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0.01-Inveja


Triny, essa menina com um futuro promissor, olhou fascinada enquanto o seu pai folheava um livro antigo, "Hamlet". Milhares de livros estavam disponíveis mentalmente, mas ela sabia que nada se compara ao toque e cheiro das palavras no papel, trazendo um sentido mais tradicional à leitura, uma conexão primitiva e natural.

Enquanto o seu pai recitava em voz alta "Ser ou não ser", um corvo negro pousou numa estante, inundando os olhos da pequena Triny com terror, desestabilizando os seus processos neuronais e químicos.

Mas uma voz suave e serena surgiu na sua mente, o seu AniPower, um coelho branco, explicando que o medo é uma emoção que surge de pensamentos negativos e irracionais. Para superá-lo, é preciso conectar-se com a razão e a verdadeira natureza das coisas, buscando provas concretas e lógicas que desmistifiquem os nossos medos imaginários.

Enquanto isso, seu pai, Amílcar, estava satisfeito com a esperança depositada na filha pela sociedade. A estrutura genética e neuronal dela indicava um futuro promissor e uma forte contribuição para a sociedade, principalmente no estudo da cultura antiga.

Triny olhou, com clareza para a estante, o seu AniPower tinha razão, como sempre. O corvo desaparecera. Dirigiu-se ao pai satisfeita, iria dar-lhe uma explicação criativa para a imaginação.

Assustada, deu dois passos atrás. Queria chamar a razão, como o coelho dissera, mas não conseguia, estava paralisada. O medo conquistou-a novamente. Sentia o seu cérebro a modificar-se e o coelho branco a falar. Mas a confusão se instalou na mente de Triny quando o corvo de olhos de vidro e asas de metal pousou no ombro do seu pai, parecendo um holograma. Embora o seu corpo soubesse que, o corvo, era real, o seu cérebro dizia que não existia.

O olhar do pai estava turvo, as lágrimas salgadas banhavam-lhe a face, como um rio que corria sem fim. A menina, Triny, observava com a angústia de quem vê o ente querido sofrer sem poder ajudar. As palavras saíram da boca do pai como se fossem os grãos de uma areia grossa, caindo um a um no silêncio ensurdecedor da sala.

— Por que não posso ser eu de nível 10? — questionava-se ele, perdido na sua própria sede. — Saber, essência que sustenta a vida, mas que, para mim, não é mais que uma miragem. Enquanto isso, a inveja me corrói.

A menina, por sua vez, sentiu a petrificação tomando conta do seu corpo, como se fosse uma escultura esculpida pelos dedos de um artista demoníaco. O coelho branco, o seu AniPower, tentou acalmá-la, equilibrando os seus impulsos eletroquímicos com as NanoAlmas, mas nada parecia funcionar.

Queria ajudar, não sabia o que fazer, a boca do pai dizia uma coisa, mas os seus olhos fixavam-se nela como se quisessem dizer algo de diferente. O pai continuou a falar, as suas palavras ecoando na mente da menina como um eco distante.

— Um gole que me leve para além da confirmação, rumo ao mundo da imaginação, onde a sede se transforma em poesia e criação.

A menina, sem saber o que fazer, beliscou o vestido como se buscasse um ponto de apoio, uma ajuda para acordar do pesadelo em que se encontrava. E correu para o pai e o abraçou com toda a força que tinha, como se aquele abraço conseguisse voltar a trazer o pai ao mundo.

— O que é a vida? A resposta está na imaginação que nos leva além do aqui e agora e nos permite sonhar com a imortalidade. O eterno ciclo de criação e renovação, que transcende o tempo e o espaço. Entra em mim e mate-me a sede e afasta-me da incerteza.

E o pai caiu desamparado no chão, apesar do esforço da criança que não continha as lágrimas do desespero.

Ao embater no chão, a filha se ajoelhou, e chorou. Uma lágrima caiu no rosto do pai, que o despertou por um breve instante:

— A imaginação é uma bênção, mas fui enganado pelo desejo insaciável de imortalidade, um combustível para a escuridão que arde no meu peito. Sigo num ciclo vicioso, onde a escuridão se alimenta dos meus pensamentos e desejos próprios, sem jamais encontrar o fim desta estrada sem luz. Filha, afasta-te do pássaro negro. — e desmaiou.

Triny, nunca mais esqueceria estas palavras, para além do momento insólito e desesperante, foi a primeira e última vez que o pai a chamou de "filha".

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