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Capítulo 39

A Bia não ia conseguir dormir mesmo, e levantou. O Lourenço não demorou um segundo se esparramando pela cama toda.

Ela recolocou as compressas no congelador e foi para a sala, programando o alarme do celular dele para dali a duas horas. As pancadas que ele levou na cabeça não foram fortes e ele não reclamou de tonteira, mas ela precisava acordá-lo e checar se ele não estava tendo alguma reação anormal, nem que fosse para não se sentir uma completa inútil.

A programação da madrugada da meia dúzia de canais da TV aberta não era grandes coisas, e a Bia deixou um filme qualquer passando, o som no mínimo, olhando, mas não vendo, as imagens na sua frente.

Depois de checar o Lourenço duas vezes, e ver que ele estava bem, ela acabou caindo num cochilo conturbado no sofá e acordou com a luz do sol no seu rosto. Seu estômago acordou junto, roncando de revolta pelas longas horas de descaso, e porque era tarde o suficiente para a rua estar movimentada, a Bia deu uma última olhada no Lourenço, que dormia tranquilo, pegou o troco da farmácia e foi procurar a padaria.

Ela desceu e subiu pelas escadas. Ela já tinha passado por estresse demais na noite anterior, não era hora de acrescentar outro, testando se estava curada do seu trauma. Ainda mais quando o friozinho desagradável na barriga ao se imaginar andando de elevador sozinha, indicava que ela estava muito longe daquilo.

O Lourenço deu um pulo do sofá e correu para ela, assim que a Bia abriu a porta.

— Onde você estava? — ele perguntou com o olhar tumultuado.

— Eu fui na padaria. Eu acordei com fome — ela respondeu, sendo esmagada por um abraço, que tentou retribuir com a mão cheia de sacolas. — Tudo bem?

— Eu achei que você tinha ido embora — ele admitiu com a voz abafada contra o pescoço dela.

— Ido embora, tipo, pra não voltar mais? — Ela deu um passo para trás, a surpresa com o desespero na voz dele misturada com mágoa por ele ter pensado que ela seria capaz de uma covardia daquelas.

Ele assentiu, sem conseguir olhá-la nos olhos.

— Eu ia entender se o que aconteceu ontem deixasse você bolada e você não quisesse mais me ver. Ia ser uma merda, mas eu não ia te culpar.

— Você tá se sentindo tentado a voltar atrás na sua decisão depois do que aconteceu ontem? — Ela passou a mão pelo rosto dele. Aquela foi uma das preocupações que a assombraram na noite mal dormida.

— De jeito nenhum.

— Então, você não tá correndo o menor risco de me perder, meu lindo.

A devolução do apelido carinhoso que ele sempre usava para ela, o fez sorrir. Sorriso que se transformou numa careta de dor por ter esticado os lábios cortados.

— Foi mal. — Ele suspirou. — Não só por isso, por tudo.

— Não precisa pedir desculpas. Já passou. — Não era bem verdade, a Bia tinha ido e voltado da padaria praticamente correndo e olhando por cima do ombro a cada cinco segundos para ter certeza que não estava sendo seguida, mas ele não precisava saber. — Eu trouxe leite. Se você quiser café, vai ter que me mostrar onde tá o coador e o pó.

— Eu também não tô tão inválido que eu não posso fazer um café. — Ele pegou as sacolas das mãos dela e foi para a cozinha.

Os dois tomaram café num silêncio confortável, a Bia devorando um pão com manteiga e dois pedaços de bolo, enquanto ele se esforçou para mastigar meio pão com o maxilar dolorido. Depois de tomar outro analgésico, ele a levou para o quarto.

— Posso pegar uma camiseta? — a Bia pediu, depois de tirar a roupa, sentindo o cansaço bater.

— Claro. — Ele entrou debaixo da coberta e tirou a camisa, ficando com a calça do moletom. — Mas fica assim? Eu queria sentir sua pele.

Foi todo o convencimento que ela precisou, e ela entrou debaixo da coberta com ele, só de calcinha. Os dois se colaram, juntando o máximo de pele possível, e finalmente dormiram nos braços um do outro.

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Quando acordou sozinha na cama, foi a vez da Bia se preocupar e sair procurando o Lourenço pela casa. Ele tinha sido mais atencioso e deixado um bilhete.

"Fui buscar o almoço. Não se preocupa se eu demorar. Domingo é tudo cheio."

Seu impulso foi ligar para ele, mas, primeiro ela não tinha celular, e segundo, o Lourenço não era criança, se ele tinha saído é porque estava se sentindo melhor, senão eles teriam feito como no dia anterior e pedido para entregar a comida.

