mesmas perguntas para o Lourenço e ele respondia a mesma coisa, que era um erro, que não tinha droga nenhuma e implorando que eles não fizessem nada com ela, que ela era inocente, e que ela não sabia de nada.

Pelo resto da trilha sonora, ficou claro que os policiais não estavam sendo delicados com ele, e ele estava apanhando de novo. Ele mal tinha se recuperado de uma surra e já estava levando outra! E por nada!

— Não tem droga nenhuma! — ela gritou contra a parede.

— Quietinha, moça, ou a parada fica feia pro seu lado. — Ela não viu qual dos dois deu um tapa com força na parte do seu traseiro que a camiseta não cobria por causa dos seus braços estendidos para cima.

Uma nova enxurrada de lágrimas revoltosas escorreu pelo seu rosto com a injustiça de tudo o que estava acontecendo. Ignorando o aviso para não se mexer, ela foi abaixando os braços devagar, milímetro por milímetro, tentando se esconder um pouco.

Ela se desligou dos acontecimentos sua volta, principalmente das piadinhas e comentários debochados sobre sua calcinha fio dental. Quando tudo se esclarecesse, ela ia pedir ao pai para contratar um advogado e processar aqueles idiotas que não tinham o direito de invadir a casa de ninguém e tratar pessoas inocentes como criminosos.

— Pode levar. — Uma voz mais alta e cheia de autoridade se sobressaiu às outras na sala e a Bia voltou a si. O apartamento se aquietou, indicando que eles tinham levado o Lourenço embora. Ela quase se soltou da parede e correu atrás dele, mas o dono da voz entrou no quarto.

— E essa, quem é?

— Ela estava com o traficante — um dos policiais respondeu.

— Por que ela está assim?

— Ela estava assim quando a gente chegou.

— Moça. — Uma mão no seu ombro a fez dar um pulo e ela se virou. — Pode se vestir.

O homem perto dela era alto, de cabelos grisalhos, mas ele não segurou sua atenção por muito tempo. Ela correu os olhos pelo quarto todo bagunçado, o armário vazio, todas as gavetas jogadas no chão, como se um furacão tivesse espalhado as roupas do Lourenço para todos os lados. Mas o que a feriu fundo, foi ver seu quadro num canto perto da parede, a moldura quebrada, a tela pisoteada e amassada.

— Moça — um dos policiais repetiu, bem mais calmo e educado na presença do superior dele, com seu short na mão.

A Bia o pegou e se vestiu, as mãos tremendo tanto que ela quase não conseguiu fechar o botão.

— Como você se chama? — o dono da voz autoritária perguntou.

— Biatriz... — Ela limpou a garganta. — Biatriz Nogueira Bittencourt. Meus documentos estão dentro da minha bolsa, lá na sala.

O tenente Junqueira, pelo menos era o que estava escrito na farda dele, fez um sinal e um dos policiais saiu do quarto e voltou, dez segundos depois, com a sua bolsa na mão.

— Essa aqui? — o tenente perguntou e depois de a Bia assentir, ele abriu e pegou sua carteira, remexendo até achar sua identidade, novinha em folha. Depois de se dar por satisfeito, ele colocou tudo de volta e devolveu a bolsa para o policial.

— O que você era do rapaz que morava aqui?

O uso dos verbos no passado quase fez os joelhos da Bia se dobrarem.

— O que aconteceu com ele? — ela perguntou, o coração quase pulando pela boca.

— Quem faz pergunta aqui sou eu! — A voz do tenente a atingiu como um chicote. — Responde.

— Ele é meu namorado. — Ela fez questão de usar o verbo no presente. — Mas o senhor tá enganado. É tudo um mal-entendido, não tem droga nenhuma.

O tenente a examinou com atenção e foi até a cama, onde recolocou o colchão no lugar e sentou.

— Senta aqui. — Ele apontou o lugar do lado dele, e a Bia recomeçou a tremer. Ela já tinha ouvido várias histórias de policiais sem escrúpulos e seus pés se grudaram no chão, embora ela soubesse que sua recusa em obedecer não impediria que ela passasse a fazer parte de uma triste estatística. Só ali no quarto, havia três homens que não precisariam de muito esforço para segurá-la e fazer o que quisessem com ela. — Você me parece uma boa moça, Beatriz. Pode vir sem medo, eu não vou fazer nada com você.

Sem outra opção, ela obedeceu.

— Você usa, ou usou, drogas? — O olhar e a voz do tenente se suavizaram e a pulsação da Bia se acalmou um pouco.

— Não. — Ela retorceu as mãos. — Nem de bebida alcoólica eu gosto muito.