A Bia tomou um banho e ligou a televisão, mas a programação da tarde era pior que a da madrugada, e não conseguiu distrai-la e afastar a ansiedade que foi aumentando, porque nenhuma comida demorava tanto. E ela nem sabia quanto tempo tinha passado entre ele sair e ela acordar.

Ela já estava cogitando ir bater na casa de um vizinho e pedir para usar o telefone, quando o som da chave na fechadura a fez dar um pulo do sofá.

— Você demorou. — Não foi sua intenção, mas saiu como uma acusação.

— Eu sei, princesa, foi mal. — Ele colocou a sacola com as quentinhas em cima da pia antes de abraçá-la. — Você tá cheirosa.

— Você tá bem? Aconteceu alguma coisa? — A Bia examinou o rosto machucado. Não estava tão inchado como no dia anterior, mas qualquer um que o visse, percebia que a cara dele tinha se encontrado com vários socos recentemente.

— Eu tô dolorido, mas é só. De boa. — Ele pegou a mão dela e a levou até o sofá. — Eu sei que você deve estar com fome, mas eu preciso te contar uma parada.

A olhadinha preocupada que o Lourenço lançou em sua direção deu um estalo na cabeça da Bia.

— Você não foi só comprar comida. — Como ela era idiota! Claro que ele se aproveitou da primeira oportunidade para ir ver o professor ou o mestre ou qualquer idiotice parecida. — A gente combinou não esconder mais nada, lembra?

— E eu não tô escondendo. Eu não te falei antes de ir porque você estava dormindo, e pra que eu ia te acordar pra você ficar aqui, pilhada de preocupação, me esperando?

— Tá certo. — Ela respirou fundo e engoliu a briga. Até porque ela não teria mais nem um fio de cabelo na cabeça e nem um restinho de unha. — E como foi?

— A única porra que importa pra esses caras é grana, Bia. Eles queriam que eu voltasse, mas eu disse que não ia rolar. A gente fez um acordo, eles vão escolher outro vendedor e eu vou ajudar ele a se acertar na academia e no bar, assim eles não ficam no preju. Em troca, eles me deixam em paz.

— Sei lá, Lourenço. — A Bia retorceu as mãos pousadas no seu colo. — Você ainda vai ficar muito perto. Ia ser melhor você não saber de nada, não se envolver. Você falou ontem que não queria meter a polícia no meio, mas será que não era melhor?

— Não. — Ele agarrou as mãos dela e entrelaçou os dedos dos dois. — Eu te expliquei, eu sou peixe pequeno. Eu só conheço os caras que me passavam o bagulho. Eu não tenho ideia quem são os grandões.

— Eu sei, mas você entrega os pequenos, que entregam os maiores, e assim por diante.

— A polícia nunca prende todo mundo. Alguém sempre escapa. E em quem você acha que esse alguém vai querer se vingar? Se fosse só em mim, eu podia até pensar em arriscar, mas tem você. E as minhas irmãs. — Uma sombra escureceu o olhar dele. — Eu também preferia não ter mais contato nenhum com eles, mas eu fiz o que eu precisei fazer. Eu só te peço um pouquinho de paciência.

— Tudo bem. — Ela deslizou a mão pelo rosto machucado. — Desde que você não me esconda nada do que estiver acontecendo, eu tenho a paciência que você quiser.

O olhar dele se desviou por cima do seu ombro.

— Lourenço. — Com um calafrio percorrendo seu corpo, ela esperou ele voltar a encará-la. — Você tá me contando tudo mesmo?

— Não foi o que eu te prometi? Contar tudo de importante? Então, confia em mim. — Ele a abraçou. — E eu também te prometi que ninguém nunca mais vai encostar o dedo em você, e é isso que vai acontecer. — Ele ficou de pé e a levou junto com ele — Vamos comer? Eu trouxe batata frita, e torta de chocolate pra sobremesa.

A Bia estudou o rosto dele com atenção, mas apesar dos hematomas e cortes, ele estava calmo e com um olhar tranquilo.

A despreocupação do Lourenço, junto com a lembrança do desespero com que ele a recebeu quando ela voltou da padaria, achando que ela tinha ido embora de vez, fizeram com que ela colocasse suas suspeitas de lado. Se ele tinha tanto medo de perdê-la, não ia ser idiota de fazer qualquer besteira que pudesse transformar os receios dele em realidade, não é verdade?

Foi se repetindo aquilo que ela sorriu e o seguiu para a cozinha.

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