— A gente descobre isso com um exame de sangue simples, então, não mente.

— Eu sei, eu estudo medicina, e eu faço quantos exames o senhor quiser. — Ela o olhou nos olhos para ele ver que ela falava a verdade. — E o Lourenço também. Ele não usa nada. É verdade que ele já se envolveu com drogas, mas isso foi antes.

O tenente Junqueira estendeu a mão, e um dos policiais entregou um saco preto que ele abriu entre eles, na cama.

— Você sabe o que são essas coisinhas?

Não era possível!

A imagem dos vários saquinhos coloridos se embaçou por causa das lágrimas e suas mãos voaram para a frente dos lábios para segurar os soluços que começaram a sacudir seu corpo. Ela não sabia exatamente o que era cada coisa, mas era óbvio que os pequenos embrulhos eram drogas.

Mesmo depois de tudo o que tinha acontecido entre eles, mesmo depois de prometer não esconder mais nada, o Lourenço tinha mentido outra vez!

— Maconha. — O tenente levantou um saquinho. E a lista continuou, matando a Bia um pouquinho por dentro com cada novo item. — Cocaína, crack, ecstasy. Que o seu namorado podia não usar, mas vendia. Você sabia disso?

— Ele me prometeu... Ele não ia mentir pra mim...

Ela mordeu os lábios e se obrigou a parar de defender o Lourenço. Era inútil. As provas contra ele estavam bem ali na sua frente.

— O meu instinto não costuma falhar, Beatriz, e ele está me dizendo que você caiu de paraquedas nessa história. — Ele fechou o saco e devolveu para o policial. — Mas o fato é que você está num apartamento em que uma quantidade considerável de entorpecentes foi apreendida, e eu vou ter que levar você pra delegacia.

A Bia concordou com um aceno de cabeça e um nó enorme na garganta.

— O meu celular... — Ela apontou a sua bolsa na mão do policial. — Eu posso ligar pro meu pai?

— A sua bolsa precisa ser periciada antes de ser devolvida. Quando nós chegarmos à delegacia você me dá o número e eu ligo pro seu pai. Vamos?

Um dos policiais se aproximou com um par de algemas nas mãos.

— Nós não vamos precisar disso. — O tenente interrompeu os passos do policial com a mão estendida e se virou para ela. — Você vai se comportar, não vai?

Ela assentiu, rapidamente.

— E você vai na viatura comigo. Põe a mão pra trás e não tenta nenhuma gracinha.

A Bia obedeceu, como uma boa menina. Ela nunca pensou que ia andar numa viatura, o que já era horrível, entrar num camburão seria mais humilhação que ela estava disposta a passar.

A sala estava no mesmo estado lastimável do quarto, o sofá com a espuma do enchimento aparecendo em vários lugares, parecendo ter sido cortado por uma faca. O choro voltou com força toda. Aquela era a última vez que ela via aquele apartamento, porque ela era inocente, mas o Lourenço não era, e aquilo era o fim dos dois.

— Posso calçar minha sapatilha? — A Bia parou e fez um sinal com a cabeça para o calçado do lado da porta.

— Claro — o tenente permitiu.

Enquanto colocava o sapato, e aproveitava para limpar as lágrimas do rosto, ela olhou para a cozinha, e seu estômago se embrulhou ao ver alguns policiais rindo e comendo os pães que ela tinha levado para o café da manhã.

A primeira vez que ela foi naquele apartamento, ela também passou por uma situação constrangedora, e se ela tinha conseguido erguer a cabeça e não perder a dignidade da outra vez, ela poderia fazer o mesmo naquele dia. Ela estreitou os ombros ao voltar a pôr as mãos para trás, e endureceu seu coração, seguindo o tenente pelo corredor, ignorando os olhares dos vizinhos curiosos.

Toda aquela determinação quase desapareceu ao ver o policial segurando a porta do elevador. O tenente estava tentando ser compreensivo, mas a Bia não duvidava que ele riria na sua cara se ela pedisse para descer de escada.

Ela já tinha feito aquilo duas vezes.

As duas com o Lourenço.

Aquele dia, ela iria fazer por si mesma.

Ela colocou o pé dentro do elevador com uma segurança que a surpreendeu. A Vivi tinha dito que sua primeira noite com o Lourenço foi o acontecimento que dividiu sua vida em duas. Ela estava enganada.

Ali. Aquele momento. O seu divisor de águas.

Quando ela deixava de ser uma menina inocente e boba, que vivia num castelo cor de rosa e se acovardava por medos infantis para se tornar uma mulher com uma força que ela não sabia que podia existir dentro de uma pessoa.

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